MAÇONARIA É VIDA


Diferentemente do que muitos pensam a Maçonaria não convoca ninguém para a morte.

A Maçonaria convoca todos, sem exceção, para uma jornada que defenda melhores condições de vida ao cidadão e à sua família, liberdade de pensamento aos seus ou não membros, a igualdade entre os povos de qualquer etnia, e acima de tudo uma fraternidade infinita a todos que vivem sob o manto de Jesus, o que lá se denomina Grande Arquiteto do Universo.

Lamentável a noticia que li dias atrás que um Maçom perdeu a vida dentro de um templo maçônico. Claro, sentimos todos por essa fatalidade. Pior, muito pior foram os comentários que li e ouvi sobre este caso.

Meu Deus, como pessoas desinformadas e sem nenhum escrúpulo emitem opinião sobre determinados fatos ou sobre determinadas organizações sem ter o menor conhecimento sobre ela.

Li um comentário chamando a Maçonaria de clube do bolinha, pois segundo o comentarista, lá não entra mulher, e outro pedindo até interferência da Polícia Federal na Ordem! Vejam só quanta ignorância!

O Médico, o Dentista, o Advogado, o Engenheiro, o Policial, o Mecânico, nenhum deles levam suas companheiras para o trabalho não é? Por que o Maçom tem que levar sua esposa quando ele vai trabalhar?

Trabalhar sim, pois são durante as reuniões que são definidas as metas a serem seguidas. Claro que elas (as esposas) exercem um papel fundamental dentro da Maçonaria. A elas (cunhadas) são reservadas outras tarefas. Estão sempre à frente das inúmeras campanhas que seus maridos definem dentro dos templos.

Se antes de omitir opinião sobre esta milenar e respeitada Ordem, tivesse o crítico à noção da grandeza da Maçonaria sobre todos os segmentos da sociedade, pensar-se-ia mil vezes para omiti-la.

Esses não têm a mínima noção de que a Maçonaria, uma entidade secular e respeitadíssima em todo universo, está presente nas grandes decisões da humanidade.

Não sabem ou fingem não saber, das intervenções de maneira silenciosa e discreta, exercidas pela maçonaria em muitos hospitais e atendimentos médicos pelo universo afora.

Nunca saberiam se eu não revelasse agora, a ajuda substancial prestada pela Maçonaria cuiabana aos milhares de portadores de necessidades especiais atendidos pelo Ceope (Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais) e em outros hospitais.

Não conseguirei, de maneira nenhuma, colocar neste espaço as infinitas ações filantrópicas que a Ordem Maçônica oferece a nossa população. Claro, diferentemente de um Supermercado quando coloca um produto em promoção e tem que, através dos meios de comunicação levar essa notícia ao maior número de fregueses possíveis para que haja um sucesso nas vendas, a Maçonaria prima pela discrição e pelo silencio absoluto.

Não interessa à Ordem dar publicidade às suas ações. Não interessa aos irmãos que praticam a liberdade, igualdade e fraternidade verem a generosidade de seus corações estampada nos rádios, jornais ou televisões.

Portanto, se você foi convidado a fazer parte dessa respeitável instituição, tenha absoluta certeza de que a Maçonaria te convocou para ser um soldado do bem.

Aceite sem medo, você será o mais novo voluntário do Grande Arquiteto do Universo.


EDUARDO POVOAS é cidadão cuiabano. povoas@terra.com.br

MESTRE INSTALADO


É o Mestre que tendo sido eleito Venerável Mestre, passa pelos ritos iniciáticos de Instalação, em que lhe são transmitidos, por uma Comissão Instaladora formada por três Mestres Instalados, os segredos que lhes são privativos.

Também na Igreja Católica observa-se a exigência da presença de três bispos na cerimônia de consagração de um novo bispo.

O Mestre Instalado, também designado pela expressão inglesa Past Master, é quase que um quarto grau do simbolismo maçônico, uma vez que somente os detentores deste título podem iniciar (ao grau 1), elevar (ao grau 2), exaltar (ao grau 3), assistir do início ao fim a cerimônia de Instalação e Instalar (fazer) novos Mestres Instalados.

