COMO EU QUERO A MINHA QUERIDA LOJA


 

Não quero apenas mais uma Loja Maçônica. Quero uma Loja que seja um estado de espírito.

Quero um centro de solidariedade, onde todos sofram as aflições e comemorem juntos, o justo regozijo de cada um.

Quero um Templo que pode ser azul, carmim ou branco, não importa a cor desde que ele esteja ungido pelo orvalho de Hérmon, onde cada Irmão possa chorar quando quiser e sorrir com os olhos, tendo o coração franqueado à compreensão e a razão predisposta ao diálogo.

Quero ver os meus Irmãos todos os dias. Não só falar, mas também ouvir as suas opiniões e críticas às minhas ideias.

Não quero somente divergir e sim convergir no mesmo ideal.

Quero uma Loja dedicada à construção de um Templo diverso de um Templo profano: um Templo mais amigo, mais piedoso e sobretudo mais justo.

Não desejo uma loja de elite, insensível, presunçosa das suas próprias crenças, onde cada Irmão perdoe os defeitos alheios na mesma medida em que lhes são desculpados os próprios senões.

Não desejo uma Loja onde todos cumpram os seus deveres somente porque a lei assim o exige: quero uma Loja de cargos simbólicos, onde não haja apenas contribuintes, onde todos venham pelo puro prazer de vir, uma Loja que faça parte da vida de cada um, do credo de cada um, do modo de ser de cada um.

Não desejo uma Loja de maçons perfeitos; quero que o GADU anos livre dos homens perfeitos: eles nunca erram porque jamais acertam, ou nada fazem além das críticas destrutivas e maldosas. Eles nunca odeiam, porque jamais amam.

Não desejo uma Loja que mereçam a caridade que fazem a si próprio e ao próximo, porque ninguém é ainda uma pedra completamente polida.

Não desejo uma Loja completa: quero onde não haja erros e acertos, mas que se preocupe em cada vocábulo emitido, o quanto de amor transmite.

Quero uma Loja onde haja equívocos, contradições, e até mesmo ilusões. Quero uma opção de aprimoramento espiritual.

Não quero uma Loja de homens ricos: quero uma Loja onde ninguém se eleve senão pelo trabalho, onde ninguém se acomode, onde todos sejam eternos insatisfeitos e busquem incessantemente a Verdade.

Quero uma Loja onde o segredo não precise ser jurado e mesmo assim continue em segredo.

Quero uma Loja onde somente a promessa baste para configurar o compromisso de lealdade, onde todos se orgulhem dos progressos maçónicos obtidos por cada um dos Irmãos como se fosse o resultado do seu próprio desempenho.

Quero uma Oficina humana, social e voltada para o bem dos seus componentes e familiares.

Quero finalmente uma Loja de todos os dias, não somente uma Loja semanal, quinzenal, mensal ou anual.

Será que estou pedindo muito?

E você, também quer uma Loja assim?

Se é assim que você a quer, nós queremos a mesma Loja e poderemos juntos nela congregar. Construí-la só depende de nós!

Que a paz esteja convosco!

Ira Luiz Tadeu Nicolino em colaboração com Ira Odir Sampaio Chrisman

 


SER MAÇOM – DA CURIOSIDADE À SABEDORIA


 

Os termos “informação”, “conhecimento” e “sabedoria” são frequentemente utilizados com o mesmo sentido, o que traz muitas interpretações dúbias e até erróneas, principalmente no que diz respeito aos termos conhecimento e sabedoria.

A informação é o dado no seu estado bruto, captado pelos sentidos de todos os níveis: um odor, uma imagem, um pressentimento, etc. O conhecimento é a informação analisada, compreendida e incorporada. A sabedoria é o conhecimento submetido ao julgamento da Ética e da Moral. Desta forma, não há sabedoria sem conhecimento, e nem conhecimento sem informação.

No entanto, a informação que não é transformada em conhecimento é inútil. A inteligência é o dom humano capaz de “digerir” as informações, através da análise, e de a transformar em conhecimento útil. Para guardar uma informação, precisamos de retê-la na nossa memória; para guardar um conhecimento, devemos incorporá-lo na nossa mente e, consequentemente, na nossa maneira de pensar.

De forma semelhante, o conhecimento diferencia-se da sabedoria. O conhecimento que não é transformado em sabedoria está sujeito a se tornar alimento para o vício, um vício mental que, incorporado na nossa mente, passa a influenciar negativamente a nossa forma de desenvolver processos mentais.

