A ARTE DA VIDA, A SUBLIME ARTE DA MAÇONARIA


 

Por que os ensaios e papéis são tão importantes?…

Por que as alegorias maçónicas são tão importantes? Por que os seus ensaios também o são? O que são as alegorias maçônicas para a vida do homem e as suas virtudes na grande arte da vida?

Em verdade, a vida é uma grande e metafórica alegoria repleta de símbolos e códigos e homens, e nós, sujeitos desta vida, somos os atores nesta magistral peça, neste complexo e maravilhoso teatro, neste grande espetáculo da vida!

Assim…, também como na vida, a Maçonaria apresentasse-nos como um sistema peculiar de moralidade, velado por alegorias, ilustrado por símbolos, em que nós, os maçons, somos os grandes atores desta magnífica peça, neste grandioso teatro, nestes grandes espetáculos graduais de iniciação, de passagem, de elevação moral nas nossas vidas.

Como disse o filósofo Matias Aires Ramos da Silva de Eça (Capitania de São Paulo, 27 de março de 1705 – Lisboa, 10 de dezembro de 1763, autor de Reflexões sobre a Vaidade dos Homens, de 1752), “A devoção não está no joelho que se dobra, mas no coração, que não se vê dobrar.”. E deste modo, a grande lição não está na mera liturgia que passa submissamente despercebida e desapercebida, mas nas inúmeras extensões e lições magnas de moralismo depreendidas dos seus atos, momentos, ensaios, cenas, personagens, mensagens… residentes nos Rituais, que se revivificam, iluminam-nos, ensina-nos, ressuscita-nos e exalta-nos…

Segundo Ariano Suassuna (João Pessoa, 16 de Junho de 1927 – Recife, 23 de Julho de 2014) que foi um intelectual, escritor, teórico da arte, dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta, artista plástico, professor, advogado e palestrante brasileiro, idealizador do Movimento Armorial e autor de obras como Auto da Compadecida (1955) e Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)), em várias das suas entrevistas e depoimentos sobre a arte, o teatro e a filosofia, ensina-nos que “o maior filósofo brasileiro de Língua Portuguesa do século XVIII foi Matias Aires”, e diz sobre a concepção de alegoria do “mundo como palco e a vida como representação”.

“Quem são os homens mais do que a aparência de teatro? A vaidade e a fortuna governam a farsa desta vida. Ninguém escolhe o seu papel, cada um recebe o que lhe dão. Aquele que sai sem fausto nem cortejo e que logo no rosto indica que é sujeito à dor, à aflição, à miséria, esse é o que representa o papel de homem. A morte, que está de sentinela, numa das mãos segura o relógio do tempo. Na outra, a foice fatal. E com esta, num só golpe, certeiro e inevitável, dá fim à tragédia, fecha a cortina e desaparece.” [1]

Matias Aires

Para Epiteto (Hierápolis, 50 d.C. – Nicópolis, 138, filósofo grego estóico), o mundo é necessariamente considerado como uma unidade orgânica em que cada ser tem o seu lugar e o seu papel e contribui harmoniosamente com a ordem do mundo. Entretanto, a fundamental diferença está em Quem escolhe e distribui divinamente os papeis:

“Lembra que és um ator de uma peça teatral, tal como o quer o autor <da peça>. Se ele a quiser breve, breve será. Se ele a quiser longa, longa será. Se ele quiser que intérpretes o papel de mendigo, é para que intérpretes esse papel com talento. <E, da mesma forma,> se <ele quiser que intérpretes o papel> de coxo, de magistrado, de homem comum. Pois, isto é, teu: interpretar belamente o papel que te é dado – mas escolhê-lo, cabe a outro.” [2]

Epiteto

Assim, destarte, como a arte imita a vida e a vida imita a arte…, a Sublime Arte, – a Maçonaria, também o faz… como um todo orgânico, em que os papeis são dados pelo Grande Arquiteto do Universo a todos, a fim de que atinjam as suas aprendizagens na vida, e, os Rituais Maçônicos, por sua vez, através das suas magistrais lições, num sistema peculiar de moralidade, velado em alegorias e ilustrado por símbolos, em que instrui filosófica, litúrgica e moralmente o homem, convidam-nos a desempenhar os nossos papeis litúrgico simbólicos, da melhor forma possível, da forma mais perfectível possível.

Assim como na Arte da Vida… também na Sublime Arte da Maçonaria…

Alexandre Fortes, 33º – CIM 285969 – ARLS Cícero Veloso n° 4543 – GOB-PI

Notas

[1] Fonte: “Reflexões sobre a vaidade dos homens, ou discursos morais sobre os efeitos da vaidade e Carta sobre a Fortuna”, 3ª Edição” – Matias Aires – Imprensa Nacional. 1761.

[2] Fonte: Encheirídion, XVII. O Manual de Epiteto. Tradução do texto grego: Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Introdução e notas: Aldo Dinucci. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012.