Numa sessão iniciatória de qualquer grau, na falta do Venerável Mestre da Loja, caso os Vigilantes não sejam Mestres Instalados, não poderão portar a Espada Flamejante nem consagrar o grau, tarefa que deverá ser transferida para um Mestre Instalado presente.

Um Grande Inspetor Geral, grau 33, se não for Mestre Instalado, não poderá assistir a certos ritos da cerimônia de Instalação, devendo retirar-se do templo com os demais Mestres.

 A cerimônia de Instalação inicia-se no grau de Aprendiz, passando sucessivamente pelos graus de Companheiro e de Mestre, após o que só podem permanecer no templo os Mestres Instalados.

O avental do Mestre Instalado é igual ao do Mestre, porém com taus (letra grega semelhante à latina T) invertidos no lugar das rosetas.

Os Mestres Instalados têm assento no Oriente e sua jóia distintiva é um esquadro com um pingente formado por uma lâmina onde está inscrito o postulado 47 de Euclides, também conhecido como Teorema de Pitágoras.


 
Excerto do livro (não publicado) Maçonaria para Maçons, Simpatizantes, Curiosos e Detratores.

AMOR FRATENAL


A divisa utilizada pela maçonaria de língua inglesa (Brotherly Love - Relef - Truth; Amor Fraternal - Auxílio - Verdade) elenca as características indispensáveis à Instituição Maçônica.

O primeiro termo dessa divisa é o Amor Fraternal. Daí a corrente referência a que a Maçonaria é uma Fraternidade. Os maçons consideram-se unidos entre si por laços afetivos similares aos que se tecem entre os irmãos de sangue.

O amor fraternal de alguma forma tem características distintas dos outros tipos de afeição, incluindo uma natural componente de emulação entre irmãos que, bem vistas às coisas, é essencial para o desenvolvimento dos jovens seres e consolidação da espécie. 

Os fortes laços afetivos entre irmãos coexistem com brigas, desacordos, marcação de territórios e de posições. O irmão mais velho tem que aprender a partilhar com o mais novo a atenção, cuidados, carinho e amor dos pais.

Onde antes era rei e senhor vê depois um imberbe e indefeso ser, com a sua simples presença, a intrometer-se no seu espaço e - pior! - a usurpar a maior parte da atenção e cuidados que antes eram só seus.

No entanto, essa constatação e a aprendizagem a ela inerente não impedem o nascimento e desenvolvimento do laço afetivo fraternal.

E, há seu tempo, o irmão mais velho assegura a função de desbravador dos caminhos do mais novo e transmissor das experiências e descobertas por si vividas.

Por sua vez, o irmão mais novo cresce lutando para se igualar ao mais velho, para ser capaz de fazer o que ele faz, de conseguir o que ele consegue. Menos alto, menos forte, menos ágil, porque mais novo procura compensar a sua inferioridade determinando nichos onde consegue ser melhor ou ter mais habilidade que o seu parceiro/adversário, o seu irmão.

A relação afetiva fraterna inclui uma mescla de cooperação, auxílio e cumplicidade com confronto e desafio. É assim que a Natureza propicia que os jovens seres simultaneamente criem as suas identidades e aprendam a viver e a cooperar em sociedade.

A relação afetiva fraterna, precisamente pela sua componente de emulação, é muito produtiva e eficiente no crescimento e aperfeiçoamento de todos os intervenientes.

A emulação presente nessa relação afetiva faz com que cada um dos intervenientes queira ser melhor, enquanto simultaneamente auxilia o outro também a melhorar. A competição na cooperação propicia o avanço.

Quando um maçom trata outro maçom por Irmão também se mostra presente essa componente da ligação afetiva fraternal. Ambos se auxiliam mutuamente a melhorar. Cada um procura ser melhor. E, ao sê-lo, constitui exemplo para que os demais também o procurem ser, em sucessivo e permanente ciclo de motivação. 

O amor fraternal entre os maçons não é só - diria que nem sequer é principalmente - um conceito de origem religiosa, no sentido de que todos somos criados por uma entidade superior.

O amor fraternal dos maçons - tal como o que une os irmãos de sangue - é tecido de amizade, de cooperação, de auxílio mútuo, de cumplicidade, mas também de emulação, cada um procurando mostrar aos demais a sua evolução, o que aprendeu o que conseguiu melhorar, ao mesmo tempo em que contribui para a melhoria dos demais.