A Sabedoria é a mãe de todas as virtudes, pois é dela que se origina a prática consciente dos bons hábitos que, incorporados na nossa forma de pensar, conduzem o homem à Verdade.

Sendo a ignorância a ausência de conhecimento, ainda que a mente possua informação em abundância, esta é menos perigosa do que o conhecimento que não é feito sabedoria, pois conhecer sem saber é como possuir uma espada sem os critérios que diferenciam a sua utilidade consagradora da sua capacidade mortal.

A ignorância é o estado original de todo o ser pensante, inicialmente desprovido de conhecimento por não ter sido alimentado pela informação obtida pela experiência e pela instrução. Sabe-se que não é possível dar conhecimento ao homem, pois este só pode ser construído por ele mesmo. No entanto, é possível fornecer-lhe informação, submetendo-o às experiências e instigando-o à busca. Para tanto, a curiosidade cumpre o seu papel de alavanca que impulsiona o homem a buscar a informação e, através desta, a construir o conhecimento.

Na iniciação Maçónica, mais precisamente na Câmara de Reflexões, existe a frase “Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te”, que tem como objetivo alertar o candidato que este deverá desistir de ingressar na Maçonaria caso a sua motivação seja a mera curiosidade. Esta curiosidade, enquanto apenas desejo a ser saciado, age tão somente como elemento de busca da informação, não digerida e, possivelmente, mal interpretada.

No entanto, não devemos condenar a curiosidade, pois ela é parte integrante de qualquer ser pensante. Sendo um elemento útil à aprendizagem, a curiosidade é a força impulsionadora do espírito investigativo, necessário à busca do conhecimento e, consequentemente, da sabedoria.

É através da curiosidade que despertamos para a aprendizagem, lançando mão da fé – não aquela cega ao mundo e limitada aos dogmas – para perseverar na busca, utilizando a inteligência para analisar o mundo à nossa volta, colocando o conhecimento obtido sob o julgo da retidão Moral, da sinceridade de propósitos e da vigilância aos princípios universais presentes no íntimo do ser, que somos capazes de atingir a Sabedoria.

Murilo Juchem

 

VIVA A MORTE DE CADA DIA


 

Um jovem aprendiz foi procurar o seu mestre com um grande temor: ele temia a morte. Chegando ao templo, o aprendiz ajoelhou-se e abriu seu coração:

Mestre sinto-me envergonhado de dizer, mas temo muito a morte. O que devo fazer? Como posso superar esse medo?

O mestre, pacientemente, ajoelhou-se ao lado do discípulo e disse:

Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida, e isso é um erro. Existem outros tipos de morte, e nós precisamos morrer todo dia.

Todo dia, mestre? Eu já tenho medo de morrer uma vez, quem dirá todos os dias – interrompeu o aprendiz.

O mestre:

A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, não existe um maçom sem a morte de um profano, Isso é óbvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.

Vendo que o semblante do aprendiz tinha dado os primeiros sinais de alegria, o mestre continuou sua explicação:

Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.

Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.

Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro de você o jovem inseguro ou ciumento ou solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinho, sem ter de dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado, inferior.

E qual o risco de não agirmos assim? – perguntou o jovem.

O mestre:

O risco é tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, adultos infantilizados.

Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar pensamentos infantis, para passarmos a pensar como adultos.

Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído? Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, para que nasça o ser que você tanto deseja ser?

Pense nisso e morra! Mas não se esqueça de nascer melhor ainda!

Do livro: “As mais belas parábolas de todos os tempos vol. II” – Alexandre Rangel (Adaptado Luciano José Antunes Urpia)

 

 

MAÇONARIA NO BRASIL – BREVE HISTÓRICO DA MAÇONARIA BRASILEIRA:




 

Mesmo na ausência de qualquer registro a respeito, é sabido que as primeiras Lojas Maçônicas surgiram no Brasil no final do século XVIII. Nessa época, os pequenos levantes voltados para libertação da colônia do jugo português estavam aflorando com bastante maturidade, tendo por base a “Independência dos Estados Unidos” e a “Revolução Francesa”.

Os grandes historiadores brasileiros, que não fazem parte da Ordem Maçônica, afirmam que a Inconfidência Mineira foi toda articulada pela Maçonaria da época, além de que, a grande maioria daqueles que conspirou contra a coroa portuguesa eram Maçons.

