RITUAL MAÇÔNICO É UMA INOVAÇÃO?


 

Quando o Venerável Mestre é perguntado, na sua instalação, se ele concorda que um homem ou qualquer corpo de homens, não podem fazer mudanças no corpo da Maçonaria, é importante compreender que isto se refere a preservação da estrutura organizacional da Ordem maçônica e não aos seus rituais cerimoniais.

Mais de um Grão-Mestre tentou aplicar esta advertência para o ritual maçônico em si. No entanto, uma breve análise do desenvolvimento dos rituais e suas muitas formas através do panorama das jurisdições maçônicas, vai mostrar rapidamente que esta pergunta veio das “Old Charges” e não tem nada a ver com os aspectos ritualísticos da nossa fraternidade.

Os nossos fundadores nunca tiveram a intenção de que os rituais cerimoniais permanecessem estáticos. A proibição de renovação não se aplica ao ritual maçônico, enquanto esta é a única base sobre a qual toda a Luz da Maçonaria é transmitida e revelada.

Ainda que a Grande Loja Unida da Inglaterra insista que “a antiga e pura Maçonaria consiste em apenas três graus, incluindo o Santo Real Arco” o que é historicamente impreciso, as Grandes Lojas sempre tiveram o direito de decidir por si mesmos, como os seus rituais serão.

O único “antigo e puro” ritual maçônico no mundo é o ritual que existia em 1717, quando a primeira Grande Loja foi formada. Nós sabemos como foi aquele ritual porque ele foi amplamente publicado nos três primeiros manuscritos maçônicos, na forma de catecismos ainda existentes, em relação ao período de 1696-1715, os quais vieram da Escócia.

O que é surpreendente sobre estas revelações é que elas encontraram o caminho para serem usados e adotados pelas lojas inglesas. Mais importante é que encontramos neles a maior parte do alicerce sobre o qual todos os rituais maçônicos foram erguidos mais tarde – a posição dos pés, a menção do “aprendiz” e “companheiro”, os cinco pontos do companheirismo, a menção do compasso, esquadro e Bíblia no mesmo contexto, o átrio do Templo do Rei Salomão, o sinal penal, existem muitas coisas para reconhecermos ali. É mais do que coincidência encontrarmos estas características em comum em todos estes catecismos antigos.

Um outro ponto é extraordinário em todos estes trabalhos: Graus não são mencionados. Quando a primeira Grande Loja no mundo foi criada, havia apenas a cerimónia de fazer um Maçom “Aceito” e a “Função do Mestre”.

Na verdade, não temos nenhuma evidência de um sistema de três graus, ou de um terceiro grau, antes da famosa exposição de Samuel Pritchard intitulada de “A Maçonaria Dissecada”, publicado em 1730.

Isto faz com que o grau de Mestre Maçom na Maçonaria seja uma inovação!

Historiadores importantes concordam que o terceiro grau foi introduzido na Maçonaria em torno de 1725. Tornou-se popular ao longo das próximas duas décadas, principalmente porque os maçons adoptaram a exposição de Pritchard como uma ajuda ao trabalho de memória. A sua obra não autorizada, tornou-se o primeiro monitor maçônico e seria por décadas, o livro de rituais não oficial dos maçons. É também a primeira menção que temos da lenda de Hiram.

Ninguém sabe de onde esta história veio, mas supõe-se que Desaguiliers pode ter sido o autor, sendo Grão Mestre em 1719 e Vice Grão-Mestre em 1722 e 1726. Este foi o período em que o terceiro grau foi introduzido nas cerimônias da primeira Grande Loja. A lógica sugere que Desaguiliers e seus irmãos maçons da Royal Society, poderiam ter sido os responsáveis.

Certamente, nada poderia ter sido introduzida sem a sua aprovação. Na verdade, o Craft mudou drasticamente, enquanto Desaguiliers estava em cena. A Grande Loja passou de um banquete anual para um órgão administrativo, com atas e orientação política para lojas, incluindo a estrutura dos seus graus.

Se Desaguiliers e os seus amigos de fato foram os autores do terceiro grau, voltaram a Maçonaria para um novo caminho. Em 1730, a cerimônia que conhecemos como Real Arco foi desenvolvida, a que reviveu uma história do grego antigo que data do ano 400.

Em 1735, o Rito de Perfeição, consistindo em 14 graus, foi introduzido, estabelecendo uma cronologia bíblica para a estrutura do ritual maçónico. Tanto o Real Arco quanto o Rito de Perfeição, inovadores como eram, foram declarados pelos membros como “restabelecimento” da maçonaria antiga, porque eles automaticamente transmitiam uma face artificial da idade do grau ou da ordem.

Depois de alguns anos, até os historiadores da Grande Loja estavam escrevendo que estes graus adicionados eram restaurações de um sistema mais antigo. Tornou-se moda acreditar que não havia nada mais inovador do que eles!

Claro que todos os novos graus/ordens foram adotados numa única premissa – a que havia sido perdido no terceiro grau, tinha que ser encontrado. Por esta razão, todos eles apresentam uma semelhança surpreendente na estrutura e todos mostram que os sinais são provenientes da mesma fonte, com a mesma regularidade na sua forma. Mesmo com graus adicionais desenvolvidos, eles mantiveram uma estrutura “tradicional”.

Esta semelhança na estrutura é mais uma prova de que os nossos graus maçônicos, foram na verdade, criados numa onda de moda. Todos eles insinuam que há grandes segredos para serem encontrados pelo Maçom dedicado. E, de fato, existem.

Ao mesmo tempo que os graus e ordens foram crescendo aos trancos e barrancos, tanto no Rito de York quanto no Rito Escocês, ritualistas maçónicos nas lojas do Craft, continuaram a adicionar a linguagem dos três primeiros graus, acrescentando solidez à sua forma.