E cada um progride mais em conjunto e por causa do conjunto.

E cada um aprende que, quanto mais contribuir para o progresso de seu Irmão, mais ele próprio avançará.

Rui Bandeira


A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E A MAÇONARIA



MEUS IRMÃOS

Cento e noventa e dois anos são passados, desde quando o Príncipe Regente D. Pedro declarou nossa Independência do Reino de Portugal. 

Difícil falar em Independência do Brasil e não revivermos um pouco de seus principais personagens, a começar pelo próprio Príncipe D. Pedro, que embora colocado contra a parede pelos movimentos e inquietações nacionais, deu exemplo de amor a esta terra e de brasilidade, maior do que muitos outros sem vínculo algum com a Coroa Portuguesa.

Além da participação efetiva de dois grandes Maçons, Joaquim Gonçalves Ledo e José Bonifácio, mas sem nenhum sentido harmônico entre ambos, podendo-se concluir que aquele tempo a maçonaria brasileira estava dividida em duas grandes facções. Como nos afiança os grandes historiadores, ambas favoráveis à independência, mas uma delas com vistas já à possível proclamação da república.

Joaquim Gonçalves Ledo, um dos principais articuladores políticos pró-independência imediata do Brasil nutria idéias republicanas. Homem inteligente, destemido e articulista nato, extremamente competente.

José Bonifácio, também grande líder, porém, mais conservador, articulava rumo à nossa independência, mas, sem tanto radicalismo, como o defendido pelo grupo integrado por Gonçalves Ledo.

Gonçalves Ledo e José Bonifácio, ambos integrantes do Grande Oriente do Brasil, disputavam passo a passo o processo que culminaria com a independência do nosso país.

Gonçalves Ledo, mais radical, defendia a independência e a imediata convocação de uma Assembléia Constituinte, o que na verdade implicaria não apenas em desvincular o país do jugo português, mas no fim do Regime Monárquico.

José Bonifácio por seu turno liderava um grupo de brasileiros contrários ao pensamento e as idéias do grupo liderado por Gonçalves Ledo. Preferiam manter o quadro vigente, aproximando-se de D. Pedro em cujos ombros deveriam repousar as iniciativas de declaração da independência de nosso país.

Na verdade dessa disputa resulta uma aparente divisão de forças, uma liderada por José Bonifácio que se desvincula do Grande Oriente e funda a Sociedade Secreta da Nobre Ordem dos Cavaleiros da Santa Cruz. A outra liderada por Gonçalves Ledo, que continua no Grande Oriente do Brasil.

Ambos objetivando conquistar o apoio de D. Pedro, o iniciam na Ordem, passando a integrar o Apostolado no posto de Arconde-Rei, no Grande Oriente como Grão-Mestre Honorífico.

Essa disputa conduz D. Pedro a assumir os resultados da independência que se tornava irreversível, ou D. Pedro a faria ou far-na-iam os radicais liderados por Gonçalves Ledo, situação logo percebida por José Bonifácio.

Àquela altura não se discutia mais se si faria a independência, mas a forma como se daria esse processo libertário e de emancipação.

As Cortes de Lisboa radicalizavam em relação ao Brasil, os grupos liderados por José Bonifácio e Gonçalves Ledo, não disputavam mais entre si o prestígio de D. Pedro, centrando a luta em torno da forma pela qual se faria o rompimento com Portugal.

A 1º de agosto, D. Pedro assina um decreto considerando inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem em território brasileiro, cujo comandante já àquela hora já havia sido expulso do país.

Redigido por Ledo, D. Pedro assinou também um manifesto à Nação, no qual se falava claramente em independência, fazendo-se referencias aos abusos do colonialismo, denunciando novas medidas da Corte, como a exclusão dos brasileiros de cargos públicos, a utilização por Portugal de recursos do Brasil depositado no Banco do Brasil e o esvaziamento da autoridade do Príncipe D. Pedro.

Clamava ainda D. Pedro como integrante do Grande Oriente pela unidade de todas as Províncias para que participassem do ato de emancipação e dizia:

“Não se ouça, pois, entre vós outro grito que não seja união. Do Amazonas ao Prata não retumbe outro eco que não seja a independência. Formem todas as Províncias o feixe misterioso que nenhuma força pode quebrar. Desapareçam de uma vez, antigas preocupações, substituindo o amor do bem geral ao de qualquer província ou cidade”.

