O RETRATO DE DORIAN GRAY E A ORDEM MAÇÔNICA


 

Nestes momentos de grande tensão, de isolamento, gostaria de convidar meus Irmãos, a está reflexão.

O que o retrato de Dorian Gray e nossa Ordem, têm em comum?

Vamos por partes:

Tal como na história de Dorian Gray, nossa Ordem acredita ser eternamente jovem, pois assim se vê o que gera um diacronismo, entre o que é vivido e pensado.

Atravessamos séculos, verdade, mantemos ainda um viço, uma curiosidade, dos que nos espreitam, porém perdemos a capacidade de dialogar com o novo.

Não somos mais um colegiado do pensamento, da boa discussão, viramos adesionistas, partidários e desrespeitosos, para com a nossa história, não vivemos mais a Fraternidade, firmada no Amparo Fraternal.

Vemos-nos "jovens", mas estamos envelhecidos, carquilhados, presos a comendas, medalhas, sem diálogo para com a humanidade, que juramos tornar feliz, sob a insígnia do amor, melhora dos costumes, pelo exercício constante da tolerância, buscando a igualdade, e de "quebra" o respeito as autoridade constituídas e à livre prática da religião.

Desrespeitamos os contraditórios, rasgamos a essência da nossa história, mas continuamos Maçons.

Perdemos-nos no egoísmo, comezinho do nosso umbigo, perdemos a visão celestial e criamos a histriônica virtual.

De alguma forma, o Amparo Fraternal, deu lugar à indiferença, somos hoje, uma Ordem que inicia muito, retém poucos e não forma os laços, tão belamente interpretados na alegoria da Corda de 81 nós, através da União. Concórdia e Pesquisa.

Estudamos pouco, pois achamos que isto é "enfado da carne", nos desrespeitamos publicamente, nos acusamos, trocamos insultos, mas achamos que o nosso Lema, da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, estão assim mesmo preservados.

Existe possibilidade de mudança?

Eu de forma imediata, respondo, sim existe um caminho, primeiro que nos reconheçamos, como verdadeiros Irmãos, não por nossa conivência, opinião, profissão de fé, mas sim, porque nosso Ritual assim preconiza.

Dá tempo ainda?

Certamente, desde que entendamos que disputas, não consagram ou não encontram acolhimento, no cimento místico, que recebemos, ao vermos à Luz.

Não somos oponentes, somos Irmãos, sem viradas de mesa, sem fórmulas secretas, mas com o coração fortalecido no bom entendimento.

Assim, tal como no retrato de Dorian Gray, só espero que não acordemos tarde, para a necessidade de salvar nosso interior, pois só ele nos salvar da decrepitude que se aponta no quadro, que não temos coragem de virar, que tem o Título de Vaidade.

Nota do Editor - Oscar Wilde, foi iniciado na Loja Maçônica Apollo, em 1875

Jaylton Reis

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