Durante a segunda metade do século 18, um crescimento intelectual extraordinário foi adicionado ao velho conceito de “pura e antiga”, nos simples catecismos de 1717. Na verdade, o desenvolvimento e expansão do ritual, continuou a estar na moda como um dos meios de educar o Craft até a década de 1820.

Realmente foi criada uma escola de educação que prosperou por quase um século até as Grandes Lojas, principalmente as dos Estados Unidos, que determinaram que deveria haver apenas um ritual, aquele adotado por eles e todo o resto não importava. As Grandes Lojas dos EUA estabeleceram mais uma inovação na Maçonaria, que o ritual fosse imutável. Eles decidiram por si mesmos que a Maçonaria pura e antiga era a sua Maçonaria somente. O ritual maçônico tornou-se uma coisa fixa e estagnada.

Esta inovação do século 19 pode ter marcado o início do declínio na Maçonaria. Foi durante esta época que as Grandes Lojas decidiram coletivamente, que não havia nada mais a ser aprendido no ritual maçônico. As nossas palavras foram congeladas no tempo.

Agora eu quero saber se é hora de criarmos mais uma inovação na Maçonaria, o de educar os maçons de que o uso ritual deve ser um processo dinâmico, assim como a aprendizagem é dinâmica. Claro, nós não precisamos adoptar mais palavras.

Mas leve em consideração como instrutivo seria se a diversidade de rituais fosse introduzida como uma ferramenta adicional para instrução, se rituais alternativos já adoptados em outras jurisdições em todo o mundo, poderiam ser utilizados por vontade da loja e sancionada pela Grande Loja. Imagine como emocionante e revigorante seria se tivéssemos dez ou doze diferentes rituais disponíveis para nós em cada grande jurisdição!

Talvez seja hora de fazer a Maçonaria da moda outra vez, tanto através da variedade da sua forma de ritual e no desenvolvimento da sua forma intelectual, onde palestras, ensaios e diálogos são compartilhados regularmente em loja, todos focados em iluminar a mente.

Talvez os jornais mais instrutivos e informativos, poder-se-iam tornar uma parte dos monitores impressos da Maçonaria, não deve ser memorizado, mas para ser sancionado e publicado para o benefício daqueles que querem ter acesso a mais conhecimento nas formas de maçonaria.

Aqueles que sabem que mais luz na Maçonaria não é a propriedade da Grande Loja, mas sim, do indivíduo e dos seus irmãos na sua busca coletiva de uma vida, a busca por aquilo que foi perdido nas palavras e seus significados.

Em práticas como estas, nós não devemos, mais uma vez exercitar a “pura e antiga” Maçonaria? Poderia ser apenas mais uma inovação digna da nossa antiga Ordem.

Robert G. Davis

Traduzido por Luciano R. Rodrigues

 

O NÚMERO 5: UM SIMBOLISMO


 

À Glória do G:.A:.D:.U:.,

Meus II.’., em todos os Vossos GG:. e Qualidades,

Cada número carrega um significado simbólico e o número 5 não é exceção. Ao explorarmos o simbolismo do número 5, nos deparamos com uma riqueza de conhecimento e ensinamentos.

O número 5 está ligado ao conceito de equilíbrio. Simboliza a busca pela harmonia e pelo equilíbrio entre os opostos, como a dualidade entre o bem e o mal, a luz e a escuridão.

O número 5 nos lembra da importância de equilibrar as nossas forças em nossas vidas e buscar a harmonia interior.

O número 5 está associado aos cinco sentidos humanos: visão, audição, olfato, paladar e tato.

Nestes sentidos são considerados ferramentas essenciais na busca pelo conhecimento e pela compreensão do mundo ao nosso redor. A plena utilização desses sentidos nos ajuda a aprimorar nossa percepção e busca pela sabedoria.

A Visão: É a capacidade de visualizar objetos e pessoas. O olho capta a imagem e envia para o cérebro, para que este faça o reconhecimento e interpretação.

A Audição: É a capacidade de ouvir sons (vozes, ruídos, barulhos, músicas) provenientes do mundo exterior. O ouvido capta as ondas sonoras e as envia para que o cérebro faça a interpretação daquele som.

O Paladar: Este sentido (capacidade) permite ao ser humano sentir o gosto (sabor) dos alimentos e bebidas. Na superfície de nossas línguas existem milhares de papilas gustativas. São elas que captam o sabor dos alimentos e enviam as informações ao cérebro, através de milhões de Neurónios.

O Tato: É o sentido que permite ao ser humano sentir o mundo exterior através do contato com a pele. Abaixo da pele humana existem Neurónios sensoriais. Quando a informação chega ao cérebro, uma reação pode ser tomada de acordo com a necessidade ou vontade.

O Olfato: Sentido relacionado à capacidade de sentir o cheiro das coisas. O nariz humano possui a capacidade de captar os odores do meio externo. Estes cheiros são enviados ao cérebro que efetua a interpretação.

O número 5 é também frequentemente associado a uma jornada de transformação pessoal e espiritual. Representa os cinco estágios ou passos que devemos percorrer em busca de um conhecimento mais profundo e de uma iluminação superior.

Cada estágio requer compromisso, esforço e superação, permitindo que avancemos em nosso caminho de crescimento interior. Um dos símbolos mais significativos no Grau de Companheiro é a Estrela Flamejante.

Embora não brilhe tão intensamente quanto o Sol, ela é a principal fonte de luz em uma Loja maçônica. Sua luz é suave e não ofuscante, permitindo que o companheiro trabalhe com serenidade na busca de um plano espiritual mais elevado. A Estrela Flamejante representa a virtude da Caridade, irradiando luz (ensinamento) e calor (conforto), ensinando-nos a praticar o bem onde quer que a Caridade possa alcançar.

