PARA QUE SERVEM TEMPLOS E OS RITUAIS?



Na "caminhada espiritual" usamos discutir mais do que realizar. Noutras palavras - preferimos as formas e os atos ao sentido ético, às grandes concepções da vida moral. É próprio das pessoas que ainda não vislumbraram as luzes proporcionadas pelo pensamento lógico e pelo conhecimento científico substituir com palavras e procedimentos mágicos as virtudes que dificilmente poderiam integrar às suas vidas.
Na visão de D.Huisman e A.Vergez "a noção psicológica de personalidade e a noção metafísica e moral de pessoa não são equivalentes". Daí os paradoxos interpostos em nosso caminho, especialmente quando tentamos analisar a "caminhada espiritual". É muito difícil explicarmos o que deve ser a partir daquilo que é. Os autores acima citados preferiram descrever a experiência moral, tal como é vivida pela consciência em sua originalidade irredutível, a fundamentá-la.
Não obstante, no campo das emoções, dos desejos e da formação do caráter e da personalidade, os rituais permaneceram cristalizados no tempo. Perderam, nos dias atuais, sua essência, valor e sentido transpessoal (ou "quarta força" na psicologia de Abraham Maslow).
Os rituais e os templos, contudo, ainda guardam heranças e tradições que merecem ser reencontradas e reinterpretadas à luz das necessidades do homem moderno. Se isso não acontecer, nenhuma cerimônia, nenhuma liturgia, catedral, edifício ou obra arquitetônica  terão o poder de apontarem para a transformação interior das pessoas. Nem ao menos lhes proporcionarão felicidade ou consolo.
O reencontro desses conteúdos ritualísticos - formas, palavras e gestos que antigamente constituíam "o Sagrado" - não implica numa revisão dos textos, mas numa perspectiva nova; nem a reinterpretação implica em modificações visando adaptar a liturgia às novas situações que vivenciamos. Mas precisamos sim - com urgência - acionar uma nova leitura, mais iluminada, daquilo que vimos praticando às cegas nos últimos cento e vinte anos!
Uma catedral magnífica, projetada segundo os mais justos e perfeitos cânones arquitetônicos é inútil (do ponto de vista espiritualista) durante a visita de um bando de turistas exclusivamente interessados em fotografar as colunas e vitrais seculares. A adoração das formas e das medidas serve apenas para ilustrar a inteligência, mas não transforma o homem para melhor. Um assassino cruel pode ser um bom arquiteto...
Um ritual, por mais bem elaborado e executado, permanece vazio e estéril se os gestos e palavras escapam à compreensão daqueles que o praticam.
Imaginemos uma liturgia proferida e articulada segundo a ortoepia da Idade Média e levada a efeito hoje na Catedral de Chartres - as preces e invocações recitadas integralmente em língua latina (imaginemos que não conheçamos essa língua); o texto, os sinais, símbolos e palavras nos passassem desapercebidos...
Que valor moral, ético ou espiritual levaríamos conosco para casa após esse culto? Que elementos de transformação interior, além do deleite estético da arquitetura e da música sacra? Apenas resquícios frágeis e quebradiços de uma adoração cega, da veneração pelo maravilhoso. Simples reverência e preito diante do desconhecido.
O formalismo reveste-se dos mais primitivos anseios humanos. Nesse início de século as imperfeições humanas vieram com mais realce à tona por causa do violento contraste entre o formalismo e a magnitude da geometria dos templos.
Vemos ressuscitar o açoite medieval daqueles que sondam os equívocos alheios expondo-os impiedosamente em público. Na falta daquela nova leitura mais iluminada a que me referi, semeiam-se novas dúvidas e novos medos.
Em face do crescente materialismo, nasce um conformismo covarde. As práticas, prédicas e discursos - nesses casos - não fazem mais do que proporcionar à eloquência de uns poucos o gozo pessoal de expor um panorama que constitui antes mau do que bom exemplo.
Na "caminhada espiritual" topamos com três tipos diferentes de pessoas, em número e papel que desempenham.
Há os professores, os discípulos e os indiferentes a esse tipo de "caminhada". Os que ensinam e interpretam parecem ter acesso direto ao escrínio secreto dos Mistérios. Parece que Deus só fala com eles...
Os que ouvem e tentam aprender contentam-se com as migalhas que caem da mesa farta dos líderes e profetas; e ainda pagam por essa mercadoria.
Os indiferentes (céticos) acham tudo isso muito cômico e empreendem outros esforços mediante a lei-do-menor-esforço.
A princípio, não nos cabe julgar as intenções e a sinceridade de uma tese e sua exposição sincera quando submetida ao debate e ao contraditório.
O que a tese (ou ensinamento) tiverem de bom - utilidade prática - devemos de aproveitar. Os aspectos negativos - oriundos de pretensos programas de ensino: desabafo de egos feridos, retaliação injusta contra movimentos concorrentes - dizem respeito ao propositor da tese em questão. São questões de consciência.
Todavia, ao humilde shela (discípulo) não se podem endereçar - nos dias de hoje, repito - apenas o rigor da vergastada, da humilhação e do silêncio compulsório.
O pensamento do discípulo é, antes de tudo, LIVRE.
O aprendiz é, antes de tudo, um homem livre.  É válido e imprescindível que ele avalie a sinceridade do que ouve, partindo do exemplo de vida que dá o pregador. É muito difícil alguém demonstrar o que não deve ser a partir daquilo que não é.
O conselho vem de outras épocas, não estou inventando nada - está no Evangelho escrito por Mateus: "Pelos seus frutos os conhecereis, colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?
“Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus.” A árvore ociosa tentará converter o objeto de sua opinião em oráculo que lhe satisfaça as aspirações do menor esforço: se vaidosa, transformará o mais sublime dos temas em galeria de exibição do personalismo inferior; se insensata, invocará toda uma cultura à aprovação dos desvarios a que se entrega.
Numa palavra: um instrutor (o "instituteur", em francês) torna-se mestre quando é capaz de praticar as regras que oferece aos alunos. O que pensariam esses alunos daquele catedrático de cálculo estrutural cujas edificações desabassem todas? Não é possível crer e descrer ao mesmo tempo.
Nem é aconselhável permanecermos como bois diante de castelos, pois há flagrante oposição entre a busca do conhecimento e os exclusivos interesses do estômago; igual oposição existe entre o caminho do homem livre - que pensa por si mesmo - e a estrada que estabelece apenas a dominação ou a distribuição dos lugares no poder - como na Revolução Francesa: havia aplausos no instante das vantagens, e fuga espavorida no instante do sacrifício e morte na guilhotina.
AS ORDENS INICIÁTICAS TRADICIONAIS: Ao sermos iniciados numa Ordem tradicional, não foi nosso objetivo substituirmos os dogmas tradicionais da fé por outros dogmas. Qual a vantagem em destituir da cátedra um "Magister Dixit" e substituí-lo pelo "Mestre Disse"? - trocar 6 por meia-dúzia?
Devemos estar conscientes, desde a opção que fizemos, que aqueles que abusam de autoridade utilizam-se da palavra para movimentos de ruína e aniquilamento do pensamento livre.
O efeito deletério de tais movimentos perturbadores articulam-se ainda contra os próprios autores que acabam colhendo amargos frutos da infeliz atividade a que dão impulso.
O sinal mais característico desse tipo de imperfeição é o interesse pessoal. Disse o antigo Mestre de Lyon: "Pode um homem possuir qualidades reais, que levem o mundo a considerá-lo homem de bem.
Mas, essas qualidades, conquanto assinalem um progresso, nem sempre suportam certas provas. “Às vezes basta que se fira a corda do interesse pessoal para que o fundo fique a descoberto.”
A QUEM serve esse homem? A QUE serve?
"Quando estão presentes as obras do interesse pessoal, suspeitemos da impostura, por mais pretensiosas que sejam suas reivindicações; por mais plausíveis que sejam seus ensinamentos.
Elas apenas servem às inimizades, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas a respeito das quais vos preveni..." disse Saulo de Tarso aos Gálatas.
José Maurício Guimarães


