No norte da Palestina há a
cordilheira antilibana (de Antilíbano, uma de suas montanhas), em contraposição
à libana, no território do Líbano, na qual se encontra o monte Líbano, famoso
por seus cedros.
Nela destaca-se o monte Hermon, a sua mais alta montanha, com 2.760 metros de
altura, com seu cume quase sempre nevado. Hermon, que, para os sidonianos era
Sarion e, para os amorreus, Sanir, significa sagrado. Embora não se saiba a
origem do nome, com o seu significado, o seu aspecto de majestade e mistério,
próprio, para o psiquismo humano, das coisas sagradas, o justificaria. Por ser
considerado sagrado, existiam, em suas encostas e até no cume, pequenos templos
religiosos, cujas ruínas foram descobertas pela Arqueologia.
O orvalho refrescante que dele emana sempre foi muito apreciado na Palestina,
um lugar quente e seco ; e era chamado de “orvalho do Hermon”. Além disso, a
madeira das florestas e bosques de suas encostas forneciam a matéria prima para
a construção de navios, principalmente dos fenícios, grandes navegadores da
Antiguidade.
Segundo alguns teólogos, o monte Hermon teria sido o local da transfiguração do
Cristo, embora a maioria a situe no Tabor, um pequeno monte de 588 metros,
localizado a sete quilômetros de Nazaré, ao nordeste da planície de Esdrelon.
Hermon, pelo seu orvalho que descia sobre a Palestina irrigando as suas terras,
pelo fornecimento da madeira para os navegadores e pelo seu caráter sagrado,
era, sem dúvida, na Antiguidade, a mais famosa e importante montanha da região,
celebrada no Salmo 133 (ou no 132, segundo algumas versões).
Texto de José Castellani