Único - Desejo de aperfeiçoamento
Só existe uma motivação válida
para se pretender ser admitido maçom: o desejo de se aperfeiçoar pessoal, ética
e espiritualmente.
Quem, sendo homem crente, livre e
de bons costumes, tiver este desígnio e estiver disposto a utilizar o método
maçônico na busca do transcendente, é bem-vindo!
Esse pode estar ciente de que
nada lhe é ensinado, mas tudo pode aprender.
Esse pode confiar que nada lhe é
imposto, mas que de bom grado aceitará as regras de conduta que encontrará.
Esse pode e deve estar preparado
para um longo, e difícil, e trabalhoso, percurso, mas verificará que nunca fará
sua jornada só, antes e sempre acompanhado por seus Irmãos.
Esse pode ficar certo de que
começou o seu trabalho no momento em que foi iniciado e que só o terminará no
momento da sua passagem ao Oriente Eterno.
Esse, se fizer bem e
persistentemente o seu trabalho, tornar-se-á melhor, portar-se-á melhor, atuará
melhor, em todos os aspectos da sua vida e será assim e só assim, por virtude,
da sua melhoria, que será respeitado e poderá aspirar a influenciar os demais,
quiçá na Política, porventura nos negócios, seguramente nas relações sociais,
mas sobretudo nos corações de quem com ele privar.
Esse será solidário e
benemerente, porque assim a sua condição de maçom, de homem justo e íntegro e
interessado o levará a ser, com a naturalidade de quem respira e a discrição de
quem dorme.
Esse, se fizer bem e
persistentemente o seu trabalho, poderá aspirar a Conhecer, a conhecer o que
ninguém lhe pode transmitir, a conhecer o que só ele pode intuir, a entrever o
Divino, a espreitar o Sentido da Vida e da Criação.
E, se o conseguir, vai entender
que não conseguirá por palavras transmitir esse conhecimento a mais ninguém,
apenas ajudar seus Irmãos a fazerem seus percursos para poderem aspirar a
intuir, a entrever, a espreitar. E então perceberá que esse é o célebre segredo
e o é devido à incapacidade humana de conseguir que deixe de o ser.
Esse, se fizer bem e
persistentemente o seu trabalho, terá um lampejo de compreensão do significado
da Vida e da Morte e não temerá esta e assim verdadeiramente cumprirá o que
Camões cantou e será um d' "aqueles que por obras valorosas /se vão da lei
da Morte libertando".
Esse, se fizer bem e
persistentemente o seu trabalho, será, ainda que nunca nada mais sendo do que
simples obreiro numa simples Loja, um verdadeiro Grão-Mestre, de si próprio, da
sua consciência, de seu percurso iniciático.
Esse, ainda que nunca o tenha
visto nem sentido, já usa o avental; os maçons limitar-se-ão a ajustar à sua
cintura a peça visível.
Esse será o Aprendiz que eu,
Mestre eternamente Aprendiz, jubilosamente ajudarei a evoluir e a tornar-se
Mestre, certo de que ele próprio também me ajudará a mim, Aprendiz em veste de
Mestre, a dar mais um pequeno passo no meu sempre inacabado percurso.
Esse não terá a honra de ser
admitido maçom; esse honrará os maçons ao consentir em se juntar a eles.
Texto de Rui Bandeira
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