REFLEXÕES SOBRE FILOSOFIA E VIRTUDES MAÇÔNICAS




 É difícil definir filosofia, existem várias definições, uma delas diz que filosofia é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade.

Diz-se que o termo foi cunhado por Pitágoras. Filosofia não tem regra de bolso para estudar, serve para cada um de forma individual, com a própria visão. Tomás de Aquino disse certa vez que: “O que quer que seja recebido é recebido ao modo do recipiente”. Perante os mesmo símbolos, as mesmas alegorias, as mesmas situações têm percepções diferentes e interpretamos conforme nossos próprios conceitos e agimos conforme nossa própria moral.

Segundo Joaquim Figueiredo (2006) o simbolismo maçônico pode ser dividido em emblemático (transmite por analogia um sentido moral) ou esquemático (tem um significado mais intelectual, filosófico ou científico). Alegoria é aquilo que representa uma coisa para dar a ideia de outra por meio de uma ilação moral. É uma quase imediata compreensão, (exemplo régua = retidão).

Já o símbolo tem várias interpretações. Tem uma interpretação moral. É vago, não é de fácil compreensão e aparentemente pode querer dizer uma coisa, mas na verdade, quer dizer outra. Cumpre ao contemplador (ao Irmão) compreender o significado. É um processo privado, único, individual, como é a caminhada maçônica.

Ao ouvirmos uma instrução é salutar que expressamos como entendemos esse processo, assim vamos assimilando os símbolos. O ato de somente repetir não nos faz passar pelo processo simbólico ocorre somente à acomodação. Os dois caminhos para o processo simbólico são o intelectual e o emotivo: no intelectual você acrescenta, através do estudo, conexões mentais. No emotivo, é a experiência de vida que nos acrescenta conhecimento. Por isso é que nossa interpretação é importante sobre os assuntos, especialmente os maçônicos, não devemos somente repetir aquilo que nos foi dito e sim incorporar nossas percepções sobre o assunto.

A frase “conhece-te a ti mesmo e conhecerá o Universo e os deuses”, oriunda do período de apogeu da cultura Grega no mundo ocidental, leva àquele que a incita a pensar sobre sua existência, suas próprias características, seus erros e também o que o motiva a seguir o caminho.

Desde os primórdios o homem se pergunta qual a finalidade da vida humana, qual o objetivo da vida, de onde vem e para onde vai. Nesse ínterim que temos entre nosso nascimento terreno e morte é o período que nossa alma possuiu esse corpo, e é o tempo que aqui estamos para evoluir, sendo as sociedades iniciáticas, em especial a maçonaria, auxiliar no desenvolvimento do homem de forma individual e da humanidade como um todo.

VITRIOL é talvez o mais famoso axioma hermético, síntese dos conhecimentos aplicados à maçonaria especulativa. Visita interiore terrae rectificando invenies occultum lapidem. Pode ser traduzida do latim como: Visite o interior da terra, retificando-se, encontrarás a Pedra Oculta. É a porta que nos conduz a um novo estado moral ou espiritual a partir do qual se inicia uma nova maneira de ser e de viver.

É através da auto-observação que o homem consegue saber o que lhe faz feliz. Quem quer que se empenhe na dura obra do seu aperfeiçoamento moral e espiritual deve penetrar no âmago do seu ser, com o propósito sincero de encontrar e eliminar todas as imperfeições por ventura encontradas. E elas certamente não serão poucas.

Viver a maçonaria diariamente é um eterno processo de retificação. Este caminho a percorrer haverá de levá-lo à descoberta da Pedra Filosofal ou Pedra Polida; que é o princípio, a Centelha Divina que repousa viva dentro de cada um de nós. Que nada mais é que o maçom polido.

Uma das virtudes da alma é o conhecimento. Se a Virtude da alma é o Conhecimento e se a Fraternidade Maçônica só se sustenta pela Virtude, então Conhecimento e Fraternidade são equivalentes e necessitam-se.

Assim, ignorância e fraternidade são excludentes. O Conhecimento exige a fraternidade, portanto, o equilíbrio da Fraternidade Maçônica exige do Maçom conhecimento, em especial autoconhecimento, exatamente o que preconizava Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. É necessária uma predisposição perene do maçom na constante busca do conhecimento e da virtude. Como diz nosso manual “levantando templos à virtude”.

A maçonaria, desde o primeiro grau de Aprendiz, vai nos revelando sua filosofia, esse segredo que vamos entendendo pouco a pouco. Os segredos íntimos da Maçonaria são fundamentais para o desenvolvimento harmônico da humanidade.