S.'. S.'. S.'. (SAPIENTIA, SALUS, STABILITAS)


S.'. S.'. S.'. (sapientia, salus, stabilitas) é correto no REAA, 

S.'.F.'.U.'. é do rito de York 


É compreensivo que surjam termos em latim em nossos ritos, razão pela qual os romanos dominaram a maior parte do mundo oriental e, por muitos séculos, impuseram seus costumes e seu idioma aos povos dominados.

Porém, importante que saibamos o significado de cada palavra de origem latina que pronunciamos.

Gostaria de mencionar, por hora, a expressão aposta aos textos maçônicos e ditas vigorosamente ao término da cadeia de união(no R.'. E.'.A.'.A.'.) -S.'.S.'.S.'. (sapientia, salus, stabilitas).

Esse termo faz referência aos três pilares do Templo, ou colunas imbólicas, quais sejam, a Jônica, representando o Ven.'.M.'., a Dórica, representada pelo ir.'.1º vig.'. e a Coríntia, personificada no ir.'.2º vig.'. respectivamente.

A pronúncia correta das palavras seria /sapiêinsia/, /salús/ e /stabilitás/, percebendo que a única dificuldade seria pronunciar a primeira delas, pois muitos a confundem por se escrever com a letra "t", que, no latim, tem som de "s" e acabam por escrevendo erroneamente "sapiencia".

Já a palavra "stabilitas" algumas vezes, também erroneamente é dita stabilitus, mas não deve assim ser usado porque a desinência "us" ou "um" é neutra e, neste caso ensejaria outra palavra se tornando composta, por exemplo: "lex libertatum" (lei libertadora, ou , lei que liberta).

"Sapientia" significa sabedoria, instrução, razão, bom senso, moderação e, na ordem do dia, representa o venerável mestre estando em sua posição de orientador e instrutor nas palavras e ensinamentos.

"Salus" significa saúde, salvação, conservação, vida, força vital, e diz-se em representação ao irmão primeiro vigilante.

"Stabilitas" significa solidez, consistência, firmeza, inamobilidade, estabilidade moral, e é dito em representação ao irmão segundo vigilante.