José Bonifácio não ficou para trás e a 06 de agosto conduz D. Pedro a se dirigir ao povo brasileiro e às Nações Amigas também em manifesto.

Era como se fosse uma declaração de independência e um pedido de reconhecimento por parte das Nações Amigas. Afirmava o documento que D. João VI se fazia prisioneiro das Cortes Portuguesas e que as medidas adotadas visavam garantir a pré-existência da Monarquia, o que agradava algumas Nações a exemplo da Inglaterra. Exigia-se a independência, mantendo-se, porem, o Brasil como Reino Irmão de Portugal. Assim proclamava o documento:

“Espero, pois que os homens sábios e imparciais de todo o mundo; e que os governos e nações amigas do Brasil hajam de fazer justiça a tão justos e nobres sentimentos. Eu os convido a continuarem com o Reino do Brasil as mesmas relações de mútuo interesse e amizade. Os Portos do Brasil continuarão a estar abertos a todas as Nações pacíficas e amigas para o comércio lícito. Como o Brasil sabe respeitar os direitos de outros povos e governos legítimos, espera igualmente por justa retribuição, que seus inalienáveis direitos sejam também por eles respeitados e reconhecidos”.

Estava àquela altura decretada a independência do Brasil, restando apenas sua explicitação e definição da organização do Poder remanescente.

Continuavam, contudo os movimentos pró-independência em todas as Províncias. D. Pedro temendo perder o controle da situação começa uma viagem pelas Províncias em busca de apoio, segue para São Paulo, deixando no Rio sua esposa D. Leopoldina.

Continuam as pressões da Corte Portuguesa sobre o Príncipe, com vistas ao seu retorno imediato a Portugal. Os Ministros seriam nomeados pela Corte, os Atos do Príncipe Regente anulados e dissolvida a Constituinte.

Decide D. Leopoldina e José Bonifácio seu confidente na ausência do Príncipe, informar a D. Pedro sobre a situação a que chegou o processo de emancipação.

D. Leopoldina e José Bonifácio relatam em carta ao Príncipe D. Pedro as medidas adotadas por Lisboa. Só restava a D. Pedro duas alternativas, ou voltar a Portugal como ordenara a Corte, ou declarar definitivamente a independência do Brasil. O que foi efetivamente feito ainda em Território Paulista às 16 horas e 30 minutos do dia 07 de setembro de 1.822.

Venceu mais uma vez José Bonifácio e os conservadores, perderam os radicais liberais, liderados por Gonçalves Ledo, diriam alguns historiadores. Não é verdade, venceram todos eles, não fosse à postura dos liberais, os conservadores teriam continuado em cima do muro onde sempre estiveram.

Não tivesse D. Pedro decidido pela forma mais democrática de se instalar a independência, a teriam feito os liberais, mesmo com sangue e a fio de espada.

Parte do trabalho do Irmão:
Joneval Gomes de Carvalho
Membro da Loja Maçônica Liberdade e União 1158
Goiânia GO


EGRÉGORA MAÇÔNICA


Pertenço ao grupo de irmãos que citou várias vezes “egrégora” em suas “Peças de Arquitetura”, inclusive em livro editado: em um tópico sobre a “Cadeia de União”. 

Os depoimentos de vários irmãos e as leituras de diversos textos destacando os benefícios daquela forma de energia e de seus efeitos sobrenaturais marcaram um significativo período de minha vida maçônica.

Entretanto, com o passar dos anos, persistindo em minha caminhada pela “busca da verdade‟, depararei com diversos textos, estudos e opiniões de outros pesquisadores maçônicos contestando o disseminado conceito de “egrégora‟.

Diante de minha inquietude, resolvi arregaçar as mangas e realizar uma pesquisa pessoal sobre o tema. Debrucei-me sobre vários textos: artigos, livros, citações etc. (maçônicas e não maçônicas), e procurei o “confronto‟ entre os pensadores.

Em nome da verdade, devo admitir que não encontrei absolutamente nada que comprove, justifique ou explique de forma coerente e racional a existência das “egrégoras”.