Dessa forma, leva-se a crer que Tiradentes, o mártir de tão importante movimento libertacionista, chegou a erguer um Templo Maçônico na cidade de Diamantina ou num local indeterminado, na tentativa de arregimentar pessoas interessadas.

Entretanto, o primeiro movimento de cunho maçônico que se tem comprovado no Brasil, surgiu no Estado de Pernambuco, na cidade de Itambé, no ano de 1796, sendo conhecido como “Areópago de Itambé”, o qual teve como um dos fundadores, o naturalista e Padre Manuel Arruda Câmara, nascido em 1752, na Vila de Pombal, na então província da Parahyba.

Arruda Câmara estudou em Portugal e na França, vindo a falecer em 1811, na cidade pernambucana de Goiana, perto de Itambé, aos cinquenta e nove anos de idade. Teve ele um papel preponderante na capital da província onde nascera, à época denominada de Parahyba do Norte.

O surgimento do “Areópago de Itambé”, que, diga-se de passagem, por motivos da política da época, usou o disfarce de uma agremiação literária e cultural, exerceu efetiva influência nos acontecimentos insurgentes no Estado de Pernambuco, quando fomentou os movimentos revoltosos de 1817 e 1824, denominados, respectivamente, de “Revolução Pernambucana” e de “Confederação do Equador”.

Ainda no final do século XVIII começaram a surgir as primeiras Lojas Maçônicas na cidade do Rio de Janeiro, as quais, posteriormente, viriam a deixar fortes registros na história maçônica brasileira, pois o seu grande objetivo estava em apoiar, de forma incontestável, os interesses britânicos na então Colônia.

Mas passado algum tempo, e depois de muitas reflexões, aliada à chegada da corte portuguesa ao Brasil, no ano de 1808, as ideias liberalizantes começaram a fluir, cujo ápice foi a fundação do Grande Oriente do Brasil, que representa a primeira Potência Maçônica em nosso país, o qual exerceu um relevante papel em pelo menos três grandes episódios da nossa história: A Independência; a Abolição da Escravatura; e, a Proclamação da República.

Porém, no ano de 1927, com o advento de novas filosofias, bem como acompanhando uma tendência mundial, surgiram às Grandes Lojas Brasileiras, dentre as quais se incluem a Grande Loja Escocesa do Estado da Parahyba, atualmente denominada Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba.

Deve-se ressaltar, por uma questão de justiça, que na realidade a primeira Grande Loja fundada no Brasil foi à do Estado de Amazonas, no ano de 1904, em plena época do apogeu do denominado “Ciclo da Borracha”, a qual mantinha direto relacionamento com as Grandes Lojas Americanas, apenas vindo a se unir às Grandes Lojas do Brasil, várias décadas depois.

Por fim, a partir do ano de 1970, foram criados os chamados Grandes Orientes Independentes, formando, assim, a tríade das Potências Maçônicas Brasileiras Regulares.

Dicionário Maçônico Cristão.

Gilberto Lyra Stuckert Filho.

 

FERRAMENTAS DO APRENDIZ ATÉ QUANDO USÁ-LAS?


À Glória do Grande Arquiteto do Universo!

Aqui estou entre colunas, de “Pé e à Ordem” enfrente Vós, aproveitando este pequeno intervalo do meu tempo de silêncio na Coluna do Norte, para Vos oferecer esta Peça de Arquitetura cujo tema é “Ferramentas do Aprendiz até quando usá-las?”

Ao profano quando lhe é apresentando as ferramentas: maço, cinzel e o esquadro, e lhe perguntado sobre a sua utilidade, a resposta será sem dúvida alguma para o uso na construção civil e mais ainda, dirá também que tem mil e uma utilidades.

Mas, quando esse profano recebe a Luz da Verdade Maçônica, iniciado nos Augustos Mistérios da Maçonaria, e lhe é apresentado as mesmas ferramentas, a resposta será revestida de muito simbolismo.

Certamente, o Iniciado Maçônico não terá toda a compreensão do real significado das ferramentas que utilizará na sua caminhada como Aprendiz.

Outra questão a se colocar sobre as ferramentas do Aprendiz, é: o Esquadro, o Maço e o Cinzel, dentro de toda a simbologia Maçônica, são ferramentas exclusivas do recém-chegado, iniciado, ex-profano, Aprendiz?

A resposta a esta questão, poderá ser abstraída da leitura dessa Peça de Arquitetura juntamente com a realidade evolutiva espiritual e moral de cada IM.

