RESSIGNIFICAR A MAÇONARIA


"É PRECISO QUE A MAÇONARIA ASSUMA SEU PAPEL DE REPRESENTATIVIDADE SOCIAL, INTEGRANDO-SE ÀS DEMAIS FORÇAS E INSTITUIÇÕES DA SOCIEDADE MODERNA"


Meus caros irmãos, nas dificuldades da vida nos deparamos com mais
uma: o termo RESSIGNIFICAR.

Não é uma novidade, coisa passageira, mas é o novo que muda.

O NOVO NOS FAZ PESSOAS MELHORES PORQUE NOS FAZ NOVAS
PESSOAS.

Os ensinamentos, os termos nos são passados como verdades e por muito tempo se mantinham na nossa vida, como tal.

Dificultando as investigações científicas ou os pensamentos da coletividade, por algum interesse ou porque não havia motivo para questionar o "status quo" -

SEMPRE FOI ASSIM!

Mas, precisamos Ressignificar.

As nossas práticas ritualísticas, as nossas instruções, eram passadas e
organizadas para as gerações futuras como conquistas imutáveis, não sendo permitido falar e questionar.

Virou unanimidade tal prática, adormecendo as idéias, a argumentação, e
assim limitando o conhecimento, nos levando a uma apatia e inércia mental.

Mas, no mundo hoje, de grande transição, com milhões de descobertas,
onde amanhecemos muitas vezes em situações diversas daquelas em que nos recolhemos ao leito, aonde as notícias chegam a nós no mesmo instante do ocorrido, mesmo que a milhões de distância nossa.

É PRECISO RESSIGNIFICAR.

Dar um sentido novo a um porvir de esperanças e completude interior.

VER COM NOVOS OLHOS.

Precisamos na Maçonaria ressignificar para sermos capazes de reconstruir e mesmo construir algo que a sociedade moderna nos pede, uma ação mais fraterna e abrangente, onde será possível mostrar o que aprendemos nos Templos.

Sem nenhuma necessidade de mostrar ou revelar nossas posturas herméticas.

Posturas essas tão necessárias para a vida da instituição e para que tenhamos noção de grupo ou de corporação numa linguagem mais atualizada.

Verdades absolutas, destinos inevitáveis ou rumos traçados que não possam ser mudados para o bem da humanidade, não servem mais. Um plano, um conhecimento que não pode ser mudado ou não se aperfeiçoa, não é um bom plano.

A Maçonaria foi feita para o Maçom e é este Homem, o Maçom, que precisa de uma nova ressignificação no seu trabalho, na sua oficina, para que possa atuar em condições de tornar feliz a humanidade, começando pela sua família.

A Maçonaria precisa estar junto com a família e a família precisa estar junto da Maçonaria.

Nossa educação formal já não supre a sede de conhecimento e a nossa
instituição, com todo respeito, com didática desatualizada é incapaz de oferecer os subsídios necessários a esse Homem Maçom, que busca algo mais para se desenvolver melhor.

A Maçonaria é muito mais abrangente que o ritual.

Precisamos ressignificar a doutrina social que a Maçonaria nos proporciona.

Vencendo a incredulidade, o Homem Maçom saiu a campo para encontrar
outros conhecimentos complementares ou não, para satisfazer e preencher o seu espírito, que está inquieto, não permitindo que ele se fixe onde não lhe permitam o diálogo, o raciocínio e a inquirição, pois nada mais é como antes.

A Internet, por exemplo, democratizou o conhecimento, tornando-o acessível a partir de nossa própria casa. Sabendo selecionar teremos a chance do descobrir, e isto é de suma importância.

Como diz o sobrinho Lucas, a Internet não se aprende, se descobre.

E nós ainda estamos tentado ensinar Maçonaria, esquecendo que ela descoberta possui muito mais valor. Estamos tentando ensinar aquilo que é preciso aprender pelo interesse.


Precisamos saber qual o motivo de estarmos aqui e torná-lo real.

Para que serve a Maçonaria, para que eu sirvo para Maçonaria?

Umberto Eco nos fala que o Homem do futuro será aquele que sabe separar o que serve daquilo que não serve. Isso é atualização pura do que está na Livro da Lei, que é saber separar o bem do mal, ou o joio do trigo.