Inicialmente, vale o registro de que não encontrei o termo “egrégora” em nenhuma passagem nas versões na língua portuguesa de alguns principais Livros Sagrados que pesquisei: a Bíblia (católica e protestante), o Torá, o Bhagavad-Gita e o Alcorão; e nem em livros referentes ao kardecismo (“O Evangelho segundo Kardec”) e budismo (“A Bíblia do Budismo”).

Nenhuma dessas obras relacionadas faz qualquer citação ao termo “egrégora”. Da mesma forma, afirmo que nenhum dos rituais maçônicos que tive acesso, nos três graus simbólicos: Schröder, REAA, YORK, Brasileiro e Moderno, assim como os rituais dos Altos Graus do REAA e do Brasileiro, em nenhum deles, aparece à citação do termo “egrégora‟, muito menos de suas benesses.

Após complementar a pesquisa com diversas consultas à internet, conclui que existe um consenso entre os irmãos que questionam o uso do termo “egrégoras” na Maçonaria, de que o seu aparecimento no meio esotérico remonta a 1824 com o ocultista Eliphas Levi que a definiu como “capitães das almas”, e que, posteriormente, teve o seu sentido “adaptado‟ às diversas interpretações esotéricas-místicas-ocultistas que foram agregadas à Maçonaria ao longo dos anos por autores maçônicos franceses que, ao final do século XIX, insistiram em transformar a Maçonaria em um braço esotérico do espiritismo, tal como os seus antecessores ingleses insistiram em cristianizá-la.

As doutrinas que aceitam a existência das “egrégoras”, de diferentes formas, afirmam que elas estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembleias religiosas,  “plasmada pelo  somatório de energias físicas, emocionais e mentais dos membros do grupo, na forma de uma poderosa entidade autônoma que adquire individualidade e interfere nas vidas e nos destinos das pessoas, sendo capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora”.

Após ler e refletir bastante sobre o tema fiz algumas observações e alguns questionamentos que divido com os irmãos.

Não considero nenhum absurdo aceitar que a reunião de várias pessoas, mentalizando e direcionando os seus pensamentos para o alcance de um objetivo comum possa gerar uma energia “positiva‟ que proporcionará “aos membros desse grupo‟ uma sensação de bem estar, de alívio de tensão ou algo similar; também aceito que o contato físico – como na Cadeia de União – amplie essas sensações, pois serve para renovar e fortalecer o companheirismo que deve existir entre os irmãos, relembrando-lhes sempre que o objetivo primário da Maçonaria é nos unir de modo que formemos um só corpo, uma só vontade e um só espírito.

Mas, como aceitar, ou crer, que a “energia‟ emanada de nossas mentes possa plasmar uma “entidade‟ movida por vontade própria que irá interferir – para o bem ou para o mal – nas vidas e nos destinos das pessoas?

Ou que seja capaz de realizar no mundo visível as suas aspirações transmitidas ao mundo invisível pela coletividade geradora. Como isso poderia acontecer sem considerarmos o fator “sobrenatural‟?

Aceitar tal fato, sem questionamento, é fugir do racional. É mais lógico fundamentar essa crença a interferências de conceitos superficiais ou subjetivos ligados a superstição, que não necessitam ser demonstrados, mas nos proporcionam uma falsa sensação de segurança.

A maçonaria nos orienta a não nos entregarmos às superstições; logo, não podemos desprezar a lógica e a razão aceitando passivamente ilusórias promessas de felicidade e proteção advindas de “entidades‟ sobrenaturais plasmadas  em nossas sessões.

Concluindo, entendo que as chamadas “egrégoras” são quimeras sustentadas por forças motivadoras da superstição, e como tal se deve evitar a utilização dessa expressão na maçonaria, de modo a não contribuirmos à perpetuação e validação de uma falsa “entidade psíquica‟ gerada pela equivocada crença no desconhecido, que, na verdade, camufla a necessidade de mantermos um controle racional sobre os nossos temores. Mas essa decisão é pessoal e passa pela conscientização de cada um.

O maçom deve ser livre para investigar a verdade, crer naquilo que melhor lhe confortar, e deve utilizar as suas  “descobertas‟  para o seu próprio crescimento pessoal.

As palavras, e até mesmo os equivocados conceitos por trás delas, se esvaecem ante o objetivo maior da maçonaria de formar livres pensadores.