Na iniciação é perguntado ao neófito o significado de “virtude”. Para Aristóteles a virtude não é apenas a disposição da alma para a realização de ações nobres, mas requer a constância, a repetição. É um hábito constante que leva o homem para o bem. Para Tomás de Aquino “as virtudes humanas são hábitos”. No latim vem do virtus, significa viril, em especial ao gênero masculino. Hoje, virtude é mais um atributo moral e positivo. As virtudes cardeais são a prudência, fortaleza, temperança e justiça. Já as virtudes Teologais são a fé, esperança e caridade.

Prudência: É a virtude que permite ao entendimento refletir sobre os meios que levam a um fim racional. É uma virtude intelectual. Para atingir um fim devemos pensar nos meios. Fortaleza: capacidade de enfrentar os perigos, males e a morte. 

Uma vitória sobre o medo. Temperança: optar e conter o prazer sensitivo, dentro dos limites estabelecidos pela sã razão. Justiça: Consiste na consideração equitativa do e no respeito ao direito e ao valor devidos ao outro ou a alguma coisa.

O domínio da justiça permite o equilíbrio da temperança, da fortaleza e da prudência. Virtudes teologais: Fé: Segundo São Paulo, “a fé é a substância das coisas esperadas e o argumento das que não aparecem”. É a certeza íntima numa Verdade que não aparece. Esperança é a expectação de algo superior e perfeito. Caridade é a bondade suprema para consigo mesmo, para com os outros e para com o Ser Infinito, no sentido do amor Universal. A fé é da natureza do espírito, a semente da fé é dada no momento de sua criação. É uma dádiva de Deus.

Virtudes cardeais passam ideia de horizontalidade, exercê-mo-las nas nossas relações com os outros seres no mundo. Já nas virtudes teologais a ideia é de verticalidade. Relação do homem com a divindade.

Na fé temos a certeza íntima da existência do Criador, para além da razão.
Se tivermos fé em Deus e reconhecemos a imortalidade da alma, é racional que tenhamos a esperança da felicidade futura. É, portanto, uma emoção relativa ao homem e a Deus. É inata justamente porque sem fé não pode haver esperança. Na caridade temos o aspecto vertical, pois é o amor universal que nos leva a caridade, mas tem algo a mais, pois tem também a horizontalidade. É a maior das virtudes.

Você tem o amor universal, mas você exerce esse amor no mundo com os irmãos. Benemerência é diferente de caridade. Na benemerência, também importante, diga-se de passagem, você doa uma cesta básica. Na caridade você doa a cesta básica e vai ao lugar entregar, ver como o necessitado está. Sem ostentação nem propaganda. Não é dar o que sobra, é retirar um pouco do muito que temos para distribuir a felicidade para os nossos semelhantes.

E qual a recompensa de todo esse esforço? O que ganhamos com isso? Qual a vantagem? Tirar um peso da consciência pode ser a resposta para alguns. Sentir-se feliz com a felicidade do outro pode ser para outros. Ter um “aumento de salário maçônico”? Para alguns talvez seja somente cumprir uma obrigação. Nem todas as perguntas têm respostas que servem para todos. Não somos iguais. Mas não estamos aqui por nossas diferenças, são nossas virtudes e desejos de bem estar comum que nos unem.

A maçonaria, segundo nosso manual, é uma associação de homens escolhidos, cuja doutrina tem por base o GADU. Tem como regra a Lei Natural; por causa a Verdade, a Liberdade e a Lei Moral; por princípio a Igualdade, a Fraternidade e a Caridade; por frutos a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por fim, a Felicidade dos Povos que, incessantemente, ela procura reunir sob a bandeira da Paz. Assim, a Maçonaria nunca deixará de existir, enquanto houver a espécie humana.

Bibliografia:
Manual do Ap REAA GORGS
Reflexões pessoais e da Cadeira Filosofia Maçônica: valores, virtudes e verdades. Do curso de Maçonologia: História e Filosofia da UNINTER do Paraná.
Ensaios sobre Filosofia e cultura maçônica – Walter Celso de Lima editora Madras

Autor Irmão M M André Weizenmann
ARLS Venâncio Aires/RS 2020

O QUE É UMA LOJA AZUL?



