AZUL, A COR MAÇÔNICA


 

Muitas vezes falamos de “Loja Azul” e de “Maçonaria Azul”, mas será que realmente entendemos o seu significado e a sua origem? Refiro-me ao uso da cor “azul”, juntamente com Loja ou Maçonaria.

Somos ensinados que o azul se refere à abóbada celeste e ensina a universalidade da Maçonaria. Isto é verdade e eu não iria criticar este ensinamento, mas gostaria de acrescentar e ampliar o nosso pensamento sobre a cor azul e o seu simbolismo na Maçonaria.

Apropriadamente é a cor dos graus do Antigo Ofício. Ele ensina que é o símbolo para a amizade universal e benevolência universal, como é a cor da abóbada do céu, que abraça o mundo, por isso cada Irmão Maçom deve ser igualmente extensivo nas suas virtudes de companheirismo e amor fraterno.

Entre os antigos judeus o manto do éfode do sumo sacerdote, a fita do seu peitoral e a placa da mitra eram azuis. O povo da nação judaica foi obrigado a usar uma fita azul acima da orla das suas vestes e esta foi a cor de um dos sete véus do templo.

Flávio Josefo diz-nos que a palavra hebraica para Azul era “tekelet” e que simbolicamente significa perfeição. Entre os Antigos, ser iniciado nos Mistérios era um caminho para atingir a perfeição e que falando na Maçonaria o azul, que também significa perfeição, também é utilizado para as nossas Lojas Simbólicas.

Entre os druidas simbolizava “verdade”. Os egípcios consideram o azul como uma cor sagrada, significando natureza celestial. Jeremias diz que os babilónios vestiam os seus ídolos de azul, e os chineses na sua filosofia mística o “azul” representou o símbolo da Divindade. Os hindus afirmam que o seu Deus, Vishnu, foi vestida de azul celeste, indicando assim que a sabedoria de Deus foi simbolizada por esta cor.

Entre os cristãos medievais o azul foi considerado o emblema da imortalidade, como o vermelho era do Amor Divino de Deus.

A cor azul é usada extensivamente nos graus do Rito Escocês, com vários significados simbólicos; tudo, no entanto, mais ou menos relacionada ao seu carácter original como representando amizade universal e benevolência.

No Grau 19 (Grande Pontífice), o azul é símbolo de brandura, da fidelidade, da mansidão. No grau 20 (Mestre “ad Vitam”) é usada juntamente com o amarelo e refere-se ao aparecimento do Senhor a Moisés no Monte Sinai nas nuvens de azuis e douradas. No 24° grau (Príncipe do Tabernáculo) é a cor da túnica e do avental de um Príncipe do Tabernáculo, cujos ensinamentos se referem à nossa mudança a partir desta casa de barro para a “casa não feita por mãos, mas a eterna morada nos céus”. Aqui é um símbolo do céu, como nos foi ensinado na Loja Simbólica.

Aprendemos, portanto, que pelo costume e simbolismo e não por qualquer lei aprovada ou estatutos, usamos azul ao referir uma Loja Simbólica como uma “Loja Azul”.

Autor: Foster H. Garret Tradução de Luiz Felipe Roszenweig

 

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