Na histórica Maçonaria Operativa, em sua origem, que remonta a idade média, as ferramentas mais utilizadas pelos construtores eram o maço, cinzel e o esquadro. Dessas, surgiram lindas construções, Catedrais, Palácios, Pontes e Castelos.

Esses construtores de sonhos, chamados pedreiros livres, tinham uma organização muito bem concebida. Entre eles, tinha uma hierarquia de conhecimentos os quais se respeitavam como irmãos, solidários e fraternos. Dentro desse organograma têm-se o Aprendiz, o Companheiro e o Mestre, cada qual com sua função; sendo que eles passaram a chamar a atenção de muitos intelectuais, e suas reuniões de ofícios eram frequentadas por muitos daqueles.

Não demorou muito, para que os Maçons Operativos, se virem sugados pela grande transformação que ocorria na Europa, a Revolução Industrial. Essa trouxe uma nova forma de ferramentas, as máquinas, que substituíam o trabalho manual. Assim, findando o século XVIII, o maçom operativo “não teve outra escolha a não ser se tornar operário fabril e trabalhar uma média de 80 horas por semana”. Desaparecendo em definitivo, restando a Maçonaria Especulativa que manteve a tradição de seus ensinamentos, a qual passou para um novo tipo de construção, “a construção de si mesmos!”. Surgem os Maçons Especulativos.

Isso mesmo, em vez de usar o cinzel e o maço nas pedras para erguerem Catedrais, de agora em diante, irão usá-los em seu próprio corpo, representado pela PB, a qual deverá ser desbastada, esculpida e cinzelada, transformando em uma PC (perfeição).

Finalizado esse ponto introdutório, chega-se ao simbolismo das ferramentas, as quais o Aprendiz Maçom deverá de agora até o final de sua existência física, (retornando para o Oriente Eterno, ao encontro do Grande Arquiteto do Universo), utilizar constantemente na sua lapidação, “Levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao Vício”.

As três ferramentas devem ser utilizadas em harmonia, pois, usadas separadas, não se consegue chegar ao fim desejado, qual seja: P C.

A primeira ferramenta Maçônica do Aprendiz é o esquadro o qual tem como finalidade conferir a perfeição dos ângulos retos (virtuosos) da futura PC. Mas, o seu simbolismo nos leva a compreender que esta ferramenta também representa a equidade, a justiça e a retidão de caráter.

Já em relação as ferramentas maço e o cinzel, temos os instrumentos de lapidação da PB que será transformada em P C, posto isto, o maço sendo uma espécie de martelo, representa a força, o peso, o desejo de trabalhar na dominação das paixões.

O cinzel sendo um instrumento pontiagudo e contundente, representa a inteligência, pois direcionado nas imperfeições da PB, controla a força do maço.

O Aprendiz sabendo de suas imperfeições, saberá utilizar o maço e o cinzel, direcionando este, nos pequenos como nos grandes vícios (morais). A força e a inteligência (maço e cinzel) e a retidão (esquadro) têm um poder transformador sobrenatural sobre as imperfeições humanas.

Mas, reportando a pergunta inicial dessa Peça de Arquitetura, na qual indagamos, as ferramentas do Aprendiz são exclusivas deste? A reposta é subjetiva a cada Ir, mas, podemos responde-la também com outra pergunta:

Na passagem pelo Grau de Aprendiz, este não teve “boa-vontade” de utilizar corretamente as suas ferramentas, poderá ele utilizar, quando receber aumento de salário, passando ao o Grau de Companheiro? Mas, neste Grau, também lhe faltou “boa-vontade” e não soube aproveitá-las, e agora já é MM, o que fazer? Posso utilizar as ferramentas que ficaram lá atrás (muito tempo) no meu início de Maçonaria? Não seria vergonhoso, agora um MM, usar um maço e cinzel? Mais ainda, já sou Grau 33, lembro ainda daquelas ferramentas tão brutas?

Não esqueçamos meus IIR, antes de responder a estas questões, na da abertura dos trabalhos da Loja, o VM faz a seguinte pergunta: “Para que nos reunimos aqui, Ir 1° Vigilante? Para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros; para glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade; para promover o bem-estar da Pátria e da Humanidade, “Levantando Templos à Virtude e cavando masmorras ao Vício”.

Este é o objetivo maior de todo Maçom!

O grande escritor russo Liev Tolstói nos traz importante crítica, quando nos diz “Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo”, ou seja, a lapidação é individual. LAPIDEMOS!

