A ALQUIMIA DA INICIAÇÃO MAÇÔNICA


 

“Os alquimistas passavam anos nos seus laboratórios, observando o fogo que purificava os metais. Passavam tanto tempo perto do fogo que, pouco a pouco, foram abandonando as vaidades do mundo. Descobriram que a purificação dos metais tinha levado a uma purificação de si próprios.”

Paulo Coelho, “O Alquimista”

Para algumas pessoas, a palavra “alquimia” evoca a imagem de uma figura barbuda e ligeiramente misteriosa – um pseudocientista com uma túnica comprida e esvoaçante – a trabalhar num laboratório pouco iluminado, cheio de vidros estranhos e poções borbulhantes. Estes alquimistas existiram de fato nos tempos antigos, sendo o seu trabalho o precursor da química moderna.  Hoje em dia, porém, a alquimia, no seu sentido mais lato, é uma busca espiritual do próprio ouro ou da iluminação.

Ambos os estudiosos maçônicos, os irmãos Manly P. Hall e Albert Pike, concordam que a alquimia tem dimensões mais importantes do que as puramente materiais. O irmão Hall vai ao ponto de dizer que a Maçonaria e a alquimia têm tanto em comum que “quase todos os símbolos maçônicos são de caráter hermético”. Esta é uma afirmação impressionante!

Alguns pontos comuns vêm-me à mente. Ambas as tradições estão à procura do que está escondido ou perdido. Na alquimia, é a procura da pedra escondida, ou Pedra Filosofal. Na Maçonaria, é a procura da palavra perdida, ou o Nome Divino. As pedras são uma metáfora familiar para os maçons. O candidato maçônico é, simbolicamente, uma pedra não refinada, moldada e polida através dos ensinamentos maçônicos, tornando-se, por fim, uma “pedra perfeita”, adequada ao templo espiritual. Parece lógico, à primeira vista, que as duas tradições tenham temas semelhantes, mas será que a semelhança é ainda mais profunda?

Neste artigo, vamos aprofundar a fascinante correspondência entre a alquimia e a Maçonaria. Será que a Grande Obra do alquimista reflete a viagem do Maçom à perfeição moral e espiritual?

 A Tábua de Esmeralda

“O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa.”

Tábua de Esmeralda

A Tábua de Esmeralda é considerada um texto fundamental da alquimia. Embora as suas origens exatas permaneçam obscuras, tem sido atribuída a Hermes Trismegisto. A tábua é breve, mas o seu conteúdo é denso em sabedoria, captando os mistérios de como os planetas e o universo funcionam em apenas algumas linhas.

A mais famosa é a que contém o axioma “Como em cima, assim em baixo”, bem conhecido do estudante esotérico. Para o alquimista, a Tábua fornece um guia para alcançar a Grande Obra, a transmutação de metais comuns em ouro, mas também, mais importante, a transformação da alma.  A Tábua recebeu inúmeras traduções e comentários ao longo do tempo. A minha versão favorita está aqui:

A dificuldade de chegar à verdadeira importância da literatura alquímica como a Tábua de Esmeralda é o fato de existirem três grupos distintos de livros alquímicos:

  1. O primeiro contém os trabalhos dos adeptos genuínos, que estavam na linhagem da tradição oral da Ciência Hermética.
  2. O segundo grupo é constituído por livros escritos por pessoas que não compreenderam os escritos dos verdadeiros sábios e pensaram que se tratava apenas de processos puramente físicos e de experiências químicas grosseiras.
  3. O terceiro grupo de livros foi escrito por charlatães e impostores, que se aproveitaram da popularidade da alquimia para encher os bolsos.

A Tábua de Esmeralda pertence, na minha opinião, à primeira classe, escrita por verdadeiros adeptos. O que é que podemos aprender com este texto antigo?

Prima Materia e o Athanor

“Separarás a terra do fogo, o subtil do grosseiro, suavemente e com grande engenho.”

Tábua de Esmeralda

O ponto de partida da alquimia, para separar a “terra do fogo”, é trabalhar com a Prima Materia, que em latim significa “Primeira Matéria”.  É a substância original, sem forma, que o alquimista procura purificar e transformar na sua verdadeira essência. Isto produz a Pedra Filosofal, com o poder não só de transformar metais em ouro, mas também de produzir o Elixir da Vida e a iluminação espiritual.

Infelizmente, quase nenhum alquimista antigo consegue concordar sobre o que é realmente a Prima Materia. Terá de fato alguma substância material real, como um dos muitos elementos que existem em toda a vida tal como a conhecemos? Ou é algo menos tangível, como a energia, a luz ou a força? No verdadeiro estilo alquímico – se estes segredos são descobertos pelo alquimista – estão normalmente envoltos em linguagem e símbolos crípticos. Isto significa que, como alquimistas espirituais contemporâneos, não sabemos quase nada sobre a verdadeira natureza da Prima Materia. Continua a ser um conceito altamente simbólico e elusivo.

O trabalho com a Prima Materia é semelhante ao do candidato maçônico, que entra na Loja num estado de escuridão, simbolizando a ignorância ou o potencial não refinado. Tal como a Prima Materia passa por várias fases de purificação no athanor alquímico – uma fornalha onde o trabalho do alquimista é feito – o iniciado maçônico é sujeito a um processo de purificação interna através dos graus. O athanor, que significa “Essência do Fogo”, fornece-nos o instrumento para a Grande Obra e as transformações.  Por outras palavras, o athanor é considerado como o organismo humano. Recordamos que é preciso ter a Pedra para fazer a Pedra.

