A filosofia da designação litúrgica “Pedra Bruta” simboliza o
início do aperfeiçoamento moral, que deve buscar todo ser humano–maçom.
Sintetiza, para o Maçom, um objetivo a ser buscado, qual seja, de que através
do seu burilar moral, transformará também, simbolicamente aquela pedra bruta
numa “Pedra Polida”.
Esta conquista representa a passagem do Grau de Aprendiz para o
Grau de Companheiro. Representa, ainda, uma contribuição que a Maçonaria
confere para um efetivo burilar universal a partir do próprio iniciado.
O trabalho atribuído ao Aprendiz para vencer esse primeiro
degrau na sua evolução de existência templária é executado na Col.'.J.'.., sob
a orientação do Irmão 2° Vig....
Sua tarefa básica consiste, portanto, “em desbastar e
esquadrejar a pedra bruta”, a qual transcorre sob “mui fraca luz”. Essa é uma
característica do Setentrião, espaço de abrigo dos Aprendizes, exatamente
porque apenas iniciam seus aprendizados maçônicos.
Seus instrumentos de trabalho são o maço e o cinzel, que,
também, têm caráter simbólico.
O maço é uma espécie de martelo de madeira, que simboliza o
combate às imperfeições do espírito. Representa, pois, a força da consciência
dominando a totalidade dos pensamentos vãos pela determinação da vontade
virtuosa agindo com vigor para incitar o combate às asperezas da ignorância.
O cinzel de aço, cortante numa das extremidades, agindo sob a
ação do maço, sintetiza o esforço para se gravar no ego os exemplos revestidos
de virtude que enobrecem e purificam o espírito. Consubstancia, assim, a chama
divina buscada e conquistada pelos que dão ouvidos aos ecos da verdade.
Num sentido mais amplo, a filosofia da pedra bruta é embasada no
paralelismo verificado do homem da era paleolítica com o neófito recém-chegado
à Maçonaria.
Ou seja, o homem que habitava as cavernas tinha uma capacidade
intelectual quase nula, na medida em que eram criaturas sem instrução, por
conseguinte rudes e impolidas, assemelhando-se ao sentimento de despreparo do
neófito ao tomar conhecimento do complexo da instrução ministrada pela
Maçonaria, daí porque o proclama com mero aprendiz.
Assim, conforme explicado, o neófito-aprendiz deverá ser
induzido a trabalhar simbolicamente no desbastar da pedra bruta, pedra essa de
formas toscas e imperfeitas, objetivando a sua lapidação.
Portanto, o transformar de uma pedra bruta informe e irregular
numa pedra lapidada significa simbolicamente uma etapa da evolução do
home-maçom na sua carreira templária, caracterizando a lapidação de seu ego,
conforme já indicado.
O atingir daquele objetivo representa que o aprendiz terá
vencido a si mesmo, desfraldando a bandeira da sua evolução interior.
Terá descoberto seus defeitos, suas fraquezas, seus deslizes e
suas vaidades, que o fará pensar tão somente em construir o poder do seu
próprio caráter virtuoso, que outra coisa não é senão a base fundamental do
templo moral de sua vida, consubstanciado pelo seu ajustamento à índole dos
símbolos maçônicos e, sobretudo, aos mandamentos divinos.
Ressalte-se que o trabalhar na pedra bruta é um caminhar
ininterrupto na busca do ideal de uma moralização plena do individuo. Deve-se
entender como um processo de aprendizado contínuo porque, embora a simbologia
maçônica estabeleça o trabalho na pedra bruta apenas no grau inicial de
aprendiz para efeito de evolução do maçom na vida templária, o ser humano, em
sua essência, não é desprovido de sentimentos como a inveja, o egoísmo, a
luxúria, a cobiça, a intolerância, etc., que corroboram para dificultar a
consecução de um estágio moral supremo.
Aqueles poucos que atingem em vida esse
estágio, prestam elevados serviços à Humanidade.
A “Pedra Bruta” simboliza, portanto, que o Aprendiz-Maçom deve
ser induzido a trabalhar no seu desbaste, porque possui formas imperfeitas,
objetivando a sua lapidação.
O transformar, então, de uma pedra informe numa
pedra esculpida representa que o Homem Maçom adquiriu força de caráter voltado
para um ideal elevado, ferramenta fundamental para desempenhar uma liberdade
bem dirigida aos interesses da Humanidade e de sua Pátria, pois eliminou os
traços de egoísmo e ambição, que se verdadeiramente postos em prática
contribuirá para uma contínua transformação do Mundo para melhor.
Que a paz, a harmonia e a concórdia, tríade maior da maçonaria,
estejam fincadas em nossos corações!
Fonte:
SALA DA SABEDORIA .'.
Universidade Maçônica .'.