Referências Bibliográficas:

FIRMINO, Nicolau. Dicionário Latino-Português. 4ed. Melhoramentos: São Paulo, 1954.
BARROS, Zilmar de Paula. A Maçonaria e o Livro Sagrado. Mandarino: Rio de Janeiro, ano desconhecido.p.79

Por Denilson Forato


A MARCHA DO APRENDIZ



Inicialmente deve ser esclarecido o significado de marcha. Marcha é o ato ou efeito de marchar, caminhar.

Na maçonaria uma marcha específica é usada para cada grau e cada Rito Maçônico possui igualmente a sua marcha específica. Portanto, a marcha varia em alguns casos de acordo com o Rito.
Os Maçons executam a marcha, pois esta representa a forma de caminhar em Loja em busca da Luz do conhecimento. No caso do Aprendiz este só sabe dar três passos em busca dessa Luz.
A origem desses três passos, ou seja, o porquê dos mesmos, nunca foi explicado, nem há qualquer registro na história. Alguns escritores maçônicos especulam, acreditando que os três passos se devem ao fato do lugar onde eram feitas as cerimônias maçônicas (as Tabernas) ser muito pequeno.
Outra especulação também é feita em relação ao número três dos passos. O que se pode dizer é que este número não é exclusivo da Maçonaria. A Maçonaria o adotou para o Grau de Aprendiz, pois este número é considerado sagrado ou mágico e sempre foi usado por quase todos os povos da antiguidade.
A marcha do aprendiz é feita em linha reta, pois, simbolicamente, se sair do caminho reto não saberá a ele retornar. Ela tem início quando o Obreiro ingressa no Templo e, no Rito Escocês Antigo e Aceito, ela é rompida com o pé esquerdo, o mesmo ocorrendo em relação aos Ritos Brasileiro e Schröeder.
Nos Ritos Adonhiramita e Moderno os passos são rompidos com o pé direito. A cada passo dado, é formada uma esquad.’., com a junção dos calc.’., e sempre à ordem. Esta é a única exceção em que o Obreiro ao caminhar, o faz estando à ordem. Em outras oportunidades o Obreiro caminha normalmente pelo Templo sem estar à ordem.
Também muita tinta foi gasta para tentar justificar a forma correta de romper a marcha, ou seja, se com o pé esquerdo ou o direito. Uns alegando que deveria ser com o pé esquerdo, pois este é o lado do coração, da emoção; outros, com o pé direito, pois era o lado da razão.
A cada passo dado com o sentimento da emoção, juntava-se outro, com a razão. Assim, emoção e razão estariam sempre em equilíbrio. No entanto, tudo isso é apenas especulação, sem nenhuma justificativa histórica.

Originariamente, nas Lojas inglesas, os passos eram rompidos com o pé direito. Mas como essa forma de executar a marcha foi revelada por um Irmão indigno chamado Samuel Prichard, que publicou um livreto revelando alguns segredos da Maçonaria, a Grande Loja de Londres resolveu mudar, para impedir o ingresso de profanos nas reuniões maçônicas. Os Ritos Moderno e Adonhiramita, de origem francesa, preferiram continuar segundo a origem inglesa.,
Irm.: Robson Rodrigues da Silva

Bibliografia:
Castellani, José. Dicionário Etimológico Maçônico, Editora a Trolha, Londrina, 1988.
Ritual do Grau de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito, edições do GOB.
SILVA, Robson Rodrigues  - Das Pompas Fúnebres e Outros Estudos Maçônicos. Editora A Trolha, Londrina, 2009.
XICO TROLHA. Ponte para a Liberdade. Editora A Trolha, Londrina, 2004.


VIVAMOS EM FRATERNIDADE - REFLEXÃO


Existe uma Antiga História, uma Lenda Maçônica, um exemplo de união que devemos observar e nos exemplificar, já que somos Maçons, ou... será que não somos Maçons?
O  G.'.A.'.D.'.U.'.  estava sentado, meditando sob a sombra de um pé de
jabuticaba, lentamente o Senhor do Universo erguia sua mão e colhia uma e outra fruta, saboreando o fruto de sua criação.
Ao sentir o gosto adocicado de cada uma daquelas frutas fechava os olhos e permitia um sorriso caridoso, feliz, ao mesmo tempo em que de olhos abertos mantinha um olhar complacente.
Foi então que, das nuvens, surge um de seus Arcanjos vindo em sua direção:
Diz a lenda que a voz de um Anjo é como o canto de mil baleias.
É como o pranto de todas as crianças do mundo.
É como o sussurro da brisa.
O Arcanjo tinha asas brancas como a neve, imaculadas.
Levemente desce ao lado do G.'.A.'.D.'.U.'. e ajoelhando a seus pés disse..
- Senhor visitei a vossa criação como me pediste. Fui a todos os cantos,
estive no Sul, no Norte, no Oriente e no Ocidente.
Vi e fiz parte de todas as coisas. Observei cada uma das suas crianças
humanas.
Notei que em seus corações havia uma Iniciação, eram iniciados Maçons e que, deste  a cada um destes, apenas uma asa.
Senhor.. Não podem voar apenas com uma asa!!!
O G.'.A.'.D.'.U.'. na brandura de sua benevolência, respondeu pacientemente a seu Anjo:
- Sim.. Eu sei disso. Sei que fiz os Maçons com apenas uma asa.
Intrigado com a resposta, o Anjo queria entender, e voltou a perguntar.
Senhor, mas porque deu aos Maçons apenas uma asa quando são necessárias duas asas para se poder voar.. Para poder ser livres.
Então respondeu o G.'.A.'.D.'.U.'.
- Eles podem voar sim, meu Anjo. Dei  aos Maçons apenas uma asa para que eles pudessem voar mais e melhor. Para  poderem se evoluir levemente..
Para voar, meu Arauto, você precisa de suas duas asas: Embora livre, você estará sempre sozinho, ou ser  somente acompanhado.
Como  os pássaros que ao mesmo tempo em que estão juntos se debandam.
- Mas os Maçons com sua Única asa, necessitarão sempre de dar as mãos e entrelaçarem seus braços, assim terão suas duas asas. Na verdade, cada um deles tem um par de asas.
Em cada canto do mundo sempre encontrarão outro Irmão com outra asa, e assim, sempre estará se completando, sempre sendo um par.
Dei aos Maçons a verdadeira Liberdade e a cada um dei-lhe também, em
Igualdade, uma única asa, para que desta forma, possam sempre viver em Fraternidade.
(Autor desconhecido)


