APERFEIÇOAMENTO DOS COSTUMES


“Usos e costumes” é uma expressão muito utilizada no meio maçônico para descrever – erroneamente – os elementos da tradição. Em geral, ela descreve um conjunto de práticas utilizadas através dos tempos, mas que têm significado desconhecido ou mesmo desprovidas de significado.

Tais práticas ou são deformações de algo que no formato original possuía significado, ou são absolutos erros incorporados através de sua constante prática.

Então, com o passar dos anos, perpetuam-se os erros, e lá está a ideia mal-formada dos “usos e costumes”, pronta para protegê-los do poder retificador da regeneração. 

Tal deformidade “fobisófica” (fobus = inimiga, sophia = sabedoria) serve ao propósito de justificar algo, cuja justificativa se desconhece, exercendo o papel de um grande “guarda-chuva” que torna indissolúvel aquilo que permanece sem causa.

Na Maçonaria, tudo deve ser tratado aos influxos da moral e da razão, sendo que, portanto, ela não pode comportar nada de imoral e nem de irracional. O que não estiver revestido do vigor moral e da clareza da razão deveria ser extirpado de nossos Templos, sob pena de incorrermos no erro e, por conseqüência, no vício.

Lembremos que a antiguidade de uma prática não outorga legitimidade a ela, e sim a proximidade de sua essência com as leis do universo; da mesma forma que a sabedoria de um maçom não é certificada pelo o colorido de seu avental, mas sim por sua humilde predisposição para aprender e evoluir, valorizando a alvura do avental dos eternos aprendizes que devemos ser.

A Tradição Maçônica não é composta de intocáveis “usos e costumes”, mas de um profundo conteúdo moral e filosófico, cujos princípios devem permanecer intactos, mesmo que estejam apresentados sob as mais diversas roupagens.

Tais roupagens devem sofrer constantes renovações, de forma a preservar, não a velha e puída roupagem dos “usos e costumes”, mas os intocáveis e indestrutíveis princípios que concedem à Maçonaria o título de “arte-real”, sob os auspícios da pura moral e da límpida razão; ideia contrária não permitiria adaptá-la ao contexto da atualidade, esta que aspira ser presenteada pela prática dos princípios, mas a cobre com o espesso véu da ignorância.

O maçom, como “amigo da sabedoria” – leia-se, filósofo – que deve ser, precisa buscar compreender a razão de ser das coisas. A tolerância não o obriga a aceitar aquilo que se apresenta sem propósito; apenas adia brevemente seu entendimento, levando a uma busca correspondente que traga luz ao que é potencialmente aceitável.

Por isso, não traz consigo a Maçonaria qualquer dogma inquestionável, mas sim um profundo conhecimento que deve ser desvelado pelo “amigo da sabedoria”.

O silêncio e o mistério devem ser instrumentos práticos da tolerância à serviço da preservação da verdade e não a sepultura do conhecimento.

A morte iniciática que não precede um renascimento é tão útil quanto o livro que não é lido, assim como o vulgo significado de “sacrifício” nada tem de semelhante com o ofício sagrado – ou “sacro ofício”.

A renovação da roupagem com que são apresentados os princípios é o igualmente ouvido e desprezado “aperfeiçoamento dos costumes”, aos quais os rituais maçônicos fazem referência.


Aperfeiçoá-los significa mantê-los em movimento, descristalizar os comportamentos, tal como os elétrons que orbitam para criar a matéria, tal como a vontade ativa que transforma o ignorante em sábio, tal como o preconceito que transmutado dá lugar ao conceito, o erro que dá lugar à verdade e o vício que dá lugar à virtude.

“Levantar templos à virtude e cavar masmorras ao vício” significa dissolver os automatismos inconscientes que nos mantêm presos à ilusão da matéria, de forma a criar hábitos conscientes, concebidos pela pura sabedoria, impulsionados pela força da vontade e iluminados pela beleza da razão.


