A Maçonaria, através de sua história, muito tem contribuído
para o engrandecimento do país. Ela é o celeiro de homens valorosos que se
projetaram no cenário nacional e internacional, deixando registrados seus
feitos e realizações. A Maçonaria é o berço e o nascedouro de muitas ideias que
ganharam repercussão e que serviram para modificar comportamentos e situações
adversas. Ideias que forjaram o progresso!
As nuances que acompanham a história da humanidade
estiveram sempre ligadas ao comportamento das lideranças existentes em suas
respectivas épocas. No caso da Maçonaria, os líderes nascem no seio da própria
loja. É na oficina que se forja o homem que deverá zelar pelos destinos maiores
da Instituição, quiçá alçando voos mais altos na iniciativa privada e ou
pública.
Quando a têmpera é boa, o líder se mantém, sem imposição,
sem forçar nada. Seu valor será medido pelo grau de apoio e de oposição que
recebe. Sua respeitabilidade torna-se inabalada, sua conduta retilínea. Os
lampejos de frustração e de desilusão transformam-se em momentos de fé e de
esperança. O homem mantém-se e cresce n medida da força interior que possui.
O tempo passa, o mundo se transforma. A Maçonaria
transforma-se em função da renovação dos obreiros. Muitos se projetam e se
matem na humildade e na proporção de sua formação maçônica e espiritual,
tornando-se afáveis, conselheiros, mestres por excelência, respeitabilíssimos
acima de tudo.
E para concluir nada mais oportuno do que deixar uma
mensagem aos futuros ocupantes do cargo de Venerável que é a de gravarem em
suas mentes um pouco do espírito contido na carta do Apóstolo Paulo a Timóteo,
o que recomendava, na exaltação final, fugir das disputas levianas que a nada
levam, mas recomendando pelejar uma boa peleja, com toda a força e todo o
ardor, não esmorecendo e não temendo nada, em momento algum, irradiando sempre
uma expectativa de esperança e de fé, pois a disciplina dá a convicção e a
confiança para a realização de um trabalho de coalizão com a participação e
cooperação de todos os irmãos do quadro.
Comportamento do novo
Venerável Mestre.
Por mais que você sofra de perfeccionismo, todos nós temos
defeitos. Afinal, somos seres humanos.
Mesmo experimentando incompreensões e dificuldades, o
Venerável Mestre é amigo de todos, como um sol que se irradia a todos que o
recebem.
Por mais que você sofra de perfeccionismo, todos nós temos
defeitos. Afinal, somos seres humanos. O erro é não admiti-los e, pior, não
tentar corrigi-los.
O cargo de Venerável é temporário, e o exercício dignifica
seu ocupante, por ter sido escolhido entre seus pares para a distinção de
representá-los e conduzi-los à continuidade da Loja, visto, pois, como
iluminado para a direção dos trabalhos, e tudo fará com sabedoria precisa para a
orientação dos obreiros do quadro. Poderá até ser impecável no quesito
administrativo, mas deverá evitar esbarrar em problemas como: falta de tato nas
relações com os obreiros; acomodação; individualismo e até ausência de ética.
Siga alguns conselhos para não cometer nenhum desses
pecados.
Na essência, o Venerável Mestre é um coordenador, um instrumento gerador de frequência, de vibração, um modelo organizador, mediador, aglutinador, preceptor, e não um mandante, decisor, chefe ou ditador, mesmo porque lhe cabe manter a união do grupo, a harmonia do todo, o exemplo da conduta maçônica.
Na essência, o Venerável Mestre é um coordenador, um instrumento gerador de frequência, de vibração, um modelo organizador, mediador, aglutinador, preceptor, e não um mandante, decisor, chefe ou ditador, mesmo porque lhe cabe manter a união do grupo, a harmonia do todo, o exemplo da conduta maçônica.
Desinteresse – Desinteressados são os
que não vão atrás de soluções para os problemas. Presos à rotina, eles não
buscam novos desafios. Para não ficar na acomodação, o Venerável deve
trabalhar, como se a Loja fosse uma empresa de sua propriedade, assumindo os
riscos e se responsabilizando pelo que resultar, certo ou errado. Muitos Irmãos
que passaram pelo trono Salomônico contam que é preferível o ocupante de um
cargo que erra a aquele que nada faz que não “veste a camisa”, que é omisso.
Individualismo – O dirigente da Loja não deve ter a ideia errônea de
que só a informação é suficientemente poderosa para o bom desempenho das
atividades. O que importa é o espírito de equipe. Chama os Irmãos pelo nome,
presta atenção e não começa outra pauta sem concluir a que está em discussão. A
questão da estrutura muito rígida está desaparecendo. A hierarquização orgânica
é necessária para a distribuição de deveres e responsabilidades, proporcionais
e limitadas à importância dos cargos.
Uma Loja não é um quartel onde prevalece à hierarquia sobre
a democracia. Hoje a Loja trabalha por planejamento e precisa de um time coeso
para bem administrá-la. Sempre que possível é bom repartir com os irmãos
assuntos que tenham despertado interesse e que tenham, de alguma forma,
pertinência com a vida da Oficina em particular ou maçônica em geral.
O titular de um cargo da administração da Loja que não
tiver o perfil de colaborador deve ser substituído de imediato. Para corrigir
essa falha, fica mais fácil sermos conscientes, enxergarmos que sempre
precisamos de ajuda espontânea e consciente. Desenvolve-se uma visão de
conjunto, assimilando as atividades de forma mais ampla e realista. Aprende-se,
acima de tudo, a respeitar o outro.