O simbolismo da Estrela Flamejante, que representa o homem, é profundamente influenciado pela sua orientação. Quando a estrela é posicionada com uma ponta para cima, simboliza o homem espiritualizado. Nessa disposição, as duas pontas inferiores da Estrela representam as pernas afastadas do homem; as duas pontas laterais representam seus braços abertos, e a ponta superior representa a cabeça.

A Estrela Flamejante é o emblema do gênio que se dedica às grandes causas. É a representação do fogo sagrado que inflama a alma de qualquer pessoa que, com determinação e desapego, dedique sua vida à glória e à felicidade da humanidade.

O campo de atuação do Companheiro Maçom é o plano espiritual. Não há mais lugar para moldar a Pedra Bruta, pois agora o trabalho é cinzelar a Pedra Cúbica, tornando-a sem arestas e perfeitamente apta a contribuir para a construção do Templo simbólico que a Maçonaria, através de seus membros, busca erigir em homenagem ao Grande Arquiteto do Universo.

Estudo e meditação devem ser as diretrizes que norteiam o trabalho do Companheiro durante todo o seu período de serviço.

Michel Melo 26-09-6023

AFINAL, O QUE VEM A SER A MAÇONARIA?


 

A Maçonaria não é religião. Uma sessão maçônica não é culto. O Venerável Mestre não é um sacerdote.

O Maçom é um homem que acredita em Deus, tem liberdade de consciência, professando a religião que melhor atenda a suas aspirações íntimas.

Ritualística é arte refinada. Para praticá-la, há necessidade de delicadeza de sentimentos, de um espírito puro, de uma atenção devotada que liberte das tentações do mundo.

Não há Maçonaria sem simbologia e sem ritualística.

Para vivenciar símbolos e executar rituais, é necessário estar pronto a um mergulho: Aquele que permite, da melhor forma, expressar as mais profundas realidades. Realidades que, de certo modo, escapam das palavras e da lógica.

Símbolos e rituais apelam à totalidade da pessoa: coração, mente e sentidos. Assim, ao vir a uma sessão maçônica, para atravessar os umbrais do Templo que o acolherá, venha preparado.

Não como se vai a Eucaristia (desculpe o exagero), mas como quem se dirige a um trabalho que exigirá, para execução, compreensão e aproveitamento, o melhor de nós mesmos.

E pense, a má preparação de um pode prejudicar o aproveitamento dos outros!

Ao passar pelas Colunas, tenha “seu Templo coberto”. Cada um, juiz de si mesmo, deve saber como se comportar. Contudo pense nisto: no Templo coberto, representado por sua mente e corpo puros.

Parece, mas não é complicado. É só querer!

Paulo Edgar Melo

Membro da ARLS Resplandecer da Acácia, 3157 – GOB-RJ

Miguel Pereira - RJ

 

 

 

POR QUE OS MAÇONS PERDEM A MOTIVAÇÃO


 

No Brasil, contamos com cerca de 300.000 maçons presentes em 26 Estados e no Distrito Federal. 

A Maçonaria é definida como “um sistema de moralidade e ética social, que tem, entre outros, a felicidade dos seus membros e o auxílio ao próximo como objetivo institucional”.

O trabalho que o Maçom desempenha nas Lojas é voluntário, espontâneo e não remunerado. 

Na verdade, na totalidade das vezes, os seus membros são responsáveis pela manutenção da estrutura da Maçonaria, com pagamento de mensalidades, taxas ou doações.

Tendo a Maçonaria estas características, é de se esperar que as razões que impulsionam as pessoas a entrarem na instituição sejam similares às de outras organizações do terceiro sector (Lions e Rotary).

Esta suposição foi confirmada por uma pesquisa realizada com 1.571 maçons brasileiros, das 27 unidades da federação.

Os motivos que levam os indivíduos a entrarem na Maçonaria, são definidas as seguintes categorias e subcategorias:

Categoria 1. Vontade de ajudar o próximo: esta categoria refere-se à entrada na Maçonaria com intenção de participar de projetos e trabalhos sociais, de cunho filantrópico e caritativo.

Categoria 2. Busca por conhecimento: está relacionada ao acesso a conhecimento sobre história, filosofia, simbologia e afins.

Categoria 3. Valores morais: remete a questão relacionadas a valores morais. Emergiram cinco categorias distintas:

– Aperfeiçoamento moral e espiritual;

– Admiração pela instituição ou membros;

– Identificação com os valores morais;

– Questões familiares;

– Convite de amigos.

Categoria 4. Outros motivos: referem-se à entrada com interesses diversos, divididos em duas subcategorias:

Curiosidade;

Socialização.

Se a evasão é uma questão crucial para as organizações que utilizam o trabalho voluntário (Lions e Rotary), também o é para a Maçonaria.

Os maiores centros mundiais da Maçonaria são os Estados Unidos e a Inglaterra. 

São de longe os países com o maior número de Lojas e consequentemente de maçons. Mas, ao avaliarmos os números oficiais destes dois países, podemos facilmente notar os efeitos da evasão demonstrados no acentuado declínio numérico. 

Consequências 

A Maçonaria cresce e fortalece-se à medida que novos membros são iniciados ou regularizados. 

E, de forma contrária, reduz o seu tamanho enquanto instituição quando os seus integrantes morrem, são expulsos, suspensos ou abandonam as suas Lojas. Estas entradas e saídas produzem um saldo.

Neste sentido, a evasão tem importância destacada, por normalmente ser o maior motivo de saída, bem como por ser uma causa evitável. As mortes e expulsões ocorrem em número menor e são mais difíceis de evitar.