A Maçonaria terá que se adequar a esse novo mundo e a esse novo membro que chega ansioso por entender, por trocar informações e principalmente
construir uma nova rede de conhecimento, tão necessário para o real significado à sua existência.

De onde viemos, onde estamos e para onde vamos. Talvez a chave da existência. Não acham meus irmãos?

A Maçonaria é o grande elemento para esse homem, essa humanidade
cheia de violência, desencantada, triste e sem um norte em seu cotidiano.
Nossa ação política, como nação e como um todo, está lamentável.

Neste novo mundo a percepção de tempo está diferente, muito rápida e há necessidade de capacitar o Homem Maçom a fazer frente a esses novos paradigmas.

Há necessidade de uma visão holística do Mundo, da Sociedade, para que
não venhamos a ter melancolia, que é viver do passado ou ansiedade, que é viver no futuro, nos esquecendo do presente.

É preciso uma ressignificação da Loja, dos trabalhos e da ação Maçônica
para que possamos acolher o Homem Maçom, capacitá-lo e assim devolvê-lo a seu meio em condições de torná-lo feliz pelo seu exemplo e responsabilidade social.

Outro termo necessário para que nos atualizemos é responsabilidade social, uns acham que deve ser para o nosso meio, via ajuda do tronco de solidariedade ou bolsa de beneficência, outros para fora, via creche, asilos, etc. Mas que  precisamos desta responsabilidade social, precisamos.

É o meio de materializar e realizar o conhecimento Maçônico.

A Maçonaria precisa ser uma praça de diálogo para as soluções sociais
que se fazem necessárias, afeto, compreensão e reforço espiritual para os que lá já estão ou para os novos que chegam diariamente. Isto é Ressignificar à Loja, é ver com novos olhos, dar objetivos novos e mais atuais, nada de conceitos pré-estabelecidos, afinal estamos na Maçonaria para despertar e não engessar o conhecimento e o pensamento.

Ressignificar é uma nova iniciação a todos nós e aos que chegarão, onde
poderão saber que somos progressistas a bem do Homem Maçom. O mundo, a sociedade passa a ser entendida com um grande buril, aonde seres diferentes com concepções e aprendizados diversos vão estabelecendo trocas que possibilitarão o progresso coletivo, tornando a todos nós felizes.

Estamos na Maçonaria para sermos felizes e não para termos razão.
Impulsos mais nobres nos nortearão neste RESSIGNIFICAR, nossa responsabilidade de amparar o próximo na sociedade se tornará mais fraterna, educando melhor nossos sentimentos e emoções.

A Maçonaria possui em sua doutrina as ferramentas para que possamos
ressignificar nosso entendimento sobre Homem Maçom e suas necessidades.

Mas, para adequá-la, é necessário RESSIFIGNAR conceitos, as verdades e as certezas e acima de tudo, colocá-los a serviço da Humanidade.

A AÇÃO SE FAZ NECESSÁRIA. QUEM NÃO FAZ, NÃO RESSIGNIFICA.

O Ressignificar Maçônico passa por uma melhoria de nossas sessões,
mais confiança entre nós, mais diálogo sem reserva mental, troca de informações, uma maior fraternidade entre os irmãos, sem a vaidade de paramentos que escondem a essência, já que o Homem Maçom vale pelo que ele é e não pelo que ele usa.
 
O MAIS IMPORTANTE NUM ÁGAPE É QUEM ESTÁ À FRENTE PARA
DIALOGAR E NÃO O QUE ESTÁ NO PRATO.

Ressinigficar, meus irmãos, é dar sentido novo em direção a um provir de
esperanças e completude interior.

"Eurípedes Barsanulfo- Lírios de Esperança."

Assim levo aos irmãos esta reflexão para que possamos avançar irmanados.
Gratos pela paciência, nos colocamos à disposição.

Abraços Fraternais.

Inspiração a partir do artigo Ressignificar de Ionilda Velloso de Carvalho,
Médica, Professora Universitária e Oradora Espírita em Campos dos
Goytacazes - Rio de Janeiro.
Revista Espírita de Campos - REC 78 jun-2006.


Carlos Augusto Gabesh Pereira da Silva.
Ex-Venerável Mestre da LOJA OBREIROS DE SÃO JOÃO Nº 42.

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