Antônio Marcos Teodoro Silva

Aprendiz Maçom – CIM 333589

ARLS Adelino Ferreira Machado nº 1957

Referências Bibliográficas:

Artigo: PIRES, Aurélio Sampaio. PIRES, Anselmo Sampaio. GUEDES, José Luciano.

CARVALHO, Rogério Batista. Levantar Templos a Virtude e Cavar Masmorras ao Vício, o que significa isso? 2017. Agenda Maçônica Brasil. Disponível em: https://agendamaconicabrasil.com.br/midias/trabalhos-maconicos/Aprendiz/levantar- templos-a-virtude-e-cavar-masmorras-ao-vicio.pdf

Artigo: ISMAIL, Kennyo. A História da Maçonaria para Adultos. No Esquadro. 2023. Disponível em: https://www.noesquadro.com.br/historia/historia-da-maconaria-para- adultos/

Artigo: RAIMUNDO, Nuno. Estar Aprendiz. A partir da Pedra. 2016. Disponível em: https://a-partir-pedra.blogspot.com/2016/11/estar-aprendiz.html Disponível em: https://www.freemason.pt/ferramentas-grau-aprendiz/

A APRENDIZAGEM DOS VALORES MAÇÔNICOS EM LOJA


 

Desde a sua estruturação iniciada na primeira metade do século XVIII, a Maçonaria vem defendendo princípios e valores morais, posicionando-se politicamente e identificando-se com causas nobres, lutas sociais e movimentos cívicos, revolucionários e libertários, que a fizeram prosperar até aos nossos dias, sempre combatendo a intolerância, os preconceitos, a ignorância, os privilégios e defendendo ideias inovadoras.

Ao longo da sua trajetória, a Maçonaria procurou atuar no sentido de educar os seus obreiros para serem pessoas de uma convivência saudável, com sólida formação de espírito de luta para a busca do aperfeiçoamento individual e social.

E, para manter a conduta moral exigida pela Ordem, o obreiro deve exercer o domínio das paixões, reconhecer e corrigir defeitos, cultuar a inteligência e pôr em prática os rigorosos ensinamentos colocados à sua disposição.

Esta aprendizagem inspira-se na Ética Maçónica que, mais do que um simples dever, fundamenta as suas ações nos conceitos de liberdade, igualdade e de fraternidade, em busca da concretização dos valores e regras morais inscritos nos seus rituais e regulamentos, orientando a conduta dos seus obreiros com ênfase na solidariedade humana e na justiça, em toda a sua plenitude.

Neste sentido, o trabalho da Maçonaria em Loja visa a aprimorar o carácter dos seus membros e a promover reflexões sobre a espiritualidade e elevação do nível de consciência e convivência irrestrita e fraternal, de forma que seja aperfeiçoada a capacidade de raciocínio e que os obreiros possam agir no mundo profano como construtores sociais aptos a influenciar a opinião pública e provocar mudanças qualitativas nas atitudes das pessoas, despertando a lucidez e mostrando a realidade, fomentando a importância de bons exemplos.

Para cumprir esse desiderato, a aprendizagem dos valores maçónicos em Loja é proporcionado a partir de reflexões sobre o conteúdo das Instruções, Rituais, Constituição, Regulamento Geral, que pressupõem o autodesenvolvimento como processo contínuo, envolvendo aspectos éticos, morais, espirituais, culturais e sociais, onde tudo é harmonizado pelo esforço individual do obreiro e pelos princípios norteadores da filosofia maçónica, de forma livre, que não dita regras nem o ritmo, tornando o Maçom o mestre de si mesmo, onde o seu maior símbolo é o autoconhecimento.

Como resultado desses ensinamentos, vislumbra-se o impulsionamento da capacidade de pensar e a prática de virtudes e de ações concretas no mundo profano, de forma transformadora, forjando um cidadão consciente que procura fazer tudo de forma justa para promoção do bem e para tornar feliz a coletividade, como consequência do seu aperfeiçoamento pessoal e influência na sua esfera de relacionamentos, com o reconhecimento de todos os que o rodeiam. A convivência com esse Maçom aprimorado torna-se uma experiência prazerosa e inspiradora com efeito multiplicador incomensurável.

Com o propósito de perenizar esse valor e colher frutos sempre saborosos, temos no quotidiano das nossas Lojas exemplos daquelas que são bem geridas, disciplinadas na ritualística, ricas nas atividades e que observam o cumprimento das regras e fundamentos da Ordem, sendo bem reputadas e objeto de visitas constantes de irmãos de outras Oficinas, que se procuram inspirar para melhorar o desempenho, praticando o tradicional método do benchmarking, comparando ações, avaliando a gestão e clima de convivência.