SER MESTRE DO POVO MAÇÔNICO


Nós, Maçons, temos de fazer mais, muito mais do que temos feito até hoje!
Mestre – Temos certeza de que muitos Mestres não podem dedicar-se ao estudo da Arte Real, talvez como desejassem. Uns por falta absoluta de tempo, estudar exige certo esforço, continuidade e memorização; todos nós estamos aptos ao estudo, alguns, porém, devido suas obrigações profanas, não têm essa disponibilidade; outros pela falta do hábito de ler.
Na Maçonaria, o estudo é trabalho do Companheiro; o Aprendiz, na realidade, não estuda, apenas observa; mais tarde, aplica o que observou ao estudo, que é a aplicação do seu conhecimento incipiente, para enriquecê-lo. O maçom, antes de vir a ser Mestre, deve passar pela escola como discípulo.
Atingido o mestrado, o maçom aprofunda o seu estudo para descobrir o que está oculto, para atualizar-se e tornar-se sábio. O maçom deve instruir-se para compreender, e só alcançará a meta desejada por meio do estudo, que exige constância, dedicação e, sobretudo, força de vontade.
Contudo, o Mestre precisa para dar instruções em Loja para os Aprendizes e Companheiros Maçons, explicar tópicos desta ou daquela lição, estar preparado.
Há sempre alguma coisa que passa despercebida, mas o Mestre precisa estar atento porque, quando menos se espera, pode surgir alguma pergunta cuja resposta precisa ser dada. Ninguém deve falar se não tiver certeza do que vai dizer. Daí por que o Mestre nunca deve deixar de preparar a lição para a próxima Loja.
Há Mestres que falam com facilidade, senhores do assunto e são imediatamente compreendidos. Mas, há outros que nunca devem abrir a boca. Nota-se que não conhecem nada daquilo que pretendem explicar.
O mais triste em uma Loja é constatar a mediocridade de seus membros, que não dão ao estudo a importância necessária. Quem não estuda, corre o risco de inventar. Nossa Sublime Instituição não é feita de invenções, não admite invencionices.
Estudar conduz ao aprendizado, e este à realização. Estude a si mesmo, observando que o autoconhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser um verdadeiro Maçom.
Marchas e Sinais – As marchas e os Sinais são de caráter obrigatório para os Maçons que são recebidos no Templo quando os trabalhos já foram iniciados.
É bom lembrar que estando a Loja funcionando em qualquer dos Graus, a entrada e a saudação são sempre do Primeiro Grau. A marcha de Mestre, em geral, só é usada por ocasião da Iniciação (exaltação) a esse Grau. No Rito Escocês Antigo e Aceito a marcha é iniciada com o pé esquerdo, enquanto que no Rito Francês ela é rompida com o pé direito.
As marchas, em qualquer dos Graus, devem ser bem ensinadas, logo nas primeiras Lojas.
Sobre os Sinais nada diremos para não desobedecer àquilo que a Maçonaria nos ensina, isto é, para não irmos de encontro à lei do sigilo. Queremos chamar atenção para alguns erros que são cometidos, continuamente, por ignorância das “leis” que regem a matéria.
Atenção! É erro crasso fazer-se qualquer dos Sinais se não estivermos com as mãos inteiramente livres. Portanto, se o Obreiro estiver lendo, por exemplo, o Ritual ou uma carta, ou qualquer outra coisa, segurando o objeto em que está escrito o teor da leitura, ele não pode fazer qualquer sinal e se o fizer estará cometendo erro imperdoável.
Repetindo: qualquer um dos Sinais só poderá ser feito se as mãos estiverem inteiramente livres.
Ingresso no Templo – Ao ingressar no Templo, far-se-á a saudação ao Venerável e aos Vigilantes. No entanto, é bom saber que, nos ritos teístas, a saudação que se faz ao cruzar o equador do Templo, é dirigida ao Delta Luminoso, representação do Grande Arquiteto do Universo.
Grau de Mestre – Título dado inicialmente ao Companheiro destinado a dirigir um canteiro de obras, entre os talhadores de pedra, do início da incipiente Maçonaria. Segundo Castellani, o Grau de Mestre Maçom, só surgiu no ano 1723 – depois da criação, em 1717, da Primeira Grande Loja, em Londres e só seria implantado a partir de 1738.
Com o surgimento do terceiro grau, ampliou-se a Maçonaria operativa; posteriormente,  entendeu-se como apurar os conhecimentos de forma intelectual, passando a ser denominada de simbólica “Maçonaria especulativa”.
