INICIAÇÃO O DESPERTAR PARA A REALIDADE!




Periodicamente, trazemos à reflexão de todos, através de matérias previamente selecionadas, a oportunidade de melhor compreender a razão de nosso processo de iniciação.

O tema Iniciação é de suma importância para o Maçom e para todos aqueles que, por força da Lei de Evolução, foram movidos a bater às portas de um Templo, em busca de Luz.

Entendemos que, como veículo de informação, em prol da cultura maçônica, outro não é o nosso trabalho, senão o de chamar à razão nossos leitores, a fim de que não se percam em atalhos, iludidos pelos falsos brilhos das alfaias, pelas pompas dos cargos e por seu ilusório “pseudo-poder”.

A Maçonaria não é composta por pessoas perfeitas, mas por aqueles que entendem que precisam se aperfeiçoar, e por isso lhe batem à porta.

Estamos a todo instante identificando aspectos de nossa personalidade que poderão ser aprimorados. Esse será o eterno lapidar de nossa pedra.

Quando falamos que a Maçonaria, antes de tudo é uma Escola de Iniciação, é porque, como tal, visa, através de seus ensinamentos e da “séria conduta de seus membros”, iniciarem uma ação de preparação da personalidade (parte material - lapidar da pedra bruta), a fim de que aflore a individualidade (parte espiritual), o despertar do Mestre Interno de cada um.

O objetivo de todos os processos de iniciação, incluindo o maçônico, é a expansão da consciência. Resume-se no aforismo grego: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo.”

A consciência de si mesmo, de sua origem, de seu destino e do seu Criador. Para isso, exigem-se do postulante à Iniciação, a transformação e a superação de hábitos e de conduta.

A Iniciação não se resume, apenas, no cerimonial pelo qual passamos no dia de nosso ingresso na Ordem em si, e sim, em um processo que se dará ao longo de toda a vida, a partir daquele cerimonial que lhe deu origem.

A cerimônia descreve todo um teatro com o que se espera que seja a trajetória do iniciado em busca do seu Eu Verdadeiro. Isso poderá durar toda uma vida ou, em certos casos, algumas vidas. Estamos nos iniciando a cada ato praticado, a cada pensamento vibrado, a cada palavra proferida.

A Iniciação, em nossa trajetória terrena, não é uma opção ou uma coincidência, ela faz parte de todo um processo da evolução da mônada humana.

Tudo que está manifestado possui uma parte infinitesimal de Deus. Somos portadores de uma centelha divina, que tem como real propósito transformar-se em Luz e se fundir ao Criador.

O propósito da Iniciação não é outro senão o da expansão de nossa consciência, a fim de que, no futuro, esta mesma centelha se una à Chama do Eterno, a guisa do “filho que retorna à Casa do Pai”.

O iniciado se transforma por esforços próprios. A centelha Divina que habita em cada um nós e, também, em todas as criaturas, tende a se transformar em Luz. O materialismo brutal do mundo profano chega-nos como densas vendas a nos ocultar o nosso verdadeiro objetivo de nossas vidas.

O caminho da iniciação é estreito, difícil e a cada passo que damos à frente, abre-se um abismo às nossas costas. Voltar é se aventurar ao precipício! Devemos ter consciência do que viemos fazer aqui! A dura realidade é que, semanalmente, propusemo-nos a estar presente em nossos templos.

Na maioria das Lojas o que vemos são Sessões vazias de conteúdo, instruções mal lidas ou repetidas sem qualquer interpretação de parte dos Vigilantes ou dos Mestres, apresentadas às pressas, devido ao adiantar da hora.

Porém, após a Sessão, não pode faltar o tradicional ágape. Os mesmos apressados se encarregam de abrir os chamados “graus etílicos”, que não têm hora para acabar, quase sempre invadindo a madrugada, com assuntos vazios e profanos.

Cabe ao iniciado maçom perceber o sentido real de um Templo e, em especial, de um processo iniciático, pautando seus passos dentro dos ditames da Lei Divina, a fim de não se desviar do seu verdadeiro caminho, desperdiçando a sublime oportunidade de sua ascensão evolucional.

Repetidamente, o Maçom é questionado, em telhamento, o que veio fazer aqui, e a maioria, despreza o sentido da resposta, permitindo que as paixões e os desejos os impeçam de galgar os degraus da escada, que, de certo, o levará ao patamar de sua consciência, na busca do seu Verdadeiro Eu.

Nós, Iniciados Maçons, fomos intuitivamente escolhidos por nossos padrinhos para participarmos da Grande Obra do Eterno na face da Terra.

Pautando nossas ações nos ensinamentos da doutrina maçônica, iremos transformando-nos em verdadeiras “Ferramentas” para que o Grande Construtor se utilize em sua construção, em prol da evolução da humanidade, e para tanto, precisaremos estar aferidos, afiados, ajustados e calibrados, conforme os ditames do Grande Mestre, O Senhor dos Mundos, a fim de que, “exo” e “esotericamente”, possamos executar a parte que nos cabe dentro do plano traçado em sua Sacrossanta Prancheta.

Que este breve texto, somado às demais matérias que compõem esta edição, conduza a todos a uma profunda reflexão de nossas responsabilidades em nossa vereda iniciática, e “que mundo profano não julgue que viemos aqui trabalhar inutilmente, gastando em vão as nossas forças”.

Francisco Feitosa

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