Luz na Grande Loja da Maçonaria da Flórida

Este discurso é projetado para lhe dar uma breve introdução à Arte e ao esteio da Maçonaria, da Loja Azul ou da Loja simbólica, como é mais bem conhecido. A jornada de todo homem para a Maçonaria começa em uma Loja simbólica, onde ele recebe os primeiros três graus na Maçonaria.

Estes são conhecidos, respectivamente, como os Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre Maçom. Alguns se referem a eles como o primeiro, segundo e terceiro graus. Somente o ritual e o simbolismo mais profundos caracterizam nossos graus, destinados a abrir os olhos e a mente para um ideal superior.

A Maçonaria é uma sociedade fechada, não aberta ao público em geral, mas sim a pessoas de persuasões e ideais semelhantes. Embora não haja duas pessoas iguais, elas podem compartilhar uma crença comum na Irmandade do homem e em UMA pessoa a quem nós, na Maçonaria, nos referimos como o Arquiteto Supremo do Universo.

Os princípios da Maçonaria são Fraternidade, Alívio e Verdade. Nós defendemos que todos os homens sejam iguais, independentemente de sua riqueza ou posição mundana, e tentem aliviar as aflições e tribulações de nossos semelhantes, novamente independentemente de pertencermos à Fraternidade.

Também praticamos a virtude da verdade. Isso pode ser o mais difícil de tudo, porque muitas vezes é mais fácil contar uma mentirinha branca do que confrontar alguém com a verdade.

As Lojas Maçônicas, também conhecidas como Lojas Azuis, são onde os maçons se reúnem para reuniões. Estas Lojas Azuis Maçônicas estão em muitas cidades do mundo inteiro. Você pode identificar facilmente onde os maçons se encontram com o emblema Quadrado e Bússola exibido no prédio, seja montado em uma parede ou sinal.

Alojamentos azuis locais são organizados sob uma Grande Loja. Cada estado tem uma Grande Loja, que preside a operação de todas as Lojas Azuis dentro desse estado. Juntar-se a uma Loja Azul geralmente é feito encontrando um Irmão da Loja que você está interessado em se unir.

Este Irmão será seu guia para ajudá-lo a navegar no processo de associação e iniciação de sua Loja. Nenhum homem pode se tornar um maçom sem primeiro ser recomendado por dois Irmãos e depois ter sido considerado de boa reputação pelo Comitê de Investigação da Loja.

O ritual praticado pela loja simbólica é chamado York Rite, e segue para o Capítulo do Arco Real, daí para o Comando. Do outro lado da moeda está o Rito Escocês, que abre outra porta da Maçonaria.

Fonte: http://www.masonicworld.com/education/files/mar05/blue_lodge_masonry.htm
Fonte: http://www.beashrinernow.com


MORALIDADE E CIVILIDADE


O gosto só pode ser educado pela contemplação não do que é razoavelmente bom, mas daquilo que é puramente excelente. Só revisando apenas os melhores trabalhos que já fiz é que posso estabelecer um padrão para o futuro.
Johann Goethe

O Maçom por excelência é um Construtor Social, responsável pelo advento de uma sociedade justa e esclarecida.

Este advento para ser verdadeiro, tem que ter por princípio o respeito, o direito de opinião e a liberdade de cada Irmão, ter o inalienável e consagrado objetivo da Ordem, que é a Livre Expressão.

Assusta-nos, testemunhar nas redes sociais, Irmãos digladiando-se, por partido A ou B, por político C ou D, chegando, infelizmente à profusão de impropérios.

Não somos uma facção, somos Maçons!

Ao nos ser concedida à Luz, nos compromissamos para com a Ordem e seus estatutos e procedimentos, nos comprometemos, em serem Construtores Sociais.

Não é razoável, vivermos neste "pé-de-guerra", o que vão pensar àqueles que estão fora do Templo?

Que julgamento farão de nós?

Infelizmente o advento das redes sociais, vieram com tamanha velocidade, que de certa forma, foi impossível às Potências se prepararem para esta Maçonaria do Terceiro Milênio, empobrecida de Cultura, mas regalada de brilhos, que premia a vaidade e castiga o livre pensamento.

Aonde não existe reflexão e questionamento, esquecendo-se do tempo de estudos, do bom debate, sobre o que somos, onde estamos e para aonde iremos, proliferam este tipo de conduta e comportamento, na qual Irmãos não reconhecem Irmãos.

O que sempre distinguiu nossa Ordem foi a sua ecumenicidade, seja ela por crenças, idéias, perspectivas ou por visões de mundo distintas.