Naqueles casos de amor à primeira vista, muitos obreiros impedidos de chegar ao óptimo individual nas suas Lojas de origem, aí incluídos iniciados recentes, e munidos de coragem e em busca de desafios, partem para o pedido de transferência, vislumbrando a possibilidade de aprimoramento pessoal.

Talvez seja prematuro especular, mas no retorno das nossas atividades presenciais, após esse período de pandemia, muitas mudanças poderão ocorrer, em especial naquelas Lojas que resistiram e não organizaram reuniões virtuais, fragilizando o culto aos valores vinculados aos laços fraternais e de estudos.

Dentre as Lojas que não conseguem reter os seus obreiros e sentem minguar a sua força de trabalho, com o enfraquecimento das suas Colunas, o diagnóstico desagua frequentemente em deficiência no processo de gestão, quando não é dada a devida importância ao aperfeiçoamento dos obreiros, contribuindo para o desinteresse, o desencanto e a deserção de muitos irmãos, pela falta de oportunidade de treinamento, de discussões de temas relevantes e de um ritualismo vazio, um teatro repetitivo apenas para cumprir tabela.

Uma Loja não consegue evoluir com o freio de mão puxado.

Ocorre que, elaborar uma análise da Maçonaria como um observador acima do bem e do mal, sem o espírito de pertencimento e de corresponsabilidade para com os destinos das nossas Lojas, independente de cargos, graus e qualidades, confortavelmente instalados em ambientes aconchegantes – em especial nesse retiro domiciliar cumprindo o distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde, pode ensejar tarefa aparentemente simples. Por sua vez, apresentar críticas sobre a gestão da Loja e sugerir medidas de correção pode recair em mais do mesmo, dependendo da forma e do poder de argumentação do avaliador.

Porém, quando se pensa no que individualmente podemos fazer para contribuir para a eficácia das nossas Lojas, para a efetiva aplicação dos valores maçónicos, aí o bicho pega. É o velho dilema de enfrentar o questionamento de que conseguimos avaliar e dar bons conselhos para os outros, mas não o conseguimos para nós mesmos, causando certo desconforto.

É o conhecido “Paradoxo de Salomão”, uma situação em que temos bons argumentos para resolver os problemas dos outros e dificuldades em solucionar os nossos pessoais.

Dar apenas uma opinião, de longe é o melhor. A alternativa de argumentar que a Loja está com um projeto em discussão (eterna) ou ainda está colhendo sugestões é a melhor das desculpas. Quantas já superaram esta fase e já estão agindo efetivamente? O mundo lá fora continuará aguardando as nossas providências? Como ficam os valores que cultuamos e a nossa credibilidade, em especial junto aos novos iniciados “ainda” cheios de esperanças?

O que não falta nas nossas Lojas são manifestações do tipo: “já disse várias vezes e já dei diversos conselhos, mas ninguém prestou atenção!”, ou então a conclusiva e desanimadora: “as minhas palavras foram levadas pelo vento, doravante não falo mais nada”, e por aí vai. De forma inapropriada, ouve-se nos átrios de distantes Potências comentários do tipo “eu faria diferente…”, característico dos “engenheiros de obras feitas” ou a “fácil sabedoria ex-post”.

Onde estaria esse sabichão da Ordem na hora de fazer o que seria o certo?

Em muitas oportunidades, a eventual sugestão ocorreu de forma atabalhoada, carregada de emoções, em situações em que o obreiro atravessa a ritualística e quebra a harmonia dos trabalhos com comentários paralelos, julgando-se senhor do certo e do errado.

Outros apontam deslizes de forma abrupta, como se donos fossem, com ar professoral e recorrendo à condição de “fundadores”, usurpando função dos titulares responsáveis, quando não reclamam de uma determinada circunstância, falando fora de hora e invocando “questão de ordem”, funcionando, enfim, como um anti modelo. Que valor estaria faltando?

Em tempos reuniões em videoconferências e de redes sociais agitadas como uma tormenta de Verão, grupos de WhatsApp que se transformam em verdadeiras Oficinas de trabalho, com total descumprimento das recomendações de que determinados assuntos fiquem restritos a sessões ritualísticas e que existe uma “Bolsa de Propostas e Informações” continuamente preparada e ávida para receber pranchas bem fundamentadas, com contribuições de todos e de que existe uma forma protocolar de encaminhamento. Continua faltando algo!