Fontes

Moisés, Massaud. A Língua Portuguesa através dos textos, São Paulo, Editora Cultrix, 1ª Edição- 1968, pág.157.

AIRES, Matias. Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens. Introdução de Alceu Amoroso Lima. Ilustrações de Santa Rosa. São Paulo: Livraria Martins Editora S. A., 1955.

Oriques, Nildo. Entrevista a Ariano Suassuna. In https://youtu.be/ikFyr2-Qi4Q.

https://citaçoes.in/citaçoes/2079978-matias-aires-quem-sao-os-homens-mais-do-que-a-aparencia-de-teat/

O Manual de Epiteto. Tradução do texto grego: Aldo Dinucci; Alfredo Julien. Introdução e notas: Aldo Dinucci. São Cristóvão. Universidade Federal de Sergipe, 2012.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Reflex%C3%B5 sobre a Vaidade dos Homens

https://pt.wikipedia.org/wiki/Matias Aires

https://pt.wikipedia.org/wiki/Epiteto

 

VOTOS DE FELIZ NATAL E PRÓSPERO 2024


 

Aproxima-se uma vez mais a época da tolerância, da boa vontade e da paz e convivência entre os homens, que ainda ganha mais sentido, considerando o momento que estamos todos a viver.

A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai dos nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham na nossa caminhada pela vida.

Para todos os nossos visitantes e não só

Que vos traga tudo o que há, de bom!!!!

São os desejos do Freemason.pt e os meus, pessoais.

António Jorge

 

O blog Arte-Real Trabalhos Maçônicos reitera os votos, agradece, e transmite a mensagem para todos os nossos visitantes.

 

DESAFIOS À FRATERNIDADE MAÇÔNICA: QUEDA DE MEMBROS E MUDANÇAS SOCIAIS


 

A Maçonaria, há muito tempo, possui qualidades irresistíveis para escritores de thrillers e teóricos de conspiração — segredo, política, poder e celebridades. 

Entre os seus membros, encontram-se Fundadores das Nações, presidentes, músicos, artistas e empresários. No entanto, hoje, à medida que a adesão desce dentro de uma das mais antigas organizações fraternas internacionais, surge uma nova questão persistente: Qual é o propósito?

Os desafios enfrentados pela organização têm sido décadas em construção.

Enquanto parte do problema reside no fato de os americanos, por exemplo, simplesmente não aderirem a clubes ou fraternidades como costumavam fazer, alguns críticos argumentam que os Maçons também têm dificuldade em acompanhar a constante mudança da nação.

Nos últimos anos, a adesão diminuiu cerca de 75%, nos USA, em relação ao pico de mais de 4,1 milhões em 1959, quando cerca de 4,5% de todos os homens americanos eram membros. 

Enquanto as tradições da Maçonaria têm uma longa história de mistério e influência, hoje muitas delas estão a apenas uma pesquisa no Google de distância. 

Dentro das fileiras da organização, alguns membros esperavam que a pandemia de coronavírus pudesse oferecer uma oportunidade para abandonar a reputação de mistério e segredo, mostrando, em vez disso, o trabalho de caridade que os Maçons realizam nas comunidades em todo o país.

Mas isso não tem sido o caso. Pelo contrário, o vírus continuou a varrer a nação americana, afastando os homens das suas lojas e tornando ainda mais difícil a admissão de novos membros — algo que alguns consideraram demasiado enraizado na tradição para ser tentado através do Zoom.

"Na verdade, não sei como combatemos a [perda de membros]. Se tivesse a resposta para isso, teríamos resolvido o problema há anos", disse Christopher Hodapp, historiador e autor de vários livros sobre a Maçonaria. "Mas digo-lhe, algo que me assusta profundamente é este encerramento devido à COVID. Deus nos ajude quando olharmos para trás e observarmos os destroços que isso causou."

EXPLICANDO O DECLÍNIO

Como muitas organizações enfrentando um futuro incerto — um futuro que pode ser mais online e menos interconectado —, os Maçons estão a chegar a um ponto de inflexão.

Não seria a primeira vez. As lojas viram um grande declínio na adesão em 1826 após o desaparecimento misterioso de William Morgan, que alegadamente quebrou o seu voto de sigilo como Maçom ao trabalhar num livro que revelava os segredos da organização. 

O escândalo alimentou um movimento político nacional encarregado de derrubar a fraternidade. Mas os Maçons sobreviveram ao escândalo — e a outros que se seguiram.

"Certamente no século XVIII e ao longo da metade do século XIX, podia-se ser poderoso e influente sem ser Maçom, mas era mais provável que se fosse Maçom", disse Jessica Harland-Jacobs, professora associada de história na Universidade da Flórida que estuda a Maçonaria.

Muitos Maçons veem a queda na adesão como sintoma da queda geral em todas as associações voluntárias, em vez de um problema específico da sua fraternidade. 