Pode-se dizer que este Grau faz do Maçom um verdadeiro Mestre na arte da vida, porque lhe ensina qual é sua verdadeira missão sobre a terra e o papel que sua inteligência e seu valor devem desempenhar em todos os transes da vida.
A palavra Mestre provém do latim magister, e significa aquele que ensina e dirige; cada discípulo terá seu Mestre, inexistirá discípulo se não houver um Mestre.
Desde a Iniciação, o Iniciado passa a ser um maçom completo; mas, com o constante progresso e armazenamento dos conhecimentos, esse maçom sobe de grau em grau até atingir o “ápice da pirâmide”, quando se torna Mestre. Mesmo Aprendiz, o maçom deve aspirar ascender e, com zelo e pertinácia, evoluir dentro de seu rito, até atingir o conhecimento máximo e situar-se em uma posição de mestrado para ser Mestre de seus Irmãos.
Sendo a Maçonaria uma escola, nela haverá aprendizado; a titularidade máxima no simbolismo é a do Grão-Mestre, que significa “grande Mestre”, e nas Lojas a autoridade maior será do Venerável Mestre. Na Maçonaria Simbólica, o Grau de Mestre constitui o teto máximo atingido; com o mestrado, o maçom adquire todas as prerrogativas maçônicas.
Em uma Loja, o Mestre tem atribuições administrativas específicas e atribuições inerentes à sua evolução; nesse caso, tem a obrigação de orientar e ensinar os aprendizes e companheiros, sem que estes o peçam, pois não poderá manter-se Mestre sem ter sob sua espontânea responsabilidade pelo menos um Aprendiz.
Todo proponente de um candidato à Iniciação passará a ser Mestre do proposto, tanto no Primeiro como no Segundo Grau. “O maior deve ser aquele que serve e honra os menores”.
Os aprendizes e companheiros, vencido o prazo de interstício, têm a obrigação de alcançar o mestrado e assim receber todos os sigilos e conhecimentos maçônicos.
A Tolerância - O maçom deve estar alerta quanto ao recebimento das agressões e das ofensas; embora não haja necessidade evangélica de oferecer a outra face, o fato de exercitar a tolerância equivale a esse oferecimento que a mente comanda e o espírito aceita.
O Maçom considera a tolerância como uma virtude.
Voltaire afirmou: “Não concordo com nenhuma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-las”. Está aí uma síntese fundamental da aceitação, da paciência, enfim, do respeito ao juízo diferente.
Tolerar também significa avaliar o conceito de verdade expresso pelo interlocutor, desde que não se contraponha aos fatos, já que nada é mais intolerante do que a certeza de se ter razão. Por outro lado, a certeza de se ter razão leva ao fanatismo.
E toda verdade é verdadeira, mas não é a única.
Ser Mestre
Ser mestre significa ser Mestre de si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes no Grande Mistério, mesmo que nos denominemos Mestres.
Ser mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que isso por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Ser Mestre á acender luzes pelo caminho por que passa, luzes de amizade e sabedoria, de bondade e justiça, de harmonia e compreensão, de solidariedade e fraternidade.
Ser Mestre é não se considerar juiz dos defeitos e erros dos outros, mas saber compreender e perdoar.
Ser Mestre é saber aceitar um conselho, para ser ajudado.
Ser Mestre é retribuir com ternura aos que o odeiam.
Ser Mestre é ser perfeito nas minhas realizações.

Fonte de consulta: CARTILHA DO MESTRE / Raimundo Rodrigues
Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda. – Londrina – PR.

Autor – Ir.’. Valdemar Sansão


A BEM DA ORDEM, DA VERDADE E DO CONHECIMENTO


 Meus queridos irmãos.

 Estava eu na rotina de um domingo, só, pois sou viúvo, e moram comigo minha única filha e meu querido neto, estes porem, tinham indo a outros destinos como sempre ocorre. Pensando bem, a palavra mais correta seria solitário, jamais procuro permanecer só.

Se não estou acompanhado de minhas boas lembranças, tenho a companhia do G.’.A.’.D.’.U.’. e de um livro ou revistas, sejam quais forem. Aguardava porem, como faço todos os domingos o iniciar de um jogo, qualquer, às tarde das 16 horas. O jogo que iria começar era do meu bem amado Sport Club Corinthians Paulista, sinceramente, uma das boas “religiões” praticadas neste Brasil afora.

