O ser humano tem buscado ao longo dos tempos, respostas para os mistérios
da vida de várias formas, desde a observação dos fenômenos naturais, na
tentativa de reprodução desses mesmos fenômenos, do exercício para a
compreensão dos fatos formulando hipóteses, teorias e leis.
Antigamente, o homem não dispunha de metodologia científica e para não se
sentir distante da compreensão dos mistérios do universo e da verdade absoluta,
lançou-se a especulação, trabalhando o incompreensível e o imponderável. Por
meio do Misticismo, o homem começou a se aproximar das respostas que queria no
aspecto intelectual e espiritual.
O estudo dos corpos celestes e de suas influencias sobre o planeta Terra e
os seres humanos, por meio da Astrologia, é um dos grandes exemplos da união de
limites imprecisos, entre ciência e o misticismo.
Embora a Maçonaria moderna seja baseada em ideias iluministas, liberais,
progressistas e normalmente vinculadas ao uso da razão, na busca da verdade
absoluta, ela utiliza em seus rituais, na sua simbologia e na sua estrutura
filosófica e doutrinária, padrão místico de diversas seitas, religiões e
civilizações antigas.
O estudo das colunas zodiacais torna-se fascinante quando tentamos
entender a sua simbologia, expressada por meio de figuras e imagens
provenientes de vários povos, relacionando de maneira extraordinária o cosmos,
o homem e a Maçonaria. Os signos zodiacais são originários da babilônia, mas os
egípcios desenvolveram magnífico trabalho de representação zodiacal.
Os chineses também representaram as constelações por meio de imagens de
animais. O registro mais antigo que se tem de astrologia está no livro de Jô, o
mais antigo Canon Hebreu, anterior ao de Moisés, que fala dos 12 signos e prova
que os primeiros fundadores da ciência zodiacal pertenciam a um povo primitivo,
antediluviano.
Os povos sumerianos e babilônicos criaram a astrologia, os egípcios deram
base científica e os árabes, no período medieval, salvaram-na do total
desaparecimento. Pode-se imaginar que tudo começou em tempos imemoriais, quando
o homem, em vigília a zelar pelos rebanhos, observava os corpos celestes no
firmamento intrigando-se com os seus regulares movimentos.
Percebeu então que, lenta e regularmente, os astros mudavam de posição em relação
ao nascer do Sol, e que, depois de determinado tempo, voltavam com absoluta
regularidade ao mesmo ponto no firmamento. Não pode deixar de observar que o
nascimento helíaco de certos grupos de estrelas se repetia em períodos
coincidentes, com determinados acontecimentos importantes de sua vida, como o
nascimento de crias nos rebanhos, a recorrência regular de épocas de chuva, a
germinação de culturas sazonais, e outros fatos de sua vida repetitiva de
pastor-agricultor.
Sentiu então a necessidade dememorizar e registrar esses fatos
astronômicos que começavam a se tornar importantes para orientação de suas
atividades.
Quando um determinado grupo de estrelas precedia o nascer do Sol era hora
de plantar, ou era hora de transferir os rebanhos para outras pastagens, ou era
hora de tosquia, ou era hora de colher, ou era tempo de cio entre os animais e
era preciso acasalá-los, ou vinha o tempo de nascimentos em sua família.
Foi uma consequência inevitável, que aos poucos ele tentasse melhor
identificar esses tão importantes grupos de estrelas com nomes próprios, que
naturalmente se relacionavam com suas atividades.
Recorrer ao nascimento helíaco, como ponto de referência, foi um passo
inicial importante, foi a descoberta de um referencial, foi o início da
marcação e medição do tempo. Nascimento helíaco de um astro é o seu aparecimento
logo acima do horizonte, imediatamente antes do nascer do Sol. Assim, os grupos
de estrelas referenciais de tempo foram recebendo nomes, tirados da vida
quotidiana daqueles primeiros astrônomos.
Esses nomes nada tinham a ver com a formação característica dos conjuntos
estelares. Eram simples nomes apenas, nada relacionados com poderes mágicos e
premonições.
O zodíaco, que em grego significa ciclo dos animais, é uma faixa celeste
imaginária, que se estende entre 8 a 9 graus de cada lado da eclíptica e que com
essa coincide. Eclíptica é o caminho que o Sol, do ponto de vista da Terra,
parece percorrer anualmente no céu.
