Falar sobre
espiritualidade na Maçonaria, talvez, incomode a alguns Irmãos céticos, que
insistem em fazer de uma Ordem Iniciática um clube de serviços. Insisto nesse
tema, a fim de tentar equilibrar os pratos da balança material/espiritual.
Minha singela colaboração
vem em socorro e em respeito aos nossos reais objetivos. O que, hoje, vemos em
nossos Templos, lamentavelmente, é um total desconhecimento e desrespeito ao
simbolismo, à ritualística e à doutrina maçônica.
Profanam nossos Templos
com assuntos que melhor seriam tratados em um botequim ou algo do gênero.
Piadas e brincadeiras em meio à sessão ritualística ajudam a engrossar as
fileiras dos Irmãos, que entram para Maçonaria e, por total desconhecimento da
Sacrossanta porta em que um dia bateram pedindo ingresso, não permitem que a
sublime doutrina toque seus corações.
Como entendo que para
não ser parte do problema necessário se faz ser parte da solução, apresento
essas breves linhas que ousam alertar àqueles que estão lidando, sem saber, com
certas energias e, nem imaginam a consequência de não saber manipulá-las.
A razão de, ao sermos
admitidos na Maçonaria, passarmos por um processo de “INICIAÇÃO” já responderia
a tudo que propomos explicar. A palavra “iniciar”, em si, traduz uma ação.
Ação de transformação
interna, uma preparação. Uma preparação de nossos veículos sutis para que
possamos, através da circulação harmoniosa das energias em nosso Templo
interno, (microcosmo) interagir com as energias que fluem em nosso Templo
maçônico (macrocosmo).
Nossa mente é como um
dínamo gerador de energias. E, o processo de iniciação, que não se finda na
cerimônia de entrada na Ordem, vai nos condicionando cada vez mais para sermos
sustentáculos físicos de excelsos seres ligados à Grande Fraternidade Branca, a
qual, todas as verdadeiras Escolas de Iniciação estão, diretamente, ligadas.
Fomos chamados, por
força de Lei de Evolução, para um trabalho sério e, lamentavelmente, ao longo
do tempo temos nos descuidado disso e os reflexos não são outros, senão as
dissidências, as brigas, divisões, disputas pelo poder e uma total profanação
de nossa Ordem, desde nossos mais altos dirigentes até o mais desinformado
Aprendiz.
Falamos em egrégora e
até em quebra de egrégora, como se fosse alguma coisa palpável e sólida. Em verdade,
muito pouco ou quase nada sabemos sobre o que acontece em uma ritualística.
Antes de adentrarmos em
nossos Templos somos lembrados de nos despojarmos de todo e qualquer pensamento
de ordem profana e de direcionarmos nossas vibrações ao GADU.
Estamos, constantemente,
emitindo ondas mentais, e assim, criando “Formas Pensamentos”. Essas ondas
emitidas têm a tendência, como, aliás, qualquer vibração, de se transmitir a
toda matéria ambiente capaz de recebê-la, exatamente como a vibração de um
sino, reproduzindo o som no ar.
O alcance da onda mental
depende da persistência e, principalmente, da força de concentração com que foi
gerada. Tais ondas, consequentemente, atingirão a frequência de ondas análogas
de outros pensadores, juntando-se, tomando força e propagando-se em intensidade
maior.
Assim se dá o processo
de formação e de manutenção de uma egrégora. A egrégora maçônico formado há
milhares de anos, quando em Loja aberta, interage com os Irmãos através de seus
centros de força, também chamados de “Chacras”.
Essa interação de
energias se dará em maior ou menor proporção, conforme o desenvolvimento e
equilíbrio de seus corpos sutis, o grau de consciência do Irmão e,
principalmente, de suas condições psíquicas e mentais naquela sessão.
Comumente ouvimos, com
certo pesar, de alguns Irmãos, não muito assíduos em Loja, dizerem: “Preciso ir
a Loja para recarregar minhas baterias”. Ledo engano!
Quando o destino nos faz
bater a porta de uma Escola de Iniciação, seja ela qual for não é por vontade
nossa. Causas e Efeitos nos proporcionaram essa oportunidade.
Nesse momento, somos
chamados a participar ativamente da “Grande Obra”.
Alguns já chegam com
certa bagagem e o seu despertar espiritual é instantâneo, enquanto outros,
ainda, cegos pelas ilusões do mundo material, insistem em não acordar, perdendo
a oportunidade de ascender um precioso degrau na Escada Evolucional.
O caminho iniciático é
tão sério que se soubéssemos de suas dificuldades para atingirmos o topo dessa
Escada, jamais, teríamos ousado situá-lo.
É um caminho sem volta,
pois cada passo que damos à frente abre-se um precipício as nossas costas.
Reflitamos na frase de Sócrates “Homem, conheça-te a ti mesmo!”.
Precisamos tomar
consciência, a princípio de nós mesmos e, em seguida, de nosso trabalho como iniciados
maçons. Precisamos fazer Maçonaria de Verdade e conscientemente.
Francisco Feitosa