Fazendo uma analogia com a área médica, podemos considerar a evasão maçônica como algo que prejudica a saúde da instituição, algo indesejável, patológico: uma doença.

No curso de uma patologia podemos ter três desfechos distintos: cura, cronificação ou morte. 

Na melhor das hipóteses, a Maçonaria seria curada da evasão maçônica. Hipoteticamente, isto tanto poderia ocorrer espontaneamente (o que não parece ser a tendência), quanto através de um “tratamento”, da descoberta e implementação de um “remédio” ou “antídoto” para o problema.

Outra possibilidade é a evasão se tornar algo crônico. 

Neste contexto, a doença causaria muitos danos, prejuízos e até sofrimento; entretanto, não seria capaz de aniquilar a Ordem Maçônica.

Considerando um cenário sombrio, mas extremamente real e plausível, a evasão maçônica teria a capacidade de se alastrar, crescer e abater uma a uma as obediências maçônicas espalhadas pelo mundo. Seria a morte da Maçonaria.

Quantitativo X Qualitativo

O dilema da quantidade versus qualidade existe em vários contextos e em muitas instituições. Isto não é diferente na Maçonaria.

É bastante comum escutarmos de algumas lideranças maçônicas que o importante é a qualidade dos membros da instituição; que Lojas com muitos irmãos ou grande e numerosas iniciações são prejudiciais e comprometem essas qualidades.

Embora comum, este argumento não se sustenta em nenhum dado ou estudo, minimamente racional e objetivo. Ao contrário, tudo indica que que há uma relação inversamente proporcional entre quantidade e qualidade.

Saindo dos exemplos pontuais e analisando num âmbito mais geral, percebe-se que os maçons, na sua maioria, desejam que a Maçonaria permaneça existindo, que seja forte, que tenha influência, que esteja presente no maior número possível de cidades, que possua membros das mais variadas formações, para que possam aprender uns com os outros.

Estes mesmos maçons, certamente, preferem pagar taxas mais baratas para permanecer na instituição, não querem sentir-se sobrecarregados na distribuição dos trabalhos maçônicos, além de desejarem que as suas sessões estejam repletas de irmãos, tanto do quadro da Loja, quanto visitantes.

Podemos perceber facilmente que o ambiente favorável que desejamos é aquele que a nossa Ordem disponha de muitos irmãos. Se continuarmos com muita evasão e poucos membros, consequentemente existirão menos Lojas, teremos de gastar mais dinheiro e esforços para manter a instituição, seremos mais fracos e teremos menos influência na sociedade.

Neste sentido, reparem que a existência de uma Maçonaria de melhor qualidade, necessariamente, passa pela existência de maçons em boa e suficiente quantidade.

Evasão Maçônica:

Na atualidade as evasões acontecem nas nossas Lojas simbólicas, com frequentes ocorrências de vários tipos; vejamos:

Evasão em que o filiado simplesmente abandona a Loja e a Potência;

A que o filiado solicita a sua saída, recebe o seu Atestado de Quite e durante seis meses visita outras Lojas, e não achando o que procura afasta-se da Ordem;

A que o filiado solicita o seu Atestado de Quite e se filia numa Loja de outra Potência;

Evasão interna, que se dá entre Lojas da mesma Potência, onde o obreiro se transfere para uma outra Loja;

Evasão onde um certo número de obreiros sai da sua Loja e fundam uma nova Loja;

Evasão por morte do obreiro;

Insegurança pública, sentida pelos irmãos idosos;

Decepção;

Compromissos particulares;

Problemas financeiros;

Preguiça – um dos sete pecados capitais.

Não é possível avaliar quais modalidades de evasão é a que mais incomoda, que mais causa prejuízos a uma Loja, ao constatar a redução do seu quadro social.

Durante esta pesquisa foram levantadas ainda como causas de evasão:

O abandono pelo padrinho;

Grupinhos ou isolamento de novos membros;

Fofocas, vaidades, “panelinhas”;

O uso do “EU”.

Em síntese, a existência da evasão é notória, bem como as suas causas e as suas consequências. Ora se este fato é uma realidade, o que devemos fazer para reter por mais tempo os nossos obreiros em plena atividade maçônica. 

A nosso ver, para combater de frente este fenômeno associativo, devemos primeiro estudar o que oferecemos ou podemos oferecer de estímulo para as Lojas e os seus membros.

Por outro lado, é do conhecimento de todos que há irmãos que ferem as normas, as doutrinas e juramentos maçônicos agindo como verdadeiros inimigos dos seus irmãos e da própria Maçonaria.

São aqueles que aproveitam o tríplice abraço para, covardemente, apunhalarem os irmãos que, por fraternidade, confiança e por crédito aos juramentos maçônicos, entendem que aqueles “cains” não vão intentar nada contra eles e as suas proles.

Muitos desencantam-se e fogem para nunca mais voltarem. Vão engrossar as fileiras daqueles ex maçons que têm uma história a contar para justificar a sua saída da Ordem.

Outros enveredam pelos caminhos da corrupção, das negociatas e das falcatruas, desmoralizando a Sublime Ordem.

Ainda existem aqueles que entram na Maçonaria à procura de vantagens econômicas, sociais e políticas, para logo em seguida se decepcionarem com a pureza da Maçonaria e baterem em retirada.

Há algum tempo, li uma parábola em Loja sobre “As Egrégoras e o Carvão”, na verdade é que o “carvão” há de ser especial, o homem há de ser “livre e de bons costumes”, caso contrário, vai-se malhar em ferro frio.

Neste redemoinho de verdades e de triste realidade fica a indagação do que vem acontecendo. 