O esoterista francês Eliphas Levi diz:

“Estamos todos na posse do instrumento químico, o grande e único athanor que responde pela separação do subtil do grosseiro e do fixo do volátil.”

Estes pensamentos levantam a questão. Como é que o Maçom se insere realmente? Como recipiente ou como operador? Ou ambos? Para aprofundar esta questão, é necessário olhar para as etapas alquímicas.

As fases do processo alquímico e os graus maçônicos

“Ascende da terra ao céu e desce novamente à terra e recebe o poder dos superiores e dos inferiores.”

Tábua de Esmeralda

Na alquimia, a Grande Obra divide-se em três grandes etapas:

  1. Nigredo (escurecimento),
  2. Albedo (branqueamento) e
  3. Rubedo (avermelhamento).

O filósofo grego Heráclito de Éfeso (535 a.C.-475 a.C.) delineou originalmente quatro etapas, mas uma delas acabou por ser eliminada (a Citrinitas ou etapa do amarelecimento).

Os paralelos entre estas três fases e os três primeiros graus da Maçonaria – o Aprendiz Entrado, o Companheiro e o Mestre Maçom – são convincentes.

1 – Nigredo e o grau de Aprendiz Entrado

Nigredo, ou escurecimento, representa o estágio de decomposição e dissolução. É uma fase necessária em que o velho eu é desfeito para dar lugar ao novo. Na Maçonaria, esta fase poderia corresponder ao grau de Aprendiz Entrado, onde o candidato se encontra simbolicamente num estado de escuridão. O ritual de iniciação reflete isto, pois o candidato é trazido para a Loja com os olhos vendados e na escuridão, significando a sua ignorância das verdades mais profundas da vida e do espírito. A fase Nigredo é sobre confrontar a escuridão interior e preparar-se para a jornada da iluminação.

2 – Albedo e o grau de Companheiro

Albedo, ou branqueamento, segue-se à Nigredo e simboliza a purificação e a iluminação. Em termos alquímicos, a substância é lavada e limpa, preparando-a para um maior refinamento. Albedo representa a emergência da claridade e da luz, muitas vezes simbolizada pela metáfora da “luz” ou do “luar”. No Segundo Grau, o iniciado avança para uma maior compreensão do mundo e de si próprio para se tornar um benfeitor da humanidade. Através do crescimento intelectual e do estudo das artes liberais e das ciências, e da sua inter-relação, a mente purifica-se e expande-se em preparação para estados mais elevados de consciência espiritual.

3 – Rubedo e o grau de Mestre Maçom

Rubedo, ou avermelhamento, é a fase final do processo alquímico e significa a obtenção da perfeição e da plenitude. O material foi agora transformado no seu estado mais refinado, e a Grande Obra está completa. Na Maçonaria, isto pode corresponder ao grau de Mestre Maçom. Tal como o alquimista atinge o ponto culminante do seu trabalho em Rubedo, o Mestre Maçom, através dos ensinamentos e do simbolismo do terceiro grau, alcança uma compreensão mais profunda da vida, da morte e da natureza eterna da alma. O grau de Mestre Maçom enfatiza a imortalidade do espírito e o triunfo da alma sobre as limitações do corpo físico, espelhando o objetivo alquímico da transcendência espiritual.

Nos graus superiores do Rito Escocês, existem Lojas Capitulares (15°-18°) associadas à Maçonaria Vermelha (talvez relacionadas com Rubedo) e Lojas Filosóficas (19°-30°) associadas à Maçonaria Negra (possivelmente relacionadas com Negredo). Para além disso, observamos Irmãos Muito Ilustres do 33° com barretes brancos (que podem refletir Albedo). As correspondências não são exatas, mas são interessantes de contemplar.

Por fim, há um ensinamento num dos Graus Superiores que é: “Igne Natura Renovatur Integra” e significa ‘a natureza é regenerada totalmente pelo fogo’. Creio que esta frase alquímica contém uma chave para descobrir o fogo que inicia a viagem de cada Maçom para o Oriente. A Chama Sagrada está no topo do altar, e “habita sempre no meio de nós”.

Conclusão

As profundas ligações entre a alquimia e a Maçonaria revelam que ambas as tradições partilham um objetivo comum. Seja através do laboratório do alquimista ou da Loja Maçônica, o trabalho é o mesmo – a transmutação de elementos básicos em algo mais elevado, mais puro e mais alinhado com o divino.

O meu pensamento final sobre este tópico é que a grande lição é que não fazemos realmente nenhuma parte do trabalho por nós próprios, mas com a ajuda do Mestre Alquimista. Nos recessos dos nossos corpos estão os “vasos secretos” e o Grande Arquiteto está entronizado em cada coração humano como a centelha amorosa do Divino.  Na minha opinião, este é o Elixir da Vida, que salva a humanidade da escuridão e do desespero. Esta é a Pedra Filosofal que transforma em ouro tudo o que toca. Esta é a Alquimia da Iniciação Maçónica e a verdadeira “Operação do Sol”.