A adesão tem caído constantemente em tudo, desde grupos religiosos e associações escolares até sindicatos e organizações gregas, de acordo com um relatório do Congresso americano de 2019.

O relatório do Comité Econômico Conjunto constatou que as taxas de adesão em algumas organizações caíram de 75% em 1974 para 62% em 2004. A queda foi mais acentuada, atingindo 52%, entre organizações fraternas como os Maçons.

Parte da função de muitas organizações fraternas era servir como uma espécie de rede de segurança social para os seus membros, uma força motriz por trás de alguma adesão, de acordo com Harland-Jacobs.

Até cerca de 1930, disse ela, parte do apelo de grupos como os Maçons era que eles ofereciam uma maneira para os membros adquirirem seguro.

"Alguns podem ter estado mais interessados no aspecto social, e outros podem ter estado mais interessados no aspecto do seguro: Estes são os dias antes do seguro real, por isso seria bom ter os seus irmãos em quem confiar se precisassem deles", disse ela.

John Dickie, historiador do University College London e autor de "The Craft: How the Freemasons Made the Modern World", também aponta para a ideia de que o segredo da fraternidade que poderia ter intrigado os homens é menos sedutor.

"Acho que possivelmente a questão é que o segredo perdeu algo da sua magia", disse Dickie. "Talvez, tenhamos ficado um pouco cansados do todo a não exposição, e numa era em que se pode descobrir os segredos dos Maçons em dois minutos ou menos no Google, não tenho a certeza de que eles possam realmente manter tanto mistério para os membros.

É um truque que eles jogaram com grande sucesso desde 1717 ou até antes. Fica-se a pensar que sucesso terá nos próximos anos.

No entanto, muitos Maçons acreditam que a queda na adesão é um reflexo da diminuição geral de todas as associações voluntárias, em vez de ser um problema específico da sua fraternidade.

Com as mudanças sociais a afetarem as bases tradicionais da fraternidade, os Maçons enfrentam agora um dilema crucial.

Enquanto tentam encontrar maneiras de atrair uma nova geração de membros e permanecer relevantes num mundo em constante mudança, também têm de respeitar as tradições profundamente enraizadas que caracterizam a Maçonaria há séculos.

A incerteza paira sobre o futuro da fraternidade, enquanto os Maçons se esforçam para enfrentar os desafios do presente e moldar o que está por vir.

 

O TEMPO


 

Desde o início, entendemos o tempo como um conceito adquirido por eventos. Experiências estas que ocorrem ordenadas de forma cronológica e resultando em diferentes destinos. Visto como processo linear pelo cristianismo, a idealização do tempo tem sido muito discutida desde os primeiros registros da cultura ocidental.

Os cristãos organizam-se de acordo com acontecimentos singulares, como por exemplo, o marco do cristianismo: o nascimento, crucificação e ressurreição de Cristo. Estes são acontecimentos únicos. Também o apocalipse simbolizando o fim do mundo e encerramento de um ciclo que não mais irá se repetir.

Já a filosofia oriental, suporta que o tempo, assim como o espaço, são invenções de nossa mente. Acreditam na rotatividade temporal.

Essas teorias eram iminentes, uma vez que os homens sempre buscaram conhecimento a respeito da vida e da natureza, como os movimentos da terra, estações do ano, plano orbital do nosso planeta em interseção com a esfera celeste, sucessão de dias e noites, alterações climáticas, funções de cada grupo alimentar, fitoterapia e assim por diante.

Esses fatos naturais sobre a rotatividade do tempo conduziram as civilizações antigas, e seus pensadores a imaginarem que o tempo também seria circular, ou seja, a evolução da natureza seria baseada na repetição.

Para os egípcios, por exemplo, os dias eram representados pelos barcos sagrados do deus do Sol Rá, conhecidos também como barcas solares, chamadas de Mandjet e Mesektet. O Mandjet era o barco que Rá utilizava para atravessar o céu, e o Mesektet era o barco que o levava ao submundo.

O deus Sol era entendido em quatro fases: a primeira ao nascer do sol, recebendo o nome de Khepri (ou Kopri); a segunda ao meio-dia, sendo contemplado como um pássaro ou com o próprio barco a navegar; a terceira ao pôr-do-sol, visto como um homem velho que descia à terra dos mortos; na quarta fase, durante a noite, era visto como um barco que navegava ao leste preparando-se para o dia seguinte, onde tinha de lutar ou fugir de Apep (de acordo com alguns teóricos, denominado também como Apópis, a grande serpente do caos que tentava devorá-lo.

 A ideia de um tempo progressivo, sempre novo, e a ideia de que o tempo é cíclico marcado pela transformação é discutida não somente na filosofia. Este é um assunto também recorrente a literatura.

Considerando então que tanto a literatura quanto a filosofia têm o papel de questionar tudo que vivenciamos como um padrão, então qual é a perspectiva da literatura a respeito do tempo?

