O que
viemos aqui fazer?
A
competição humana desenfreada (justificada ou não) em busca de poder, ganhos
pessoais e riqueza (sem limites), é a desfaçatez insensata e desmedida que com
a passagem do tempo, está comprometendo a Humanidade. A ambição excessiva
arruína nações, países, culturas, famílias e os seres individualmente,
provocando desarmonias e desestabilizando instituições ou grupos. O direito
“sagrado” de estar neste planeta é responsabilidade de todos, somos seres em
busca de nosso lugar no Universo.
A evolução
é pessoal e coletiva enquanto grupos e nações. Estamos em processo
evolucionário e somos responsáveis (direta ou indiretamente) pela evolução de
nossos semelhantes, quer disso tenhamos consciência ou não, nos agrade ou não.
Nossa Ordem enquanto seletiva propõe que “morremos” para a vida profana, uma
morte para os desejos, paixões, vaidades, orgulho, arrogância, prepotência, que
sem consciência são alimentados ao longo do tempo.
Não
“brincamos” de querer parecer homens retos e de bons costumes, procuramos e
temos oportunidade de sermos livres e trilhar um a caráter evolutivo. Se
refletirmos sobre:
·
A dinâmica de nosso trabalho: que é em
sua base sistema e ordem;
· O ritual: um
processo que procura reproduzir o trabalho da Natureza cíclica;
·
O avental: advertindo e lembrando o
trabalho ininterrupto do maçom;
·
Os toques: um reconhecimento de pessoas
com as mesmas motivações;
·
A marcha: um caminhar com determinação;
·
A bateria: que mostra entusiasmo para um
trabalho;
·
A aclamação: uma expressão de vigor e estímulo;
·
As ferramentas: simbolicamente mostradas como
utensílios úteis com significado de uso universal;
·
Os cargos: que mostram uma escala
hierárquica necessária para manter o sistema e a ordem;
·
Os graus: que determinam a necessidade
do esforço pessoal para atingir um estágio em que a Instituição se mantém na
confiança que depositou no Irmão; começamos a perceber o início do processo
maçônico unificador para um mundo melhor e mais evoluído, justo e perfeito,
procurando harmonizar os contrários.
Não estamos
unidos por mero acaso, fomos direcionados para a Maçonaria por termos sido
considerados limpos e puros, não escolhemos entrar para a Ordem, fomos
escolhidos, convidados e recebidos. Isso é resultado de um comportamento social
que culminou em um convite e ingresso.
O que
viemos aqui fazer?
A resposta
é clara e sem evasivas, vencer
minhas paixões e submeter minha vontade. A dificuldade em controlar
nossas paixões e não querer prevalecer nossa vontade é difícil e extenuante
parecendo ser uma batalha hostil e sem
fim.
Todo começo
é difícil e trabalhoso, e diariamente estamos sempre começando; por mais
conhecimento e habilidade na execução de qualquer atividade, estamos sempre
acumulando conhecimento e experiência, não há fim. O perigo é desistirmos e
estacionarmos achando que a sabedoria já está instalada e estarmos de posse da
verdade. Não há fim, apenas começo.
Nossa
personalidade formada durante a infância e adolescência submetida a cultura
familiar e escolar, da tecnologia que avança transformando e que nos aproxima
das facilidades oferecidas, pode dificultar uma reflexão mais profunda sobre
nosso papel como seres humanos em processo evolutivo.
Estamos
empenhados na investigação da verdade (o que é verdade?), em entender a moral
(o que significa moral?) e praticar a virtude (como praticar sem favorecer
interesses pessoais, familiares, corporativos?). Podemos conciliar? Nossos
deveres como Maçons é assim resumido: “Respeito a Deus, amor ao próximo e
dedicação à família.”
Somos
tolerantes, primamos pela liberdade de consciência, não somos submissos nem
reproduzimos opiniões sem reflexão interior ou vergada por interesses pessoais,
que podem culminar em desagregação da Instituição. Temos que nos vigiar
constantemente, pois, o egoísmo, a inveja e o próprio interesse separam os
homens, que acabam isolando-se dos restantes, e essa separação pode conduzir a
um desequilíbrio maior em qualquer estrutura.
Nossos
princípios sempre foram Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ligados ao Grande
Arquiteto do Universo (ou Princípio Único, o Criador) que nos impulsiona e nos mantêm
homens livres e de bons costumes, irmanados no bem universal.
Deixamos
aqui para reflexão um texto que pode auxiliar nosso caminho na Ordem:
“Vossas conquistas passadas nada representam
diante do futuro que vos espera. De que valem as pedras que pavimentam o
caminho que deixastes para trás? Servirão, sim, para os que vos seguem, e
também por isso é importante avançar. Como o espírito constrói sua senda no
invisível, o caminhante dá seus passos sobre o vazio. O inédito não pode ser
percebido até que chegue o momento da sua manifestação.”
José Trigueirinho Netto
O que vindes aqui fazer?
Ir. ’. José Eduardo Stamato – MI
ARLS Horus nº 3811 – REAA
Santo André – SP
Jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil – São Paulo, Brasil