“Assim, tu tens a glória do mundo inteiro; portanto, que toda a obscuridade fuja diante de ti. Esta é a força forte de todas as forças, superando todos os subtis e penetrando em todas as coisas sólidas.”

Tábua de Esmeralda

Pamela McDown

Tradução de António Jorge, M M

 

TEOLOGIA MAÇÔNICA


Atualmente, gostamos de nos gabar de que a Maçonaria é universal, de que nossos candidatos podem ser de qualquer religião ou crença, desde que acreditem na existência de um (ou do?) Ser Supremo. Esse ser pode ser adorado, recebendo a designação de “Ele” ou “Ela” (visto que nenhum gênero é especificado) da forma e modo prescritos por sua religião… pois não estamos interessados em substituí-lo por outra fé “maçônica”.

Espere um minuto, você disse teologia? Não estamos sempre assegurando a todos que não somos uma religião? Então, não deveríamos ter uma teologia – que é o “conhecimento de Deus”, ou seja, o sistema da ciência divina, que, não nos esqueçamos, foi a única “ciência” ensinada nas universidades medievais europeias.

Essas instituições assemelhavam-se mais aos seminários religiosos de hoje. Até a filosofia, essa nobre arte de refletir sobre o mundo e sobre nós mesmos, era apenas serva daquela teologia (ancilla theologiae – como se dizia em latim, a língua do conhecimento na Europa Ocidental).

Tudo o que diz respeito aos fenômenos mundanos e efêmeros do entorno era de pouco interesse. Alguns monges altamente instruídos, que foram abençoados – ou amaldiçoados – com um intelecto excepcional, tentaram desvendar as leis eternas da Natureza, para compreender melhor o nosso lugar nela. Para a maioria, o desfecho não foi favorável: alguns foram queimados na fogueira, e todos foram perseguidos, condenados e excomungados pela Igreja…, mas esse tópico ficará para outra apresentação sobre o desenvolvimento das ciências naturais.

Existem, basicamente, duas questões que merecem ser examinadas com a mente aberta, a fim de se obter uma melhor compreensão dos aspectos teológicos ocultos em nossos textos maçônicos. Uma diz respeito ao aspecto histórico das circunstâncias em que esses textos foram escritos; a outra, às pressuposições teológicas implícitas neles.

Deixe-me começar por essa última, as pressuposições teológicas – isso ajudará quando formos discutir a parte histórica. Todos concordamos com aquele Princípio Básico que exige a crença em um Ser Supremo (lembre-se: também é a primeira pergunta feita ao candidato). Citamo-lo frequentemente como prova de nossa abordagem bem pensada e inclusiva, e com razão.

Usar a expressão “Ser Supremo” em vez de uma divindade “nomeada” cria a liberdade para que cada maçom tenha fé e adore a entidade divina central de sua própria religião. Mas, então, surgem algumas questões mais específicas (pelo menos na versão canadense do Craft usado em Ontário) que – infelizmente – restringem essa inclusividade mencionada. Devemos estar cientes de que a maioria dos maçons que redige esse tipo de texto não é (e nem foi) teólogo, e frequentemente acabam se atrapalhando.

É lamentável, pois muitos ataques baseados na Igreja usam nossas próprias frases e definições para “provar” alguma acusação que inventam. Há, por exemplo, aquela pergunta que somos instruídos a fazer ao candidato: se o Ser Supremo se revelou. Essa questão já implica uma certa pressuposição teológica, a saber, que somente os adeptos de religiões baseadas na revelação podem responder honestamente “sim”.

Embora todas as religiões reconheçam algum tipo de entidade “suprema” que criou e governa o nosso mundo (caso contrário não seria religião), nem todas possuem um texto sagrado em que a divindade se revelou e manifestou sua vontade aos homens em geral…

Tradicionalmente, para emprestar a terminologia do Islã, apenas os “povos do livro” são considerados como possuidores de uma revelação baseada em texto para orientação, que, em sua visão, são: a Torá dos judeus, a religião judaica; a Bíblia dos cristãos (a Torá + o Novo Testamento) para todas as denominações cristãs; e o Alcorão dos muçulmanos para todos os ramos do Islã. Essas religiões também são chamadas de “abrahâmicas”, pois todas veneram o mesmo ancestral, Ibrahim/Abraão.

Se você acha que inventei essa questão sobre a revelação obrigatória, está enganado. Já em 1915, há mais de cem anos, foi formada uma comissão especial para aconselhar sobre a admissão de budistas como maçons – visto que eles não possuem um “Livro Sagrado” como o das religiões abrahâmicas mencionadas. Não vou revelar (trocadilho intencional) a conclusão dessa Comissão, que se reportou à Grande Loja de Massachusetts.

Em vez disso, convido-o a fazer uma busca introspectiva e tranquila – uma procura interna em nossa própria alma. Estamos realmente prontos para aceitar um seguidor de qualquer tipo de religião ou exigimos uma interpretação mais restrita dessa “liberdade” de ter um G.A.D.U. da nossa própria convicção? Como lidaríamos com um homem íntegro, religioso e espiritual, que possua todas as qualidades para ser um bom irmão… exceto pelo fato de sua religião não ter um texto considerado, por todos, como a revelação definitiva da divindade que ele venera como o Ser Supremo de sua fé? Ou talvez, por não pertencer a uma religião monoteísta?