Heráclito de Éfeso faz a seguinte citação a respeito do tempo: “O tempo é uma criança que brinca, movendo as pedras para lá e para cá; governo de criança”.

Para Heráclito o tempo não segue a uma sequência de acontecimentos, é totalmente casual como o jogar de dados por uma criança. E analisando a questão das mudanças que o tempo nos proporciona, há uma outra frase de Heráclito que diz: “ninguém se banha duas vezes no mesmo rio”. A analogia feita por Heráclito utiliza o rio, porque em alguns momentos se olharmos de longe parece estar estagnado, mas quando nos aproximamos somos testemunhas do deslocamento incessante das águas.       

Na maçonaria sabemos que não só ele muda. Nós também mudamos. Na segunda vez que entramos tanto nós quanto o rio somos um outro, buscamos conhecimento e aperfeiçoamento, buscamos sempre aparar as arestas de nossa pedra bruta.

Borges em A Arte Poética diz:

“Fitar o rio feito de tempo e água
e recordar que o tempo é outro rio,         
saber que nos perdemos como o rio         
E que os rostos passam como a água.”


“Rio feito de tempo e água”. Nessa afirmação rio não é constituído somente por água; na fluidez da água também existe fluidez do tempo, diferenciada apenas na frequência vibracional de suas partículas se olharmos mais de perto– Então um tempo não é apenas uma sequência de eventos ou momentos, mas um marco dos momentos que se passam. O tempo é outro rio, e flui por si, sem ser sustentado nem fundado: atua por si só. Atua e deixa marcas em toda a humanidade. “E que os rostos passam como a água.”.

Voltando ao pensamento de Heráclito, a base dentro da doutrina do eterno retorno e isso porque na perspectiva de Nietzsche tudo é um eterno fluir e um passar incessante de todas as coisas numa eterna circularidade. Não há início, meio ou fim, mas as eternas mudanças. Para ele assim como para o niilismo o mundo não tende a um fim, não tende a um propósito.          

Através de outra abordagem diferente da filosofia, mas acrescentando seu sentido a concepção de tempo pela literatura, também pode ser vista como forma de contestação ao padrão ocidental de estudos filosóficos acerca dos fins, propósitos, objetivos e finalidades.

Apesar de ser impossível afirmar o que é o tempo definitivamente, a literatura representa nossa experiência do tempo grafado na história em todo seu dinamismo. Torna conceitos filosóficos mais acessíveis e palpáveis.

Enquanto a filosofia teoriza sobre a literatura tem a liberdade de utilizar seus conceitos e teorias nas construções de histórias poéticas e singulares sobre o tema como Guimaraes Rosa em Grande Sertão Veredas ou contestar através da própria estrutura narrativa. Em Borges por exemplo não há início, meio ou fim.

A estrutura narrativa de Borges apresenta uma ideia de forma não ortodoxa e fragmentada. Vai de encontro ao encadeamento de ideias que vão se desenvolvendo e combinando em um modelo tradicional.

Em Grandes Sertões Veredas, de forma criativa e poética, Guimaraes Rosa trabalha com esse questionamento sobre o tempo e mudanças propostas por Heráclito. Não só as mudanças em si, mas seus efeitos nos homens. Grande Sertão de Guimarães Rosa representa a filosofia e seus conceitos.


“O mais importante e bonito do mundo é isso     
Que as pessoas não são sempre iguais    
Ainda não foram terminadas        
Mas que elas vão sempre mudando         
Afinam ou desafinam        
Verdades maiores é o que a vida me ensinou.”

Pelos fragmentos deixados por Heráclito e nessa obra de Guimarães Rosa, percebe-se que filosofia e literatura se complementam e se enriquecem. Estão entranhadas no papel de questionar, indagar o que é dito como padrão, papel esse que também tem o maçom.

O conceito do tempo pode ser multidimensional, cheio de significados, tão amplo que a realidade difere a cada ponto de vista, mas nenhum destes conceitos de tempo invalidam o nosso tempo cronológico em si, mas sim o abarcam e transcendem. Fazendo sempre lembrarmos que precisamos dividir nosso tempo com sabedoria, buscando o momento certo para semear e colher, para trabalhar e descansar, assim como também o momento certo de agir assim com se abster.

Devemos utilizar todas as ferramentas que estejam, ou, que temos disponíveis ao nosso alcance, se assim necessário para nossa evolução e não podemos esquecer a duração do tempo é um estado que nenhum obstáculo poderá esgotar os movimentos.

Não é uma mera condição de repouso, pois uma pequena imobilidade significa também um retrocesso, uma vez que as águas do rio não esperarão por você.

O tempo é o movimento de uma totalidade organizado por nossas ações e completo em si mesmo. Esses movimentos cíclicos ou contínuos se realizam segundo a lei que dita que a cada término dá-se lugar a um novo começo.

O objetivo é sempre atingido por uma direção interna: a inspiração, a sístole, a contração, o V.I.T.R.I.O.L.. Esse movimento se transforma num novo começo tomando a direção externa: a expiração, a diástole, a expansão e por fim as nossas ações.