Ir.’. Ubyrajara de Souza Filho

Extraído do Informativo Maçônico “JB News nº 482”.



ALTOS GRAUS



A formação de um maçom está formalmente concluída logo que concluída a cerimônia pela qual ele é elevado ao 3.º grau e assume a qualidade de Mestre Maçom.

Todos os "segredos" lhe estão transmitidos, todas as "lições" lhe estão dadas, o método maçônico de evolução é-lhe conhecido. A partir desse momento, o Mestre Maçom é um Aprendiz que aprende o que tem de aprender, como pretende, segundo as suas prioridades e preferências.

Acabou a sua aprendizagem e tem a sua "carta de condução". Mas aprender o quê? Tudo o que lhe foi exposto, apresentado, mostrado.

Todos os símbolos, rituais, ornamentos, textos, que lhe foram fornecidos ao longo da sua formação. Não que tenha de saber esses textos de cor. Mas porque todos esses elementos são pistas, sinais, caminhos abertos à sua individual exploração.

Aonde conduzem esses caminhos? Ao interior de si próprio! À interiorização das virtudes e normas de comportamento e princípios que devem reger a conduta de um homem bom e justo e que procura aproximar-se o mais possível do conceito de homem perfeito. Por quê?

Porque crê que é esse trabalho, esse esforço, esse objetivo, o verdadeiro significado da vida, a razão de ser da nossa existência, porque o nosso caráter, o nosso espírito, a nossa alma (chame-se-lhe o que se quiser) necessita desse esforço, desse reforço, desse aperfeiçoamento, para evoluir e passar adiante (chame-se-lhe Ressurreição, ou Glória, ou Paraíso, ou Nirvana, ou o que se quiser).

Complementarmente à sua crença religiosa e em reforço e desenvolvimento desta, o maçom procura assim descortinar o inescrutável, entrever o sentido da vida e o Plano do Criador, cumprir a sua vocação.

Em bom rigor, para fazê-lo segundo o método maçônico não necessita de mais ferramentas do que as que lhe foram dadas ao longo da sua instrução como Aprendiz e Companheiro e na sua exaltação a Mestre.

Elas chegam, está lá tudo o que é necessário para que o homem bom que um dia bateu à porta do Templo se torne um homem melhor, um pouco melhor em cada dia que passa um tudo nada melhor do que no dia anterior e um não sei quê pior do que no dia seguinte.

Para esse trabalho fazer, basta-lhe atentar e meditar e trabalhar nos conceitos e lições que recebeu explorar a miríade de símbolos e chamadas de atenção com que se deparou.

E tirar de cada meditação, de cada exploração, de cada esclarecimento, a respectiva lição e - mais e, sobretudo - aplicá-la na sua conduta de vida. O Mestre Maçom tem tudo o que necessita para o seu trabalho e a obrigação de ensinar os que se lhe seguem - cedo descobrindo que será também ensinando que ele próprio aprende...

Mas alguns Mestres Maçons sentiam-se insatisfeitos, desconfortáveis. Até a sua exaltação, tinham tido um guia, uma cartilha, mentores, que auxiliavam o seu percurso. E, de repente, ainda inseguros, ainda tateando o seu caminho, os seus Irmãos largavam-nos ao caminho e diziam-lhes: "aí tens tudo o que precisas de ter para fazer o teu caminho! Procura, lê, estuda, medita, tenta, acerta, erra, quando errares volta atrás e tenta de novo até acertares."

Não haveria maneira de guiar ainda o seu trabalho?

Não de conduzi-los, mas de fornecer como que um mapa, um guia, que facilitasse a sua tarefa?

Tudo bem que tudo o que havia a explorar e aprender já lá estavam no que lhe fora ensinado. Mas as alegorias têm de serem decifradas, os significados encontrados...

É certo que o trabalho tem de ser individual mas... precisa absolutamente de ser tão solitário?

Está certo que cada Mestre Maçom deve procurar a sua Luz e, para o fazer, tem de se abalançar ele próprio a atravessar a escuridão mas... não se pode dar-lhe nem uns fosforozinhos, nem uma velinhas, para ajudar a alumiar o caminho?