Murilo Juchem,
A.'.M.'., A.'.R.'.L.'.S.'. Hermanubis nº 34, Porto Alegre - RS - Brasil.

O MAÇOM DE OFÍCIO É UMA CONTRADIÇÃO!


Por vezes alguns se esbarram em informações não corriqueiras, em que o maçom contemporâneo tem por legado, as suas principais “construções” das corporações de ofício.
Construções, digo aqui para espelhar o que ficou edificado, ou seja, os conhecimentos, os símbolos e a magia das lendas e alegorias que dão brilho e beleza a todos os simples momentos sublimes de per si.
Posto vamos ao ofício por assim falar.
Não é de todo verdade, a maioria dos ensinamentos da maçonaria simbólica hoje em evidência, na verdade deve-se, ao longo da história, a uma aglutinação de esforços e aplicação de conhecimentos coerentes ao desenvolvimento do homem maçom e da sociedade em que ele se insere.
A maçonaria operativa contribuiu sem sombra de dúvida para a raiz desta frondosa árvore do conhecimento, que hoje desemboca num novo modo de se olhar muitas ações da maçonaria, numa maçonaria, que segundo alguns estudiosos caminha mais para ser contemplativa.
Assim, maçonaria vem se transformando de acordo com os tempos. Alicerçando nova visão sobre os mesmos valores, combinada novas formas de manter-se ativa e viva no mundo atual.
Os maçons do ofício, não quebram, mas as pedras de antes. Apenas, simbolicamente se deitam sobre os fatos, sobre a história e a filosofia, para haurir sua visão inquietante diante do mundo, e quiçá construir o futuro.
O ofício é tarefa árdua. E contrapartida ao quebrar pedras da antiguidade. Não se relaciona unicamente com a matéria da pedra, mas busca o espírito, não da pedra, mas da pedra virtual, pessoal e da humanidade.
Os primeiros sinais dos não operativos são todos posteriores ao início do séc. XVII. Na Escócia, em Edimburgo, os primeiros sinais aparecem em 1634. Em Atchison’s Haven, em 1672, 1677 1693. Em Kilwinning, em 1672 e em Aberdeen, em 1670.
Na Inglaterra, já em 1621 os registros comprovam a existência de uma Sociedade de Maçons, em conjunto com a corporação de ofício regular.
Esta nova sociedade recebia captações dos maçons Aceitos, tanto dos construtores de ofício, quanto dos que não tinham nenhuma relação com a profissão.
Deste modo, afirmar que durante o séc. XVII tenha sido constituída uma fraternidade oculta, dentro da corporação profissional. Os seus membros ditos Aceitos seriam os efetivos possuidores do esoterismo e da maior parte da ritual idade que nos é hoje conhecida.
Os membros desta nova fraternidade foram gradativamente assumindo a sua condição maçônica perante o público externo, a partir da segunda metade do mesmo século. Pode ser, mas não há registros históricos.
O maçom do ofício é cada um de nós que entendeu a iniciação.
Ivair Ximenes Lopes



O GRANDE MISTÉRIO MAÇÔNICO


Tentam os profanos, de todas as formas, desvendarem os segredos maçônicos. 

Utilizam sistemas e normas de eliminação, culminando sempre com uma parafernália de conclusões confusas, absurdas.

Nossa simbologia, a vista dos curiosos, torna-se incompreensível. De forma esotérica buscam respostas, os leigos, porem não as encontram.

Interpelam IIr.’. que na maioria das vezes se utilizam o silencio, norma quase sagrada de nossa Instituição. A partir disso é difundida a Maçonaria com seita satânica, intrusa Ordem que ataca as varias religiões, um Clube congregando homens a se ajudarem mutuamente.

Tudo se fala, tudo se interpela e, na maioria das vezes, em tudo se falha quando esbarram na Verdade Final.

Tentemos pois, IIr.’., decifrar-nos mesmo o que seria o nosso maior Mistério… Seria um mistério nos congregarmos e formar uma família universal?

