MAÇONARIA - DA TEORIA E DA PRÁTICA


Desde os primórdios dos tempos, queiramos ou não, há registros de livres pensadores preocupados com a natureza e transformação humana.

Seres muito adiante do nosso tempo chegaram até nós, e mesmo libertos da sansara, nos guiaram, nos mostraram atalhos e às vezes caminhos tortuosos para que pudéssemos aprender um tanto mais.

Diante de nós o Grande Arquiteto postou sábios e ignorantes. Ignorantes que se julgam sábios e sábios que dizem nada saber. Coisas assim...

Alguns pensadores nos deixaram o legado de sua obra filosófica observando o pulsar da vida.

Aprendemos coisas lindas que nunca colocamos na prática, que nunca exercitamos.

A Torre de Babel, um dos primeiros Templos do homem, construída para a contemplação de um deus. Não era tão alta para propiciar vertigens e nem o fato de terem por trabalhadores pessoas de várias origens, causaria tanto espanto, nem tanto tumulto.

A necessidade da boa convivência para preservar a espécie humana fez surgirem leis e normas de condutas as quais são colocadas em evidência pelo uso e costume.

Os primeiros códigos de ética estão ligados ao medo do castigo de um ser superior quer seja do bem ou do mal.

O certo é que através dos debates, discussões, necessidade, enfim, surgiram as leis que, em tese, deveriam ser respeitadas.

Na antiguidade se usava a Lei de Talião, aquela que nos fala do “olho por olho e do dente por dente”. Depois, veio o Sublime Peregrino que nos trouxe a Lei do Amor ao próximo.

No decorrer dos séculos os poderes constituídos foram elaborando seus códigos de moral e de ética dos quais surgiram os direitos difusos.

Ocorre que quase sempre essas Leis NÃO se mantêm íntegras. Quase sempre são utilizadas pelo Senhor Feudal, ou seja, pelo poder e de acordo com seu interesse.

Embora esse sistema tenha caído junto com as cabeças que rolaram da Guilhotina e tenha inspirado os ideais da revolução francesa na frase: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, e pouco mais adiante tenha surgido a Declaração dos Direitos Humanos, há aqueles que além de não reconhecer os direitos comuns deles se apropriam para cometer injustiças.

Nós somos um retrato da sociedade, dessa sociedade heterogênea, onde nem sempre a verdade prepondera e a justiça é feita.

Se observarmos a história da humanidade com vagar e zelo, iremos observar que ela se repete e é cíclica.

Hoje, na Arte Real, que deveria ser o baluarte do direito e da justiça, encontramos equívocos e contradições tremendas.

Fala-se de uma associação composta de homens justos e perfeitos que lutam para a construção do Edifício Social com base na moral e na ética, combatendo os vícios e enaltecendo as virtudes, mas o que vemos é o oposto, ou seja, os vícios se sobrepondo a razão, às leis e aos objetivos para os quais foi tão duramente criada.

Fala-se na coesão de uma fraternidade e que somos todos Irmãos, mas os que estão no poder lá querem se perpetuar, fazer seus substitutos, ter suas mordomias com viagens suntuosas à custa de seus subalternos.

Fazem de tudo para calar aqueles que discordam de suas atitudes. Usam de ameaças veladas, interpretam a legislação de maneira equivocada, enchem os templos de informantes, enfim... Uma lástima!!! 

Ah! E o pior... dizem que são maçons 24 horas por dia. Credo em cruz! E se não fossem...???

É certo que a maioria dos valentes Cavaleiros da Arte Real são realmente homens de valor, mas esses poucos que se intitulam líderes, que felizmente são a minoria, não dão bons exemplos.

Mas onde estão esses Cavaleiros? Onde estão os homens justos e perfeitos? Por que se calam diante de tanta iniquidade?

Esqueceram suas bandeiras e da cruz temblaria tremulando.

Esqueceram o que diz no seu hino: “maçons alertas, tende firmeza, vingai direitos da natureza”

Esqueceram de si mesmos.

Esqueceram dos juramentos que fizeram, e a Ordem está morrendo, corroída pelo vício, pela ambição e pela ignorância.

Armem-se da Fé, da Esperança e da Caridade tão cultuadas pela Cavalaria Temblaria e vamos ao bom combate!

A Teoria é bem diferente da prática!

Pedreiro de Cantaria
Oriente Lusitano


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