Texto elaborado por: Irmão Marcos Antônio Xavier Filho

Obreiro da Loja Maçônica Cavaleiros do Hermon 335

Data da elaboração 22OUT2018.

BIBLIOGRAFIA     

https://awebic.com/natureza/22-fenomenos-naturais-que-voce-nao-vai-acreditar-que-realmente-existem/

https://antigoegito.org/a-barca-de-ra/

https://www.infoescola.com/geografia/solsticio-e-equinocio/

https://www.infoescola.com/civilizacao-egipcia/ra/

https://focoartereal.blogspot.com/2017/08/o-que-e-o-tempo-para-o-macom.html

 

INICIADOS IMPERFEITOS


 

Essa expressão não é de minha lavra! Se o Irmão não a conhece, provavelmente não alcançou a plenitude.

Sem a intenção de ofender, mas de alertar, caso o Irmão compreenda que já a alcançou, porém desconhece a expressão, diremos que a “plenitude não está plena”.

Está enraizado em nosso pensamento que a iniciação é uma experiência misteriosa e desconhecida que RESULTA em uma mudança de vida. Ledo engano! Sem qualquer conotação ao Maçom Gonçalves Ledo, o qual compreendo como o Irmão mais injustiçado de nossa história.

O “ledo engano” do entendimento de iniciação é gerado sem malícia, na boa-fé do candidato e na ilusão de uma transformação instantânea de um profano.

Iniciações são atos de dramaturgia que devem despertar o COMEÇO de uma mudança de vida.

Se essa realidade não é compreendida, deparamo-nos com a imperfeição do iniciado ou a ininteligível experiência do profano.

Para que isso não aconteça, dois pontos são essenciais. O primeiro é a minuciosa sindicância do candidato, realizada por MESTRES EXPERIENTES, que deve ir além das certidões e das perguntas básicas dos formulários.

O MAIS IMPORTANTE NAS SINDICÂNCIAS NÃO SÃO AS RESPOSTAS, MAS COMO SÃO DADAS. A LEITURA CORPORAL É DE SUMA IMPORTÂNCIA.

Honesto, trabalhador, bom pai/filho/esposo, cumpridor de seus deveres são condições básicas para ingressar em qualquer grupo social. Todavia, na Maçonaria, não é o ingresso o mais importante. Precisamos ter a certeza da permanência desse “associado”, pois ele se torna parte da estrutura.

Dentro de nosso sistema de símbolos e analogias, peço aos Irmãos que visualizem a construção de um muro de pedras. Cada novo iniciado é uma pedra assentada. Pedra colocada ao lado de outra pedra, acima de outra e, com o tempo, sustentando outra.

Caso essa “pedra” simplesmente queira sair, pois não compreendeu sua missão, haverá um buraco no muro. Se, nesse sentido, a “pedra” não tiver estrutura semelhante à das demais, implodirá, resultando em rachaduras no muro. Conforme a quantidade ou a posição dessas pedras, o muro vai abater. Estes são os iniciados imperfeitos: foram colocados no muro, mas nunca fizeram parte dele.

Ainda usando a analogia do muro, peço aos Irmãos que visualizem os Aprendizes na parte superior, os Companheiros ao meio e os Mestres na base. Diante dessa imagem, trataremos do segundo ponto.

As pedras da base tornam-se mais robustas pelas experiências adquiridas. As do meio, pela consciência de que ali estão, pelas bases que lhes sustentam e pela obrigação para com os que acima tentam se encaixar nessa construção.

Sendo um processo contínuo, devemos entender que nosso muro, que é a Loja, não cresce para cima, mas sim para baixo. As grandes pedras, ou seja, aqueles que realmente CUMPREM a plenitude não aparecem, são o alicerce.

Havendo um forte e profundo alicerce, o muro/Loja pode abater ou rachar, entretanto sempre haverá uma base para recomeçar a edificação.

MAS é importante ressaltarmos que, para além do cuidado de colocarmos uma nova pedra, devemos ter a atenção redobrada em mudarmos essa pedra de posição.

ESQUEÇAM OS INTERSTÍCIOS REGULAMENTARES. NÃO IMPORTA EM QUAL COLUNA ESTAMOS, SOMOS TODOS IRMÃOS. NO ENTANTO, É PRECISO QUE A “PEDRA” PASSE POR TODAS AS INTEMPÉRIES, CONHEÇA TODAS AS ESTAÇÕES E NATURALMENTE SE TORNE O MURO, INDIFERENTEMENTE DE ONDE ESTEJA ASSENTADA.

Neste ­17° ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado.

A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Fraternalmente

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

 

VENERÁVEIS VITALÍCIOS E DONOS DE LOJA – MAÇONARIA FRANCESA DO SÉC. XVIII


 

Esta não é uma história que se possa contar em poucas linhas, pois ela é construída sofre fatos e acontecimentos pertinentes ao desenvolvimento da Maçonaria Francesa nos séculos XVIII e XIX.