Criamos uma instituição, sem discursos sindicalistas e sim, através de emblemas e alegorias da construção, que nos permitiam sonhar, por um mundo livre das amarras da ignorância, edificando assim, templos à virtude.

Somos poucos, mas possuímos através da União, a fonte multiplicadora do exemplo.

Sejamos referência para a sociedade, de civilidade, moralidade e civismo.
Somos Maçons de todas as cores, de todas as nacionalidades, a Maçonaria é Universal.

Reflitamos sobre o que é excelente!

E comecemos a escrever uma nova história, para o futuro.

O destino está em nossas mãos!
CAM

Jaylton Reis
A Bigorna de Tubalcaim


O QUE É "ESTUDAR MAÇONARIA"?



Desde que fui iniciado, percebo uma espécie de arrepio entre os maçons quando se fala em “estudar maçonaria”.

A princípio, estranhei muito isso −, pois os que me indicaram para participar da Ordem e os que fizeram minha sindicância garantiam que a Maçonaria era uma escola de filosofia moral, social e espiritual estruturada num sistema consciente, uma união de homens sábios e inteligentes, ligados pelo dever de esclarecer e preparar a humanidade para a emancipação e progresso.

Quem não se entusiasmaria com uma “propagada” dessa? E quem, nos tempos tumultuosos que vivemos não se entusiasma diante de uma “pregação” dessa magnitude?

Por que então – eu sempre me perguntava, e ainda me pergunto – esse ar de admiração, esse estremecimento de espanto e calafrio quando falamos em “estudar maçonaria”? Por que a estupefação que desanda em deboche e pilhéria quando nos referimos à História, à Filosofia, à Psicologia e à literatura especializadas?

Nenhuma dessas coisas ou aspectos são mais espetaculosas do que a avalanche de fotografias, medalhas, títulos, diplomas e condecorações de que vivem alguns setores da Ordem − condecorações, títulos e medalhas diplomas que só se justificam pelo mérito (sendo mérito o conjunto de fatos e provas que norteiam uma decisão).

Pois bem: “estudar maçonaria” é fato e prova de relevância na formação do Mérito Maçônico, ou seja: o adquirir habilidades e conhecimentos próprios da “escola essencial” à existência e sobrevivência da Maçonaria, como organização e instituição.

Se o que eu disse até aqui, nessas 240 palavras, pareceu obscuro, recomendo uma releitura atenta (à moda das “análises e interpretações de texto” dos cursos pré-universitários). Tive o cuidado de – eliminando, por substituição, quaisquer palavras ou indícios referentes à Maçonaria − mostrar esse texto de 240 palavras a quatro jovens escolares na faixa entre 14 e 19 anos; e eles entenderam perfeitamente o sentido do texto, apenas me questionando sobre os significados das palavras “sindicância”, “emancipação”, “magnitude” e “estupefação”.

Um acerto interpretativo, portanto, de 98,3% do que eu escrevera!

O que pretendo demonstrar com isso? Se quatro jovens em idade escolar pré-universitária abarcaram, pelo entendimento, 98,3% desse texto, significa que qualquer maçom – independentemente do nível de estudo formal – tem potencial para ler, entender e colocar em prática a seguinte Síntese de Conhecimentos ou de habilidades próprias da Maçonaria:

a) os textos ritualísticos;
b) as instruções dos Graus;
c) a legislação maçônica básica (que reúne os seguintes documentos: A Constituição da Potência; o Regulamento Geral da Potência; a Legislação Penal Maçônica; o Regimento Interno da Loja Simbólica.

É esse “LER, ENTENDER E COLOCAR EM PRÁTICA” acima citada que constitui “ESTUDAR MAÇONARIA”. Por que, então, a persistência nos mesmos erros?

Ninguém vai exigir do maçom que ele se especialize em história egípcia, filosofia grega, cânones medievais, estética renascentista, matemática superior, geometria descritiva de Gaspard Monge, geometria analítica, música ou resistência dos materiais – pelo contrário: às vezes muita informação acaba criando confusão, visto que não somos uma Universidade, e sim uma UNIVERSALIDADE.

Chegará o momento em que o maçom investigativo, ávido por conhecimento, definirá suas prioridades na aplicação do escopo (intenção, objetivo) geral da Maçonaria. Ele poderá optar por uma “especialidade” e, paralelamente a um dos saberes Universitários, desenvolver esta ou aquela PESQUISA, por sua própria iniciativa e no âmbito da Maçonaria. Pode acontecer (e de fato SEMPRE acontece) que outro ou aquele outro definam suas prioridades como conquistar o cargo de Venerável Mestre... ou alonguem seus anseios em alcançar o Primeiro Malhete de sua Potência.