Poderia ser um mistério, nos igualarmos uns aos outros, independente, da casta social ou racial?

Ou um mistério a nossa união em torno de um bem comum, não só para maçons, como também para profanos?

É um mistério nossa crença num ser Onipresente, Onisciente, Onipotente?

É um mistério estendermos as mãos para os necessitados sem que ninguém visualize essa ação?

Ou seria um mistério o despojar das vaidades com a busca incessante da Verdade?

Quantos mistérios, quantas interrogações… A Maçonaria, na essência, se reproduz por alegorias e símbolos.

Na realidade terrena se apresenta fincada em ações e participações coletivas em prol da humanidade.

Ela é justa com os justos, perfeita com os perfeitos, todavia não se descarta os ignorantes, os imperfeitos.

Faz deles instrumentos para o seu desenvolvimento, estudando-os, auxiliando-os.
Nossa confraria é uma Luz!

O ponto máximo da Maçonaria é o esclarecimento.

Várias tentativas são feitas pela Ordem, desde os tempos mais remotos, com a finalidade de introduzir na Terra e seres humanos, o sentimento de aprendizado, disciplina e pesquisa.

Nossa Confraria foi uma semente, tornou-se uma árvore e agora, apresenta seus frutos a todos os seres do Universo. Fruto do saber, com sabor de Verdade.

Qual seria então, na realidade, o nosso grande mistério?

Estaria ele ligado às monumentais construções do passado?

Poderia estar na língua dos filósofos do presente, e do passado?

 Estaria na força dos magos? Em páginas de livros?

Não! O Grande Mistério Maçônico está na simplicidade que se configura a palavra amor.

O amor e respeito a tudo e a todos. Não creio na existência de um mistério maior que o amor…

Reconhecemos a Ciência, se nela estiver contido um trabalho salutar. Aceitamos o esoterismo desde que, baseado na verdade.

Reconhecemos todos os credos que tenham Deus por princípio, meio e fim.

Como uma Confraria pode se dirigir a tantos ideais e interesses, senão pela participação ativa junto à sociedade.

Como uma Ordem, dita diabólica, procura no Universo o coração divino para o melhor entendimento das misérias humanas?

Na realidade seria necessária a existência de algum mistério?

Não, pois não existe mistério algum, só o amor…

O que é o amor?

Ir.’. Douglas Garcia Neto
A.’.R.’.L.’.S.’. Madras, 3359 – GOSP/GOB


SIGNIFICADO DE IRMÃO


Podemos definir Irmão (do latim germanum), como aquele que é filho do mesmo Pai.

Pode-se chamar de irmão também aquele que se tem laço forte de amizade.

Pode ser usado também para aquele que possui a mesma crença religiosa ou filosófica.

A partir destas definições com certeza os Maçons são Irmãos.

Todos nós somos filhos de um mesmo Pai, o Grande Arquiteto do Universo.

Todos nós cremos que o ser humano possa como uma Pedra Bruta que é, aos poucos e com muito esforço ir se lapidando, buscando a Perfeição.

O amigo que a palavra “Amigo” é incapaz de definir.

Sim, nossos Irmãos de Ordem, são mais que amigos, difícil definir o poder de atração que rege a vida dos Irmãos.

Mesmo distantes sempre nos lembramos dos nossos Irmãos e que alegria quando nos vemos na vida profana ou nas Sessões de nossa Loja.

Somos todos Irmãos próximos, mas também devemo-nos lembrar que como somos filhos do mesmo Pai, na realidade todo ser humano é nosso Irmão. 

É claro que existem bons e maus, mas quem somos nós para julgarmos
. 
Amigo mais que querido, pessoa especial pra qualquer momento.

Nosso parentesco Maçônico faz-nos sermos Irmãos mais chegados, mais amigos e unidos.

Isso é bom, pois temos a certeza de que em nossa alegria ou em nossa dificuldade teremos sempre com quem contar.