Essa faixa foi dividida em 12 casas de 30 graus cada uma, e o Sol parece
caminhar 1 grau por dia. Os planetas, conhecidos na antiguidade (Mercúrio a
Saturno), também faziam parte do zodíaco, pois suas órbitas se colocavam no
mesmo plano da órbita da Terra.
O zodíaco então é dividido em doze constelações, que são percorridas pelo
Sol, uma vez por ano. A maior evidência de que os nomes das constelações que
formam o nosso zodíaco tiveram uma origem, conforme descrito anteriormente,
está na sua relação com a vida pastoril. Podemos classificar os signos do
Zodíaco em grupos de três formando quatro categorias distintas:
I)
Os três reprodutores de seus rebanhos: Touro, Capricórnio
(bode), Áries (carneiro).
II)
Os três inimigos naturais dos rebanhos e dos pastores:
Leão, Escorpião, Câncer (caranguejo).
III)
III) Os três auxiliares mais importantes dos pastores:
Sagitário (defensor, arqueiro), Aquário (aguadeiro ou carregador de água),
Libra (pesador e sua balança).
IV)
Os três mais destacados valores sociais da comunidade
pastoril: Virgem, Gêmeos (benção dos Deuses), Peixes (alimentação).
No sempre presente afã humano de mistificar tudo o
que não conhece ou não consegue explicar, já desde remota antiguidade começaram
os homens a cercar de mistério as constelações do zodíaco, atribuindo-lhes
poderes místicos e premonitórios e assim, creditando aos astros seus sucessos e
infortúnios.
Um dos ramos dessa cultura mística, mediante
observação de reis e pessoas, procurou determinar uma relação entre o dia do
nascimento da pessoa e seu caráter.
O processo empírico com que foi desenvolvido o
sistema partiu do que se conhecia do homem em sentido moral, ético, beleza,
força, determinação, para conectá-lo à posição dos astros. Uma espécie de
engenharia reversa, que parte do resultado para lhe determinar fonte ou origem.
Assim originaram-se os diversos métodos
astrológicos, cujo objetivo era decifrar a influência dos astros no curso dos
acontecimentos terrestres e na vida das pessoas, em suas características
psicológicas e em seu destino, explicar o mundo e predizer o futuro de povos ou
indivíduos.
O mais famoso de todos, segundo especialistas, foi
o sistema dos astecas. Com isso, se influenciou o povo em ver nas previsões dos
astrólogos a delineação de rumos para as suas vidas, a semelhança que se dava
aos fenômenos naturais influenciáveis pelas linhas de força da gravitação
universal.
As colunas zodiacais num Templo maçônico do Rito
Escocês Antigo e Aceito são doze. Servem como símbolos de demarcação do caminho
do homem Maçom em desenvolvimento. Localizam-se todas no ocidente e são sinais
do crescimento do aspecto material, moral e ético do Iniciado, que durante sua
jornada transcende em sua religião com a divindade. São seis em cada lado,
normalmente engastadas nas paredes e sempre na mesma ordem.
Constituem mais da metade de toda a decoração da
Loja. Suas representações gráficas apresentam misturas dos quatro elementos
místicos estudados por Aristóteles da Grécia antiga e sete astros. Os Rituais
maçônicos usam os signos, sinais do zodíaco, em sentido simbólico, não falam em
horóscopo, ou em diagrama das posições relativas dos planetas e dos signos
zodiacais num momento específico, como o do nascimento de uma pessoa, ou com a
intenção de inferir o caráter e os traços de personalidade e prever os
acontecimentos da vida de alguém, ou um mapa astral, ou mapa astrológico.
O homem livre não carece disso quando estuda e
evolui. Na filosofia maçônica, as colunas zodiacais são apenas símbolos para
estudo, destituídas da atribuição de aspectos da predição do comportamento do homem.
É fácil deduzir que sua existência no Rito Escocês
Antigo e Aceito tem finalidade educacional, parte de uma metodologia pedagógica
específica à semelhança de outros símbolos e ferramentas.
As colunas zodiacais, representadas no Templo, são
colunas da ordem jônica tendo, cada uma, sobre seu capitel, o pentatlo
correspondente (pentatlo é a representação de cada signo com o planeta e o
elemento que o caracteriza).
As colunas são postadas longitudinalmente junto às
paredes, sendo seis ao Norte e seis ao Sul. A sequência das colunas é de Áries
a Peixes, iniciando-se com Áries, ao norte, próxima à parte Ocidental, e terminando com Peixes, ao Sul,
também próxima à parte Ocidental. Os signos zodiacais relacionados com o Grau
de Aprendiz Maçom são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem.