Cedo se chegou à conclusão que sim, que se podia. Que, embora cada um tivesse os meios de explorar o seu caminho, não havia mau nenhum em proporcionar a quem o quisesse um mapa, um guia, um roteiro, que desenvolvesse, paulatinamente, patamar a patamar, as noções que já estavam disponíveis para serem desenvolvidas, mas que não havia mal nenhum se o fossem através de um roteiro bem organizado.

E assim se desenvolveu aquilo a que hoje se chama Altos Graus. Nas derivas do Romantismo, muitos sistemas de altos Graus foram desenvolvidos.

De alguns deles ainda restam resquícios, tentativas de manutenção. Outros, entretanto desapareceram.

No mundo maçônico, nos dias de hoje, predominam dois sistemas de Altos Graus, do Rito Escocês Antigo e Aceito e do Rito de York. Outros são também praticados: do Rito Escocês Retificado, por exemplo.

Mas não se engane ninguém: ao percorrer qualquer desses sistemas (ou mais do que um), não se sobe não se fica mais alto, mais poderoso, superior.

Ao percorrer cada um dos sistemas de Altos Graus está-se a utilizar um guia de auxílio no nosso caminho individual. Cada grau não é um patamar.

É uma viagem de descoberta e estudo. E o grau seguinte não é um patamar superior. 

É apenas outra viagem de descoberta e estudo. De que se volta para de novo partir, seja para reestudar a mesma lição, para reestudar lição anterior, ou para explorar nova lição.

E, a todo o momento, o Mestre Maçom pode decidir fazer nova viagem segundo o seu roteiro (e tomar novo grau) ou explorar por sua conta própria. Ou fazer ambas as coisas...

A Maçonaria é um caminho de conhecimento, iluminação e aperfeiçoamento. Que cada um percorre como quer. Às vezes com roteiro.


Às vezes sem guia. Uns de uma maneira. Outros de outra. Nem sequer, bem vistas às coisas, o mais importante é o destino. Importante, importante mesmo, é afinal a viagem e o que se retém dela!

Rui Bandeira

COMO ENTRAR NA MAÇONARIA?


Alguns face-amigos não iniciados têm-me perguntado o que é necessário para ingressar na Maçonaria.

Aí vai a resposta:

Não basta querer ser Maçom, é preciso que um Maçom o julgue em condições, é necessário ser convidado, é imperativo ser escolhido após atenta observação de seus procedimentos na sociedade.

Entre outras características a serem observadas, antes do convite deverão ser verificadas as seguintes condições básicas indispensáveis para ingressar na Maçonaria:

Primeiramente, deve-se observar o que preceitua a Constituição de Anderson, considerada a Carta Magna da Maçonaria Universal, que em seu artigo 3ª indica o perfil daqueles que queiram ser admitidos:

“As pessoas que queiram ser admitidos na qualidade de membros das Lojas devem ser homens bons e sinceros, livres de nascimento, de idade madura e boa reputação; 

Estão proibidas as admissões de escravos, mulheres e homens imorais cuja conduta seja motivo de escândalo”.

Adicionalmente:

(1) crer na existência de um princípio Criador;

(2) ser homem livre e de bons costumes;

(3) ser consciente de seus deveres para com a pátria, seus semelhantes e consigo mesmo;

(4) ter uma profissão ou ofício lícito e honrado que lhe permita prover suas necessidades pessoais e de sua família, a sustentação das obras da Instituição e socorrer os necessitados;

(5) se casado, ter a concordância da esposa: e

(6) possuir intelecto suficiente para lhe permitir, futuramente, a compreensão do simbolismo e da filosofia maçônica. 

Por sua vez, o candidato deve procurar saber se o Maçom que o está convidando pertence a uma Loja jurisdicionada a uma Potência Maçônica Regular e Legítima.


Simbologia Maçônica dos Painéis

MESTRE MAÇOM (DISCURSO DE EXALTAÇÃO) – Primeira Parte


PRIMEIRO DISCURSO – ANTES DA EXALTAÇÃO 

Meu irmão: Quando solicitastes fazer parte da Franco-maçonaria, detivestes-vos por algum tempo numa câmara em que o símbolo da morte vos foi apresentado sob diversas formas. É morrendo para os prejuízos, para o obscurantismo, para todos os erros ancestrais ou sociais que vos tornastes franco-maçom.