Então, esses desprendidos servidores de seus Irmãos se empenharão mais ainda em PESQUISAS mais enraizadas e entranhadas nos textos originais dos “Landmarks” e das “Constituições de Anderson”, além de esmerada proficiência no que tange à Justiça Maçônica e à técnica legislativa Maçônica.

(No parágrafo anterior, coloquei a palavra PESQUISA em destaque como indicativo de relevância ao objetivo das Lojas de Pesquisas que vêm sendo criadas a exemplo daquela que foi a primeira do mundo – a “Quatuor Coronati Lodge Nº 2076” da Grande Loja Unida da Inglaterra) (1)

CONCLUSÃO: Isto, meus caríssimos Irmãos, significa – em síntese − “estudar maçonaria”; nada além do cumprimento do dever de iniciados e, principalmente, galardão daqueles que ostentam o avental de Mestre Maçom.

 (1) A “Quatuor Coronati Lodge Nº 2076”, primeira Loja de Pesquisas do mundo, assim define seus objetivos (The Aims of the Lodge):

- Proporcionar centro e vínculo de união aos que estudam a Maçonaria e a história maçônica;

- Atrair maçons para reuniões, a fim de incentivar uma visão crítica (apreciação) da pesquisa maçônica; - Submeter às descobertas ou conclusões dos pesquisadores ao julgamento e críticas de seus pares por meio de artigos lidos em Loja; - Submeter e comunicar as discussões (debates, exames minuciosos) que surjam ao corpo geral do Simbolismo publicando os anais da Loja;

- Reimprimir trabalhos escassos e valiosos sobre a Maçonaria;

- Permitir que a língua pátria se familiarize com o progresso dos estudos maçônicos em outros lugares por traduções (e vice-versa);

- Organizar, de maneira concisa, as relações da Loja e seu progresso com as Oficinas congêneres no país e no exterior;

- Formar uma biblioteca e museu maçônicos em instalações permanentes.

(tradução livre e adaptada do Site da “Quatuor Coronati Lodge Nº 2076”
Por José Maurício Guimarães

ENSINAMENTO MAÇÔNICO SOBRE A ENTRADA NO TEMPLO



Quando dizemos que somos de uma loja de São João justa e perfeita elevamos a nossa alma ao Grande Arquiteto pedindo proteção ao nosso coração para mantê-lo puro perante as imperfeições e evoluções constantes no mundo, onde reconhecemos a nossa pequenez e o nosso grau de aprendiz, que nada sabemos e talvez chegarmos à conclusão que nada saberemos.

Simplesmente vivemos e adquirimos maturidade terrena e material, sempre buscando algo que está longe demais de ser alcançado, e quando chegamos vemos que o grande arquiteto tem outros planos, muitas vezes corrige este curso, outras nos proporciona a oportunidade de evoluir espiritualmente e como pessoa.

Devemos focar os nossos objetivos para trazermos paz ao mundo e tranquilizar os corações amargurados e sofridos numa vida de tantas provações. Amizade a todos os irmãos, entendendo-os e relevando as mais diversas situações provocadas pelo seu grau de evolução, mostrando-lhes o caminho das pedras para a sua aprendizagem individual, refletindo sobre nos mesmos e lembrando constantemente do nosso estágio de aprendiz, que ao contrário do que achamos é cada vez menor, o que perante o grande arquiteto aumenta a nossa responsabilidade perante os seus objetivos num mundo em constante modificação.

Prosperar para oferecermos conforto às nossas famílias e criar condições de fazermos algo mais pelo próximo e formarmos exemplo de cidadania, contribuindo assim para um mundo melhor é uma frase conceitual, mas na essência vem acrescida de tantas variáveis que montaríamos uma biblioteca, pois com ela pode vir cobiça, vaidade, ignorância e tantas outras que nos fazem perder o sono à noite.

Será que a prosperidade tem algo a ver com longevidade?

Algo que está interno ao ser humano e não nos prazeres mundanos?

Será que a realização momentânea nos traz um vazio, contemplando aquele sentimento de que sempre nos falta algo?

Será que ao estendermos a mão a um necessitado não estaremos prosperando muito além dos nossos limites?

Fazer a diferença não seja ser uma pessoa digna e um bom pai de família?