Esqueça, por um momento, como você, pessoalmente, interpreta a expressão “Ser Supremo”. Minha intenção não é discutir ou questionar a validade dessa crença pessoal. Contudo, quero pedir que seja honesto consigo mesmo: até onde você é capaz e está disposto a ir para aceitar uma interpretação diferente da divindade por trás do nome? Exatamente no ponto em que você parar, estará o limite da sua própria tolerância. Ou da minha… afinal, estamos juntos nessa.

P.S.: Estou ciente de que há algumas Grandes Lojas escandinavas, bem como várias Grandes Lojas nos EUA, que exigem expressamente a adesão à fé cristã trinitariana como condição para a admissão em suas lojas. Este artigo não trata de tais práticas; ao contrário, busca esclarecer as armadilhas inerentes à formulação de requisitos relacionados à fé em nossos documentos orientadores.

P.P.S.: A UGLE publicou formalmente seus Princípios Básicos para o reconhecimento de Grandes Lojas em 1929. Nesse texto, nos itens #2 e #3, as palavras “revelado” (crença no G.A.D.U. e Sua vontade revelada) e “revelação” (Volume da Lei Sagrada, ou seja, a revelação do alto) são mencionadas explicitamente. Na versão posterior, de 1989, essas palavras não estão mais presentes!

Autor: Istvan Horvath

Fonte: The Other Mason

*Horvath é Mestre Maçom, Maçom do Arco Real, membro da Philaletes Society, do Quatuor Coronati Correspondence Circle e da Scottish Rite Research Society. 

 

LITURGIA E RITUALÍSTICA DO REAA

Vou tirar mais umas dúvidas, embora eu já tenha minha convicção, mas prefiro ir pela opinião do nosso Secretário Geral de Orientação Ritualística.

Estou fazendo Seminários de Ritualística em todo o Estado, e pairam sempre dúvidas dos irmãos no Geral. Vou enumerá-las e se o irmão puder responder ficaria agradecido.

1.         Terno preto de risca, pode?

2.         VVen Mestres têm assento no Oriente junto aos Mestres Instalados ou do lado das Autoridades?

3.         Ordem de assinatura da ATA: Secr - V M e por último Orad?

4.         Sinal de aprovação do REAA, mão reta para frente ou levantada?

5.         Vigilantes não devem mais usar avental e punhos, conforme SOR?

6.         Autoridade quando for trabalhar em Loja, a exemplo de um Deputado, usa seus paramentos ou o colar do cargo que for exercer?

7.         Ordem correta de saudação na hora da palavra estando presente um Grão-Mestre?

8.         Quanto o Tesoureiro anuncia o troco de beneficência, o Venerável Mestre anuncia logo em seguida ou deixa para o momento de sua fala?

9.         Quanto as substituições em Sessões ordinárias, 1º Vig substitui o Ven Mestre, 2º Vig substitui o 1º Vig, 2º Exp substitui o 2º Vig?

10.      Na mesma linha, quando ocorrem as substituições o substituto, substitui o cargo com os seus paramentos? No caso 1º Vig assume o cargo de Ven Mestre com os paramentos de 1º Vig, e assim sucessivamente?

Acredito que essa são os questionamentos que sempre vem à tona com mais frequência no Seminário, e para continuar com as instruções, acho que grande valia as respostas desse Irmão pelo seu elevado conhecimento.

ORIENTAÇÕES:

1.         Sem os excessos de preciosismo, sendo um terno preto ou azul-marinho com riscas bem finas e discretas, não existem óbices;

2.         Tanto faz, pois ambos, Venerável Mestre e Mestre Instalado, também são tratados como autoridade da Faixa 01;

3.         Venerável Mestre, Orador e, por fim, o Secretário, que assina depois de ter recebido de volta a Ata assinada pelas outras duas Dignidades.

4.         Mão espalmada para baixo no alinhamento antebraço que vai esticado horizontalmente à frente. Isto não é Sinal, mas um "gesto de aprovação". Ninguém faria Sinal sentado;

5.         Os Vigilantes continuam usando os aventais próprios para Vigilantes, com o colar, a joia e os punhos. Estes paramentos constam no novo ritual de 2024. Isso foi mais bem avaliado e optou-se por não mudar;

6.         Autoridade ocupando cargo se mantém com seus paramentos completos (avental, colar/joia). Veste por cima do seu colar, o colar correspondente ao cargo que ele estiver preenchendo naquela na Loja. É imprescindível o uso do colar do cargo ocupado em Loja. Tudo isso está previsto no Ritual 2024 de Aprendiz, REAA, página 214;

7.         Ao se dirigir protocolarmente à Loja (isto não é saudação), dirige-se por primeiro às Luzes da Loja (detentores do malhete), depois as Autoridades presentes, sem a necessidade de nominá-las individualmente, e finalmente, de modo genérico, “demais Irmãos”. Mesmo que o Grão-Mestre esteja ao lado do Venerável Mestre, o usuário da palavra deverá se dirigir primeiramente às três Luzes;

8.         É recomendado que ele fale nas suas considerações finais. O Tesoureiro deve pedir, em momento apropriado, ao Vigilante para informar o valor da coleta. Vale salientar que a coleta deve ser conferida e anunciada na sessão, sendo proibido deixá-la lacrada para posterior conferência;

9.         Sim, esta é a ordem de substituições nas sessões ordinárias;

10.      Na substituição das Luzes, o substituto usará os seus paramentos, vestindo apenas a joia do cargo de quem ele substituirá. O 1º Vigilante, com avental e punhos dele, ocupará o lugar do Venerável Mestre vestindo a joia de Venerável; o 2º Vigilante substituirá o 1º com os seus paramentos (avental e punhos) vestindo o colar com a joia do 1º Vigilante; o 2º Experto substituirá o 2º Vigilante com o seu avental de Mestre, usando o colar e a joia do 2º Vigilante.

