Segundo o Dicionário Michaelis On Line, VIAGEM, do
Latim, Viaticu tem por significado, entre outros, os termos: Caminho que se
percorre para chegar a outro lugar afastado; Percurso extenso; Relação escrita
dos acontecimentos ocorridos num passeio, numa jornada etc.
No sentido primário da palavra então, viajar nada
mais é do que sair em busca de algo que se pode ou não saber onde se encontra.
Ir atrás do desconhecido.
O Homem, por sua natureza, vive em uma constante busca, seja pela felicidade, pela conquista de um sonho, por informações ou aprendizado.
O Homem, por sua natureza, vive em uma constante busca, seja pela felicidade, pela conquista de um sonho, por informações ou aprendizado.
Na antiguidade, quando se desejava obter conhecimento e sabedoria, faziam-se viagens em torno do mundo, buscando instrutores diversos, em diversas culturas.
Grandes filósofos, quando queriam compreender melhor a humanidade e a si mesmos, faziam viagens interiores, buscando dentro de si respostas a suas duvidas.
Para o M.’. essa busca não é diferente. Mas como inicia o M.’.sua jornada? E em busca de que ele vai?
Conforme descrito na introdução desse trabalho, viajar tem um sentido mais amplo do que aquele que se acredita. A própria vida é uma viagem, que iniciamos ao nascer, passando de um mundo conhecido (o útero materno) para o desconhecido (o imenso universo que nos se apresenta).
Uma viagem de descobertas diversas, que vivenciamos
a cada dia, assimilando as informações diárias e condensando-as em nossas
mentes, formando então nossa personalidade e ser.
Para o M.’. a busca pelo conhecimento nada mais é do que uma forma de viagem, que pode ser feita, indo-se de um ponto a outro, ou dentro de si próprio. O M.’. da inicio a sua jornada, quando passa por uma viagem interior já em sua primeira estada no Templo, durante sua iniciação, e passa pela Câmera de Reflexões.
Ali, estando a sós com seus pensamentos e
lembranças ele realiza uma viagem ao âmago de seu ser, a primeira busca pelo
conhecimento de si mesmo. Assim ele sai do útero materno (viagem inicial) e
acorda para um novo mundo (a verdadeira luz) cheio de novidades. Novos
conhecimentos que precisam ser assimilados. Mas essas informações não lhe são
simplesmente entregues.
É preciso ir a busca deles, recomeçar sua jornada
para alcançar seu objetivo. Uma nova viagem se iniciando.
Para o M.’., cada novo dia é o reinicio dessa jornada. Usamos o termo eterno aprendiz, não apenas para representar humildemente nossa condição de mero participe de uma força maior, mas também indicando o que parece óbvio, que estamos em constante aprendizado e buscando nosso crescimento interior.
O M.’. não viaja apenas do ocidente para o oriente, ou do oriente ao ocidente. Ele viaja constantemente em cada nova sessão em que se apresenta, obtendo novos conhecimentos e também passando novos ensinamentos. Como o errante que leva seu conhecimento de ponto a ponto, o M.’. vai de sessão em sessão como se fosse o filósofo-viajante, ora aprendendo, ora ensinando.
Evidentemente os diferentes graus evolutivos de cada ser humano, promovem as diferentes formas de busca do conhecimento conforme a necessidade de cada um. Algumas pessoas efetuam essa viagem de forma física, indo a um determinado local buscando o conhecimento que tanto almejam.
Outras, diferentemente, aprofundam-se em livros,
revistas e outros compêndios com o mesmo intento. Há ainda aqueles que realizam
viagens interiores, meditando sobre o que sentem, vêem ou pensam, tentando
encontrar seu eu pessoal.
O saber é um dos maiores desejosos do ser humano. Conhecimento move o mundo e sempre quando nascem interrogações e anseios de conhecer mais, de saber mais, o homem continua sua trajetória em busca disso. Sua viagem em busca do conhecimento. É esse o sentido do M.’. em iniciar uma nova viagem a cada duvida surgida, a cada necessidade de saber mais, entender melhor e evoluir.
Cada Grau pelo qual passa o M.’. é como uma nova viagem que ele empreende, que se inicia em um determinado ponto, o grau onde se encontra, e culmina com a passagem para o novo grau, se reiniciando, na continuidade de sua jornada, em busca do conhecimento desejado.
Essa alusão entre Viagem e a Passagem pelos graus,
se deve ao fato de o M.’. percorrer um longo calminho pelos diversos graus da
Maçonaria, onde deverá assimilar os ensinamentos recebidos e demonstrar isso,
como o viajante que passa por terras novas, encontrando novas culturas e
enriquecendo seu conhecimento, e volto renovado, com a mente completa, mas
pronta a receber mais.
O M.’. pratica também uma viagem interior, avaliativa, quando assimila esse conhecimento. Ele passa a analisar seu ser, seu intimo e o que está a sua volta, buscando informações dentro de si mesmo sobre suas duvidas, buscando compor sua essência, saber quem é e o que precisa melhor e como pode contribuir com o mundo externo.
Essa viagem pelo âmago do ser humano é a mais solitária
das viagens e é tão interminável quanto à busca pelo conhecimento externo, pois
o interno é eternamente mutável e a cada viagem, novos anseios e novas duvidas
se formam em seu intimo, levando-o a querer mais e buscar mais.
Cada nova experiência em sua viagem externa, alimenta a alma do M.’., com novas perspectivas, novas realidades, novas virtudes e sentimentos. Essa é a viagem mais importante do Maçom, pois é com ela que ele determinará o caminho para as demais que ainda fará pelo longo de sua vida.
Viajar é substituir um lugar por outro, trocar a sua realidade por outra que agora se vivencia.
Para o M.’., viajar significa também, trocar sua concepção das coisas, mudar a percepção do mundo e aumentar seu nível de conhecimento, chegar a um novo mundo.
O Maçom realiza uma viagem interior, em busca do
próprio conhecimento, de quem ele é e com o que pode contribuir com o mundo a
sua volta. Nessa viajem, diferente das viagens efetuadas em sua iniciação,
elevação ou exaltação, o M.’. não apenas vivencia atribulações e dificuldades
que irão justificar sua aceitação e ensinar nossos simbolismos, mas sim
descobre um novo mundo, quebra preconceitos e aprende a se descobrir ao invés
de apenas descobrir algo.
Essa viagem é sem fim, culminando apenas com a
ultima jornada do Maçom, para o Or.’. Eterno, pois a busca por conhecimento é
infinita.
A/D