Por saber que o padrinho que indica o candidato e os sindicantes que investigam são mestres maçons é que se questiona se a qualidade da iniciação à Ordem Maçônica e a concretização da sindicância sobre o “modus vivendi” efetuada influenciem significativamente para posterior evasão.

Uma reflexão metodológica:

Os métodos e as normas para a admissão maçônica são obsoletos ou talvez inadequados?

Em resposta a esta indagação destaca os integrantes e os temperos que compõem o cardápio que vai sendo confeccionado e servido no banquete todo dia a dia maçônico, sem que os seus comensais percebam o fel nele adicionado.

O relacionamento e a convivência com os irmãos facultam conhecer vários problemas originados de política de grupos demandando supremacia doutrinárias, traições de irmãos contra irmãos, quebra de juramento maçônico. 

Outros casos são aqueles em que os irmãos, com toda a razão do mundo, saem da sua Oficina, inconformado pelos maus exemplos que vão surgindo.

Existem outras deficiências como, por exemplo, a má administração de uma Loja e formação de grupos com atitudes mais materialistas e reprováveis possíveis contra aqueles que almejam praticar a verdadeira Maçonaria, sem mácula e sem sentimentos subalternos.

A ambição desmedida do poder faz que surjam dentro das Lojas grupos inconfidentes liderados por péssimos irmãos que se julgam “donos” das Lojas e de todas as verdades. E a partir daí destilam toda a sua mágoa contra quem quer os contrarie e não se coadune com os seus desmandos, hipocrisias, indignidades, corrupções e imoralidades!

Eis aí o que pode acontecer nos nossos orientes espalhados por esses cantos fora!

Há irmãos que não suportam tanta hipocrisia, maldade e tirania, preferindo assim sair das suas Lojas, pedir o seu Atestado de Quite e muitas das vezes nem pedem nada! Saem correndo para nunca mais voltarem, enojados de “profanos de avental”!

Surgem aí os dissidentes!

A Maçonaria, desta forma, tende a enfraquecer, mediante tantos e constante reveses.

A doutrina da Maçonaria é manter os irmãos unidos de modo que seja um só corpo, uma só alma, voltados para o eterno trabalho maçônico, qual seja, o bem-estar da humanidade.

Caso não existissem tantas rivalidades entre irmãos, as brigas e as querelas inexistiam e a Maçonaria seria beneficiada.

Diante de tudo que foi exposto, sugere-se, para que os trabalhos na nossa Ordem melhorem muito, e que se eternizam para sempre justos e perfeitos.

É importante mudar tudo aquilo que for detectado como procedimento errôneo.

É hora de sacudir e espanar as nossas colunas!

É hora de prever e prover!

É hora de fiscalizar para moralizar! Exigir responsabilidade para com a Maçonaria daqueles que prestaram o juramento de zelar por ela e protegê-la custe o que custar.

portanto,

É sabido que temos problemas no relacionamento interpessoal e Inter autoridades, que muito nos preocupam. 

E é por isto que urge sejam adotadas providências e decisões para que possamos melhor arrumar a nossa casa; por outras palavras, precisamos de concluir o dever de casa.

Mesmo porque, enquanto perdurar as evasões dos nossos quadros, não teremos como pensar num retorno a elite do nosso país, como bem o fizemos no passado, liderado por meio dos nossos obreiros os grandes acontecimentos para a construção da nossa identidade nacional.

Finalizamos com o seguinte pensamento:

“É duro para um agricultor após arar a terra, adubá-la, prepará-la e semeá-la e, com toda a esperança do mundo e defrontar-se, meses depois, com um arbusto mal crescido e um fruto minguado, não chegando perto do que se espera obter em tal empreitada!”

 

Referência Bibliográfica:

Evasão Maçônica – Causas & Consequências – Morais, Cassiano Teixeira de – Brasília/DF: DMC (Difusora Maçônica de Conhecimento), 2017

 

LÍDER NÃO É POSTO, É POSTURA!


 

A pretensão pertence à natureza humana. Seu viés negativo é a imodéstia, a grande vaidade. É o conceito exagerado de si mesmo. Isso ocorre quando se acredita nas bajulações e nos falsos poderes de títulos e cargos. Manifestação do desvio Moral.

Ainda a corroborar esse vício, temos a presunção, que é, ao olharmos internamente, nos sentimos merecedores daquilo que não temos e, por diversas desculpas e falácias, acreditamos que nos assiste o suposto direito à glória. Manifestação do desvio Ético.

Mas compreendendo que se trata da realidade de nossa espécie, deve haver algo positivo.

E há! Quando a pretensão é mola motriz para a modificação de hábitos desgraçados que arrastam a humanidade para o mal, concedemos ideias sólidas de virtude. São nossos intentos, nossos objetivos para benefício do outro. Manifestação da consolidação da Moral e da Ética.

Sendo assim, ter bons projetos, boas intenções e, sobretudo, boas ações é impor um freio salutar à impetuosa propensão de querer exercer o poder. Por mais bonita que possa parecer uma coroa, seu peso pode ser insustentável. Essa é a lição do leve e simples chapéu de abas desabadas.

NÃO HÁ FORÇA NEM BELEZA NA AUTORIDADE.
HÁ NECESSIDADE DE SABEDORIA!

E assim adentramos em nossa reflexão. Não deve haver autoridades na Maçonaria. Devemos ter lideranças!

Essa frase, vinda de um Grão-Mestre, pode causar arrepios. Mas é verdade. A autoridade é o direito ou o poder de ordenar, de decidir, de atuar, de se fazer obedecer. Em essência, pode ir de encontro aos nossos três maiores valores: LIBERDADE-IGUALDADE-FRATERNIDADE.

O GRÃO-MESTRE PODE TUDO!
TUDO PRESCRITO NAS LEIS!