Há os que contestam ou protestam! Porem, afora, ser uma rotina, o Coringão está de matar de raiva o mais tranqüilo dos Mestres fundamentalistas do Budismo. Não há pratica do Ioga ou Zen-budismo que me levasse a ficar assistindo a derrota que se prenunciava. Desliguei a maldita TV, melhor dizendo, o maldito vício.

O que fazer? Se alternativas não havia predeterminado. Resolvi! Vou tomar um copo de água para saciar a sede..., sede esta motivada pela ansiedade.

Enchi o maior copo que existia em casa, melhor dizendo, uma caneca de chope, procurei um livro qualquer que minha mão alcançasse no primeiro toque, sendo pouquíssimos e ínfimas as diversidades, e voltei para sala. Sem sequer olhar o título, abri-o numa pagina qualquer.

Antes porem, ficara imaginando: Estava eu, ali, solitário com um copo de água a mão, justo a água, que tem o Universo de terra como sua máxima companhia.

A pagina aberta continha o seguinte texto ou primeiros parágrafos: “Estando sentado, de noite, em secreto estudo, sozinho, repousando sobre o tamborete, uma chama exígua saindo da solidão faz desenvolver quem não é vão em crer. Segurando com a mão a vara colocada na bacia, Branchus no meio me aparece; ele molha com ÁGUA não só o LIMBO de sua roupa, mas também os pés. Um medo e uma voz fremem pelas mangas: Esplendor divino. O espírito divino perto se assenta”.

Caramba estava eu ali acompanhado com o líquido mais precioso do mundo, com certeza o mais precioso para o ser humano em todo o universo.

E nada percebera ou havia percebido até então. Se condensado o vapor de águas, existente na atmosfera, e o degelo total dos pólos, a terra seria coberta em mais de 90%.

Em recente estatística, numa revista geográfica, 97% da água do planeta está nos oceanos, 2% nos pólos em forma de gelo e apenas 1% é própria para o consumo humano e metade disso está concentrado no subsolo.

Até na composição corporal do ser humano sua importância é fundamental, neste ser, tem mais de 70% de águas. É tal a importância nesta composição que o ser humano pode ficar por semanas sem comer, mais se em 72 horas não lhe for ministrado um litro de água, seu corpo entra em total colapso, seguindo-se a morte, irreversivelmente.

Que poder estranho tem este Líquido composto de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, sem cor, cheiro ou sabor, transparente em seu estado de pureza.
Mais estranho se torna quando se sabe que aonde não há águas não a vidas, há extratos da vida. Que poder estranho! Ao tentar eliminá-la, colocando-lhe fogo, tal qual o pássaro mitológico, ela renasce de sua “nova alma”: o vapor de água. 

Indestrutível. Que poder estranho! Ela pode extinguir o fogo e o fogo apenas muda-a na sua forma. Ela impõe e sobrepõe-se a terra e tal como faz à pedra: diluindo-a, dá-lhe novas formas. Que poder estranho! Em vários relatos de inúmeras civilizações antigas e contemporâneas a água não apenas saciava a sede, ela servia como elo que elevava o homem ao G.’.A.’.D.’.U.’..

Ela purifica-o física e espiritualmente. Vocês já se aperceberam que o G: .A:. D:. U:. não criou a Água. Vejamos em Gênesis: Gênesis 1: 1. No princípio, Deus criou o céu e a terra. 2. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Notaram... A água já era existente.

Ele ainda confirmou isto ao dizer... Versículo 6: Deus disse: “Que exista um firmamento no meio das águas para separar águas de águas”! O primeiro castigo generalizado aplicado pelo G:. A:. D:. U:. também foi promovido com a água.

Lembram-se. E acho sem querer fazer qualquer tipo de polemica religiosa ou do porque dos porquês, que o Grande Arquiteto do Universo claudicou nas palavras quando afirmou no Versículo 11, ainda de Gênesis: "Estabeleço minha aliança com vocês: de tudo o que existe nada mais será destruído pelas águas do dilúvio, e nunca mais haverá dilúvio para devastar a terra". E os tsunamis? Bem isto é um tema para depois se fazer uma dissertação ou contraditórios de elucubrações filosóficas ou religiosas.

A água, simbolicamente é representada na bíblia como elemento de religiosidade e de submissão respeitosa, Abraão no primeiro contato com o G:. A:. D:. U:. conforme descrito em Gênesis 18 – versículos, praticou esta submissão: 1. Javé apareceu a Abraão junto ao Carvalho de Mambré, enquanto ele estava sentado à entrada da tenda, pois fazia muito calor. 2.

Levantando os olhos, Abraão viu na sua frente três homens de pé. Ao vê-los, correu da entrada da tenda ao encontro deles e se prostrou por terra, 3. dizendo: "Senhor, se alcancei o seu favor, não passe junto ao seu servo sem fazer uma parada. 4. Vou mandar que tragam águas para que vocês lavem os pés e descansem debaixo da árvore”.