Lembremos sempre: SOMOS MUITO MAIS QUE AMIGOS, SOMOS IRMÃOS!!!


Luciano Stangherlin .´.
M.´. M.´.
A.´.R.´.L.´.S.´. Luz do Terceiro Milênio, 3126
Or.´. de Bauru - S

PACIÊNCIA, UM CULTO MAÇÔNICO



A Maçonaria cultiva a paciência porque, sendo irmã gêmea da tolerância, é uma virtude que consiste na capacidade constante em suportar as adversidades, as dores, os infortúnios, com resignação subordinada à fortaleza da alma.
Diz-se que o tempo, a paciência e a perseverança nos conferem a integridade e habilitam a realizar todas as coisas.
A paciência significa equilíbrio e o controle do dualismo, o freio para o instinto, o fruto da meditação, o caminho da sabedoria.
A paciência conduz à perseverança, e esta à conquista do alvo planejado.
O maçom, para alcançar o conhecimento, buscar o progresso interior e exterior deve plantar a sua conduta dentro da Loja com exemplar paciência.
Os impacientes e os que, na Maçonaria, apenas procuram interesses espúrios ou tolas vaidades não conseguem realizar esse objetivo.
As precipitações, o afoitamento, a pressa são meios conturbadores.
A paciência é o caminho mais curto para alcançar-se a paz. Perdoar àqueles que conosco caminham para colocarem nossa paciência à prova é a caridade mais meritória.
La Fontaine ensina que “A paciência e o tempo dão mais resultado que a força e a raiva”.
Como sabem os Irmãos, o culto à paciência, na Maçonaria, ainda que alguns entendam diferentemente o seu significado, tem cunho religioso.
Joseph Anderson, um dos organizadores da Maçonaria Especulativa, era pastor protestante e muito do que nos é ensinado veio para a Ordem com a finalidade de mesmo não sendo um dogma, não deixa de ser um aprendizado espiritual.
Margaret Thatcher uma vez disse: “Eu sou extremamente paciente contando que consiga o que queira no final”. Este é um péssimo exemplo.
Quando tudo está indo do jeito que queremos, é fácil demonstrar paciência.
O verdadeiro teste de paciência aparece quando um de nossos Irmãos age de forma inadequada, o mesmo quando na vida profana, nossos diretos são violados; quando alguém, por atos ou palavras, procura nos irritar; quando somos ridicularizados por nossas crenças.
A Bíblia, no entanto, fala de paciência como um fruto do Espírito (Gálatas 5:22). Apesar de a maioria das pessoas considerarem paciência como uma espera passiva ou tolerância gentil, a maioria das palavras gregas traduzidas como “paciência” no Novo Testamento são palavras ativas e saudáveis. Considere, por exemplo, Hebreus 12:1.
É claro que paciência não acontece da noite para o dia na nossa vida.
Para o desenvolvimento da paciência é preciso que a mesma seja exercitada diariamente.
Nossa paciência se desenvolve e fortalece ainda mais quando procuramos a íntima ligação com o nosso mundo interior que é o GADU, nosso Deus.
O Rei Salomão ensina: “Descansa no SENHOR, e espera nele: não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos” (Salmo 37:7).
Jó foi exemplo de paciência e perseverança (Tiago 5:11). Tenhamos em mente que este ensinamento religioso e também Maçônico é para nos lembrar que seu propósito é para o nosso crescimento moral.
Agora, da próxima vez que for posta à prova a sua paciência, por ter sido magoado por um Irmão desavisado ou mesmo no mundo profano, não haja com impaciência, a qual acaba levando a mais estresse, raiva e frustração.
Saiba ser um verdadeiro Maçom, procurando compreender os prós e os contras de cada situação.
Autor: Ir Nivaldo Vieira de Melo

ARLS Thêmis & Ágora nº 20 – Or
de Rolim de Moura 

TRIGO, VINHO, ÓLEO E SAL NA CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO



Há vários casos na Bíblia em que todos os quatro “elementos” são mencionados juntos em uma única frase, por exemplo em Esdras, 6:9, “trigo, sal, vinho e óleo…” e novamente em Esdras, 7:22, e em I Esdras, 6:30. Nas nossas cerimônias de consagração da atualidade, esses “elementos” devem a introdução, quase que certamente, ao seu uso nos tempos bíblicos como oblações, oferendas e sacrifícios sem sangue, como no Templo.

