quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

CONSTRUINDO PONTES

Recorrente expressão que temos ouvido nas diversas narrativas e abordagens maçônicas é a de que a missão precípua do maçom é a de “construir pontes” ao invés de erigir muros.

O emprego desta terminologia é uma clara referência ao estágio atual das retaliações e políticas insensatas que acabaram por gerar proibições na Inter visitação entre Irmãos de Potências distintas, bem como a adoção de ações desmedidas e sem lastro de legitimidade com interpretações obtusas sobre Reconhecimento e Regularidade por parte de algumas dessas Potências.

Cabe, contudo, fazer uma concisa e tênue ilação à referida expressão, intimamente ligada ao Grau 19 da Maçonaria no grau filosófico do Rito Escocês Antigo e Aceito, sem obviamente adentrar em qualquer aspecto simbólico, alegórico, ritualístico ou de mérito dialético, obedecendo a hierarquia e os segredos de cada grau da Sublime Ordem.

No referido grau 19, o maçom é chamado de GRANDE PONTÍFICE ou SUBLIME ESCOCÊS. Este grau filosófico representa justamente a construção de pontes entre a ignorância e a sabedoria. Algo extremamente procedente para combater o cenário atual de que se revestiu a Maçonaria nesses últimos 7 anos.

A palavra PONTÍFICE origina-se do LATIM.

“PONS” - ponte

“FEX” - flexão do verbo fazer

Ou seja; “construtor de pontes”, termo que se referia a um membro do principal colégio de sacerdotes da Roma Antiga, responsável por supervisionar o culto religioso e à construção e manutenção das pontes, que eram cruciais para a cidade.

Com o tempo, o título passou a ser associado a figuras com autoridade religiosa, sendo hoje usado principalmente para se referir ao papa, ou seja; o Sumo Pontífice.

Por uma circunstância histórica, a Maçonaria Especulativa tomou o termo emprestado da Igreja como forma de argumentar e explicar o propósito de sua finalidade.

Trata-se de um grau cujo foco reside na busca por conhecimento, verdade e progresso moral e intelectual, e este grau prepara o maçom para os estudos filosóficos mais profundos dos graus subsequentes.

Na Maçonaria, a ponte é uma analogia para o acesso e o exercício do meio racional, crítico e científico de superar as trevas da ignorância, do fanatismo e do dogmatismo.

O oposto a este processo é erigir Muros, que filosoficamente representam a proibição, o impedimento às relações sociais, culturais e fraternas entre os Maçons, desvirtuando assim, o espírito e o caráter universal da Maçonaria, que como princípio e fundamento respeita todas as raças, etnias, cores, e crenças religiosas, sem qualquer distinção.

A rigor neste grau de “Grande Pontífice” o maçom é desafiado a se livrar de superstições, da arrogância e dos preconceitos, bem como de serem exemplos de sabedoria, justiça e integridade.

É por este motivo e inspirado por estes significados, que em variadas ocasiões, ouvimos nosso Sereníssimo Grão Mestre proferir esta expressão. A rigor, maçônicamente, construir pontes é pavimentar caminhos mais consistentes pelo aprimoramento de nossa consciência.

Newton Agrella-MI

 

 

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