No antigo testamento (Êxodo 30 : 18 ~ 21), vê-se que os sacerdotes tinham a Água como purificadora: “O Senhor disse a Moisés: Farás uma pia de cobre, com base de cobre, para lavar, e a porás entre a tenda da congregação e o altar; e deitarás água nela; e Aarão e seus filhos nela lavarão as mãos e os pés; quando entrarem na tenda ou chegarem ao altar, lavar-se-ão para que não morram; lavarão os pés e as mãos para que não morram; e isto lhes será para estatuto perpetuo a ele e a sua semente.”

Assim também o fazem os Muçulmanos. E outras religiões e seitas. Até nas leis naturais e hoje estudadas na vida contemporânea, o homem em sua natureza primária é vivido no estado aquoso, na bolsa amniótica. No batismo, novamente imerso, renasce purificado espiritualmente.

A água é o mais transitório dos quatro elementos; de um lado temos o fogo e o ar, etéreos, de outro temos a terra sólida. Por analogia, a água é a mediadora entre a vida e a morte, na dupla corrente positiva e negativa de criação e destruição. Lao-Tsé, o pai do Taoísmo, prestou grande atenção, ao mesmo tempo físico e espiritual, a este fenômeno e disse: “A água não se detêm nem de dia nem de noite. Se circular pela altura origina a chuva e o orvalho. Em circulando abaixo e sobre a terra, forma rios e as torrentes”.

A água se sobressai em fazer o bem. Se lhes põe diques, pára; se lhes abre o caminho, percorre-o. Eis por que se diz: ela não luta “persevera”.

Até no contemporâneo popular já diz o velho ditado: Água mole...! Não obstante, sua aparente carência de forma, nada lhe iguala em romper o que é forte e duro, é indispensável: ao crescimento, germinação, amadurecimento, reprodução e regeneração. No simbolismo religioso, a água limpou a terra com o dilúvio. Na maçonaria encontramos a água como um dos quatro elementos purificadores nas cerimônias de iniciação.

É o elemento da terceira prova, prova alquímica, o símbolo de pureza da vida maçônica. Vejamos que na Alquimia tanto quanto na maçonaria a água é a Prima Matéria, ideia por certo herdada dos pré-socratianos. Logo pensam os alquimistas que uma substancia não poderia ser transformada sem antes ter sido reduzida à Prima Matéria.

A água é trabalhada através da operação solútio (ação solutiva), esta provoca o desaparecimento de uma forma e surgimento de uma nova forma regenerada.

No poema escrito por Lao-Tsé, podemos afirmar que a Maçonaria fala a mesma linguagem que a Alquimia, com o elemento água: O menor dos homens é como a água. A água a todas as coisas beneficia E com elas não compete. Ocupa os (humildes) locais visto por todos com desdém Nos quais se assemelha ao Tao.

Em sua morada (o Sábio) ama a (humilde) terra Em seu coração ama a profundidade Em suas relações com os outros, ama a gentileza. Em suas palavras, ama a sinceridade. No governo ama a paz No trabalho, ama a habilidade.

Em suas ações ama a oportunidade “Porquanto não querê-la, Vê-se livre de reparos.” Por fim, meu querido irmão Venerável, a água afora saciar a minha sede, salvou o meu domingo, visto que, me criou a condição de mais uma vez escrever estas maus traçadas linhas aos queridos irmãozinhos da Sphinx.

A tempo: O livro do texto referenciado, tem o titulo as PROFECIAS DE NOSTRADAMUS até outubro de 1989 (“Fim dos Tempos”), de José Marques da Cruz, 21ª Edição, Editora Pensamento. 

Um tríplice e fraternal abraço a todos os irmãos.