Simplesmente por ter jurado cumprir e fazer cumprir as leis de sua Loja, de sua Potência, de seu município, de seu estado e que estão todas abaixo da Constituição Federal, que jamais pode ser desrespeitada.

Quaisquer ações fora desses “Landmarks” são provas da perda da serenidade do título e a soberania no cargo. Isso é válido em todos os níveis da vida maçônica e profana.

Naturalmente chegaremos ao nosso lugar, seja por consequência de nossos passos, seja pela escolha daqueles que, acreditando no nosso caminhar, colocam-nos à frente.

Neste momento, fazemos a escolha de como seremos lembrados no futuro. Construtores de muros ou de pontes. Chefes ou Líderes.

A resposta vem de pronto. Todos nós queremos ser lembrados como Grandes Líderes.

E assim seremos se, pelo menos, tivermos a capacidade de estar lado a lado daqueles que, como nós, respeitam o direito de ir e vir, compreendem que o maior título que temos é o de Irmão e que as lutas do passado não favoreceram em nada a irmandade.

Mentiras, intrigas, vaidades e ganância do poder maculam os que poderiam ser bons gestores, contudo acabam dando maus exemplos, os quais são claramente identificáveis por homens justos e de bons costumes.

UM SUFRÁGIO PODE LEVAR O HOMEM AO TEMPORÁRIO POSTO DE LÍDER.
MAS É PELA POSTURA MORAL É ÉTICA QUE O HOMEM SE ETERNIZARÁ COMO LÍDER.

Neste ­17° ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024

TAF,

 

EM BUSCA DO CONHECIMENTO


 

É um prazer estar aqui para compartilhar uma jornada em busca do conhecimento.

Acredito que essa busca seja fundamental para o crescimento pessoal e profissional. Nesta palestra, exploraremos os caminhos para expandir os nossos horizontes e obter um conhecimento mais abrangente e significativo.

A palavra conhecimento vem do latim ‘cognoscere’, que significa ato de conhecer e da sua raiz linguística “gno”, presente também no grego antigo, da palavra “gnose”, que significa conhecimento, ou “gnóstico”, aquele que conhece.

Conhecer é apreender e compreender algo.

É uma capacidade exclusiva dos seres humanos, pois podemos elaborar, codificar e decodificar o conhecimento por meio da linguagem e do raciocínio.

O conhecimento permite-nos entender, apreender e compreender as coisas além de criar e experimentar o novo.

Ele é abstrato, mas de grande valor e é celebrado em muitas sociedades. Ao longo dos tempos, a humanidade tem aprimorado a sua capacidade de conhecer, aprender e transmitir exigindo entrega, dedicação, coragem e força.

Ao longo dos séculos, a humanidade precisou aprender a viver na Terra, visando à manutenção da espécie, num ambiente hostil, com seres monstruosos e com intempéries naturais.

Na era antiga, que abrange um tempo significativo e várias civilizações em diferentes partes do mundo, o conhecimento variava consideravelmente, dependendo da região geográfica e da cultura específica que consideramos. No entanto existem algumas áreas, amplas de conhecimento que eram comuns em muitas sociedades antigas.

A Matemática e a astronomia foram desenvolvidas por civilizações, como a Mesopotâmica, a Egípcia, a Grega e a Chinesa. Criaram sistemas numéricos, técnicas de cálculo e conhecimentos astronômicos. Elas desenvolveram métodos para medir o tempo, acompanhar os movimentos dos corpos celestes e desenvolveram a geometria básica.

A Filosofia também teve grande destaque na Grécia antiga, com pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles. Eles buscavam entender a natureza do mundo, a existência humana, a ética e a política. As suas ideias influenciaram significativamente o pensamento ocidental.

Na área da Medicina, desenvolveram sistemas médicos baseados na observação e experiência. Por exemplo, os egípcios tinham conhecimentos sobre anatomia, tratamentos e cirurgias básicas. Na Índia, a medicina ayurvédica desenvolveu-se com o seu foco na saúde holística.

A Engenharia e a arquitetura também foram áreas em que as civilizações antigas se destacaram. Elas construíram estruturas arquitetônicas impressionantes, como as pirâmides do Egito, os zigurates da Mesopotâmia e os templos gregos. Além disso, desenvolveram técnicas avançadas de construção, como o uso de arcos, cúpulas e colunas.

A Literatura e a mitologia também desempenharam um papel importante. Muitas civilizações produziram obras literárias que forneciam insights (ter uma intuição, olhar por dentro) sobre a sua cultura, valores e crenças. A epopeia de Gilgamesh na Mesopotâmia, a Ilíada e a Odisseia na Grécia, e o Mahabharata na Índia.

A Agricultura e a tecnologia foram desenvolvidas para cultivar e colher alimentos. Além disso, criaram ferramentas e tecnologias, como a roda, a metalurgia e a construção de navios.

É importante lembrar que o conhecimento na era antiga era limitado em comparação com o conhecimento científico e tecnológico atual.  No entanto, as descobertas e realizações dessas civilizações estabeleceram as bases para muitos campos de estudo que continuaram a se desenvolver ao longo dos séculos, mostrando assim que o conhecimento é uma crescente e se utiliza de várias áreas para o seu aperfeiçoamento.

Acompanhando as transformações que ocorreram no tecido social, novas tecnologias surgiram como consequência do acúmulo de conhecimento que a humanidade ia descobrindo. Os manuscritos e, por conseguinte, os livros foram instrumentos utilizados como suporte para a transmissão de teses, orientações, aperfeiçoamento, comunicação científica, entre outros fins.

