POSTURA MAÇÔNICA


Convidado que fomos para apresentar uma pç.: de arq.:, para o seminário idealizado ao Or.: de Araxá-MG, sem nenhum fito ou pretensão de uma pç.: literária, pois bem sabemos que a matéria é comum em nosso meio maçônico, e a concepção do título é sobejamente decantada em nossos regulamentos, regimentos, leis e diretrizes, humildemente, na esperança de atingir às consciências dos IIr.: que ainda podem se instruir sobre a nossa postura, e às vezes precisam de melhores esclarecimentos, razão pela qual nos dispusemos ao convite.

 Sabemos que não podemos modificar ninguém. Podemos e devemos nos modificar, sempre que isso seja necessário. E é com a esperança de que algum Ir.: ou Iir.: possam se modificar em suas posturas maçônicas, que nos dispusemos a este trab.:

 Quando falamos em postura maçônica, saibamos que o tema é vasto e infindo. Alguns procedimentos são básicos e basilares para o renascimento do homem profano à luz e transformação em um homem maçom.

 A nossa postura deve ser anterior ou deve preceder à nossa iniciação, porque para tal, temos que ser escolhidos na sociedade profana, como elementos diferenciados, de razoável cultura, para que possamos entender e assimilar às regras e filosofia maçônicas.

 Depois do convite aos corpos de nossa Ord.:, firmamos um compromisso solene, diante de uma assembleia maçônica, diante de Deus e diante de nossa consciência.

 Temos que refletir sempre qual a nossa postura, pois sérios são os nossos compromissos.

 Se, temos que nos modificar, em razão do que assumimos, então modifiquemos; ou então deixemos de lado todos esses compromissos e nos desertemos da Ord.:, que será mais digno, que permanecermos, fazendo parte de uma instituição, da qual não podemos inteiramente atender aos requisitos mínimos prometidos.

 Dizer que é maçom, porque pertence ao quadro de uma L.:; porque paga suas contribuições pecuniárias em dia; porque vai a todas às festas e encontros festivos promovidos pelas LL.: MM.:; porque frequenta às reuniões, principalmente às iniciáticas, e logo após aos ágapes que sempre são oferecidos; está muito além da verdadeira concepção da postura de um maçom. 

Então é muito difícil ser maçom?

É sim. 

Ser maçom não é somente isso.

É muito mais que isso. 

Vamos refletir sobre algumas atitudes, que devem ser consideradas como posturas maçônicas, indispensáveis à rotulação de um bom homem maçom. 

Diga-se de passagem, que essas atitudes não foram impostas aos candidatos quando de suas iniciações.

 Elas foram prometidas e juradas o cumprimento, incondicional.

 Mas como ao longo do tempo vai-se relaxando, esquece-se do prometido e jurado, acostuma-se com as práticas inconvenientes, e o mais negativo de tudo isso é que, quem tem o dever de observar o severo cumprimento dessas posturas, não o faz. Isso porque, também não cumpre com o prometido e jurado. Então não tem capacidade moral para cobrar. 

Não raro é presenciarmos em nossas reuniões o trabalho de dirigentes ou oficiais que não sabem nem ao menos ler o ritual do grau em que está aberta a L:. Perdem-se na sequência dos trabalhos, quebrando a ritualística, desaparecendo assim o nexo da filosofia desenvolvida. Torna a sessão num amontoado de palavras sem a seriedade necessária. Desfaz-se a egrégora, a união espiritual dos fluidos emanados em todo o orbe do templo. 

A compenetração aos trabalhos de uma L.: M.:, excluindo todo e qualquer pensamento alheio àquela hora é essencial para que os objetivos programados e pleiteados tenham efetivamente êxito. 

Já foi dito que o silêncio é o alimento da alma. A capacidade de interpretação, de raciocínio, de aprendizado, está sempre ligada à atenção e ao silêncio. As conversas paralelas, durante as reuniões de trabalho, na exposição dos oradores que ocupam o T.·. de Estudos, mesmo quando o M.·. de Harmonia executa peças de profunda compenetração, comprometem a harmonia e bom desempenho dos trabalhos. Além do que, é uma grande falta de educação e ética, falar durante a atuação de qualquer outro ir.: 

Os assuntos, mesmo pertinentes ao que se discute, a todos, é dada ampla e total liberdade de expressão. Basta que cada um utilize a palavra com disciplina e na hora certa. E isso não se aplica somente nos meios maçônicos, mas sim em todas e quaisquer ocasiões de nossa vida. É um princípio basilar de boa educação e de respeito ao nosso próximo. 