Autor: Pedro Juk

 



 

A RAZÃO DA REPETIÇÃO DA RITUALÍSTICA NOS TRABALHOS MAÇÔNICOS


 

Nos relacionamentos o homem é constantemente provocado pelos outros, o que o leva a adotar diferentes comportamentos em resultado do estado neurofisiológico em que se encontra. E cada instante reage de forma diferente; ocorrem fatos iguais onde como organismo emocional ele reage de forma diversa.

Ao encontrar-se num ambiente pacífico reage com estados mentais que o habilitam a desenvolver bons relacionamentos, estes podem ser: confiança, amor, força interior, alegria êxtase, crença; todas elas liberam grandes porções de poder pessoal. Ao encontrar-se num ambiente em permanente contenção, as reações químicas do cérebro o levam a paralisar, inibem sua capacidade de entrar em ação, onde entram: culpa, confusão, depressão, medo, ansiedade, tristeza, frustração; todas retiram o poder pessoal.

Entender os estados em que se está e que aqueles com quem se convive também estão sujeitos, é a chave para entender mudanças. O comportamento é resultado dos estados em que cada um se encontra na linha do tempo. Nunca é constante. A título de exemplo: quando ocorre de alguém nos tratar com pouco caso, indiferença, a saída mais lógica e racional é desenvolver um sentimento de compaixão ao invés de raiva.

Porque raiva é um estado mental que bloqueia a ação, e um homem sem ação não trabalha o que seu espírito desenvolve, não cria condições para o florescimento do amor fraterno.

Conhecer a si mesmo leva a encontrar a chave para tomar conta do próprio estado emocional, a compreender o estado emocional dos outros, e em consequência da mudança de atitude defronte aos desafios. O outro só muda quando se muda o próprio comportamento. O outro só muda se eu mudar.

A chave é tomar conta do próprio estado em consequência do próprio comportamento e com isto influenciar os que nos rodeiam. Este é o poder que detona o processo de transformação do invisível em visível. O mais extraordinário é que cada um já o possui.

Pela repetição dos rituais, deduz-se a importância de fazer o que é determinado e desenvolve-se a capacidade de decidir o que se deseja; a repetição é a mãe da perfeição. Pelo exemplo repetitivo dos rituais incute-se a disciplina para decidir o que se deseja e então entrar em ação, ponderando sobre o que está funcionando e o que não funciona, ou nunca irá funcionar. Com esta certeza em mente determina-se a mudança e busca-se realizar o enfoque até alcançar o que se quer.

O cidadão hodierno, além das necessidades elencadas por Maslow, tem necessidade de varrer para fora da mente todo o lixo mental que a entope. Vítima da condução das massas promovida pela mídia, a vida política e social culmina em transformar-se em enfermidade, moléstia de que as massas padecem e que aviltam o ser.

O maçom, em sua loja, efetua limpeza da mente em resultado da repetição contida no ritual e começa a ver a luz do conhecimento sem dogmas o que favorece o desenvolvimento da capacidade de pensar com isenção e equilíbrio.

Quando em loja, o maçom tem a oportunidade de treinar todas as nuanças de sua psique em resultado da repetição com novo enfoque que cada encontro proporciona. Some-se a isto aquilo que os irmãos declaram e expõem de sua própria experiência de vida e toda sessão maçônica resulta numa bagagem adicional a ser levada para casa ao final dos trabalhos.

E se, além da aplicação instrucional tradicional, são promovidas conversas descontraídas sobre temas políticos, sociológicos, filosóficos e antropológicos, cada maçom presente muda a si mesmo e com isto influi no meio social em que atua.

A constante repetição da receita do ritual serve de lastro e prepara o ambiente com energias que apenas podem ser sentidas porque constitui o sagrado que existe no maçom, a mais íntima expressão metafísica que possibilita a mudança – é onde cada maçom atua à glória do Grande Arquiteto do Universo.

Autor: Charles Evaldo Boller

MUTAÇÕES DA PEDRA BRUTA INTERIOR: PELAS TRILHAS DA PRÁTICA RITUALÍSTICA


 

 “Ǫue homem é o homem que não faz o mundo melhor?” (Filme Cruzada, 2005)

Desde a primeira vez que ouvi essa frase, senti que ela ressoava profundamente com o propósito de nossa existência. O que nos motiva a caminhar neste mundo? Será que estamos aqui apenas para testemunhar o desenrolar da história ou temos um papel ativo na construção de algo maior? Como lapidar nosso ser de forma que nos tornemos não apenas indivíduos melhores, mas agentes transformadores da realidade?