No contexto da dinâmica social do século XXI, em que pessoas separadas por oceanos e vastos territórios continentais conseguem estabelecer uma comunicação instantânea ao toque dos dedos ou comandos mentais, basta que elas disponham de instrumentos tecnológicos similares.

O conhecimento é imprescindível para o estabelecimento de novas formas de gerenciamento empresarial, novas tecnologias comunicacionais, e até mesmo avanços no campo da ciência, voltados à manutenção da vida humana na Terra.

Com a emergência de novas tecnologias e a aceleração da vida pós-moderna, o ato da leitura (uma das formas de adquirir conhecimento) tornou-se uma ação vista como algo de outro mundo, especialmente quando se trata de pessoas que aproveitam qualquer oportunidade para sacar os seus livros e dispositivos electrónicos e dar uma adiantada na leitura.

No entanto, é importante lembrar que a avaliação do conhecimento na melhoria da vida das pessoas deve considerar múltiplas perspectivas e não se restringir apenas a aspectos quantitativos. É necessário levar em conta as desigualdades sociais, acesso equitativo e a capacidade da utilização do que foi adquirido.

A evolução do conhecimento desde a era antiga até a atualidade é um processo fascinante e complexo. Ao observar essa evolução, de forma geral, destacamos alguns marcos importantes ao longo do caminho.

Antigamente, o que se conhecia era transmitido principalmente oralmente, de geração em geração. Surgiu então a escrita cuneiforme na Mesopotâmia, enquanto os egípcios utilizavam hieróglifos. Na Grécia, grandes pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles, exploraram temas como filosofia, ética, lógica e ciência.

Durante a Idade Média, a disseminação do conhecimento foi influenciada principalmente pela Igreja Católica e pelas instituições religiosas. A educação e o conhecimento estavam concentrados em mosteiros e escolas catedrais. Nesse período, ocorreu uma fusão entre o conhecimento clássico greco-romano e a teologia cristã. As universidades começaram a surgir na Europa, proporcionando uma estrutura para a educação e a pesquisa.

Um exemplo de fácil verificação está nas obras de Platão e Santo Agostinho (dr. da Igreja Católica) onde, o mundo das ideias, filosofia formulada por Platão, é convertida e por assim dizer, santificada/cristianizada na Cidade de Deus.

O Renascimento, a partir do século XIV, marcou uma mudança significativa na forma como o conhecimento era abordado. Houve um ressurgimento do interesse pela cultura clássica e uma ênfase na observação direta e na experimentação. Grandes nomes como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Galileu Galilei e Nicolau Copérnico impulsionaram a arte, a ciência e a astronomia. A invenção da imprensa por Johannes Gutenberg permitiu uma disseminação mais rápida do conhecimento por meio de livros impressos.

O século XVIII foi marcado pelo Iluminismo, uma época de grande progresso intelectual e científico. Filósofos como Voltaire, Montesquieu e Rousseau promoveram a ideia do pensamento racional e da liberdade individual. A ciência tornou-se mais sistemática, e figuras como Isaac Newton e Carl Linnaeus fizeram avanços significativos nas suas respectivas áreas.

A Revolução Industrial, que teve início no século XVIII e se estendeu até o século XIX, trouxe avanços tecnológicos e científicos sem precedentes. A mecanização da produção, a invenção de máquinas a vapor e o desenvolvimento do motor a combustão abriram caminho para um rápido progresso industrial. A ciência e a tecnologia se tornaram motores importantes do conhecimento, levando a avanços nas áreas da física, química, medicina e engenharia.

Na era Moderna e Contemporânea desde o final do século XIX até os dias atuais, houve uma rápida expansão do conhecimento em diversas áreas. A revolução da informação, com o desenvolvimento de computadores e a criação da internet, transformou a forma como compartilhamos e acessamos informações. A ciência e a tecnologia continuaram a se desenvolver rapidamente, levando a descobertas fundamentais na física quântica, na genética, na biotecnologia, na inteligência artificial e em muitos outros campos.

Além disso, o conhecimento se tornou mais globalizado, com uma maior interação entre culturas e uma abordagem mais inclusiva na produção de conhecimento, buscando diferentes perspectivas e contribuições de diversas partes do mundo.

Em suma, toda esta evolução desde a era antiga até a atualidade foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo avanços tecnológicos, descobertas científicas, mudanças sociais e filosóficas, além da interação entre diferentes culturas. Este processo continua em andamento, e é empolgante imaginar as possibilidades futuras que o conhecimento poderá trazer.

No entanto meus irmãos, um desafio significativo surge em relação à essência da nossa instituição: o conhecimento de nós mesmos, o nosso interior, estimulando o crescimento do “eu” individual.

A Maçonaria é uma ordem fraterna que valoriza princípios éticos, morais e filosóficos. Embora a Maçonaria utilize simbolismo e rituais baseados na tradição da pedra e da construção, o conceito de lapidar o interior não é uma prática literal ensinada pela Ordem.

No contexto maçónico, o ato de lapidar é simbólico e refere-se ao processo de aperfeiçoamento pessoal e moral. Como maçons somos incentivados a buscar o autoaperfeiçoamento, desenvolver virtudes e aprimorar as nossas habilidades intelectuais e morais. Através do estudo dos rituais, símbolos e ensinamentos maçónicos, somos encorajados a refletir sobre as nossas ações, buscar a verdade, a justiça e a fraternidade, e nos tornarmos pessoas melhores.

A Maçonaria valoriza a busca pela sabedoria e pela verdade, bem como a prática de princípios morais elevados. Somos incentivados a cultivar virtudes como honestidade, integridade, tolerância e compaixão, a fim de nos tornarmos cidadãos exemplares e contribuir positivamente para as nossas comunidades.

