O MESTRE E A CÂMARA DO MEIO

 

 

Denomina-se Câmara do Meio à reunião ou o local de reunião dos mestres maçons.  o ritual do grau de mestre do GOB, em sua página dezesseis, último parágrafo insta que a decoração deve ser a mesma para sessões magnas e ordinárias. ou seja, a loja deve estar decorada em preto, em seu cortinado deve haver lágrimas prateadas em grupos de três, cinco e sete, indicando que choram os aprendizes, companheiros e mestres pela morte do mestre entre os mestres.  Este rigor na decoração serve para nos recordar ou incutir que é um local consagrado a dor e a consternação.

O luto pela morte de Hiram, a tristeza pelo trabalho interrompido e a impotência perante a situação dão a este drama psicológico um peso de consciência capaz de fazer com que o mestre maçom reflita sobre o que, realmente, veio fazer na maçonaria.

A palavra mestre provém do latim magister e significa “aquele que dirige e ensina”, derivando também de magis que significa “o mais justo, o mais elevado, o mais evoluído, o mais sábio, o que se aproxima da perfeição”.

Acompanhando os raciocino supracitados e considerando que as oportunidades de realização de sessões mestre são raras, se perde por muitas vezes o verdadeiro escopo da câmara do meio que é (ou deveria ser) o de instruir os mestres. em vez disso dão lugar, por muitas vezes, a assuntos que deveriam ser tratados em reuniões administrativas.

Não raro um ou mais irmãos mestres solicitam na palavra a bem da ordem que se faça uma câmara do meio para “se lavar uma roupa suja”. ora se a loja é consagrada a dor e a consternação e se nos reunimos para fazer novos progressos na maçonaria e tal progresso só pode ser alcançado através da educação continuada, por qual motivo ou razão nos reunimos como mestres só para elevarmos nossas vozes e brigarmos?

Na tentativa de justificar este terrível equívoco, diz-se que é melhor por estarmos a coberto dos aprendizes e companheiros. O mestre tem por obrigação para consigo mesmo de instruir-se para cada vez mais instruir com qualidade e a Câmara do Meio é a oportunidade de dar instrução aos mestres. Desrespeitar o ato solene da sessão de mestres é análogo a brigar em um enterro de um ente querido.

A discussão acalorada, as diferenças, os acertos de contas e outras coisas de ordem administrativa que podem gerar rusgas e desavenças devem ser tratadas em particular, por mediação ou por um conselho.

Reunimo-nos em Câmara do Meio para celebrar a inteligência, a sobriedade, a sabedoria e a capacidade de soerguimento do trabalho destruído pela ignorância, pela violência e pela ganância e o mestre tem a obrigação moral de não cometer os mesmos erros incorrendo em discussões inúteis e embates desnecessários, deve ocupar seu tempo em buscar ser melhor para servir melhor, lembrando sempre a máxima de Pitágoras: “Se o que tens a dizer não é mais belo que o silêncio, cala-te”.

           Luiz Fernando Corrêa - M.’.I.’. CIM 301.513

ARGBL Philantropia e Ordem II – GOB-RJ

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