Trigo, Vinho e Óleo são mencionados em Deuteronômio, 11:14, entre as recompensas para os que seguiam os mandamentos de Deus. Eles também eram considerados as necessidades primárias da vida diária, daí o seu uso entre os hebreus como oferendas de agradecimento e sacrifícios
(não animais).
 O sal também é relacionado com o sacrifício, mas possui uma variedade de significados simbólicos na Bíblia. O seu uso é determinado em Levítico 2:13.
Salgarás todas as tuas oblações…Porás, pois, sal em todas as tuas ofertas.
Cruden, na sua Concordance, interpreta o Sal, nessa passagem, como um símbolo de amizade, e na Idade Média era costume na Europa e no Oriente Próximo receber visitantes distintos em uma vila ou cidade com Pão e Sal.
Como o Sal ajuda a preservar da corrupção e é imune ao apodrecimento, ele tornou-se símbolo da incorruptibilidade. Brewer, Dict. of Phrase and Fable, chama-o de símbolo da perpetuidade e essa associação do Sal com a ideia de permanência aparece frequentemente na Bíblia:
“Esta é uma aliança de sal, que vale perpetuamente diante do Senhor…” (Números 18:19).
Rashi, um dos maiores comentaristas hebraicos, disse o seguinte dessa passagem:
“Assim como o sal nunca apodrece, a aliança de Deus…irá perdurar”.
Em um tema mais próximo à Maçonaria, “O Deus de Israel deu para sempre o reino…para Davi por uma aliança de sal” (2 Crônicas 13:5)
Aqui, mais uma vez, a ideia da permanência é enfatizada e esse é, sem dúvida, um dos principais motivos para o uso do Sal nas nossas cerimônias de consagração maçônica.
Pelo que sei o tema da preservação e permanência não costuma ser mencionado pelo Oficial Consagrador, mas em alguns dos numerosos memoriais de Consagração na nossa biblioteca, o verso cantado, antes que o Sal seja usado na cerimônia, é o seguinte:
Derramamos sal sobre nosso labor,
Divisa de Teu poder conservador,
Em Tua presença oramos, Senhor,
De nosso templo sede o protetor
Pode ser interessante reproduzir as explicações simbólicas dos elementos, como foram fornecidas na cerimônia de Consagração inglesa:
·         Trigo (Ar): símbolo da Abundância
·         VINHO (Água): símbolo da Felicidade e Alegria
·         ÓLEO (Fogo): símbolo da Paz e Unanimidade
·         SAL (Terra): símbolo da Fidelidade e Amizade
O simbolismo Maçônico para os elementos parece ter variado consideravelmente em diferentes épocas e locais. C. C. Hunt, na sua obra Masonic Symbolism (Iowa, 1939, pp. 100, 101), cita o relato de uma cerimônia de pedra fundamental na década de 1920, na qual o Grão-Mestre Provincial de Nottinghamshire oficiou, naquela ocasião, o Óleo como “emblema da caridade”, e o Sal, “emblema da hospitalidade e da amizade”. O mesmo escritor nota os poderes curativos e purificadores do Sal, citando II Reis, 2:20-21, em que Eliseu com um vaso de Sal “sanou as águas”. Outra referência similar em Êxodo, 30:35, “Farás com tudo isso um perfume…temperado com sal, puro e santo”.
O uso do Sal na Consagração de Lojas Maçônicas parece ser introdução moderna, provavelmente posterior a 1850. No fim da década de 1780, as descrições feitas por Preston das Cerimônias de Dedicação mencionam Trigo, Vinho e Óleo, mas nunca Sal. Além disso, o Irmão T. O. Haunch, Bibliotecário da Grande Loja, verificou certo número de descrições das cerimônias Maçônicas de Consagração e Dedicação até a década de 1840.
Nenhuma delas menciona o Sal, parecendo impossível dizer com certeza quando esse “elemento” foi introduzido. Incidentalmente, a cerimônia de Consagração praticada na Grande Loja da Escócia usa Trigo, Vinho e Óleo, mas não há menção ao Sal.
Autor: Emin Ir Wagner Veneziani Costa
Membro Efetivo do Supremo Conselho do Grau 33 para o REAA; Grão-Mestre da Grande Loja de Mestres Maçons da Marca; M.A.D.E. Grande Senescal do Grande Priorado do Brasil, ARLS Madras, N0 3359 e Sublime Imprensa Maçônica, N0 3999 – GOSP/GOB.