Conhecer a si mesmo é um processo contínuo de exploração interna e autoconsciência. É uma jornada pessoal que envolve compreender as nossas emoções, pensamentos, valores, crenças, habilidades, desejos e limitações.

À medida que evoluímos e aprendemos a aceitar a nós mesmos como somos, com todas as falhas e imperfeições podemos trabalhar nesses pontos fracos saindo da nossa zona de conforto e experimentando coisas novas.

Os nossos desafios são como pedras brutas que podem ser lapidadas para revelar o nosso verdadeiro potencial. Quando aprendemos a desbastar essas pedras, somos capazes de transformar obstáculos em oportunidades de crescimento e sucesso.

Polir a Pedra Bruta exige esforço, resiliência e uma mudança de perspectiva, mas é um processo que nos permite crescer, aprender e alcançar os nossos objetivos.

Todo Maçom deve perseverar na busca do seu próprio conhecimento, por meio de um processo de introspecção. O conhecimento deve ser acima de tudo, um propulsor da evolução do Maçom e, consequentemente, um inimigo da tirania que busca escravizar a inteligência e o espírito do homem.

Todos nós conhecemos a frase escolhida por Sócrates, o grande filósofo e pensador grego, que serviu como norte, tanto para a sua trajetória, quanto para a sua pregação filosófica CONHECE-TE A TI MESMO.

A verdade é que a atividade de pensar confere asas ao Maçom para se movimentar e raízes para se aprofundar na realidade do mundo em que vivemos.

René Descartes, renomado filósofo francês, expressou o seguinte pensamento: Se duvido, penso; se penso, existo ou seja: COGITO, ERGO SUM – penso, logo existo.

Portanto, não se alcançará o conhecimento sem a observância dessas premissas, que precedem até mesmo o primeiro passo.

Acreditamos que os maçons são os próprios sujeitos da formação do conhecimento maçônico. Daí a necessidade de realizar profundas reflexões sobre o seu conteúdo.  As formulações da tese (proposição que se difunde como verdadeira), da antítese (proposição que se contrapõe à tese, ou a sua negação, gerando conflito) e da síntese (resolução do confronto entre a tese e a antítese, por meio da fusão ou superação das oposições entre elas) são indispensáveis para a aquisição e compreensão de qualquer conhecimento, especialmente no que se refere à Maçonaria.

O Maçom é, sem dúvida alguma, o agente e, ao mesmo tempo, o sujeito do seu próprio conhecimento. Ele não pode prescindir da verdade dos factos, que nem sempre estão aparentes ou visíveis.

Desta forma, a busca do conhecimento é, na verdade, um dever e um direito de todo Maçom, sendo muito mais um dever do que um direito, uma vez que os deveres do Maçom devem sempre preceder os seus direitos.

O primeiro passo para a essa busca resume-se, portanto, no CONHECE-TE A TI MESMO, ou seja, desde o primeiro estágio da Ordem devemos aprender a pensar, pois é por meio dessa aprendizagem que adquirimos o conhecimento necessário para discernir e expressar as nossas ideias. Afinal, aquele que melhor desbasta a sua Pedra Bruta, é aquele que melhor se conhece.

Sejamos, portanto, buscadores do conhecimento maçónico, sem jamais deixarmos de ser corretos nas nossas atitudes e fraternos com os nossos Irmãos.

Lembremos que o crescimento interior é uma jornada contínua. Não há um destino final, mas sim um processo constante de aprendizagem e evolução.

Sejamos gentis durante essa jornada e estejamos todos, meus irmãos e convidados, abertos a explorar diferentes caminhos que ressoem dentro de nós.

Maurilo Humberto, ARLS Marrey Jr e  ARLS de Estudos Luz do Oriente – GOP – COMAB

Bibliografia

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O Pensador – Em Busca do Conhecimento – https://www.pensador.com/busca_pelo_conhecimento/8/

Conhecimento – Mundo Educação –  https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/conhecimento.htm#:~:text=O%20conhecimento%20%C3%A9%20a%20capacidade,as%20ci%C3%AAncias%20e%20as%20artes

Tipos de Conhecimento – Pedro Menezes – https://www.todamateria.com.br/tipos-conhecimento/

A Busca do Conhecimento – um processo contínuo – Jessica Tacano – 2020 – https://www.sprintpro.com.br/blog/a-busca-do-conhecimento–um-processo-continuo

O Poder do Aprendizado e Busca pelo Conhecimento – Thomaz Halter – 2017 – https://pt.linkedin.com/pulse/o-poder-do-aprendizado-e-busca-pelo-conhecimento-thomaz-halter

Em Busca do Conhecimento – O mito como forma de conhecimento – Mundo da Filosofia – https://mundodafilosofia.com.br/em-busca-do-conhecimento/

Os quatro diferentes tipos de conhecimento – Beatriz Coelho – 2021 – https://blog.mettzer.com/tipos-de-conhecimento/

A Busca do Conhecimento Maçónico – Aildo Carolino – GOB-RJ – A BUSCA DO CONHECIMENTO MAÇÔNICO! – GOB-RJ

Teoria do Conhecimento Maçónico – Charles Evaldo Boller – Teoria do conhecimento Maçônico – Maçonaria e Maçom(s) (freemason.pt)

A Cidade de Deus de Agostinho – Podcast – Estado da Arte – https://oestadodaarte.com.br/a-cidade-de-deus-de-agostinho/

A Cidade de Deus de Santo Agostinho – Gisele Leite – Jornal Jurid – novembro de 2020 – https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/a-cidade-de-deus-de-santo-agostinho

A Cidade de Deus de Santo Agostinho – Biblioteca Católica – maio 2023 – https://bibliotecacatolica.com.br/blog/formacao/a-cidade-de-deus-de-santo-agostinho/

 

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