O ideal dos homens livres e de bons costumes, que a
sublime Ordem ensina,
mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se
ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos
homens e, pela Justiça, pregando o amor fraterno, procurando congregar esforços
para uma maior e mais perfeitos compreensão entre os homens, a fim de que se
estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem
distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja
realmente paz e compreensão entre os povos.
No mundo da
atualidade, conturbado pela incompreensão e pela ganância, mais do que nunca é
necessário que brilhe no coração dos Irmãos a flama do ideal maçônico; que os
obreiros, almas que se ornam pela bondade, forças que se unem pelo amor,
vontades que se harmonizam pelo desejo de espalhar luz sobre seus semelhantes,
tornando-os bons e caritativos, sejam orientados e guiados na trajetória que os
leva a perfectibilidade.
Livre, palavra derivada do latim, em sentido amplo quer significar tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição.
A qualidade ou
condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de
ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição
de ordem legal e, principalmente moral.
Em decorrência de ser livre, vem à liberdade, que é faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.
Bem verdade é
que a maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde o homem vai
aprimorar-se em benefício dos semelhantes, desenvolvendo qualidades que o
possibilitam ser, cada vez mais, útil à coletividade.
Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.
O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para ser homem livre, não basta.
Ter liberdade
de locomoção, para ir aqui ou ali. Goza de liberdade o homem que não é escravo
de suas paixões vis, que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos
de fera humana.
Não é homem livre, não desfruta da verdadeira liberdade, quem está escravizado a vícios.
Não é homem livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.
Não é homem
livre, quem se chafurda no vício, degrada-se, condena-se por si mesmo,
sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se
sobrepuseram às suas qualidades, anulando-as. Maçom livre é o que dispõe da necessária
força moral para evitar todos os vícios que infamam que desonram que degradam.
O supremo ideal
de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de
todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada
que conduz à prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.
Ser livre é ir mais além, é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. Sendo livre e por consequência, desfrutando de liberdade, o homem deve sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.
Os bons costumes referem-se mais propriamente à honestidade das famílias, ao recato das pessoas e a dignidade ou decoro social. A ideia e o sentido dos bons costumes não se afastam da ideia ou sentido de moral, pois, os princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.
O bom maçom, livre e de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, crê em Deus, ser supremo que nos orienta para o bem e
nos desvia do mal.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, é leal.
Quem não é leal
com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados
compromissos.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, cultiva a fraternidade, porque ela é a base
fundamental da maçonaria, porque só pelo culto da fraternidade poderemos
conseguir uma humanidade menos sofredora.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, recusa agradecimentos porque se satisfaz com o prazer
de haver contribuído para amparar um semelhante.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, não se abate jamais se desmanda, não se revolta com
as derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe
triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo,
sentindo suas dores, que nos aperfeiçoamos.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da
virtude, que ele deve cultivar.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, é amigo da família, porque ela é a base fundamental
da humanidade.
O mau chefe de
família não tem qualidades morais para ser maçom.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, não humilha os fracos, os inferiores, porque é
covardia, e a maçonaria não é abrigo de covardes.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, trata fraternalmente os demais para não trair os seus
juramentos de fraternidade.
O bom maçom,
livre e de bons costumes, não se desvia do caminho da moral, quem dele se
afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da maçonaria.
O bom maçom, o
verdadeiro maçom, não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no
auxílio ao semelhante um gesto excepcional, porque este é um dever de
solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer. Não promete senão o que
pode cumprir.
Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Não odeia, o ódio destrói, só a amizade constrói.
O homem que se
embriaga é indigno de ser maçom, porque ser ébrio é ser de maus costumes e quem
é escravo da bebida, não é livre e o maçom deve ser livre e de bons costumes.
Finalmente, o verdadeiro maçom, não investe contra a reputação de outro, porque
tal fazer é trair os sentimentos de fraternidade.
O maçom, o
verdadeiro maçom, não tem apego aos cargos, porque isto é cultivar a vaidade,
sentimento mesquinho, incompatível com a elevação dos sentimentos que o bom
maçom deve cultivar. Os vaidosos buscam posições em que se destaquem; os
verdadeiros maçons buscam o trabalho em que façam destacar a maçonaria.
O valor da existência de um maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem.
Autor: Nery Saturnino Dutra – Apr.·. M.·. A.·.R.·.L.·.S.·. Amor e Humanidade Bom Jesus / RS - GOB -RS