Recebam meus queridos
Irmãos, minhas primeiras Emoções
Que em Meu Coração a
Ordem faz Surgir
Feliz se Nobres
Esforços
Fazem merecer sua
estima,
Elevam-me a esse
Verdadeiro Sublime,
À Primeira Verdade,
À Essência Pura e
Divina
Da Alma Celeste
Origem,
Fonte de Vida e
Claridade.
Ramsay
Por séculos e séculos
tem-se trabalhado num ritual único, sobre o modelo que supostamente existe
desde o tempo das guildas medievais, das associações corporativas. Lógico que
simbologias e alegorias foram acrescentadas quando da transmutação do operativo
ao simbolismo.
Ocorre que hoje as
questões, os imbróglios, as necessidades sociais são outras e como tal, devemos
evoluir nossas técnicas para o profundo engrandecimento da Ordem como organismo
humano-social.
Atualmente não vemos
os antigos modelos ritualísticos baseados nas praticas cristãs, quando os
iniciados eram divididos em classes: os mais recentes eram tão somente ouvintes
(exercendo unicamente a absorção do conhecimento, sem manifestação!).
Tinham ainda os
catecúmenos e os fiéis. Pensamos seguir a linha dos antigos Sacramentos
Atenienses, quando da cerimônia da Revelação aos Olhos, experimentando ao
iniciado as belezas das ciências, filosofia, arte e do culto à natureza.
Nosso modelo atual
permite a manifestação de todos, trazendo questões que elevem o conhecimento
dos Obreiros, revelando aos olhos de cada individuo uma forma de evolução
humana.
A Maçonaria Moderna,
que ora tratamos, não se refere aos acontecidos nos idos de 1717, quando da
reunião das quatro Lojas originárias da Grande Loja de Londres. Falamos agora
de uma Maçonaria Moderna mais atual, que, tal e qual o passado setecentista,
encontra problemas que precisam ser enfrentados.
Obviamente a
modernidade continua reverenciando os antigos ensinamentos e seus grandes
mestres: Zoroastro, Pitágoras, Platão, ministrando, em seus diversos graus, um
pouco das doutrinas antigas que giravam em volta da existência do Grande
Arquiteto do Universo, do exercício da fraternidade maçônica e questões
sócio-políticas adequadas às suas épocas. Não podemos esquecer, no Brasil, do
movimento abolicionista e das lutas pela Independência!
O que pretendemos não
é buscar um afastamento da Maçonaria com os Antigos Mistérios ou sua ritualística.
Não. Mas exercitar o pensamento humano, transmutando-se, buscando o
aperfeiçoamento e a adequação temporal da Ordem à sua sociedade.
Será que nos
esquecemos que nosso real objetivo é anular no seio da Humanidade o preconceito
de castas e raças; aniquilar o fanatismo e a superstição; extirpar a discórdia
nacional e motivações de guerra; buscando, sempre, mediante o progresso livre e
pacífico, a evolução fraterna de uma sociedade justa e perfeita? Como fazer
isso?
Nossos inimigos hoje
são outros e só há um modo de combatê-lo: mediante o aperfeiçoamento do caráter
humano, da evolução do conhecimento, digo, da difusão do conhecimento, tentando
implantar no seio da sociedade uma consciência coletiva. Consciência de que
cada um é parte de um todo.
O que temos de mais
bonito é o pleno exercício da fraternidade, do apoio mutuo entre os irmãos,
seus pares e os necessitados, contudo, dentro das oficinas, além das praticas
ritualísticas e antigos ensinamentos, se deveria discutir os problemas da
atualidade mais abertamente. Ecologia, ética, profissionalismo,
responsabilidade política, saúde pública...
A atualização dos
nossos pensamentos tem um único principio: a perpetuação da Ordem. Alguns de
nossos mistérios já foram jogados ao vento e a conectividade ajudou num
processo de desmistificação da Ordem.
Nossos segredos se baseiam no
reconhecimento através dos nossos toques, palavras e sinais. Então,
o que nos manteria vivos? A atualização ou equiparação dos nossos ensinamentos
às questões sociais.
As Lojas Maçônicas
foram fundadas se espelhando por todas as nações, levando um grande estimulo e
força aos homens através de uma associação fraternal. O tempo passou, as
sociedades evoluíram, o povo evoluiu e precisamos nos concentrar nos nossos
objetivos enquanto Maçons, não nos apegando aos problemas do passado, porém,
sem esquecê-los, utilizar nossos ensinamentos para engrandecer a Ordem
implantando nas sociedades pessoas de bem que irão contribuir ativamente no
nosso propósito.
Assim, acima de
qualquer combate às classes sociais e estruturas econômicas, devemos atuar no
campo social, transformando o homem, por dentro, tornando-o capaz de moralmente
realizar a construção de uma sociedade mais justa, contribuindo na formação de
um homem consciente de suas responsabilidades com a vida, com o mundo, com o
meio ambiente, com a sociedade, com o próximo, com o G.’..A.’.D.’.U.’.?. e
consigo mesmo.
O certo, portanto, é
que, para podermos inseminar nosso pensamento na sociedade, devemos preparar
homens dentro das nossas Oficinas. Devemos dar o primeiro passo trazendo
questões atuais e só sossegar quando tivermos encontrado (ou ao menos tentado
encontrar) um denominador comum.
Diego Lomanto M.’. M.’.