MAÇOM: DO MURAL A MORAL



“Mais valoroso que sejas pedreiro se este for o teu talento”.
― Nicolas Boileau

         Após a Sociedade Maçônica ter aberto mão do secretismo em função do discretismo face aos tempos modernos, eventualmente nos deparamos a situação de PProf.’. nos questionarem se somos MMaç.’.. 

Alguns IIr.’. preferem a circunspecção ou mistério sobre a questão, outros a altivez ao assumir este caráter. Mas, qualquer que seja a alternativa, será que de fato já refletimos o que significa tal termo tão peculiar? Claro, formamos uma noção filosófica e moral empírica do que quer é ser Ma.’. Espec.’. graças nossas instruções e conversas trocadas entre IIr.’., mas podemos nos assumir seguramente MMaç.’. sem sabermos a proveniência do termo?

Por questões práticas, nesta questão somos forçados a relegar teorias que origina os “Franco-maçons” “Maçons” etimológico-historicamente aos egípcios, fenícios, habirus e demais povos que tecerem os mistérios da antiguidade.

Podemos sim, nos ater concretamente palavra “Maçom” a sua significação usual de “Trabalhador em Pedra”, e, assim, (tentar) rastrear a origem do ofício e sociedade dos ainda OOper.’. MMaç.’.. Possivelmente não deve haver proveniência mais lógica que a raiz medieval latina “Macconer”(para construir) ou “Maconetus”(construtor), que ainda assim não se possui certeza da validade. Portanto, para melhor entender o conceito “Maçom”, o aspecto mais propício de investigação, seria suas aplicações documentadas mais longevas.

A palavra “Franco-maçom” ou simplesmente “Maçom” teve sua aplicação mais longeva observada entre os séculos XIII e XIV e até o século XVIII ela ressurgia de como sinônimo para diversos termos como: pedreiro, construtor, arquiteto, pedreiro-livre, trabalhador de pedra-franca, etc.

Na primeira época das pesquisas maçônicas, assumiu-se que os MMaç.’. OOper.’. tinham utilizado este termo de uma única forma e significado. Também foi presumido que a origem da palavra poderia lançar luz sobre a origem da Fraternidade.

 Atualmente os estudiosos abandonaram a primeira hipótese, pois, concluiu-se que há muito pouco sobre a origem da palavra “Maçom” para que esta possa explicar a origem da Maçon.’. em si. As informações colhidas a partir de diferentes períodos e lugares indicam que a palavra deve ter tido aplicações diversas, e que um Trabalhador/Artesão que poderia em determinado lugar/período ser chamado de Maçom e noutro não. Observemos as hipóteses em voga para o significado do termo:

     I.        Trabalhadores em Pedra-Franca: Muitas pedras empregadas em fundações e edificações eram de natureza bruta, desiguais na consistência, possuíam formações ásperas ou tortas. A pedra ideal para desbaste era a granulada, ou de grão fino que podia ser cortado em qualquer direção sem rachar ou lascar a peça, podendo de ter a superfície aplanada e polida. Estas eram conhecidas como “pedra-franca”.