O signo zodiacal relacionado com o Grau de
Companheiro é Libra; e os inerentes ao Grau de Mestre Maçom são os signos de
Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Acompanhe cada um da sua representatividade:
Em nosso Templo temos a seguinte disposição
Zodiacal: Venerável Mestre: Sol, 1º Vigilante: Netuno, 2º Vigilante: Urano, 1º
Experto: Saturno, Orador: Mercúrio, Secretário: Vênus, Tesoureiro: Marte,
Mestre de Cerimônias: Lua
Coluna nº 1:
ARIES – Mês: abril, Masculino, Planeta Marte, Elemento fogo. Corresponde à
cabeça e o cérebro de Benjamim, representa o Aprendiz, o fogo interno
encontrado no Candidato à procura de Luz.
Coluna nº 2: TOURO – Mês: maio, Feminino, Planeta Vênus,
Elemento Terra. Corresponde ao pescoço e à garganta. Representa fecundação,
simboliza o candidato admitido nas provas de Iniciação.
Coluna nº 3: GÊMEOS – Mês: junho, Masculino,
Planeta Mercúrio, Elemento Ar. Corresponde aos braços e às mãos, dos Irmãos
Simeão e Levi, a faculdade intelectual, a união e a razão simbolizam o
recebimento da luz pelo candidato.
Coluna nº 4: CÂNCER – Mês: julho, Feminino,
Corresponde a Lua, Elemento Água. Representa o nascimento, simboliza a
instrução do Iniciado. Corresponde aos órgãos vitais respiratórios, digestivos,
é Zabulão, representa o equilíbrio entre o material e o intelectual.
Coluna nº 5: LEÃO – Mês: agosto, Masculino,
Corresponde ao Sol, Elemento Fogo. Corresponde ao coração, centro vital da vida
física é Judá. O Aprendiz busca a luz que vem do Oriente, é o calor dos Irmãos
dentro da Loja.
Coluna nº 6: VIRGEM – Mês: setembro, Feminino,
Planeta Mercúrio, Elemento Terra. Corresponde às funções do organismo. É
Ascher, representa, para o Aprendiz, o aperfeiçoamento, a dedicação no
desbastamento da Pedra Bruta.
Coluna nº 7: LIBRA – Mês: outubro, Masculino,
Planeta Vênus, Elemento o ar. Refere ao Grau de Companheiro Maçom. Simboliza o
equilíbrio entre as forças construtivas e destrutivas. Assim diz o Senhor: - “Se
puderem ser medidos os céus, lá em cima, e sondados os fundamentos da terra, cá
embaixo””
A partir dessa coluna ESCORPIÃO até a coluna de
PEIXES, todas se referem ao Grau de Mestre Maçom.
Coluna nº 8: ESCORPIÃO – Mês: novembro, Feminino,
Planeta Marte, Elemento água. Representa as emoções e sentimentos poderosos, a
constante batalha contra as imperfeições.
Coluna nº 9: SAGITÁRIO – Mês: dezembro, Masculino,
Planeta Júpiter, Elemento fogo, representa a mente aberta e o julgamento
crítico.
Coluna nº 10: CAPRICORNIO – Mês: janeiro, Feminino,
Planeta Saturno, Elemento Terra. Simboliza a determinação e a perseverança.
Coluna nº 11: AQUÁRIO – Mês: fevereiro, Masculino
Planeta Saturno, Elemento Ar. Representa o sentimento humanitário e prestativo.
Coluna nº 12: PEIXES – Mês: março, Feminino,
Planeta Júpiter, Elemento Água. Simboliza o desprendimento das coisas
materiais. Referências
Bibliográficas:
1. Do Meio Dia a Meia Noite. João Ivo Girardi - Ed.
2008;609.
2. Cadernos de Estudos Maçônicos nº 27 / Ambrósio
Peters – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1996
3. Cadernos de Pesquisas Maçônicas nº 13 / Encontro
Nacional “Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e
Pesquisas”
– Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. 1996
4. Maçonaria e Astrologia “As Colunas Zodiacais” /
José Castellani – Revista “A Trolha” Ltda. Novembro
1995
5. As Colunas Zodiacais / Robson Papaleo – Revista
“A Trolha” Ltda.
Irmão Marco Aurélio Bertoli
Loja “Acácia Riosulense” nº 95 - Rio do
Sul – SC
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