Prosperar! Palavra forte e concreta que nos remete ao céu, uma grande diferença entre a migração de uma coluna à outra, de um estudo conceitual a uma ideologia mágica de satisfação plena.

E somente trazes isso contigo?

O Venerável Mestre, aquele cuja responsabilidade é creditada a conduta dos seus aprendizes, vos saúda com respeito e admiração, agradecendo em nome de todo o seu templo de origem o privilégio de abrigar com o mesmo carinho que esse filho foi recebido na vida dos irmãos de convívio, fazendo-o ter uma visão diferente, mitigando a sua curiosidade a outros fatos que contribuam para a sua aprendizagem, razão para  seu glorioso nome… Venerável Mestre.

Quando construímos templos à virtude remetemo-nos aos notáveis cavaleiros templários, figuras fortes e marcantes que tanto contribuíram com o nosso desenvolvimento, demonstrando garra, robustez e perseverança, trabalhando com muita alegria, cavando masmorras ao vício.

O mesmo vício de fazer o bem e nos fazer progredir e acreditar que existem muitas variáveis que não temos conhecimento, migrando-os ao simples – louvável – aprendendo que os detalhes fazem as diferenças, que é na minúcia que descobrimos a arte.

Neste momento lembramos Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, provável free maçom da sua época, estaria errado em tantos progressos nas áreas de engenharia, arquitetura, sociedade, música e artes cênicas de hoje?

O nível de detalhe dos seus projetos nos levam a pensar que realmente temos muito a aprender, que realmente somos aprendizes. Muitas paixões foram vencidas, muitas vontades submetidas para realizar um dos trabalhos mais bonitos que a história protagoniza até hoje – a capela Sistina – que demonstra com suavidade e vigor toda energia despendida por um aprendiz que buscava algo, que tanto criou e contribuiu ao mundo e, talvez, tenha viajado as estrelas e ainda hoje continue buscando algo.

E o que ele queria? Um lugar que a história lhe reservou ou somente um lugar entre nós?

“De tempos em tempos, o Céu envia-nos alguém que não é apenas humano, mas também divino, de modo que através do seu espírito e da superioridade da sua inteligência, possamos atingir o Céu”.
Giorgio Vasari

E o seu Venerável Mestre lhe concedeu… e o Mestre de Cerimônias acompanhou-o ao seu lugar de direito.

Maximiliano Schaefer


DESMISTIFICANDO A RELAÇÃO ENTRE A IGREJA EVANGÉLICA E A MAÇONARIA



Historicamente os evangélicos e os maçons sempre tiveram uma relação estreita e pacífica.

Muitas vezes trabalharam juntos na formação do homem virtuoso capaz de transformar a sociedade. É inegável que a maçonaria moderna foi organizada sob a influência Protestante.

Basta ver que James Anderson autor da “Constituição de Anderson” era reverendo da Igreja Presbiteriana inglesa. Também Jean Teophile Desaguliers tido como o patrono da moderna Maçonaria Especulativa, era reverendo da Igreja Anglicana. 

Ambos, Anderson e Desaguliers, eram clérigos e maçons atuantes e que passados séculos, ainda nos ensinam muito sobre nossa Ordem.

No Brasil, a boa relação entre evangélicos e maçons, gerou a Loja George Washington, fundada em 10 de setembro de 1.871, na cidade paulista de Santa Barbara do Oeste, por oito membros da Igreja Batista, comandados pelo pastor Richard Ratcliff, vindos de Richmond, Virginia; nos Estados Unidos. Entre estes, cinco deles, maçons, fundaram a primeira Igreja Batista no Brasil.

É sabido que os maçons protegiam os protestantes que eram vitimas de perseguições e impedidos até de terem propriedades para construções de seus templos. Sofriam ameaças graves, às vezes eram agredidos por fanáticos católicos.

A religião, como sempre, era arma para a intolerância.

Porém, de uns tempos para cá, talvez três décadas, a situação entre evangélicos e maçons começou a mudar, para pior. A intolerância e o preconceito contra a maçonaria começa a fazer vítimas no mundo evangélico da maneira mais odiosa, a prática da delação entre irmãos da própria igreja.

Se um evangélico descobre que um membro de sua igreja é maçom, prontamente o delata aos superiores hierárquicos, que vão atrás do “traidor da fé” e o colocam contra a parede. Interrogado sobre sua vida na Ordem lhe é dado o cheque mate: ficar com Deus ou com o Satanás.

Existem pastores que afirma que a maçonaria vai destruir a religião e prega a expulsão dos fiéis da igreja.

