Fala-se dos trabalhos justos e perfeitos que se esperam e se
exigem aos maçons. Aqui vai uma lista de itens que tornam um maçom justo e perfeito,
porque o fato de ser maçom, só por si não torna ninguém justo e muito menos
perfeito. É preciso aceitar regras e dobrar a elas a nossa humana vontade.
Um maçom é Justo e perfeito quando:
1. Sobe a Escada de Jacó pelas Iniciações da Vida sem
ferir os Irmãos neste percurso.
2. Realiza o sonho de desbastar pelo pensamento e pelas ações as
arestas dos vícios e da insensatez
3. Socorre o Irmão nas dificuldades, chora com ele as suas
angústias e sabe comemorar a seu lado as suas vitórias.
4. Reconhece nas viúvas e nos órfãos a continuidade do
Irmão que partiu para o Oriente Eterno.
5. Vê na filha do Irmão a sua filha e na esposa do Irmão,
uma Irmã, Mãe ou Filha.
6. Combate o fanatismo e a superstição sem o açoite da
guerra, mas com a insistência da palavra sã.
7. É modelo da eterna e universal justiça para que
todos possam concorrer para a felicidade comum.
8. Sabe conservar o bom senso e a calma quando outros o
acusam e o caluniam.
9. É capaz de apostar na sua coragem para servir
aqueles que o ladeiam, mesmo que lhe falte o próprio sustento.
10. Sendo religioso e político respeita o direito da
religião do outro e da política oposta à sua.
11. Sabe falar ao povo com dignidade ou de estar com reis e
presidentes em palácios suntuosos e conservar-se o mesmo.
12. Permite e facilita o desenvolvimento pleno das concorrências
para que todos tenham as mesmas oportunidades.
13. Sabe mostrar ao mundo que a nossa Ordem não é uma
Sociedade de Auxílios Mútuos, onde apenas se dá, com a certeza de ir receber o
dobro.
14. Dominado pelo princípio maior da TOLERÂNCIA suporta as
rivalidades sem participar de guerras.
15. Abre-se para si e permite que outros, vendo-o, sigam-no
no Caminho do Conhecimento e da Iniciação.
16. Conforma-se com as suas posses sem depositar inveja nos mais
abastados.
17. Absorve o sacerdócio do Iniciado pela fé no Criador,
pela esperança no melhoramento do homem e pela caridade que se abrirá em cada
coração.
18. Sente a realidade da vida nos Sagrados Símbolos da
Instituição.
19. Exalta tudo o que une e repudia tudo o que divide.
20. É Obreiro de paz e união, trabalhando com afinco para
manter o equilíbrio exato entre a razão e o coração.
21. Promove o bem e exercita a beneficência, sem
proclamar-se doador.
22. Luta pela FRATERNIDADE, pratica a
TOLERÂNCIA e cultiva-se integrado numa só família, cujos membros estejam
envoltos pelo AMOR.
23. Procura inteirar-se da verdade antes de
arremeter-se com ferocidade contra aqueles que julga opositores ou em erro.
24. Esquiva-se das falsidades, das mentiras grosseiras e das
bajulações humanas.
25. Propõe-se sempre a ajudar, amar, proteger, defender e
ensinar a todos os Irmãos que necessitem, sem procurar inteirar-se do seu Rito,
da sua Obediência, da sua Religião ou do seu Partido Político.
26. É bom, leal, generoso e feliz, ama a Deus
sem temor ao castigo ou por interesse á recompensa.
27. .Mantém-se humilde no instante da doação e grandioso
quando necessitar receber.
28. Aprimora-se moralmente e aperfeiçoa o seu espírito para
poder unir-se aos seus semelhantes com laços fraternais.
29. Sabe ser aluno de uma Escola de Virtudes, de Amor, de
Lealdade, de Justiça, de Liberdade e de Tolerância.
30 Busca a Verdade onde ela se encontre e por mais
dura que possa parecer.
31. Permanece livre respeitando os limites que separam a liberdade
do outro.
32. Sabe usar a Lei na mão esquerda, a Espada na mão direita e o
Perdão à frente de ambas.
33. Procura amar o próximo, mesmo que ele esteja distante,
como se fosse a si mesmo.
Ser Maçom não é fácil, é um eterno aprendizado, é uma vontade de
ser justo, de ter a consciência do outro, de entender o outro antes de
entender a sua própria vontade e as suas particulares verdades.
Ser Maçom é despir-se de vontades egoístas de um
egocentrismo que leve a pensar primeiro no "eu”, é deixar de lado os caprichos,
as vitimizações, e as verdades que assentam nas nossas vontades, deixando de
nos ver a nós mesmos como o centro do mundo.
Aprender a deixar de querer que os outros entendam e compreendam
a nossa necessidade de satisfação pessoal e, sobretudo aprender a colocarmo-nos
no lugar dos outros, não no lugar dos seus caprichos e mesquinhez, mas no lugar
da sua essência e dignidade.
E acima de tudo aprender a aproveitar o que nos é dado para não
corrermos o risco de perdermos o que temos, por ambicionar no tempo errado
aquilo a que um dia teremos direito.
E aprender também a agradecer aquilo que os outros nos dão de si
mesmos, sem fazer regras ou exigências cimentadas naquilo que na nossa
mera visão humana achamos o certo.
Que não se gaste algo tão Divino e maravilhoso quanto à vida,
com birras inúteis, com medos absurdos ou com o desejo imediato de coisas que
só o tempo nos dará.
Antes de procurarmos conhecimentos utópicos, devemos iniciar o
nosso conhecimento por nós mesmos, pelo conhecimento e submissão de nós
mesmos e das nossas vontades, quando elas assentam em desejos básicos e
pequenos.
Que todos saibamos crescer, primeiro dentro de nós mesmos e só
depois no espaço exterior.
A verdadeira senda do conhecimento inicia-se dentro de nós
mesmos.