Em resumo, os episódios se alinharam pelo aparecimento de dois ramos de Maçonaria em solo francês: um “stuartista” (escocesismo), livre, que não se sujeitava a nenhuma Obediência e a outra dependente da Primeira Grande Loja que fora fundada no ano de 1727 em Londres.

Esta última vertente francesa absorvia o sistema dos Modernos ingleses que se havia expandido pelo continente europeu na época. Segundo alguns autores, na França, a Maçonaria foi introduzida em Paris por volta de 1725 numa Loja instalada por iniciativa de Charles Radclyffe, o Conde de Derwentwater e teria sido frequentada principalmente por maçons de origem irlandesa e jacobitas (católicos) exilados.

Deste modo, no curso da história as Lojas francesas ficariam então divididas em dois grupos – as Lojas derivadas do “stuartismo” e as derivadas da Grande Loja inglesa de 1717. Essas últimas que eram em menor número.

Embora sem existir ainda uma Obediência genuinamente francesa, em 1728 o Duque de Wharton, Ex-Grão-Mestre da Primeira Grande Loja londrina (1722 e 1723), foi reconhecido como o 1º Grão-Mestre dos maçons franceses, sendo sucedido por outros dois Grão-Mestres que eram também ingleses – James H. MacLean e Charles Radclyffe.

Em 1735, pelo grande número de Lojas stuartistas (tronco do escocesismo) então surgidas, pleiteou-se a necessidade de se designar um Grão-Mestre para uma Obediência genuinamente francesa, com isso as poucas Lojas de Paris ligadas à 1ª Grande Loja em Londres acabariam fundando uma Loja Provincial Na França, mesmo que a contragosto dos ingleses.

Assim, a 24 de junho de 1738 era instalado Louis de Pardaillan de Gondrin, o Duque d’Antin como “Grão-Mestre Geral e Perpétuo dos Maçons do Reino da França”. A bem da verdade, este acontecimento estancava a subserviência da Maçonaria francesa à Primeira Grande Loja londrina.

Mais tarde, no curso dos acontecimentos e com o falecimento do Duque d’Antin em 1743, assume o grão-mestrado francês o personagem Louis de Bourbon Condé, o Conde de Clermont.

Este grão-mestrado, contudo, trouxe consequências graves para a Maçonaria francesa, sobretudo pelo seu desinteresse pelas práticas maçônicas, o que fez com que fossem nomeados prepostos para dirigir a Grande Loja, cujos quais exercendo todo o seu poder, acabariam por fracionar a recém-criada Obediência francesa, principalmente pelas oposições que entre si eles mesmo provocavam.

Neste contexto, pode-se citar como exemplo, o extraordinário tumulto ocorrido na festa dedicada a São João Evangelista em 27 de dezembro de 1766, quando maçons excluídos por motivos de rixas internas invadiram o local onde se realizavam os trabalhos. Houve necessidade de intervenção policial para que a ordem pudesse ser restabelecida.

O resultado desse tumulto foi a proibição das atividades maçônicas que durariam até 1771 (cinco anos de paralisação).

Em 1771, com o falecimento do Conde de Clermont, muitos maçons que haviam sido excluídos conseguem o aval do Duque de Luxemburgo para conduzir Louis Philippe Joseph d’Orléans, o Duque de Chartres, primo do rei, para ser o Grão-Mestre da França, contudo este Grão-Mestre deixa toda a administração da Grande Loja francesa para o Duque de Luxemburgo.

A bem da verdade, era essa a intenção, pois visava-se aproveitar o prestígio do Duque de Chartres, que era primo do Rei, para ajudar a reerguer a então combalida Maçonaria francesa – proliferação e descontrole de Altos Graus e a fundação de centenas de Lojas com veneráveis vitalícios que ficariam conhecidos como “donos de loja”.

Ainda em 1771, um grupo de maçons, então reintegrados e consorciados com o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente que tinha sido criado em 1758 por Pirlet, formam uma comissão com a finalidade de organizar uma reforma administrativa na Maçonaria francesa, elaborando assim novos estatutos para fazer uma reorganização na desordem que prevalecia no ambiente dos Altos Graus, dentre outros.

Destaca-se nesta reforma administrativa a introdução de eleições periódicas para Venerável Mestre, o que desagradou de imediato os tais “veneráveis vitalícios”, também conhecidos como donos de Lojas, comuns nas lojas parisienses como já comentado.

Estes veneráveis vitalícios nada mais eram, de fato, do que donos das suas Lojas já que, na conturbada organização da Maçonaria francesa, muitos criavam as suas próprias Lojas e assumiam as seus mandatos pela vida toda, isso quando não criavam ainda Altos Graus para se promover perante a aristocracia francesa.