Essas questões devem nos remeter à senda iniciática da Maçonaria, onde a prática ritualística transcende a mera formalidade e se revela como um instrumento de aprimoramento do homem. A ritualística, nesse contexto, não é um fim em si mesma, mas um meio pelo qual o iniciado se submete a um processo de transmutação interior. Cada gesto, cada palavra, cada símbolo possui um sentido visível e um significado oculto, cuja compreensão depende da disposição daquele que trilha o caminho. Assim como na liturgia religiosa, onde cada elemento da celebração carrega um simbolismo profundo, os rituais maçônicos são veículos de espiritualidade e crescimento.

A liturgia, palavra que etimologicamente remete à “obra do povo”, possui em sua essência um chamado à participação ativa. No âmbito religioso, ela estrutura a comunhão do homem com o sagrado; na ritualística maçônica, opera de maneira semelhante, proporcionando ao iniciado uma experiência que vai além do intelecto, atingindo o espírito. Santo Agostinho dizia: “Os sinais visíveis são expressão de uma realidade invisível.” Assim, a ritualística não se resume a um conjunto de palavras recitadas mecanicamente, mas constitui um canal de vivência e transformação.

A ritualística maçônica, quando compreendida em sua plenitude, não se limita a um conjunto de formalidades estéreis, mas se torna um veículo de elevação e refinamento do espírito. O verdadeiro iniciado não é aquele que apenas reproduz os gestos e palavras, mas aquele que interioriza seus significados e permite que sua essência seja moldada por eles. Assim como na liturgia religiosa, onde cada ato simbólico carrega em si um mistério profundo, a prática ritualística maçônica se revela como um caminho de iluminação progressiva, no qual cada etapa prepara o homem para um grau mais elevado de consciência.

Cada cargo em uma Loja Maçônica não é meramente uma posição de gestão, mas uma oportunidade de serviço e aprendizado. A responsabilidade assumida por cada obreiro é, antes de tudo, um exercício de humildade e dedicação. O Apóstolo Paulo, ao escrever aos Coríntios, ensina: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo; e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.” (1 Coríntios 12:4-6). Assim como na estrutura eclesiástica, onde cada função litúrgica tem um propósito específico, na Maçonaria cada cargo tem sua relevância e contribui para o equilíbrio da Loja.

A ritualística não apenas educa o intelecto, mas forja o caráter e disciplina a alma. A perseverança no cumprimento dos ritos, a repetição cuidadosa das palavras e a postura reverente diante do sagrado desenvolvem no iniciado a paciência, a humildade e o senso de propósito. “A oração é a respiração da alma”, dizia Santo Afonso de Ligório, e podemos afirmar que a vivência ritualística é, da mesma forma, o fôlego que mantém acesa a chama da busca pelo aperfeiçoamento. Quando realizada com sinceridade, ela se torna um ato de entrega, permitindo que o iniciado se torne não apenas um conhecedor, mas um verdadeiro praticante dos princípios que professa.

Não se pode negligenciar a espiritualidade impregnada em cada gesto e em cada fala da ritualística maçônica. O ato de abrir os trabalhos, a condução das reuniões, o zelo pelos símbolos, tudo deve ser feito com reverência e consciência de seu significado. Da mesma forma que o sacerdote não recita suas orações de maneira desprovida de fé, o maçom que compreende a profundidade de sua ritualística não a executa mecanicamente, mas com a devoção de quem entende que está participando de algo que transcende sua individualidade.

Por fim, devemos lembrar que tanto a liturgia quanto a ritualística são expressões de um compromisso maior: o de transformar o homem para que ele possa, por sua vez, transformar o mundo. O templo, seja ele físico ou interior, é o local onde essa mutação acontece, onde o profano se torna sagrado e onde a pedra bruta se aperfeiçoa para se tornar parte da grande obra. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Romanos 12:2). Que cada gesto, cada palavra e cada ensinamento deixem marcas indeléveis em nossas almas, guiando-nos no caminho da verdade e da retidão.

O progresso espiritual e intelectual do iniciado ocorre quando ele permite que os ritos, as instruções e os ensinamentos ressoem em seu interior. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.” (Lucas 11:9). Aquele que se abre à experiência iniciática com sinceridade e dedicação experimenta uma verdadeira Metanoia. A pedra bruta que ele representa no início da jornada vai sendo trabalhada, polida e refinada, até que se torne um pilar sólido na construção do Grande Edifício da Humanidade.

Ao refletir sobre a ritualística como um meio de elevação do espírito, percebemos que Maçonaria é, de fato, uma escola de mistérios. Assim como a liturgia cristã tem o poder de edificar a fé e fortalecer a comunhão dos fiéis, a prática ritualística maçônica tem a capacidade de transformar o iniciado em um ser mais consciente de sua missão no mundo. Cada palavra proferida, cada passo dado dentro do templo, cada símbolo contemplado não é apenas um ato externo, mas um reflexo da jornada interior que se desenrola dentro de cada um de nós.

Que possamos, pois, vivenciar nossos rituais com a reverência e o compromisso daqueles que compreendem que a verdadeira iniciação não se dá apenas nas formalidades externas, mas na transformação profunda do ser. Que ao final da jornada possamos responder com verdade à pergunta que nos foi proposta: “Ǫue homem é o homem que não faz o mundo melhor?”

