Certo dia estava tomando um café tranquilo na casa dos meus pais e o papo de maçonaria veio à tona. Minha mãe sabedora do meu ingresso na maçonaria me fez uma pergunta que me deixou bem surpreso, foi mais ou menos assim; Meu filho, você sabe me dizer o porquê que foi dado o nome de Loja ao local onde vocês se reúnem? Confesso que fiquei confuso e como se pudesse ler vossos pensamentos, perguntei-a, “acha que vendemos algo? Como nossa alma? Seria para o diabo, acrescentei”.
Imediatamente fiz uma
pesquisa na internet e achei uma matéria bem interessante no site “no esquadro”
onde dizia que em primeiro lugar não é porque do termo “LOJA” em português
denominasse um estabelecimento comercial que em outras línguas teria o mesmo
significado, como escrito em Italiano Loggia, em espanhol Logia, em francês
Loge, ambos significam quarto pequeno, ou cômodo pequeno. Vale lembrar que a
palavra loja e alojamento ambos vêm do Francês “Loge” que significa local para
abrigo e ou local de trabalho.
Depois dessa ocasião
lembrei-me que o nosso Eminente Ir.’. Benedito Marques Ballouk Filho,
Grão-Mestre Estadual do GOSP pede em uma de suas comunicações para que os
IIr.’. o ajude a desmistificar a maçonaria junto a sociedade. Sendo assim,
resolvi escrever este artigo e descrever alguns mitos que estão presentes na
maçonaria.
Vou começar com uma lenda
clássica a respeito da nossa ordem onde todos os maçons são ricos. Talvez estas
pessoas que comentam a respeito disso não conheçam muito os maçons ou de
critérios de riqueza.
Este mito pode também ter
sido propagado em diversas gerações desde o início da maçonaria, onde o
conhecimento e o interesse à visão para algo novo era em particular presente
nas pessoas de maior poder aquisitivo, mas não que seja uma condição para o
ingresso a arte real.
A figura do Bode também é
uma coisa que intriga muitos os profanos, a quem diga que veneramos cabras,
bodes e outros animais para simbolizar o diabo. Já ouvi dizer que quando
iniciado teria que tomar sangue de bode servido dentro de um crânio humano.
A coisa complica mais
quando os profanos se deparam com a figura de Baphomet e fazem ligação com a
maçonaria. Na verdade até hoje não se sabe o real significado e sua real
representação para os cavaleiros templários que supostamente adoravam como uma
divindade, porém, a única imagem encontrada de Baphomet em um santuário
templário era representada por uma cabeça humana com três ou quatro faces, ou
seja, nada parecido com a imagem que é divulgada. Rei Felipe da França e com
ajuda do Papa Clemente V ajudou a condenar todos os cavaleiros templários sob a
acusação de adorarem o diabo com alusão a esta conhecida figura de Baphomet
onde o mesmo se tornou bode expiatório deste movimento que levou muitos
cavaleiros a tortura e a fogueira.
Somos acusados de
praticantes de magia e de doutrinas ocultas. Primeiramente vamos aos
significados. Magia significa a prática do desenvolvimento integral de suas
faculdades internas espirituais ocultas do homem para interagir e conectar com
a natureza e com universo. Já o ocultismo é prática de conhecer o oculto,
aquilo que não é explicado pela razão pura ou pela ciência física. Nas ciências
ocultas a palavra refere-se ao conhecimento não revelado, secreto.
Sabemos que na maçonaria
em seus graus simbólicos são utilizados os símbolos para representar seus
ensinamentos como as colunas zodiacais, sendo assim nossa doutrina comungam com
práticas ocultas e trabalha fortemente no aperfeiçoamento interno do ser humano
proporcionando cada vez mais uma interação com a natureza e o ser supremo o
G.’.A.’.D.’.U.’. .
Existe um mito bem
interessante que não podemos testemunhar um contra os outros e inclusive que
podemos praticar o falso testemunho no mundo profano. Bom, eu particularmente
acho uma grande lenda, pois o Maçom tem o compromisso com a verdade e com o bem
estar da humanidade onde se valoriza as virtudes, ou seja, a verdade e se
condena os vícios, a mentira.
Outro mito é que somos
anticristo e que devemos negar Deus e Jesus Cristo três vezes ao sermos
iniciados. Bom, com relação às negações nem vamos alongar o assunto que é
inteiramente contraditório aos nossos princípios, pois um dos princípios
primordiais para se ingressar na Ordem é acreditar em um Ser Superior, como um
cristão ingressaria com suas crenças e depois tivesse que negá-las, seria muito
contraditório.
Já a posição da Igreja
Católica e de outras igrejas cristãs com relação à reprovação do ingresso a
maçonaria tem como seu argumento principal o fato de aceitarmos membros de
qualquer religião, seja ela qual for, ou seja, se aceitássemos apenas a
doutrina cristã deixaríamos de ser uma instituição religiosa e passaríamos a
ser uma instituição cristã.
Acredito que em graus
mais elevados iremos estudar a vida de Jesus Cristo e também de outros
profetas. Esta frase já seria motivo para muita discórdia, pois estou igualando
Jesus Cristo com os demais profetas.
Particularmente acredito
que Jesus seja filho de Deus, até por que sou cristão, mas o que dizer aos meus
amados IIr.’.que professam outras crenças e que ainda esperam a vinda do Messias.
Por isso que a nossa
instituição intriga demais os profanos, conseguimos fazer uma coisa que a
humanidade como um todo jamais conseguirá, ou seja, nos reconhecermos com
legítimos irmãos, independente das nossas crenças religiosas.
Aproveitando, a maçonaria
é uma religião? Particularmente eu acho que sim. Parece contraditório até por
que acabei de fazer diversas afirmações que podem ir de encontro com a minha
opinião. Porém, um verdadeiro maçom é aquele que descobre o seu próprio caminho
para a religiosidade, visto que ao longo de sua jornada muito irá conhecer
sobre diversas religiões e conhecimentos esotéricos e exotéricos, conhecido
como práticas ocultas.
Vai perceber que todos os
rios deságuam no mar. Toda religião tem como o principio básico de estabelecer
um contato com um ser superior e de encontrar a compreensão para as mais
adversas necessidades humanas, seja o amor, o perdão, enfim, como se
precisássemos nos recarregar de uma energia divina.
Muito bem, é assim que me
sinto em uma sessão maçônica, saio renovado, cheio de energia, encontro
repostas para minhas dúvidas e esperança para os meus projetos.
Chego à conclusão que a
superstição e a curiosidade do desconhecido alimentam a imaginação dos profanos
quando se trata de instituições discretas. O que é discreto torna-se secreto e
as religiões rígidas que preferem adotar práticas de culpa e medo para manterem
a sociedade dentro de uma caverna associam a nossa instituição incompatível a
suas crenças, tudo isso ajuda a fortalecer todos estes mitos e lendas a
respeito da maçonaria.
Bibliografia
Ritual – Rito Escocês
Antigo e Aceito 2009
Rizzardo da Camino –
Dicionário Maçônico 2013
Site: No Esquadro / Por
que Loja maçônica?
Dicionário Aurélio Online
Autor: Thiago
Oliveira
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