Estes Veneráveis com mandatos para a vida inteira acabariam resistindo contra essa reforma e por isso se ligaram a outra Grande Loja que ficaria conhecida como a Grande Loja de Clermont ou o Capítulo de Clermont. Esse Capítulo, que fora criado em 1754 pelo Cavaleiro de Bonneville, objetivava sacramentar definitivamente uma classe especial de maçons com os seus Altos Graus, dando-lhes, principalmente, uma conotação aristocrática. Teve vida efémera e acabou extinguindo-se em 1789.

Por conta das reformas, no final do ano de 1771, uma assembleia especialmente convocada para esse fim, declarava extinta a Grande Loja da França e, em 1772 era criada uma nova Obediência denominada Grande Loja Nacional da França. Ainda nesse mesmo ano, a 22 de outubro, a Grande Loja Nacional da França se reunia em assembleia geral e adopta para si no nome de Grande Oriente da França.

Neste sentido, a grande inovação promovida, agora pelo Grande Oriente de França, foi a chamada “democracia maçônica” que é baseada num poder central assessorado por um grupo de deputados de todas as Lojas. Enfim, esse tem sido, desde então, uma característica dos Grandes Orientes.

Vale mencionar que, já ano de 1758, era criado por Pirlet o Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente. Desse Conselho originar-se-ia em solo francês o Rito de Perfeição, ou Heredom, com 25 graus. A bem da verdade uma concepção formada para organizar o caos que vivia o sistema de Altos Graus na França.

É bom que se diga que boa parte desses Altos Graus foram criados aleatoriamente por “donos de lojas” e serviam mais para explorar as vaidades e satisfazer egos do que trazer crescimento iniciático.

Assim, em 1778, o Grande Oriente da França nomeia uma comissão de maçons esclarecidos para realizar um profundo estudo do sistema de graus vigente, visando com isso eliminar doutrinas estranhas ao pensamento maçônico, principalmente.

Na realidade, o que se buscava era um Rito com menor número possível de graus em contraposição ao emaranhado de graus existentes no contexto francês de Maçonaria.

Depois de três anos, esta comissão concluiu que o melhor para o Rito era trabalhar apenas no franco-maçônico básico – Aprendiz, Companheiro e Mestre (o termo simbolismo ainda não era conhecido). Mas, infelizmente, para não fugir à regra latina, o Grande Oriente “achou” que isso poderia gerar descontentamentos e até mesmo cisão, tendo em vista o grande número de maçons existentes já condecorados com os Altos Graus. Com isto, mesmo antes de um parecer oficial, a comissão achou por bem renunciar.

Refletindo melhor sobre a situação, o Grande Oriente acabou acatando o parecer da comissão e expediu uma circular em 3 de agosto de 1777 na qual declarava que só reconheceria os 3 primeiros graus.

Foi o que bastou para que aflorassem enormes ressentimentos no seio da Maçonaria Francesa, pois a contaminação pelo amor a esses graus de paramentos vistosos estava por demais radicado. Para muitos maçons do Grande Oriente, sobretudo aqueles que tinham perdido o cargo de venerável vitalício, a redução de graus os levaria ainda mais a um caráter de inferioridade.

Assim, mais uma vez, diante dos descontentamentos aflorados, é que em 1782 o Grande Oriente instituiu uma Câmara dos Graus, sob a liderança de Alexandre Roëttiers de Montaleau, para formatar o Rito dando-lhe Altos Graus, porém apenas os essenciais. Com isto, em 1784 sete Lojas Capitulares Rosa-Cruz constituem o Grande Capítulo Geral da França para trabalhar nessa nova formatação capitular. Em 1786, um projeto de um Rito com apenas 7 Graus seria aprovado pela assembleia e posto em prática.

A título de ilustração, é somente em 1801, época pós-revolução Francesa, com a publicação do Le Régulateur du Maçon, é que o Rito Francês passa a ter os seus rituais e fica conhecido com sistema dos 7 graus do Grande Oriente da França.

Em 1804, a vertente maçônica francesa do escocesismo passa a ter em Paris o 2º Supremo Conselho do REAA, cujo Rito, herdado do Rito de Perfeição, ou de Héredon, com os seus 25 Graus que passa para 33 Graus nos Estados Unidos da América do Norte, passa a ser chamado de Escocês, Antigo e Aceito.

Aí começa um segundo capítulo da Maçonaria Francesa com uma Loja Mãe Escocesa, Lojas Capitulares em 1816 e o ingresso do 1º ritual para o simbolismo do REAA no Grande Oriente da França.

Desse modo, o simbolismo do REAA constrói a sua história na Europa a partir do seu primeiro ritual para o franco-maçônico básico datado de 1804 e já deturpado em 1821 por imposição do Grande Oriente da França ao adaptá-lo para Loja Capitular, mas essa é outra história.

Ainda sobre o Rito Moderno, ele passaria ainda por revisões no curso da sua história, principalmente entre os séculos XIX e XX a exemplo da de Murat, em 1858; Amiable, em 1887; Blatin, em 1907; Gérard em 1922; Groussier, em 1946.