Autor: André Luiz Lopes Oliveira

André é Mestre Instalado e Mui Excelente Mestre do Real Arco; membro da Aug. e Resp. Loja de EEst. PPes. Cavaleiros do Vale do Jequitaí 374 – GOMG e da Aug. e Resp. Loja de EEst. PPes. “Dom Bosco Nº 33” – GLMDF; Pós-graduado em Maçonologia: História e Filosofia; membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas – AMALENM; da Academia Mineira de Leonismo – AML; do Instituto Histórico e Cultura dos Policiais Civis do Norte de Minas – IHCPol; e, do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros – IHGMC

 

NOTA DE REPÚDIO


Eu, Luiz Muller, escritor e pesquisador dedicado ao estudo da Maçonaria e de seus ritos, venho, por meio desta, manifestar meu veemente repúdio à adulteração do verbete referente ao Rito Adonhiramita na Wikipédia.


O artigo original, escrito há anos, era fruto de extensa pesquisa e fundamentado em fontes formais e tradicionais, incluindo obras de minha autoria e de outros estudiosos reconhecidos. Infelizmente, toda essa base de conhecimento foi desconsiderada, sendo substituída por um texto repleto de imprecisões e referências espúrias, que, longe de esclarecer, induzem ao erro.

Cabe ressaltar que o fato de um livro ser antigo não implica automaticamente que seu conteúdo seja correto, especialmente quando contrastado com o conhecimento consolidado por estudiosos e praticantes do rito ao longo dos anos. Erros grosseiros foram inseridos na nova versão do artigo, como a alegação de que o Rito Adonhiramita teria se espalhado pela Alemanha, Escandinávia e América Latina, bem como a associação equivocada do rito ao ocultismo. Trata-se de afirmações infundadas que jamais tiveram respaldo em qualquer tradição legítima da Maçonaria.

Diante disso, faço um apelo à comunidade acadêmica e maçônica para que se mantenham vigilantes quanto à integridade das informações disponíveis ao público, especialmente em plataformas colaborativas como a Wikipédia. A preservação da veracidade histórica e ritualística deve ser uma prioridade para todos aqueles que prezam pela seriedade do estudo maçônico.

Curitiba, fevereiro de 2025

Luiz Muller
Mestre Maçom
33°
Escritor e Pesquisador

LIVRAI-NOS DE TODA ANTIMAÇONARIA. AMÉM!


 

“O papel aceita tudo” é um ditado no meio jornalístico e literário, que reflete a facilidade de se publicar mentiras, enquanto as pessoas tendem a acreditar em tudo que é publicado.

No mundo da dualidade, há bem e mal, certo e errado, doce e salgado, amor e razão, etc. De certa forma, para que um exista e se identifique como tal, seu oposto também precisa existir. Isso porque você nunca saberia que algo é salgado até experimentar algo doce…

A Antimaçonaria existe no Brasil desde que a Maçonaria aqui se instalou. Ela teve seus momentos de efervescência, como quando na Questão Religiosa, nos anos 1870, e na Era Vargas, com Gustavo Barroso e os Integralistas. E atualmente, com o crescimento de um conservadorismo mais extremista, os intolerantes e reacionários estão saindo dos porões e dos armários, livres para pedir ditadura, realizar saudações nazistas, perseguir umbandistas e… falar mal da Maçonaria.

É nesse contexto que novas peças antimaçônicas têm surgido no Brasil. Apesar de “novas”, não inovam na mensagem, repetindo aquelas mesmas mentiras tão desmentidas de Leo Taxil e seus seguidores. Elas têm feito companhia a peças antiprotestantismo, antilaicismo, anti-república, etc.

Recentemente, comentei sobre uma dessas peças, um vídeo apresentado com ares de documentário, mas que, na verdade, era 100% doutrinação: “Como a Maçonaria destruiu o Brasil?”, de Danuzio Neto.

Agora, algumas editoras católicas independentes entraram na brincadeira. É o caso da obra “A REPÚBLICA MAÇÔNICA: como produzir a corrupção universal”, da editora Santa Cruz. O sumário do livro traz uma série de “documentos maçônicos” para comprovar sua teoria: Instrução secreta e permanente da Alta Venda, Novos planos da Alta Venda, Escrúpulos da Alta Venda, O fracasso da Alta Venda, Últimas esperanças da Alta Venda, etc.

Se você se sentiu envergonhado, pois, enquanto um maçom experiente, nunca nem ouviu falar desses “documentos maçônicos” tão importantes, e nem sabe o que é essa tal de “Alta Venda”, não se preocupe. Esses documentos não são maçônicos! São da Carbonária Portuguesa. Mas os editores da obra não se importam, pois o objetivo é exatamente difamar a Maçonaria para seus leitores.

Outro que vem prestando esse desserviço é o Centro Dom Bosco. Em sua apresentação, o centro afirma que “o Brasil é uma nação católica que foi adormecida pelo veneno liberal das casas maçônicas” e eles surgiram para “contrapor o erro”. Que erro? O da liberdade religiosa, promovida pelo “veneno liberal” da Maçonaria no Brasil. Aos evangélicos, espíritas, umbandistas, judeus, muçulmanos, budistas e demais não-católicos, sentimos muito pelo inconveniente.