Parece que a prática da delação não é mais patrimônio apenas dos regimes autoritários, onde a liberdade de consciência e religiosa não existe.

Mau homem, péssimo maçom, pior cristão ainda, que entrou para a religião para se locupletar. Impressiona a falta de inteligência de antigos maçons que sabendo que a Ordem não é religião a apresentam como tal, criando um clima de desavença.

Mentes tacanhas estão comandando essa onda de perseguição interna nas igrejas, a serviço da intolerância e do ódio.

Logo os evangélicos, se tornam inimigos da maçonaria, esquecendo-se que quando começaram a chegar ao Brasil um país eminentemente católico, os maçons os acolheram oferecendo suas casas, salões e até templos maçônicos para suas reuniões.

Aos maçons mesquinhos e intolerantes infiltrados nas igrejas, peço que estudem a história da Ordem e sua relação com o protestantismo. Esses antigos fiéis, já naquela época, sabiam que religião e maçonaria são distintas e que para o homem justo e bom, uma complementa a outra.

Autor
Laurindo Roberto Gutierrez.


CIVILIDADE, RESPEITO E AMOR!



Na condição de Obreiro da Arte Real, tenho observado com preocupação, o nível de beligerância presente, entre IIr.’. em muitas publicações e comentários, que leio, participo ou assisto.

Somos uma instituição, em que desiguais, se tratam por iguais, ao se chamarem de Irmãos!

Não importando sua profissão de fé, convicções ou linha de pensamentos.
Somos buscadores e Obreiros da Arte Real!

Civilidade é uma característica, que faz o mundo profano, de alguma maneira nos admirar.

Nossa liga se dá pelo respeito, que surge quando nascemos, quando a luz nos é dada.

Somos uma Ordem de homens justos, que se declara através da divisa:

Liberdade! Igualdade! Fraternidade!

Detentores do equilíbrio, tolerância e acolhimento.

Busquemos enxergar cada Irmão, dentro desta ótica e avaliação.

Respeitando o contraditório, aquilo que não nos é perfeito.

Debates de ideias, questões de conhecimento, são de vital importância para nossa sobrevivência, mas que não se transformem em dissensão, em nossa convivência.

Respeitar a posição de cada um, não é uma decisão, mas uma obrigação entre os que se unem, em Cadeia de União.

Perfeição esta deve ser a nossa busca, entendimento este deve ser nosso caminho, pois só através dele, serão derrubados os muros potenciais, que nos restringem, nos inibem e criam várias verdades, dentro de uma única razão.

Pois como bem diz o Profeta, no Livro de Eclesiastes:
Vaidade de Vaidades!

Tudo é vaidade.

Jaylton Reis

A Bigorna de Tubalcaim
Maçonaria sem Fronteiras
Hospitalaria sem Bandeiras


NA MAÇONARIA, SOMOS TODOS IRMÃOS MESMO?



Acreditar que todos somos iguais ou que ninguém é melhor que ninguém é uma amarga ideologia social.

Não somos iguais e entre nós existem aqueles que são melhores que outros sim, pois todo processo de avaliação tem um conceito subjacente como reverencial, todavia, o maior erro é tentar usar conceitos como dinheiro ou cor de pele para julgar quem é melhor que quem.

A referência de comparação entre humanos deveria ser a grandeza espiritual e a tendência a praticar o bem. Não tenho dúvidas que, usando tal como referência, não é difícil encontrar diferenças relevantes entre os humanos e perceber-se que existem sim, muitos irmãos melhores ou piores que outros.

O homem Maçom, nasceu pra praticar o bem e a gentileza, por algum motivo, muitos de nós nos perdemos no caminho.

Somos feitos do mesmo pó. Somos poeiras vagando em um mundo impuro. Somos partículas desse pó, e a única certeza é que a esse pó material, retornaremos e o nosso Espírito retornará a Deus que o deu. Ademais, tudo é vaidade!

Somos um conjunto de coisas que nos foram ditas no passado; a ideia não é ser isso, mas se for, que se seja com uma dose de consciência e coragem para assumir a ideia de que somos o que queremos ser a partir do momento que resolvemos nos livrar do julgo antes imposto.

Nisso, só há sentido quando soubermos o sentido que queremos dar na nossa vida dentro e fora da Maçonaria.

Fora disso, é perca de tempo e é assumir o fatalismo existente na inconsciência dos fatos que ladeiam a razão da nossa existência.

