“Ser maçom, não é
direito; é recompensa”
A iniciação maçônica é
um ato definitivo, na vida de um profano prestes a ser tornar maçom. Não existe
outra experiência igual. Ela é única, e,
se não for bem conduzida, plena de emoção e respeito por parte dos envolvidos
nesse ato, é possível que o recipiendário não vivencie ou não sinta
intensamente cada movimento, passos, ruídos, sons e odores, no desenrolar da
cerimônia.
Essas sensações formam
um conjunto de sentimentos que podemos chamar de “sensações iniciáticas”. A
iniciação tem mais que emoção e sentimento em si, do que se pode imaginar, e
cada um reage à sua maneira, de acordo com sua sensibilidade e percepção.
O silêncio e a seriedade
no ambiente devem ser impecáveis, para que todos, em especial, os neófitos
possam assimilar o que está acontecendo. Os que conduzem a cerimônia devem se compenetrar
da importância do ato, e os presentes têm a obrigação de colaborar, para que tudo
saia à perfeição, pois nesse momento, a Egrégora está formada e o ambiente deve
ser envolvente e harmonizado para que se possa “ouvir” o silêncio.
A impostação de voz deve
ser observada e treinada antes, especialmente pelo Venerável e os Vigilantes,
que não podem atropelar a leitura, nem tartamudear. O neófito, em estado de
quase transe, precisa que tudo tenha clareza para melhor ouvir e compreender,
pois depois de horas privado da visão, ele está psicologicamente desgastado e
com dificuldade de entendimento.
Um irmão de minha Loja
Mãe, homem culto, escritor e maçom puro, diz foi de tal forma envolvido, e como
num arrebatamento, sentiu uma leveza de espírito que o fez CONHECER DEUS, no
dia de sua iniciação. Abordo esse
assunto, pois sabemos que ainda, em pleno no século XXI alguns maçons insistem
em transformar a sessão magna de iniciação num ato ridículo, fazendo o profano esperar
de terno e gravata, numa praça pública num dia de sol escaldante, à vista de
todos, à espera de seus “algozes”.
Creiam ainda se usa a
famigerada tábua de pregos num ato de covardia contra um profano amigo, que
vendado e semi nu, não pode se defender dessa atitude covarde, nem identificar
que assim age. Essa é uma prática medieval. Anos atrás, em viagem, fui a uma
Loja e vi numa iniciação, galhos dentro do templo, que eram esfregados nas
pernas, costas e peito do iniciando, numa galhofa para divertir os presentes. E
todos riam. Mais ainda, alguns “maçons de ocasião”, mostram seu lado obscuro, e
chegam a levar o profano à noite no cemitério onde é recebido por alguém com
uma crânio de animal pendurada no pescoço, numa cena ridícula, numa
demonstração de total falta de respeito ao seu semelhante, naquele momento tão
importante de sua vida. Isso não é comportamento de homem livre, ou minimamente
civilizado. Incrível, como alguns se comportam tão mal maçonicamente,
transformando o Templo num quase picadeiro.
O interessante é que
esses maçons foram por nós escolhidos entre os melhores homens de nossas
relações, por seu comportamento ético e moral.
Agora mestres maçons, (ou pseudos) como podem eles se comportar assim? Coisa
que nunca fizeram em casa, nem no trabalho, com ninguém, agora num comportamento
idiota, praticam. O que houve com o caráter
deles? Sugiro formar um grupo de estudo
do Ritual, para mostrar que essa gente que tal ação não faz parte da
Iniciação. Imaginem o que pensaria a
esposa de um candidato ao saber que seu marido, teve que se sujeitar a essa
troça, um escárnio inaceitável.
Se o candidato não sentir
as mensagens transmitidas na iniciação, seu ingresso na Ordem poderá resultar
num retumbante fracasso com mais um faltante crônico, às sessões de sua
Loja. Uma iniciação mal feita, pode apenas
revestir com o avental maçônico um eterno profano.
A cerimônia de iniciação
pode ser vista como uma teatralização, mas não como um show barato de circo
mambembe. A cerimônia da iniciação é a
mais importante atividade maçônica e deve ser realizada entre irmãos reunidos
em absoluto segredo, e tomados pelo mesmo sentimento de amor, que só os
iniciados nos Augustos Mistérios são capazes de sentir.
Ir.´. Laurindo Roberto
Gutierrez
Loja Brasil de Pesquisas
Maçônicas – Londrina – PR
Loja de Pesquisas
Maçônicas Francisco X. Ferreira- Porto Alegre
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