O Centro Dom Bosco tem até um combo de cinco livros, intitulado “Maçonaria, inimiga da Igreja”. Num deles, “Assassinato em 33º grau”, sugere que a Maçonaria estaria por trás da morte de um Papa. Na sinopse de outro, “Católicos, ao combate!” (“ao combate”??? Perdoai-os, Deus…), afirma que “A revolução franco-maçônica de 1789 criou uma fratura na sociedade que até hoje não foi resolvida”.

De fato, acabar com uma monarquia absolutista, onde não havia liberdade religiosa, política e intelectual, e onde ainda imperava a Inquisição, foi uma grande “fratura na sociedade”…

 Eu ficaria orgulhoso se tivesse sido a Maçonaria a protagonista da Revolução Francesa, mas não… foi a própria sociedade, cansada de abusos.

Venho, desde, pelo menos, fevereiro de 2022, alertando sobre essa onda crescente de ultraconservadorismo no Brasil e, consequentemente, de antimaçonismo.

Estamos revivendo a década de 30, nesse sentido. Se quem não conhece sua história está fadado a repeti-la, devo recordar que a Maçonaria acabou sendo fechada naquela época. Esse, infelizmente, é o sonho e o projeto de vida das pessoas que estão por trás de toda essa propaganda antimaçônica. E, pelo Paradoxo da Tolerância, para que possamos continuar a ensinar e a praticar a tolerância, não podemos ser tolerantes a isso.

Kennyo Ismail

OS TRÊS TIPOS DE MAÇONS

“As melhores coisas da vida vêm em três, como amigos, sonhos e memórias”

Sempre acreditei no conceito de três e no poder do triângulo. Sendo um consultor de gestão especializado em Tecnologias de Informação, já me deparei com este fenômeno demasiadas vezes para o considerar apenas uma coincidência. Consequentemente, tenho tendência para ver as coisas em “três”, como procurar três razões para algo acontecer, três fases fundamentais de crescimento (como os três graus), ou identificar três características de algo, como os maçons. Nas minhas viagens pela fraternidade, a minha experiência diz-me que existem três tipos diferentes de Mestres Maçons no mundo: Anônimos, Amadores e Profissionais.

Maçons Anônimos

Estes são os maçons que pagam fielmente as suas quotas, mas nunca são vistos na sua Loja. Ou são incapazes de frequentar (devido a um juramento pouco comprometido, vivem fora da cidade, ou simplesmente não se importam), ou aderiram pela notoriedade de serem maçons na esperança de que isso possa ajudar a sua carreira profissional, ou aderiram para avançar para outro corpo relacionado com a Maçonaria, como os Shrine, e nunca olharam para trás. Os Secretários da Loja conhecem o nome do Irmão, mas não lhe conseguem dar um rosto. O Maçom Anônimo é também vulgarmente designado por “Maçom M. I. A.” (Missing In Action).

Maçons Amadores

Talvez um adjetivo melhor para este tipo de maçom seja “casual”, uma vez que eles tendem a participar na fraternidade. Por exemplo, podem ocasionalmente fazer uma aparição na Loja, enviar um donativo para uma causa maçônica digna, ou ler um livro ou artigo relacionado com a fraternidade. Gostam verdadeiramente de ser maçons, mas hesitam em assumir um compromisso maior, como tornar-se um oficial ou servir num comitê. São também os primeiros a se queixarem quando é proposto um aumento das quotas ou quando a Loja não parece estar bem. Em vez de se tornarem mais ativos e descobrirem a causa dos problemas da Loja, acham mais fácil resmungar à margem, perturbando assim a harmonia.

Maçons Profissionais

Em todas as Lojas há um punhado de Irmãos com os quais se pode contar para a liderança e para ajudar quando as coisas estão mal. Eles são conhecedores da mecânica da Loja e da fraternidade e não hesitam em dar um passo em frente quando necessário, e ajudam a orientar os Irmãos mais jovens e menos experientes para que possam crescer e ocupar o seu lugar na hierarquia da Loja.

O Maçom Profissional não é um controlador zeloso com um ego enorme, mas é altruísta e aprecia o poder do trabalho em equipe e os princípios da Maçonaria. Ele compreende corretamente que a Maçonaria tem mais a ver com a Irmandade em geral do que com a glória de um único indivíduo.

Há algum tempo descrevi “A Regra 80/20” (também conhecida como “Princípio de Pareto”) que é um conceito de gestão comumente encontrado nos negócios, segundo o qual 80% do trabalho é realizado por 20% dos trabalhadores. Vemos isto não só nos negócios, mas em qualquer organização sem fins lucrativos, incluindo a Maçonaria. Não se assuste, isto é natural.

Nas Lojas, 80% do trabalho é realizado pelos Maçons Profissionais, e os restantes 20% são espremidos dos Maçons Amadores e Anônimos. Se isto for verdade, a Loja fica em perigo se os Maçons Profissionais forem eliminados. Outro perigo é quando um Maçom Amador é eleito para o Oriente. Este tipo de pessoa está mais interessado em obter um avental de Antigo Venerável, do que em fazer algo de substancial.

Então, surge a pergunta: “Que tipo de maçom és tu?” Acho que, em última análise, tudo se resume à razão pela qual te juntaste à Fraternidade. Se estiveres verdadeiramente à procura de mais luz, então estás no caminho certo. Caso contrário, provavelmente não passarás de um Maçom Amador ou Anônimo, e já temos demasiados.

Mantenham a Fé.

Tim Bryce-MI

 

 

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