Ir Fernando Guilherme Neves Gueiros 

CRISTIANISMO E FRANCO-MAÇONARIA


Considerado por uns como uma maçonaria elitista – uma super-maçonaria ou uma maçonaria dentro da maçonaria – e visto por outros como um desvio – uma para-maçonaria, uma maçonaria marginal ou até mesmo uma “falsa maçonaria” – o Regime Escocês Retificado, criado por Jean Baptiste Willermoz na segunda metade do século XVIII, coloca aos membros da ordem, assim como aos “maçonólogos” que o observam de fora, um enigma, tanto em razão das suas origens quanto dos seus usos e, dos seus ensinamentos.
Sabemos que, como a Vida, única em suas fontes essenciais, e múltipla em suas manifestações substanciais, a Ordem dos Franco-maçons, UNA em seu projeto fundamental de erigir a Cidade Ideal onde reinariam o Espírito e o Amor Universal, se fragmenta exteriormente num elenco de ritos cuja diversidade, fonte de indiscutível enriquecimento, inscreve-se grosseiramente nas heranças históricas e culturais dos membros que os praticam.
Sem esta diversidade de formas e usos pode-se apostar que a franco-maçonaria não teria atravessado vitoriosamente três séculos de história no curso dos quais não lhe foram poupados golpes e provações tanto internos – conventos tempestuosos, cismas… – quanto externos – anátemas pontificais, hostilidade latente dos meios ditos racionalistas. Irmãos mantenham-se à direita, irmãos, mantenham-se à esquerda…
Cada rito maçônico apóia-se numa corrente iniciática, que ele exprime com maior ou menor sucesso e maior ou menor coerência no tortuoso dédalo dos graus sucessivos, cujos número é variável, e que se repartem em classes (Lojas, capítulos, etc.) distinguidos por cores extraídas da simbólica alquímica: azul, verde, vermelho, branco. Os três primeiros graus, os graus azuis, constituem a passagem inicial comum a todos os ritos.
Quando de sua elevação ao terceiro grau, o novo Mestre Maçom aprende que a “PALAVRA” foi perdida. É, tradicionalmente, a consequência infeliz do assassinato do Arquiteto Hiram Abiff por três maus companheiros. Se, como defendem alguns, como Ragon, o curso maçônico deveria limitar-se aos três graus azuis – aprendiz, companheiro e mestre – constataríamos que os maçons experimentariam um sentimento de frustração em sua fome, sendo a vocação dos graus superiores justamente a de reaver a verdadeira PALAVRA que (de que serviria saturar-se de perífrases evasivas?) foi trazida de volta e revelada pelo Cristo àqueles que têm ouvidos para ouvir.
Em nome de um humanismo mal compreendido e mal digerido, a quase unanimidade dos maçons se empenha em complicar – ocorreu um processo de valorização neste sentido – o que é, no entanto, muito simples: Hiram morreu levando consigo a PALAVRA para o fundo de sua sepultura; Cristo ressuscitou para nos devolver a PALAVRA (os gnósticos em seu tempo não se equivocaram ao associar o Cristo ao Logos) e nos restabelecer em nossa dignidade prístina, a de antes da prevaricação do Anjo. Neste ponto, o Regime Escocês Retificado, fundamentado na corrente iluminista do século XVIII, é o mais esclarecedor.
O quarto grau, o de Mestre Escocês de Santo André, fundamenta-se no pensamento filosófico de Martinez de Pasqually e de Louis-Claude de Saint-Martin. Ele dá ao HOMEM DE DESEJO as chaves da REINTEGRAÇÂO, e depois do parêntese capitular de Escudeiro Noviço e de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa, este ensinamento fundamental, este núcleo da Tradição será continuado e aprofundado nas classes da Profissão e da Grande Profissão.
Assim, o Regime Escocês Retificado representa o Centro de União de todos aqueles que reivindicam o Cristianismo em pureza filosófica, de todos aqueles que compreenderam que o Cristianismo é o ponto culminante da tradição ocidental, que ele é o “verdadeiro humanismo espiritual” que a Franco-maçonaria “filosofal”, assim como o martinismo, avatares modernos da espiritualidade eterna, veicularam até os nossos dias.

Eques ab Unionis Quaestu
M.E.S.A. – C.B.C.S.

Esta matéria foi publicada originalmente em L’Initiation no Nº 4 de 1985.
Fonte: Revista L’Initiation no Nº 1 – Abril-Junho de 2001


A CONDUTA DE UM MAÇOM JUSTO E PERFEITO


Pelos dispositivos constitucionais e regulamentares maçônicos, a base de todos os nossos compromissos é firmada na Honra e na Justiça.

Isto quer dizer, pois, que todo maçom deve ser honrado e justo, não só porque assim participará da grande família dos OObr.'. do bem – incomparável pela sua moral – como porque, essas são as qualidades que o Criador inspira às suas criaturas para sua felicidades neste mundo de padecimentos.

E, quando dizemos imperativamente que o maçom deve ser, é tão somente porque espontaneamente ele assumiu uma grande responsabilidade no momento em que, também espontaneamente, se filiou à grande instituição.

Não pode, portanto, deixar de mostrar praticamente, a beleza dos princípios maçônicos, porque, ninguém o tendo obrigado a assumir deveres de caráter tão graves e elevados, desviando-se da sua fiel observância, só poderá esperar, como recompensa, o desprezo da família maçônica.

Não é idêntica, porém, a repulsa que a sociedade profana inflige aos casos de infração moral, porque, entre os maçons, é imediata e efetiva, depois da sentença de um tribunal verdadeiramente equitativa, que não fecha ao afligido as portas da reabilitação, visto que a nossa justiça não é mais do que a caridade pura.

Deve o maçom trilhar constantemente, o caminho da perfeição moral, porque, assim, convencerá aos seus inimigos de ideais – e praticamente – de que a Maçonaria procura, em realidade, elevar o nível do caráter de todos quantos fortalecerem as suas colunas.

Que a conduta do maçom seja sempre a da Honra e da justiça, e que, longe de preceitos religiosos, impróprios de um homem de bem, respeite todas as religiões porque todas procuram concorrer para o bem social.

Só assim, com essa prática, não atribuirá a nenhuma superioridade sobre as demais, revelando desse modo, ainda, a noção perfeita da tolerância, elemento essencial para a prática perfeita da Fraternidade.

GRUPO MAÇÔNICO ORVALHO DO HERMON 
Fundado em 31 de maio de 2006

Rio de Janeiro – RJ – Brasil

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TRABALHO SOBRE A TERCEIRA INSTRUÇÃO APRENDIZ MAÇOM

  Prezados Irmãos, A terceira instrução do grau de aprendiz maçom, enfoca o desenvolvimento moral e espiritual dos iniciados na Maçonaria....