Postura maçônica também é a maneira com que nos apresentamos às reuniões. A vestimenta de um maçom está determinada em cada rito, e é com o cuidado em nos vestirmos e nos apresentarmos é que está a harmonia de uma L.: M.:.

É como se fôssemos nos incorporar a uma legião do exército e apresentássemos ao comandante sem o quepe, ou sem o coturno, de forma a destoar e quebrar a disciplina. Disciplina essa que temos a responsabilidade do cumprimento. São nossos compromissos de nos apresentarmos convenientemente, como maçons. 

Somos conhecidos como os “homens de preto”. Mas não são somente “homens de preto”. Ao nos vestirmos de preto, que compenetremos que aquele uniforme indica ao mundo profano, que ali está um homem correto, cumpridor de seus deveres, diferenciado dos não iniciados, pois tem mais cultura, é mais estudioso, tem como meta a divulgação de nossa Ordem, pelo exemplo. Exemplos de caridade, de perdão, de amor ao nosso próximo, de esperança para muitos que já estão desiludidos de tanta corrupção, de tantos roubos, de tantos privilégios. 

Os homens de preto se vestem convenientemente, pois no nosso visual também há diferença dos profanos. Somos maçons e como tal devemos nos postar e nos apresentar. 

É sabido que o hábito não faz o monge; também o terno preto, com os demais acessórios, somente, não faz o maçom. 

Mas um militar de qualquer grupamento ou força, não é reconhecido sem o seu fardamento. 

Um aluno de uma escola também não é reconhecido sem o seu uniforme. 

Numa loja comercial ou numa repartição pública, facilita-nos muito o reconhecimento se todos estão uniformemente vestidos. 

Assim também é na Maçonaria. 

Temos que usar o nosso uniforme, que é o terno preto e seus acessórios, com algumas modificações para cada rito. 

O uso do balandrau é tolerável fortuitamente, ou eventualmente. 

Essa indumentária também tem suas regras para o uso, o que deve ser rigorosamente verificado pela autoridade responsável em loja. 

É como se fôssemos a um baile de gala, onde as damas estão rigorosamente compostas com vestidos longos, e os cavalheiros de bermudas e de camisetas. 

É no mínimo um desrespeito, uma deseducação. 

Ao se levantar, em L.: aberta, em especial, no G.: de AP.: Maçom, a postura deve ser de austeridade, da cabeça aos pés. 

Não se pode admitir o maçom de pernas abertas, braço direito caído, em atitude desleixada, e isso é o que mais vemos em nossas reuniões. 

Principalmente, os que deveriam dar exemplos de postura aos APP.:, são os mais relaxados, sem contar o modo de se assentarem, com as penas estendidas, cabeça escorada para trás, além de outros trejeitos. 

Essas são algumas observações que todos nós vemos em nossas LL.: e que precisamos tomar consciência de que isso não está correto. 

Para muitos seremos considerados intransigentes, petulantes, e outros adjetivos, pois para esses nada vai mudar. 

Continuarão sempre os mesmos, nunca se modificarão. Também nunca serão vistos, pelo menos por nós e outros IIr.: que comungam com o nosso pensamento, como verdadeiros maçons. 

Farão sempre parte daqueles que acham que são maçons, mas nunca a Maçonaria atingiu os seus corações. 

Serão sempre profanos de aventais. 

Lembremos que a nossa missão como maçons é muito séria. Temos que dar exemplos para as futuras gerações, em especial para os Iir.: Apr.:, que são o futuro de nossas LL.: 

Os nossos Iir.: Apr.: devem ser forjados com posturas austeras, com imagens corretas, de procedimentos compatíveis com a nossa Ord.:, pois eles serão os continuadores de uma tradição milenar, que nunca deverá ser corrompida, a Maçonaria. 

Pensemos nisso. 

Patrocínio (MG), 22 de outubro de 2011.
Daniel Araújo – M.: I.: CIM-096.286-GOB- Loja Maçônica Luz e Humanidade nº 1009
Or.: de Patrocínio (MG) 


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