Precisamos adoptar uma postura diferenciada e acolher a Maçonaria, em especial a nossa Loja, como um património, um valor pessoal, um tesouro a ser administrado, conservado, aprimorado e desfrutado com muito carinho, não apenas delegando ao Venerável e aos Vigilantes a responsabilidade para tal.

Torna-se imprescindível colocarmo-nos no lugar deles e ver os problemas das nossas Lojas de uma perspectiva diferente, pois o legado dos irmãos que nos antecederam precisa ser honrado e somos os únicos que poderão dar continuidade à obra e deixar a nossa marca para as gerações que nos irão suceder, em especial a Geração “Z”, ocupando ou não um “cargo” de destaque [1].

Afinal, somos uma família ou não? Estamos apenas em busca de proveito pessoal ou para posarmos de “pavões misteriosos”? Somos agora apenas figuras carimbadas em lives maçônicas, tipo políticos em campanha em busca de projeção “nacional”, participando simultaneamente de vários eventos, apenas para marcar presença?

Estamos efetivamente sintonizados com os valores maçónicos e prestigiando as atividades das nossas Lojas-mãe? Para melhor compreender e aprofundar a reflexão é aconselhável substituir o pronome “nós” pelo “eu” e aí a situação se complica. O que “eu” preciso fazer?

Neste contexto, fica claro que o problema se circunscreve à seara da disciplina em Loja ou mesmo nas atuais videoconferências maçônicas. Ah, disciplina! É isso! Nunca é demais relembrar que, em termos gerais, o termo disciplina é definido nos principais dicionários como um conjunto de regras ou ordens que regem a conduta de uma pessoa ou coletividade ou aquelas destinadas a manter a boa ordem em qualquer assembleia ou corporação.

A boa ordem, portanto, é presumida na observância e submissão ou respeito a um determinado regulamento que, no nosso caso, é precedido de um juramento de honra, um valor a ser preservado. É novidade?

Aplicada ao nosso dia a dia, a disciplina enseja conduta pautada por padrões éticos independentes de normas e regulamentos, envolvendo respeito e limites a serem observados, sob pena de gerar conflitos e dissabores. Aprendemos, desde criança, que respeito é um valor inestimável e, para conseguir realizar um objetivo, precisamos seguir regras e procedimentos disciplinares.

Neste sentido, sobressai o zelo que devemos ter nas nossas Lojas para não nos deixarmos levar pela vaidade e arroubos de poder ao incentivar ou promover alterações "desfigurativas" nos nossos Rituais ao arrepio dos Protocolos vigentes, dando provas inequívocas de arrogância e de falta de disciplina.

As reuniões maçônicas têm o condão de despertar a importância da disciplina, como fator de educação, para que possamos encarar os desafios da vida. Este valor é nos ensinado e temos boas referências de normativos a orientar as nossas ações.

A autodisciplina é uma habilidade que requer consciência crítica e capacidade de observação amparada por procedimentos e hábitos que nos impomos com alguma finalidade. Então, sabemos o que fazer. É uma questão de atitude. A avaliação que precisamos enfrentar é: sou um apático, um "reclamão" nervosinho ou apenas um irmão bacana, oportunista, bom de retórica e em busca de projeção pessoal? Como “eu” posso contribuir para a Loja que me acolheu com tanto carinho?

Tratando-se de perenidade das instituições, 300 anos não é pouco, mas pode não ser suficiente para garantir outro período semelhante.

Excetuando-se o Brasil, no mundo a Maçonaria está encolhendo em número de obreiros, mas ainda desfruta de bons motivos e um extenso legado a comemorar e não se pode deixar de dar destaque aos irmãos que defendem os valores ensinados pela Ordem e fazem-na respeitada e reconhecida, e que são a maioria. Por tudo isto, pergunto aos meus botões: isto aplica-se a mim ou não?

Enfim, nunca é demais repetir e enfatizar que a missão do Mestre no exercício da sua plenitude é transmitir aquilo que aprendeu, compartilhar informações e experiências, dar o exemplo, respeitar a ritualística, honrar o compromisso de ser um facilitador para os estudos dos novos Aprendizes e Companheiros, para que os mesmos sejam melhores do que aqueles que os treinaram.

O Maçom de valor (de raiz) é presente, incentivador, colaborativo, partícipe e disciplinado [2].

