Dentro da nossa
organização, muitos desconhecem o nosso apelido de bode. A origem desta
denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do seu significado temos
necessidade de voltarmos no tempo.
Por volta do III ano
d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o cristianismo.
Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá, curiosamente, notaram que
era comum ver um judeu falando ao ouvido de um bode, animal muito comum naquela
região.
Procurando saber o
porquê daquele monologo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação,
com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos, em
relação aquele fato.
Até que Paulo, o
Apóstolo, conversando com um Rabino de uma aldeia, foi informado que aquele
ritual era usado para expiação dos erros.
Fazia parte da cultura
daquele povo, contar alguém da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido,
as suas faltas, ficaria mais aliviado junto a sua consciência, pois estaria
dividindo o sentimento ou problema. Mas por que bode? Quis saber Paulo.
É por que o bode é seu
confidente. Como o bode nada fala, o confesso fica ainda mais seguro de que
seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino.
A Igreja, trinta e
seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o confessionário, juntamente
com o voto de silêncio por parte do padre confessor - nesse ponto a história
não conta se foi o Apóstolo que levou a ideia aos seus superiores da Igreja, o
certo é que ela faz bem à humanidade, aliado ao voto de silêncio, o povo passou
a contar as suas faltas.
Voltemos em 1808, na
França de Bonaparte, que após o golpe dos 18 Brumários, se apresentava como
novo líder político daquele país. A Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e
começou a perseguir todas as instituições que não governo ou a Igreja.
Assim a Maçonaria que
era um fator pensante, teve seus direitos suspensos e seus Templos fechados;
proibida de se reunir. Porém, irmãos de fibra na clandestinidade, se reuniram,
tentando modificar a situação do país.
Neste período, vários
Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições. Porém,
ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons.
Chegando a ponto de um
dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu superior: - “Senhor este pessoal
(Maçons) parece BODE, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma
palavra”.
Assim, a partir desta
frase, todos os Maçons tinham, para os inquisidores, esta denominação: “BODE” -
aquele que não fala, sabe guardar segredo.
José Castellani