Os símbolos Tosão de
Ouro e Águia Romana, e a Ordem da Jarreteira são descritos no manual de
Aprendiz em referência ao Avental do maçom (paginas 62 e 63). Durante a
cerimônia de Iniciação pela qual passa todo Maçom, ao lhe ser entregue o
Avental, a ele é dito que esta é a insígnia distintiva do Maçom.
E que esta insígnia é mais antiga que o Tosão
de Ouro ou a Águia Romana, e que é mais honrosa que a Ordem da Jarreteira, ou
que qualquer outra Ordem existente. Dentro da própria seqüência do ritual, o
Maçom aprende que o Avental é o símbolo da Inocência, e o laço da Amizade, e que
se ele não o desonrar, o Avental também não o desonrará. Este Avental
inicialmente era confeccionado em pele de carneiro, um emblema de pureza e de
inocência (pureza na vida e suas ações). Vamos dissertar brevemente sobre cada
uma destas comparações atribuídas ao Avental.
A Águia Romana é um símbolo da Roma Antiga,
usada pelo exército romano como insígnia das suas legiões. A Roma Antiga é a
civilização desenvolvida na península itálica durante o século VIII A.C. em
Roma, e teve doze séculos de existência (até o século V D.C., quando o seu
declínio marca o início da Idade Média). As legiões romanas foram uma divisão
fundamental do exército romano, variavam entre quatro mil e oito mil homens,
definidos como legionários. Cada legião tinha a Águia sobre seu Estandarte e as
letras SPQR (Senatus Populosus que Romanus – Senado e Povo de Roma).
Esta águia simbolizava
o poder e a força do império romano, e era objeto de sua mais profunda devoção,
não devendo nunca ser abandonada. Historiadores atribuem à Águia Romana uma
forte influência sobre a religião e a honra dos integrantes das legiões. Na
época de Julio César (por volta de 50 A.C.) a Águia era feita de prata e ouro,
mas a partir da reforma de Augusto (Caio Julio Cesar Otaviano), passou a ser feita
só de ouro.
O Tosão de Ouro, ou Velo de Ouro, foi uma
ordem de cavalaria instituída em 1420 por Filipe, o Bom, Duque de Borgonha,
voltada para a defesa do reino e da fé cristã, e também distintiva daqueles que
a ela pertenciam. Seu nome teve base no mito do herói grego Jasão, que passa
por aventuras para conquistar a pele (tosão) de um carneiro que possuía lã de
ouro, e assim reconquistar para si o reinado que havia sido tomado de seu pai
(possivelmente aqui esteja outro motivo para a comparação com o Avental trazida
pelo texto da Iniciação, uma vez que o Avental Maçônico originariamente era
feito da pele do carneiro).
Esta lenda do Tosão de
Ouro é bastante antiga, faz parte da mitologia grega e já estava presente nos
tempos de Homero (século VIII A.C.) e Virgílio, foi um feito mítico relatado de
várias formas diferentes. Esta lenda, usada então por Filipe o Bom, inspirava
os representantes de tal cavalaria em muitos aspectos. Era inegável que a
Cavalaria do Tosão de Ouro, para além do seu ideal de cavalaria e os seus
projetos religiosos, se propunha objetivos políticos, procurando reforçar o
poder de seu criador e fundador (Filipe o Bom), congregando à sua volta os
nobres dos países submetidos à sua autoridade, com particular importância para
as lutas que travava contra as comunas de Bruges e Gand, tentando acabar com
sua autonomia.
A Ordem da Jarreteira é a mais alta e mais
antiga comenda britânica, tendo sido instituída pelo rei inglês Eduardo III em
1348, com o objetivo de premiar e reconhecer os que se destacavam pela lealdade
à Coroa e pelo mérito militar. Foi criada com o espírito medieval de então e foi
baseada nos nobres ideais da demanda ao Santo Graal e da Corte do Rei Artur.
Supõe-se que tenha sido criada para destacar os esforços da Inglaterra e
aliados, nos quais se destacavam nobres e reis portugueses, para conquistar a
Terra Santa e um “Império Cristão” nas subseqüentes Cruzadas.
O símbolo desta Ordem é uma jarreteira azul
escuro, de rebordo dourado, em que aparecem escritas, em francês, as palavras
ditas pelo rei “Honni Soit Qui Mal y Pense” (envergonhe-se quem nisto vê malícia).
Jarreteira significa uma tira elástica em
forma de anel, que prende a meia à perna, ou presilha de elástico, unida a um
cinto ou cinta, que segura o alto das meias, a fim de conservá-las esticadas
nas pernas. Surgiu então a lenda de que
tal frase tenha sido dita pelo rei em uma situação inusitada, enquanto dançava
com a Condessa de Salisbury, sua amante, em um baile real, no exato momento em
que deixou cair sua jarreteira.
O rei então apanhou a
peça do chão e a amarrou novamente à perna da Condessa. A Ordem da Jarreteira
ainda hoje é a mais prestigiosa ordem do Reino Unido, tendo somente 25 membros e
cujo grão-mestre é o monarca da Inglaterra. Os demais quase todos os mais
importantes primeiros ministros, são nomeados pelo monarca. Conta ainda com
outros cavaleiros extranumerários, cuja nomeação é vitalícia e
intransmissível.
Concluo meu trabalho
compreendendo a real importância do Avental de Aprendiz quando considerado mais
honroso do que a Ordem da Jarreteira, entretanto não consigo compreender o
motivo de ter sido pré-datado, ou seja, considerado mais antigo do que a Águia
Romana e o Tosão de Ouro.
Laerte Aleixo Baldani
A.’.M.’. 05/10/2010
Referência
Bibliográfica
RITUAL DE EMULAÇÃO –
Primeiro Grau (tradução do Ir. Santiago Ansaldo de Aróstegui e do Ir.
José Augusto Martins
de Almeida). 235p. Glesp – administração 2004/2007.
WIKIPEDIA – online em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
Ir. Eduardo Gritz –
Significado e Simbolismo do Avental dentro da Ritualística. Texto capturado
online
em:
http://www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/g007avental.html
Livro “A Chave de
Iram” (Knight, C., e Lomas, R.). Trechos capturados online em:
http://pt.calameo.com/read/0002237358564e670a6a1