Foi então do ambiente conturbado da Maçonaria francesa do século XVIII, principalmente antes da Revolução Francesa, que os Veneráveis vitalícios – que criavam as suas próprias Lojas – se desenvolveram e desapareceram após a reforma e a criação do Grande Oriente da França, oportunidade na qual Veneráveis Mestres passavam a ser eleitos pelos membros das Lojas.

Graças a esses acontecimentos, onde a depuração fez com que muitos maçons perdessem o seu status irregular simbolizado por aventais vistosos e títulos hauridos de graus aristocráticos e cavalheirescos é que surgiu, em 1777, a Palavra Semestral como penhor de regularidade na Maçonaria francesa.

A história, mesmo que contada de modo superficial, carece muitas vezes de abordagem em tópicos que construíram as causas dessa mesma história. 

Assim, peço perdão pela prolixidade, mas foi o modo mais abreviado que pude encontrar para dissertar um pouco sobre a existência no passado dos então chamados “donos de loja” e os seus “mandatos vitalícios”.

Na academia da história, muitas vezes os fatos somente se explicam quando lhes revelamos a sua causa.

Pedro Juk, M. M. – Secretário Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil

 

OLHO DENTRO DO TRIÂNGULO


 

A tradição do Olho dentro do Triângulo, visto sobre o altar-mor da maioria dos templos cristãos, tem a sua origem nos primeiros padres apostólicos do Cristianismo que a recolheram em Alexandria, herança do Egito faraônico, cujo Sol Central (Ra) resplandecente viria a ser substituído pelo Olho da Divina Providência envolto numa luminosa aura de glória, inclusive cobrindo o Triângulo Divino ou Delta Luminoso, conforme ficou registado nas escrituras persas.

Esta figura geométrica pode ser configurada como triângulo equilátero ou como triângulo isósceles, também chamado triângulo sublime, que é o que forma a ponta do pentagrama cujo ângulo, no ápice, tem 36º, e cujos ângulos da base possuem 72º cada um. A designação de “sublime” foi-lhe dada pelos geómetras pitagóricos da Antiguidade.

Se para os antigos egípcios o triângulo equilátero representava a Tríade Osiriana (Osíris – Hórus – Ísis), para os cristãos passou a assinalar a Trindade Divina (Pai – Filho – Espírito Santo) como um só Ser indivisível assinalado no “Olho Que Tudo Vê”, muitas vezes substituído pelo Nome de Deus, Jehovah, geralmente decomposto nas quatro letras hebraicas Iod-He-Vau-He que configuram o Tetragramaton pelo qual o Logos Eterno se manifesta pelas suas Três Prosapas ou Hipóstases: Poder da Vontade – Amor-Sabedoria – Atividade Inteligente.

A marca da Trindade e do triângulo está presente na maioria das religiões tradicionais. 

Na Trimurti (Trindade) Hindu aparece expressa em Brahma – Vishnu – Shiva, antropomorfização da anterior Trimurti Védica Prana – Vayu – Tejas, ainda assim sendo sobretudo no Antigo Egito ele aparece nas várias fases da sua História, pelo que além da Tríade Osiriana havia a Tríade Menfita (Ptah – Nefertoum – Sekhmet; Pai – Mãe – Filho), e a Tríade Tebana (Amon – Khonsou – Mout), todos deuses primordiais do panteão do povo do Nilo. Na Pérsia, havia Ahura Mazda – Vohu Manô – Asha Vahista, ou seja, o “Mestre Sábio”, o “Bom Pensamento”, a “Perfeita Justiça”, e foi por esta primitiva Trindade que os cristãos conceberam a sua.

No século XVIII, com o aparecimento da Maçonaria Especulativa (Londres, 24 de junho de 1717), rapidamente os maçons adotaram este símbolo apelidando-o de Delta Luminoso, com um Sol, um Olho ou só um G ao centro radiante, designando o Grande Arquiteto do Universo, a Divindade Criadora de tudo e de todos, o Geômetra Supremo.

Por vezes os maçons substituem o triângulo por três pontos triangulados, significando o Passado, o Presente e o Futuro, enquanto o triângulo inteiro representa a Eternidade ou Essência Eterna como Substância Absoluta que na Manifestação triparte-se em Omnipotência (1.º Aspecto), Omnisciência (2.º Aspecto) e Omnipresença (3.º Aspecto). Os três ângulos expressam as três fases da revolução perpétua da existência: Nascimento – Vida – Morte… e Ressurreição, centralizada no Olho Providencial.

Em suma, o Olho no Triângulo resplandecente é o emblema da Divindade Una em Essência e Trina em Manifestação, unanimemente considerado representativo do Espírito Perfeito e do Iniciado verdadeiro unido à Essência Eterna que lhe confere a Iluminação.

V.M.A.

 

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