A importância da romã
é milenar, aparece nos textos bíblicos, está associada às paixões e à
fecundidade. Os gregos a consideravam como símbolo do amor e da fecundidade. A
árvore da romã foi consagrada à deusa Afrodite, pois se acreditava em seus
poderes afrodisíacos. Para os judeus, a romã é um símbolo religioso com
profundo significado no ritual do ano novo.
Quando os judeus
chegaram à terra prometida, após abandonarem o Egito, aqueles que foram
enviados voltaram carregando romãs e outros frutos como amostras da fertilidade
da terra prometida. Ela estava presente nos jardins do Rei Salomão. Foi
cultivada na antiguidade pelos fenícios, gregos e egípcios. Em Roma, a romã era
considerada nas cerimônias e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e
fecundidade.
A bebida extraída da
romã entrou para a história durante o reinado de Salomão, em Israel. Ele mandou
esculpir a fruta no alto das colunas de seu templo, onde hoje se encontra o
Muro das Lamentações, em Jerusalém. Era para lá que os judeus levavam as romãs
e outros alimentos sagrados na Festa de Pentecostes. Há ainda a crença de que
uma romã possui 613 sementes, o mesmo número de mandamentos escritos da “Torá“.
Entre os plebeus, a
romã ganhou outros significados, como amor, união, casamento e fertilidade,
todos relacionados à grande quantidade de sementes que a fruta contém e à forma
harmoniosa como elas se entrelaçam em sua polpa – na Grécia, por exemplo, era
comum às mulheres consumirem romã em eventos religiosos para evocar a
fertilidade.
A relação das Romãs
com a Ordem Maçônica está na adoção, pela Ordem, do Templo de Salomão como
modelo de seus Templos. Na busca de uma definição simbólica e perfeita para o
Templo que cada um de nós tem em si próprio, a Bíblia fornece aos Maçons o
Templo de Salomão, símbolo de alcance magnífico.
Todo o templo
maçônico, incluindo o soalho, as paredes e o teto, é contemplado no Painel,
tendo em sua composição duas colunas, sobre as quais estão plantadas Romãs.
Na maçonaria as romãs
são mostradas através de três romãs entreabertas, no topo das colunas J e B. As
“romãs da amizade” representam a prosperidade e a solidariedade da família
maçônica. Ela é também vista como a unidade que existe entre todos os maçons do
universo, da mesma forma que suas sementes, sempre juntas e proporcionando uma
acomodação ímpar, acolhendo a todos. Sua simbologia é muito semelhante à Corda
de Oitenta e Um Nós.
O grande número de grãos
que a romã possui e sua propriedade afrodisíaca, fez com que a mesma fosse
considerada, na simbologia popular, como sendo a representante da fecundidade e
da riqueza. Este, talvez, seja o significado mais correto para as Romãs
colocadas sobre as colunas de Salomão. No entanto, também, são simbolizadas
como sendo a força impulsionadora para o trabalho e dispêndio de energia.
Na Maçonaria, os grãos
da Romã, mergulhados na sua polpa transparente, simbolizam os maçons unidos com
a energia e a força necessárias para realizarem o trabalho. Os grãos da romã
simbolizam a união dos maçons em seus vários aspectos: o fisiológico, porque
cada grão possui "carne", "sangue" (o suco) e
"ossos", (as sementes).
Os grãos crescem
unidos de tal forma que perdem o formato natural, que seria redondo; espremidos
uns aos outros, são semelhantes a polígonos geométricos, com várias facetas;
são lustrosos e belos, lembrando os favos de uma colmeia de abelhas; as abelhas
trabalham sem descanso e assim lutam os maçons.
A Romã expressa, na
sua coloração, a realidade. A coroa de triângulos ou coroa da virtude, do
sacrifício, da ciência, da fraternidade, do amor ao próximo, está colocada numa
extremidade da esfera. Simboliza o coroamento da obra da Arte Real. A flor
rubra representa a chama do entusiasmo que conduz o aprendiz ao seu destino,
iluminando a sua jornada.
As cores da Romã
simbolizam: o verde, o reino vegetal; a amarela, o reino mineral; e a vermelha,
o reino animal. As membranas brancas, que não constituem cor, mas a mistura de
todas as cores como as obtidas quando o raio transpassa o cristal formando o
arco-íris, simboliza a paz e o amor fraterno.
Em suma, a romã
simboliza a própria Loja.
A romã é um dos
símbolos mais autênticos e tradicionais da nossa Ordem. Nos nossos templos em
que Colunas simbolicamente unem a terra com o céu, onde, ostentam as frutas da
união - como uma dádiva, como favos de mel das abelhas, cheias de pureza e de
beleza, sadias e como uma das mais perfeitas criações da natureza.
Cada romã passou a ser
a representação de uma Loja e de sua universalidade. Suas sementes, como vimos,
representam os Irmãos unidos pelo que é bom, pelo que é sábio, pelo que tem
força e beleza, e pelo ideal comum.
A principal lição que
devemos levar sobre as romãs está na forma como as sementes mantêm-se unidas
"ombro a ombro". Apesar de seus formatos e tamanhos diferentes, as
sementes se apoiam em perfeita união. São inúmeras e, como nós, espalham-se pelo
planeta.
Cada Maçom deve zelar
para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas
e doenças, e a união deve reinar em nosso meio em prol do bem comum.
A/D