    II.        Trabalhadores Formados: Os Aprendizes do ofício da construção eram subordinados a um Mestre por um determinado período de anos. Estes como o firmado em acordo, ao término de um período combinado e dada as instruções necessárias, eram avaliados (trolhados?) e então liberados (elevados?) do compromisso. Qualquer Mestre Maçom era neste sentido seria um “Maçom-Livre” ou “Franco-maçom”.

  III.        Trabalhadores Emancipados: Pedreiros locais por obedecer aos costumes e a lei civil, eram restritos às suas próprias comunidades, ao menos, em circunstâncias habituais. Os pedreiros construtores de catedrais e igrejas por sua vez não eram restringidos a uma localidade especifica e estavam francos para se deslocar livremente objetivando à disseminação mais fácil das edificações religiosas.

  IV.        Trabalhadores de Cidade-Livre: Uma vez que uma cidade recebia uma Carta Constitutiva própria, praticamente tornava-se um governo independente e ao decorrer do tempo cada morador de determinada cidade-livre tornava-se um cidadão. Fora dos muros havia a servidão, dentro a liberdade. Esta liberdade advinha dos "direitos" dos cidadãos habitantes daquela cidade. O membro de uma Corporação Maçônica de tal cidade seria um cidadão e, portanto livre, ao passo que um simples pedreiro fora dos muros não seria.

Possivelmente algum destes significados para "Franco-maçom", tenha encontrado seu caminho até as Antigas Constituições que outorgavam a autoridade civil para que as Lojas estabelecessem as direções da Maçon..’. Espec.’.. Talvez uma série de definições tenha convergido para o uso atual da palavra, de todo modo, a mesma continua a ter significados variados.

Mas o que nos vale toda essa história?

No que tange a etimologia de uma palavra, essa peça já satisfaria ao mero leitor, podendo ser descartada ou postada a outro qualquer... Afinal, há muito já deixamos as construções de murais para as especulações morais! Mas foram as construções em pedra desses pedreiros longevos que nos renderam nossas alegorias e símbolos, e seu exemplo pode e deve guiar nossas ações! Eles que empregavam tanta Força e Vigor sobre a pedra... Empregaríamo-nos, um equivalente sobre a sociedade como alegamos?

Escolheríamos com o mesmo critério que aqueles, as PP.’. BB.’. que iremos desbastar (I.)? E ainda, desenvolveríamos pelo tempo necessário, examinaríamos e então graduaríamos corretamente nossos AApr.’.(II.)? Nos dedicaríamos também a construção do T.’. alegórico que culminará em nossa tão almejada liberdade(III.)? Por fim, contribuiríamos para que nossa comunidade seja autônoma e, portanto nós mesmos (IV.)?

Para efeito, visitemos ainda o XXIV Landmark: “A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos, e o uso simbólico e a explicação dos ditos métodos e dos termos neles empregados, como propósito de ensinamento moral (...)”. 

Este Landmark é a indicação inegável da necessidade de compreendermos profundamente o passado para a fundação do futuro. Somente pela mineração do que éramos, poderemos desbastar o que somos a fim de bem construir o que seremos...

Autoria de Tiago Roblêdo M.’. M.’.
Visita Interior a Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem
REFERÊNCIAS
Mackey's Encyclopedia of Freemasonry
Las Antiguas Corporaciones, M\R\H\ José Schlosser
Ritual de Aprendiz, Rito Escocês Antigo e Aceito 1928 - GLEB