Voltando a temática inicial: SOMOS TODOS IGUAIS? Que Quão bom e quão suave fosse que realmente vivêssemos Unidos como irmãos!! Que realmente fossemos iguais, como irmãos.

Nós somos irmãos de famílias diferentes, não temos o mesmo sangue, mas carregamos o mesmo sentimento no coração. Os Maçons precisam aprender em a ter mais compaixão e menos vaidades pessoais e intolerância.

Precisam substituir a ganância por bondade, a inveja por solidariedade, o desespero por esperança. A Ordem Maçônica e o mundo precisam, acima de tudo, de amor. 

Mais amor, menos medo. O amor vai nos salvar; não o amor romântico, mas o amor de cada ser humano pelo outro. Somos todos irmãos aqui. Todos merecemos dar e receber amor.

Se os Irmãos valorizassem a bondade acima da força física ou do acúmulo de conhecimento, nossas Lojas e Orientes seriam um lugar melhor. A bondade é muito mais do que qualquer outra coisa. Ela é força do espírito, ela é sabedoria verdadeira. 

Ouvi do saudoso irmão Ítalo Natali, da Querida Loja Estrela do Mucuri, Oriente de Nanuque MG: “Irmãos são presentes que o universo nos envia para proteger e amar. Valorize essa união!”

Assim concluindo, sempre me lembro dessa frase dele. Somos presentes do Universo, mas para realmente sermos iguais em essência e em espírito, teremos que primeiro Amar aos nossos irmãos, valorizarmos suas qualidades individuais, protegermos nossos irmãos de nossos arroubos e intolerâncias e relevarmos quando eles nos tiverem ofendido, pois afinal, dentro da Maçonaria, um Ósculo e um abraço Fraternais devem ser o suficiente para apararmos quaisquer arestas. Esses dois atos são a Trolha, que deve corrigir nossas arestas e discrepâncias, para realmente afirmarmos: 

SOMOS REALMENTE TODOS IRMÃOS!!!!

Ir.’. Dario Ângelo Baggieri
Montanha - ES

LIBERDADE DE PENSAMENTO



Quando dizemos que a Maçonaria é uma Escola de filosofar, assim o fazemos porque entre nós se exige estudo, pesquisa, meditação.

No entanto, não tememos afirmar que nossa Ordem é fundamentalmente filosófica, uma vez que ela tem por mira alcançar um ideal superior.

A beleza do filosofar maçônico está no estudo comparativo dos sistemas filosóficos que a história nos proporciona.

A Maçonaria não se prende a uma escola ou a um determinado sistema, porque se tal o fizesse estaria tirando a liberdade de pensamento de seus membros, obrigando-os a seguir um único e mesmo caminho.

Haveria, então, é de supor-se, uma verdadeira lavagem cerebral.

Se tal ocorresse mais cedo ou mais tarde, nossa Ordem ou se desvirtuaria ou desapareceria.

O Maçom tem inteira liberdade de interpretação, pois o símbolo permite exegese variada e, muitas vezes, desigual.

Se houver uma uniformidade obrigatória de interpretação, isto seria um verdadeiro atentado contra um dos sagrados postulados que ela prega: liberdade.

Portanto, é impossível, maçonicamente, alguém pretender fixar determinada corrente ideológica.

A preocupação maçônica pelo ser, pelo conhecer, pelo alcançar a verdade, exige análises, debates, troca de ideias e, sobretudo, respeito ao pensamento alheio.

O esoterismo se sobrepõe ao exoterismo, porque os problemas interiores merecem maior atenção que os exteriores.

O Maçom deve conscientizar-se de que tem um compromisso consigo mesmo, com o seu pensar, com o que fazer de sua vida maçônica.

Ele não pode prescindir de si próprio, não pode prescindir de seus direitos e, sobretudo, de seus deveres, porque se o fizer, estaria negando-se como ser, como homem, como Maçom.

Não podemos escapar da grande verdade de que o saber humano, mormente o saber filosófico – vem do homem, pelo homem e para o homem.

Devemos ter sempre diante dos olhos esta verdade: a Maçonaria proporciona aos seus membros os meios necessários para que adquiram o saber.

Infeliz do Maçom que disto não se aperceber...

É necessário, no entanto, que tenhamos a melhor boa vontade em assimilarmos tudo àquilo que ela põe ao nosso dispor, não só para adquirirmos o saber, mas também para alcançarmos aquele Grau de educação maçônica que nos projetará como verdadeiros e autênticos Maçons.

Raimundo Rodrigues MM


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