A disciplina é a mãe do êxito

(Ésquilo)

Márcio dos Santos Gomes

 

ESCADA DE JACÓ


 

Na Ordem Maçônica, a Escada de Jacó consiste numa alegoria que embora infinita, representa o caminho da terra para o céu através de trinta e três degraus, conforme referido no Simbolismo Maçônico, logo no seu Primeiro Grau – Aprendiz, a qual pode ser visualizada no painel correspondente.

História Bíblica Sobre a Escada de Jacó: Jacó saiu de Berseba com destino à Harã. No final do dia ele chegou a um lugar sagrado para passar a noite. Ali pegou uma pedra para servir como travesseiro e se deitou para dormir.

Então Jacó sonhou. Ele viu uma Escada que ia da terra até o céu, onde os Anjos do Senhor subiam e desciam. Em seguida, uma voz misteriosa lhes disse: “Eu sou o Grande Arquiteto do Universo, o Deus do seu avô Abraão e o Deus de Isaque, o seu pai. Darei a você e aos seus descendentes esta terra onde você está deitado. Os seus descendentes serão tantos como pó da terra.

Eles se multiplicarão do norte ao sul e do oeste ao leste, e por meio de você e dos seus descendentes, Eu abençoarei todos os povos do mundo. Eu estarei com você e o protegerei em todos os lugares aonde você for, e farei com que você volte para esta terra. Eu não abandonarei até que cumpra tudo que lhe prometi”.

Quando Jacó acordou disse assim: “De fato, o Grande Arquiteto do Universo está neste lugar, e eu não sabia disso”. Aí ficou com medo e disse: “Este lugar dá medo na gente. Aqui é a casa do Grande Arquiteto do Universo, aqui fica à porta do céu!” Jacó se levantou bem cedo, pegou a pedra que havia usado com travesseiro e a pôs de pé como um pilar. Depois derramou azeite em cima para dedicá-la ao Grande Arquiteto do Universo.

Naquele lugar havia uma cidade que antes se chamava Luz, mas Jacó mudou o seu nome para Betel. Ali Jacó fez ao Senhor a seguinte promessa: “Se Tu fores comigo e me guardares nesta viagem que estou fazendo; se me deres roupa e comida, e, se eu voltar são e salvo para casa do meu pai, então Tu, ó Grande Arquiteto do Universo, serás o meu Deus.

Esta pedra que coloquei como pilar será a tua casa, ó Deus, eu e ele Te entregará a décima parte de tudo quanto me deres”. Jacó, pois tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse depois do sol posto a certo lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras que ali havia: e tendo-a posto por baixo da sua cabeça, dormiu ali mesmo.

Então viu ele em sonhos, uma escada, cujos pés estavam fincados sobre a terra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de Deus, subindo e descendo por esta escada, viu também o Senhor firmado no cimo da escada, que lhe dizia: Eu sou o Senhor Deus de Abrão teu pai e o Deus de Isaac. Gên. 28;28

Dicionário Maçônico Cristão.

Gilberto Lyra Stuckert Filho.

 

22 DE FEVEREIRO - DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM


 

Dia Internacional do Maçom, instituído em data de 22 de fevereiro por ocasião da Reunião Anual dos Grãos-Mestres das Grandes Lojas da América do Norte (Canadá, México e Estados Unidos) realizada nos dias 20, 21 e 22 de fevereiro do ano de 1994, quando o Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal, Irmão Fernando Paes Coelho Teixeira, sugeriu que no dia 22 de fevereiro fosse comemorado o Dia Internacional do Maçom em homenagem à data de nascimento de George Washington.


Por ocasião dessa reunião, que teve a presença, dentre outros, da Grande Loja Unida da Inglaterra, da Grande Loja Nacional Francesa, do Grande Oriente da Itália, da Grande Loja das Filipinas, Grande Loja Regular da Grécia, de Portugal, inclusive do Grande Oriente do Brasil pelo seu Grão-Mestre Geral, saudoso Irmão Francisco Murilo Pinto, ao encerramento da assembleia, houve a concordância de que ficasse estabelecido, a partir daí, o Dia Internacional do Maçom a 22 de fevereiro homenageando assim o Irmão George Washington, fato que seria então comemorado por todas as Obediências Regulares.

A criação do dia 22 de fevereiro como “DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM”, representa uma justa homenagem a um grande maçom, que antes de tudo, após a sua luta pela Independência de seu país, preferiu como forma de governo, uma República Democrática, transformando-se num dos Grandes vultos da História Universal.

 

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