Sempre que chega a oportunidade, apraz-nos visitar
Lojas Maçônicas de diversas potências, e para surpresa nossa,
ressaltamos a fraterna receptividade costumeira na alma do Irmão.
Observamos Templos bem cuidados, a parte física da Loja, com raríssimas exceções,
é motivo de aplausos por todos. Não obstante, a construção do Templo Interior,
levantar templos a virtude e cavar masmorras aos vícios, aparentemente, salvo,
melhor juízo, anda a bancarrota.
Vejamos, os trabalhos em diversas Lojas, na quase totalidade, existe uma
pressa infinita de encerrar os trabalhos, sob a justificativa do
avançar das horas, quando existiu atraso para o inicio dos trabalhos por
motivos alheios a quase totalidade dos irmãos presentes.
Devemos convir, como princípio maçônico pétreo, inerente a
todo Irmão, que o direito de falar, a liberdade de transmitir, ensinar, ouvir,
aprender, quase sempre o presidente dos trabalhos utiliza ao
seu bel-prazer, determinando o encerramento dos trabalhos para não atrasar
o inicio de outra etapa programada que é comer, comer, comer, beber, beber e
beber.
Podemos até compreender esta segunda etapa, com naturalidade, desde que,
a liberdade de falar em Loja não fosse tolhida, assemelhando-se de que a frente
da Loja, encontra-se um tirano e não um Guia Espiritual. Lamentavelmente, do
aprendiz, companheiro e mestre, todos tem o direito de falar conforme os
nossos landmarks.
Falar por falar, para aparecer, para demonstrar ou afirmar
superioridade, como se tivesse num areópago de Atenas, apenas para anunciar o
seu conhecimento intelectual, não representa a Ordem. Certamente, a finalidade
de todos expressarem-se é comungar, sintonizar com o Bom, o Belo e o Justo,
sempre em direção ao GADU.
O aprendizado Maior, na verdade, é abrir o coração, sem reservas, apoiar
ou enriquecer o pronunciamento de qualquer irmão que atravessam provas
dificílimas, sobremaneira, a palavra nobre e verdadeira virá apoiá-lo e
fortalecê-lo para prosseguir na caminhada.
Certamente, podem perceber minha imaturidade pelo pálido ensaio.
Conforme o escritor Dostoievski, brilhante em suas Obras, ele afirmava de que
"para escrever é necessário sofrer", justificado assim, que ainda não
sofri o suficiente para escrever algo que tenha realmente valor e sirva de aprendizagem.
Ultimamente, presenciei uma iniciação, precisamente na noite de
20.03.2010, em determinada potencia maçônica, em que aos iniciados não
lhes foram concedida a palavra para manifestarem-se sobre a sessão magna de
iniciação, como também, não foi permitido a nenhum Irmão visitante ou do
quadro, tecer comentários sobre a Iniciação ou dirigir a palavra para
demonstrar a alegria, o regozijo, pela admissão dos recém-iniciados.
Atitude Infeliz. Imprópria a Arte Real.
O que é mais importante na Ordem? As virtudes ou bebe/come/bebe. Em
verdade, caso a finalidade seja a segunda, é preferível permanecer no Lar para
afogar seus instintos animalescos e grotescos. A virtude tem, todavia, a
explicação de sua escassez em nossos Templos, a fraternidade não é somente para
ser pronunciada em discursos, pelos portadores de graus filosóficos avançados,
que se arvoram com o proceder de verdadeiro maçom, contudo,
deveríamos nos comportar semelhante ao exemplo do verdadeiro médico que não tem
necessidade de mostrar seus diplomas, mas, contentar-se em curar.
A Luz existente na maçonaria é tão forte, tão rica, que muitas vezes
ofusca, cega momentaneamente, àquele que, inadvertidamente, obnubila,
acreditando sê a própria Luz, quando na Ordem aprendemos que aquele é virtuoso,
nem sabe que o é.
Sempre é bom relembrar que começamos batendo martelo,
na simplicidade, na humildade, na pobreza e na singeleza da pureza do
princípio evolutivo.
Precisamos despertar desta embriagues do orgulho, da vaidade, da
sabedoria, da prepotência, que nos faz aparentemente grande, quando grande aos
olhos do GADU só o é aquele que Ama.
Precisamos nos fortalecer nesta escola de Amor, chamada Maçonaria, na
verdade, ainda continua sendo a Escola Cósmica mais rica na face da Terra.
A Humanidade está doente, não podemos vacilar, em nossa Ordem
existem gigantes espirituais, corações generosos e sinceros, e, obviamente, os
identificaremos através de expressões fraternas e sinceras, humildes, meigos e
de palavras justas e delicadas, sem nenhum sofismas, pois, sua boca fala do que
sente o seu coração.
Caso nos mantivermos cegos das Verdades Eternas, como poderemos auxiliar
os necessitados que batem a nossa porta, mendigando a Luz. Pode um cego guiar
outro cego?
Ao refletir nesta importantíssima ocorrência, estamos buscando
levar aos queridos Irmãos um questionamento salutar, sem denegrir ou ofuscar momentaneamente a
autoridade maçônica, aliás, o sábio Platão faz a seguinte alusão:
"Uma vida não questionada não merece ser vivida.”.
Elevemos o nosso pensamento ao GADU e roguemos união e humildade.
Walter Sarmento de Sá Filho
Mestre-maçom Loja Maçônica Calixto Nóbrega no. 15