A FORÇA DA UNIÃO

Meus IIr.’., usando da leitura, eu vou ler uma pequena prancha que escrevi, porque não tenho o dom da palavra, e através da leitura acredito eu que será mais fácil expressar meu verdadeiro sentimento.
Eu pediria aos IIr.’. que prestassem muita atenção, e abrissem seus corações e após a leitura meditassem um pouquinho e depois fizessem um breve julgamento dentro de cada um deles, que poderíamos chamar, “um encontro com Deus, e conosco mesmo”.
SER MAÇOM:
É ser amante da Virtude, da Sabedoria, da Justiça e da Humanidade, sem falsos preconceitos;
É ser amigo dos pobres e desgraçados, dos que sofrem, choram, têm fome e sede de justiça;
É querer a harmonia familiar, a concórdia dos povos e a paz ao gênero humano;
É espargir por onde passa os esplendores divinos da instrução e do conhecimento, educando a inteligência para o bem;
É abrir os braços à humanidade, dentro do sublime preceito: “Amai-vos uns aos outros, formai uma única família e sede todos irmãos”;
É esquecer as ofensas recebidas; ser bondoso, inclusive para com os inimigos; não odiar ninguém; praticar a Virtude; pagar o mal com o bem;
É amar a LUZ e aborrecer as TREVAS; ser amigo da CIÊNCIA e combater a IGNORÂNCIA; render culto à RAZÃO e à SABEDORIA;
É praticar a TOLERÂNCIA e exercitar a CARIDADE sem distinção de raças, crenças ou opiniões;
É lutar contra os falsos PRECONCEITOS, a HIPOCRISIA e o FANATISMO;
É ser um eterno investigador da VERDADE.
 Meus IIr.’. , ser maç.’. , é um compromisso muito sério, e como toda atitude séria, depende de uma boa concentração; nossa Oficina não poderia ser diferente, ela depende também de nossos esforços e de nossa união, de nossa lealdade, de empenho, e da capacidade de nos transportarmos do mundo profano, para a espiritualidade maçônica, em busca de luz e energia positiva. Para adentrarmos ao templo, deixamos para trás nossos pensamentos profanos, então damos inicio aqui a mais uma de nossas sessões.
Aqui, farei uma pausa, e usarei uma máquina, para dela tirar um exemplo de sincronismo.
Se a máquina tiver um motor perfeito, e seu dono achar que isto será suficiente para executar um bom trabalho, em pouco tempo ele, (o dono) vai perceber, que algo esta errado.
A máquina depende desde o menor parafuso, até seu magnífico motor, tudo, deverá estar trabalhando em perfeito sincronismo, em qualidade e perfeição.
Mas essa máquina após feita sua manutenção, basta que o operador dê um comando, que ela executará o serviços. Ela não pensa, ela não tem sentimentos. Nem má, e nem bons, ela apenas executa o comando.
Nós somos seres pensantes, temos sentimento, e almejamos um objetivo; e as vezes em busca desses objetivos, muitas vezes egoísta, atropelamos os sentimento, ou até mesmo criamos problemas para, o bom desempenho da nossa Sagrada Ordem.
Portanto:
Ao procurar- a falha de alguém, devemos ensinar.
Ao julgar - devemos procurar orientar.
Ao, em vez de ser falso para nosso próprio coração; Devemos ser puros e verdadeiros.
Devemos ter um coração em harmonia com nós, com Deus, e com o próximo.
Devemos Amar e praticar a liberdade, a igualdade, e a fraternidade, não na leitura e nas palavras, mas no coração de cada um de nós. Então meus IIr.’. muito em breve atingiremos nossos objetivo em busca, da luz emanada do G.’.A.’.D.’.U.’.; e só assim teremos nossos sonhos realizado; que é SER MAÇ.’..

Autor: Ir.’. Gilberto H. dos Santos • ARLS Mensageiro da Luz 60


Postagem em destaque

SIGNIFICADO DA MAÇONARIA PARA O MUNDO E A HUMANIDADE: UMA REFLEXÃO

  Gostaria de começar este artigo com a pergunta: Qual é o significado mais profundo da franco-maçonaria no desenvolvimento do mundo e da hu...