VOLTAMOS OU NÃO COM AS SESSÕES PRESENCIAIS? O QUE GANHAMOS COM ISSO?


 Desde março de 2020 a humanidade tem experimentado tempos sombrios, e agora como opinar sobre a volta ou não das sessões presenciais em nossos templos?

A verdade é que com o advento da pandemia no Brasil, nós, de mãos dadas com o resto do mundo, nos flagramos perdidos, sem ter em quem acreditar, até agora, diante das vacinas, as opiniões divergem, desde o mais céticos até o mais crentes há quem diga que não vai tomar a vacina produzida pela China em parceria com o Instituto Butantã. Há quem acredite em tudo e há quem não acredite em nada.

A política se dividiu, o bom senso externado por especialistas se transformou em posição ideológica-político-partidária, e o povo, dentro da singularidade de cada um, das verdades que trazem consigo, massacrado por informações de todos os lados, opõe as mais diversas opiniões.

Estamos as raias de um cataclismo social. Aumento de pessoas com ansiedade, aumento do caso de suicídios, a pauta da intolerância (social, política, sexual, racial, cultural e etc.) tem sido a mais falada nas redes sociais.

Dentro de uma análise behaviorista, não é difícil constatar que o povo está perdido, consternado no escuro da indecisão, na esperança de um fulgor que pudesse clarificar o caminho das autoridades na busca de orientações assertivas para proteção do bem maior da nação, o povo.

A Maçonaria, por sua vez, sempre respeitando as orientações das autoridades, suspendeu as sessões, iniciações e elevações, e assim manteve, com raríssimos casos de exceções.

Atualmente a opinião se dividiu entre os maçons, já que uns desejam o regresso das sessões presenciais, enquanto outros mantêm um ânimo mais pragmático frente e pandemia e demonstram sua resistência em relação às sessões presenciais, até mesmo em razão da prevenção e cuidado que devemos ter entre nós e com nossas famílias.

Estamos à frente de fileiras de homens que pensam, que examinam, e cada um de nós saberá a sua hora de voltar a frequentar as reuniões presenciais. Contudo, ao meu sentir, enquanto a curva de contaminação não baixar e estabilizar, devemos refrear nossa vontade de contribuir para Egrégora presencialmente, já que mesmo com a vacina, o que observamos é o crescimento da pandemia, ao contrário do que se esperava, a nova CEPA aparentemente recrudesceu o contágio, tanto é que no malfadado dia 02 de março recente (2021) fomos noticiados (por todos os veículos de informação) da morte de 1726 pessoas em 24 horas.

O combate a pandemia, seja no Brasil ou no planeta, bem como os relatos mundo afora, só fortalecem o sentimento do cuidado que se deve ter frente o premente regresso das atividades presenciais maçônicas.

Mas, importa saber, que qualquer cuidado ou protocolo de segurança a ser cumprido, não serão capazes de elidir a possibilidade de contágio com vírus, elevando o perigo, não só para o maçom, mas para toda família do irmão.

Em um olhar conservador, correto seria o regresso de nossas atividades presenciais apenas diante de um protocolo de segurança sanitária e de saúde internacional que orientasse ou que estabelecesse normas de segurança e cuidado em reuniões dessa natureza.

Porquanto, o que temos é justamente ao contrário, os Estados voltando com o toque de recolher e lockdown.

Não fomos alijados do templo, fomos conservados em segurança para obra que está por vir, e por isso devemos, como homens livres de bons costumes, procurar, nesse tempo de preservação e segurança, aquecer as nossas centelhas do conhecimento.

Em dado histórico, e isso importa falar, após a crise instaurada pela peste negra, tivemos um avanço da maçonaria especulativa, apoiada na ruptura da igreja romana em razão da reforma protestante e no Iluminismo no século XVIII, que enfatizou a razão e a ciência para explicar o Universo, em contraposição à fé, ora, um avanço sem precedentes para época. Avanço social genuíno, com contribuições que perduram até os dias de hoje.

É importante que aprendamos com a crise e que a superemos em sabedoria. Existe uma frase célebre frase de Edward de Bono, escritor e professor Maltês, que diz: “Tal como o espaço vazio numa pintura, o tempo em que nada acontece tem seu propósito.”

Diante dessa fala, é mister irmos até a origem da palavra crise, que vem do grego e significa “decisão”, “eu decido, separo, julgo”. Certa vez John Kennedy disse: “...quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade.”

A partir disso podemos concluímos que “crise” significa oportunidade, ponto de mudança. A crise de proporção global, certamente tem alavancado feitos, nos mais variados aspectos, e nas mesmas proporções mundiais;

O avanço da ciência e da tecnologia é imanente a crise do covid-19, vide a corrida dos laboratórios para uma vacina com 100% de eficácia, vide no campo tecnológico as plataformas como Zoom, Google Meet, Web-mex entre outros que tiveram seu uso generalizado no meio coorporativo, fato que demoraria acontecer se não fosse a pandemia.

Certo que dos avanços colhidos não haverá retrocesso, nada será como antes, o asseio, o cuidado, a precaução, o novo normal será andar de máscara, ter mais asseio com as mãos, cada vez mais se optar pelo home office e por aí vai...

Como já dizia Heráclito de Éfeso: Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou. ”Caminho para o encerramento desse modesto comentário trazendo à baila algumas palavras do Livro da Lei, já que em qualquer adversidade devemos lembrar que o Grande Arquiteto do Universo, o criador de todas as coisas, está conosco (Sl 23.4; Is 43.2; Hb 13.5) e, Ele não permitirá que soframos além do que podemos suportar (1 Co 10.13).

Ele converterá em bem todos os sofrimentos e perseguições daqueles que o amam e obedecem aos seus mandamentos (Rm 8.28; 2 Co 4.17), assim como aconteceu com José (Gn 50.20), diretamente da crise para ser governador do Egito, então, espero que consigamos perseverar e ao mesmo tempo ter um olhar otimista para contemplar as maravilhas que irão surgir após a presente crise.

Voto para que nos esforcemos em contribuir com a ordem, se possível, enquanto perdurar o alto índice de contágio e letalidade do COVID19, de nossas casas, e só regressarmos quando todos forem vacinados, ou ao menos baixar a curva de contágio, pois, se assim fizermos, preservaremos a nós e a nossa família.

Deixo as sabias palavras de Buda

“O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância.”

Ir. A.'.M.'. – Juliano Augusto Rodrigues

Loja Flauta Mágica 170

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