Hoje, vosso trabalho sustido, vosso zelo pela Ordem, vosso devotamento a vossos Irmãos nos permitem convidar-vos para participar dos mistérios mais profundos e iniciar-vos no grau de Mestre. Este Grau é talvez o que dentre todos representa mais maravilhosamente os antigos mistérios do Egito.

Outrora, o iniciado nos mistérios de Osíris aprendia, além da existência de forças misteriosas que vos revelou o grau de Companheiro, a possibilidade para o homem viver uma vida diferente da vida física.

Ensinava-se-lhe que a entrada e a saída da existência terrestre são guardadas pelo terrível mistério da morte.

Para exprimir simbolicamente este mistério, o iniciado era envolvido em faixas e colocado num ataúde; ao seu redor se ouviam cantos tristes e majestosos, e depois ele renascia.

Era-lhe revelada uma luz nova, e seu cérebro, dinamizado pelo vencimento do terror da morte, abria-se a idéias mais nobres, a devotamentos mais sublimes.

Hoje, as ciências profanas, graças ao devotamento dos Irmãos que nos precederam, transformaram a vida social.

O manejo das forças físicas saiu das antigas universidades, dos templos fechados, para entrar nos laboratórios e, tal qual o pelicano simbólico a dar seu sangue para nutrir sua prole, o sábio contemporâneo, o verdadeiro vidente da humanidade ainda cega, propicia aos profanos sua ciência e seu devotamento.

Mas a tradição dos símbolos é também uma ciência viva. Ela permite ao que a possui adaptar seus conhecimentos as necessidades de seus Irmãos, reerguerem uma sociedade que soçobrava suster um coração desanimado e projetar a luz onde as trevas reinavam soberanas.

Outrora, repetia-se ao Iniciado a história de Osíris, sua dilaceração, sua reconstituição por Isis, e as danças simbólicas dos Iniciadores revelavam os mistérios que a palavra era incapaz de traduzir.

Cada centro instrutor possuía uma história simbólica – lenda aparentemente frívola para os não iniciados – que servia de base a todo ensinamento dos mistérios.

A Franco-maçonaria, herdeira direta destas antigas Fraternidades iniciáticas, não faltou a este dever.

Vamos meu irmão, repetir-vos a lenda de Hiram.

Se não a houvéssemos precedido das considerações que acabamos de desenvolver, esta lenda pareceria um relato banal de coisas antigas e pouco interessante, e a vossa atenção não seria incitada a quebrar-lhe a casca para achar no centro do fruto a amêndoa nutritiva, libertadora de vossa intelectualidade. 

A lenda de Hiram contém a chave das maiores adaptações simbólicas que a Ordem maçônica tem de conseguir. Sob o ponto de vista social, a adaptação da inteligência aos diversos gêneros de trabalho, a divisão das forças sociais concorrendo com a harmonia do todo, o lugar dado ao Mestre por seu saber, são todos ali desenvolvidos.

Sob o ponto de vista moral se ensina a lei terrível que faz com que aquilo que haveis sustentado que haveis construído que haveis salvado, se revolve contra vós e vos procure matar, pois segundo a fórmula do animal humano, “o Iniciado matará o Iniciador”.

Praticamente, enfim, a certeza de que todo sacrifício é a chave de uma floração futura, é o ramo da acácia que guiará os Irmãos para o tumulo daquele que se sacrificou por eles.

Tudo isso é eternamente vivo para um cérebro que compreende e indica um ensinamento que pode sempre ser transmitido através da humanidade, qualquer que seja a evolução da sociedade profana.

Que nossos antigos Irmãos do século dezoito tenham visto nesta lenda uma representação mística da marcha do sol; que outros tenham ali descoberto adaptações filosóficas, isso pouco importa, pois toda lenda verdadeiramente simbólica é uma chave universal, adaptável a todas as manifestações físicas, morais e espirituais.

Agora, meu Irmão, compreendereis a razão de ser dos mistérios de que ides participar, e sabereis por que a Franco-maçonaria deve respeitar a tradição e os símbolos que foram confiados a seus Mestres iniciadores.

Papus

Postagem em destaque

CISÃO DO GOB E A FORMAÇÃO DO COLÉGIO DE PRESIDENTES DA MAÇONARIA BRASILEIRA

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