MAÇONARIA: O QUE VIEMOS FAZER AQUI MESMO?



Falar sobre espiritualidade na Maçonaria, talvez, incomode a alguns Irmãos céticos, que insistem em fazer de uma Ordem Iniciática um clube de serviços. Insisto nesse tema, a fim de tentar equilibrar os pratos da balança material/espiritual.

Minha singela colaboração vem em socorro e em respeito aos nossos reais objetivos. O que, hoje, vemos em nossos Templos, lamentavelmente, é um total desconhecimento e desrespeito ao simbolismo, à ritualística e à doutrina maçônica.

Profanam nossos Templos com assuntos que melhor seriam tratados em um botequim ou algo do gênero. Piadas e brincadeiras em meio à sessão ritualística ajudam a engrossar as fileiras dos Irmãos, que entram para Maçonaria e, por total desconhecimento da Sacrossanta porta em que um dia bateram pedindo ingresso, não permitem que a sublime doutrina toque seus corações.

Como entendo que para não ser parte do problema necessário se faz ser parte da solução, apresento essas breves linhas que ousam alertar àqueles que estão lidando, sem saber, com certas energias e, nem imaginam a consequência de não saber manipulá-las.

A razão de, ao sermos admitidos na Maçonaria, passarmos por um processo de “INICIAÇÃO” já responderia a tudo que propomos explicar. A palavra “iniciar”, em si, traduz uma ação.

Ação de transformação interna, uma preparação. Uma preparação de nossos veículos sutis para que possamos, através da circulação harmoniosa das energias em nosso Templo interno, (microcosmo) interagir com as energias que fluem em nosso Templo maçônico (macrocosmo).

Nossa mente é como um dínamo gerador de energias. E, o processo de iniciação, que não se finda na cerimônia de entrada na Ordem, vai nos condicionando cada vez mais para sermos sustentáculos físicos de excelsos seres ligados à Grande Fraternidade Branca, a qual, todas as verdadeiras Escolas de Iniciação estão, diretamente, ligadas.

Fomos chamados, por força de Lei de Evolução, para um trabalho sério e, lamentavelmente, ao longo do tempo temos nos descuidado disso e os reflexos não são outros, senão as dissidências, as brigas, divisões, disputas pelo poder e uma total profanação de nossa Ordem, desde nossos mais altos dirigentes até o mais desinformado Aprendiz.

Falamos em egrégora e até em quebra de egrégora, como se fosse alguma coisa palpável e sólida. Em verdade, muito pouco ou quase nada sabemos sobre o que acontece em uma ritualística.

Antes de adentrarmos em nossos Templos somos lembrados de nos despojarmos de todo e qualquer pensamento de ordem profana e de direcionarmos nossas vibrações ao GADU.

Estamos, constantemente, emitindo ondas mentais, e assim, criando “Formas Pensamentos”. Essas ondas emitidas têm a tendência, como, aliás, qualquer vibração, de se transmitir a toda matéria ambiente capaz de recebê-la, exatamente como a vibração de um sino, reproduzindo o som no ar.

O alcance da onda mental depende da persistência e, principalmente, da força de concentração com que foi gerada. Tais ondas, consequentemente, atingirão a frequência de ondas análogas de outros pensadores, juntando-se, tomando força e propagando-se em intensidade maior.

Assim se dá o processo de formação e de manutenção de uma egrégora. A egrégora maçônico formado há milhares de anos, quando em Loja aberta, interage com os Irmãos através de seus centros de força, também chamados de “Chacras”.

Essa interação de energias se dará em maior ou menor proporção, conforme o desenvolvimento e equilíbrio de seus corpos sutis, o grau de consciência do Irmão e, principalmente, de suas condições psíquicas e mentais naquela sessão.

Comumente ouvimos, com certo pesar, de alguns Irmãos, não muito assíduos em Loja, dizerem: “Preciso ir a Loja para recarregar minhas baterias”. Ledo engano!

Quando o destino nos faz bater a porta de uma Escola de Iniciação, seja ela qual for não é por vontade nossa. Causas e Efeitos nos proporcionaram essa oportunidade.
Nesse momento, somos chamados a participar ativamente da “Grande Obra”.

Alguns já chegam com certa bagagem e o seu despertar espiritual é instantâneo, enquanto outros, ainda, cegos pelas ilusões do mundo material, insistem em não acordar, perdendo a oportunidade de ascender um precioso degrau na Escada Evolucional.

O caminho iniciático é tão sério que se soubéssemos de suas dificuldades para atingirmos o topo dessa Escada, jamais, teríamos ousado situá-lo.

É um caminho sem volta, pois cada passo que damos à frente abre-se um precipício as nossas costas. Reflitamos na frase de Sócrates “Homem, conheça-te a ti mesmo!”.

Precisamos tomar consciência, a princípio de nós mesmos e, em seguida, de nosso trabalho como iniciados maçons. Precisamos fazer Maçonaria de Verdade e conscientemente.

Francisco Feitosa

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