Lembro-me de que, há
muitos anos, apanhar um voo noturno de Los Angeles para Atlanta – era um voo de
seis ou sete horas no meio da noite.
Foi a primeira vez que
voei à noite e dormi a maior parte do voo. De vez em quando, acordava e olhava
pela janela. Eu pensei que era estranho que toda vez que eu acordava e olhava
pela janela, nós estivéssemos a voar sobre uma cidade grande.
As luzes da cidade eram
lindas na paisagem abaixo. A última vez que acordei, olhei pela janela e vi que
mais uma vez estávamos a sobrevoar uma grande cidade. De repente, percebi que
não era uma cidade abaixo de mim! Estávamos a voar por vastas áreas rurais, e
aquelas luzes abaixo eram luzes dos celeiros de todas as pequenas fazendas
espaçadas ao longo das milhas abaixo.
Nós estávamos voando tão
alto que aquelas pequenas luzes pareciam muito próximas, mas na realidade
poderiam estar um quilômetro ou mais separadas umas das outras.
Eu estava a pensar sobre
isto novamente em Novembro, quando o presidente George H. W. Bush faleceu. Ele
fez uma observação no seu discurso de nomeação em 1988 sobre milhares de pontos
de luz que confundiam muitas pessoas. Ninguém parecia realmente entender de que
é que ele estava a falar. Ele repetiu esse conceito de mil pontos de luz no seu
discurso de posse em 1989.
O que tem sido esquecido
é que ele estava a falar de organizações comunitárias como a nossa. Pequenos
pontos de luz num mar de trevas fazendo boas obras – construindo homens,
construindo comunidades mais fortes, servindo como pilares da comunidade,
ajudando aqueles que são menos afortunados. Eu sabia do que o presidente estava
falando, porque me lembrei daquele voo e de como todas aquelas pequenas luzes
abaixo pareciam, vistas de muito acima.
É muito fácil
sentirmo-nos por vezes desencorajados, como Maçons. Nós aspiramos a viver de
acordo com um conjunto de regras muito diferente do que os outros homens, e
isso pode fazer-nos sentir muito sozinhos às vezes.
Podemos sentir-nos como
se estivéssemos vivendo a nossa vida por padrões que parecem ultrapassados para
muitas pessoas na nossa sociedade moderna.
Nós olhamos para os
problemas do mundo moderno, e perguntamo-nos se todos os nossos esforços para
nos melhorar a nós mesmos e para tornar este mundo um lugar melhor não serão
uma gigantesca perda de tempo.
Eu sinto-me assim de vez
em quando, e quando eu começo a pensar assim, eu apenas olho para o mapa. Eu
tenho um mapa na minha parede de casa, da Eastern Masonic Area of Illinois. Eu
tenho todas as cem Lojas naquela área marcadas no meu mapa com um alfinete – de
cima, o meu mapa parece-se muito com aquela vista da janela do avião há tantos
anos – que o mapa é coberto por alfinetes.
E se eu fosse marcar as
casas de todos os maçons que pertenciam a todas aquelas lojas? Adicione todas
as igrejas, templos e sinagogas e as casas de todos os seus membros. Adicione o
Odd Fellows Lodges e seus membros. O Lions Club. Rotary Club. American Legion.
Boy and Girl Scouts. E há muitos mais grupos e indivíduos entre nós, não há? Por
que sentir-se desanimado? Creio que se marcássemos todos aqueles grupos e
indivíduos no nosso mapa, não seríamos capazes de ver todos os pinos!
Nós não estamos sozinhos
neste esforço de tornar o mundo um lugar melhor – cada um de nós carrega uma
luz e, como maçons, as nossas Lojas nos ajudam a focar essa luz. Estamos
espalhados por todo o estado de Illinois, pelo país e pelo mundo. Mas
dificilmente estamos sozinhos nesse esforço.
Milhões de pessoas estão conosco
e temos uma tremenda vantagem como luzes no mundo – até mesmo uma luz muito
pequena na escuridão pode ser vista por muitos e muitos quilômetros.
O Presidente George H. W.
Bush fez outro comentário no seu discurso inaugural de 1989 que, em minha
opinião, se aplica aos maçons em particular. Ele disse:
“As velhas ideias são
novas de novo, porque elas não são velhas… são intemporais”.
Uma versão deste artigo
foi originalmente escrita e publicada no Valley Echos Newsletter, do
Scottish Rite Valley of Danville (IL)
Todd E. Creason
Tradução de António
Jorge