A divisa utilizada pela
maçonaria de língua inglesa (Brotherly Love - Relef - Truth; Amor Fraternal
- Auxílio - Verdade) elenca as características indispensáveis à Instituição
Maçônica.
O primeiro termo dessa divisa é
o Amor Fraternal. Daí a corrente referência a que a Maçonaria é uma
Fraternidade. Os maçons consideram-se unidos entre si por laços afetivos
similares aos que se tecem entre os irmãos de sangue.
O amor fraternal de alguma forma
tem características distintas dos outros tipos de afeição, incluindo uma
natural componente de emulação entre irmãos que, bem vistas às coisas, é
essencial para o desenvolvimento dos jovens seres e consolidação da
espécie.
Os fortes laços afetivos entre
irmãos coexistem com brigas, desacordos, marcação de territórios e de posições.
O irmão mais velho tem que aprender a partilhar com o mais novo a atenção,
cuidados, carinho e amor dos pais.
Onde antes era rei e senhor vê
depois um imberbe e indefeso ser, com a sua simples presença, a intrometer-se
no seu espaço e - pior! - a usurpar a maior parte da atenção e cuidados que
antes eram só seus.
No entanto, essa constatação e a
aprendizagem a ela inerente não impedem o nascimento e desenvolvimento do laço
afetivo fraternal.
E, há seu tempo, o irmão mais
velho assegura a função de desbravador dos caminhos do mais novo e transmissor
das experiências e descobertas por si vividas.
Por sua vez, o irmão mais novo
cresce lutando para se igualar ao mais velho, para ser capaz de fazer o que ele
faz, de conseguir o que ele consegue. Menos alto, menos forte, menos ágil,
porque mais novo procura compensar a sua inferioridade determinando nichos onde
consegue ser melhor ou ter mais habilidade que o seu parceiro/adversário, o seu
irmão.
A relação afetiva fraterna
inclui uma mescla de cooperação, auxílio e cumplicidade com confronto e
desafio. É assim que a Natureza propicia que os jovens seres simultaneamente
criem as suas identidades e aprendam a viver e a cooperar em sociedade.
A relação afetiva fraterna,
precisamente pela sua componente de emulação, é muito produtiva e eficiente no
crescimento e aperfeiçoamento de todos os intervenientes.
A emulação presente nessa
relação afetiva faz com que cada um dos intervenientes queira ser melhor,
enquanto simultaneamente auxilia o outro também a melhorar. A competição na
cooperação propicia o avanço.
Quando um maçom trata outro
maçom por Irmão também se mostra presente essa componente da ligação afetiva
fraternal. Ambos se auxiliam mutuamente a melhorar. Cada um procura ser melhor.
E, ao sê-lo, constitui exemplo para que os demais também o procurem ser, em
sucessivo e permanente ciclo de motivação.
O amor fraternal entre os maçons
não é só - diria que nem sequer é principalmente - um conceito de origem
religiosa, no sentido de que todos somos criados por uma entidade superior.
O amor fraternal dos maçons -
tal como o que une os irmãos de sangue - é tecido de amizade, de cooperação, de
auxílio mútuo, de cumplicidade, mas também de emulação, cada um procurando
mostrar aos demais a sua evolução, o que aprendeu o que conseguiu melhorar, ao
mesmo tempo em que contribui para a melhoria dos demais.
E cada um progride mais em
conjunto e por causa do conjunto.
E cada um aprende que, quanto
mais contribuir para o progresso de seu Irmão, mais ele próprio avançará.
Rui Bandeira
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