Falhas de comunicação
– O Venerável pode ser extremamente competente, mas,
se não souber se expressar, como vai mostrar seus resultados? O poder da
oratória inclui também o marketing pessoal e a negociação. Vale tudo para se
aperfeiçoar, estudar, informar-se, ler, não fazer nada de improviso para poder
falar com convicção sobre qualquer tema.
Formas procedimentais
– Embora não seja muito frequente, ocasiões existem
no dia a dia, especificamente em Sessões de Câmara do Meio, que reclamam
intervenção rápida e fundamentada do Venerável, diante de uma situação de
anormalidade, por fatos inesperados. Às vezes, surgem discussões ásperas, não
havendo condições de os Trabalhos prosseguirem.
De nada resultará o dirigente fazer valer a sua autoridade
e se pôr a golpear com o “malhete”. Deve acabar com as disputas rapidamente. Um
dos tributos do Venerável eficiente é a habilidade de ser pacificador, de ser o
catalisador da reconciliação.
O que deve fazer o
Venerável?
Usar do meio ao seu alcance. Comandará o “de pé e a ordem”.
E pedirá a “exclamação” e a “bateria”.
Esses “sons” neutralizarão as vibrações contrárias e a
serenidade voltará a reinar.
Poderá acontecer se houver a necessidade, para benefício
dos próprios Trabalhos, contornarem alguma “crise”, seja da Loja em si, seja de
um membro do Quadro, que o Venerável se veja obrigado a lançar mão de outros
remédios para que os resultados se façam sentir.
Se as formas procedimentais não surtirem o resultado
desejado, então não haverá como deixar de utilizar o recurso jurídico-maçônico
posto à disposição do Venerável: suspender os Trabalhos ou levantar a Sessão.
Sindicância Maçônica – A Maçonaria, assim como outras instituições
profanas, utiliza a sindicância como instrumento de coleta de dados relevantes
sobre um Profano proposto à iniciação maçônica. Trata-se, portanto, de um
procedimento sério, que, não raro, é desvirtuado pela falta de perfeito cuidado
do Venerável e de compreensão, dos sindicantes, quanto à sua correta extensão
maçônica.
Não obstante, convém não confundir a sindicância maçônica
com a sindicância profana, uma vez que, apesar dos inúmeros pontos de contato,
elas têm algo diferente: a sindicância maçônica tem por escopo maior oferecer
dados à Loja sobre o profano proposto à iniciação, a fim de que ela possa
deliberar sobre o pedido, acolhendo-o ou rejeitando-o.
Os sindicantes deverão investigar cuidadosamente e com o
máximo critério, toda a vida passada e presente do Candidato, principalmente
quanto às suas qualidades morais, sociais e econômico-financeiras.
- O Venerável nomeará particularmente três Mestres para
realizarem, independentemente, a sindicância, trabalho esse que não poderá ser
recusado, salvo por razões de impedimentos justificáveis.
- Portanto, para que se tenha uma atuação satisfatória dos
sindicantes é necessário que a designação recaia em mestres qualificados para o
trabalho. É aconselhável indicar sindicantes que estejam próximos do candidato
em relação à profissão, idade, estado civil, cultura etc., um médico conhece
melhor pormenores da profissão de um colega do que um militar, industrial ou
fazendeiro, e vice-versa. Supondo-se que essa qualificação exista, pode-se
assegurar que a atuação dos sindicantes deverá ser norteada pelos critérios
seguintes:
- Seriedade:
Exaustividade – O relatório deverá
abranger o suficiente para fornecer as informações que realmente interessam á
Loja.
- Imparcialidade;
Criticidade – O relatório deverá
conter, de modo fundamentado, a visão do sindicante no que diz respeito com a
possibilidade de o Profano afinar-se com a filosofia maçônica. Nunca esquecendo
que os valores espirituais e morais são mais importantes porque, sendo perenes,
sobrevivem à existência material.
Um mestre recém-Exaltado ainda não tem traquejo maçônico
suficiente – e muitas vezes não tem mesmo conhecimento adequado, para ser
sindicante. Poderá ser autor de desatinos danosos para o Profano e para a
Maçonaria.
Talvez esteja na hora de as Lojas iniciarem a
responsabilização daqueles sindicantes desidiosos, autores de sindicâncias
maçônicas que merecem essa qualificação. Isso deveria acontecer todas as vezes
que se puder provar que os sindicantes, de caso pensado, fizeram sindicâncias
imperfeitas para favorecer ou prejudicar o Profano proposto à Iniciação.
Considerando a diversidade de aptidões para a compreensão da parte filosófica da Maçonaria, é necessário admirar a sua moral antes de tudo – mas praticá-la.
Considerando a diversidade de aptidões para a compreensão da parte filosófica da Maçonaria, é necessário admirar a sua moral antes de tudo – mas praticá-la.
Os que não se limitam em apenas extasiar-se diante da moral
maçônica, que a praticam e a transformam no sentido mais abrangente, na regra
de proceder a que obedecem, são os verdadeiros maçons.
Veneráveis que a Loja
precisa.
Os princípios que a Maçonaria revela passam a ter por meta,
em seu veneralato, a conquista ou manutenção de valores morais e espirituais,
fundamentados nos ensinos dos Rituais.
Saberá que não conseguirá uma alteração imediata de
comportamento do conjunto por força dos hábitos (usos e costumes), mas
trabalhará, a partir daí, no sentido da busca permanente da renovação de
sua Oficina, caracterizada pela conquista de novos e melhores hábitos e só
iniciarão homens realmente “livres e de bons costumes”.
Por isso é que se diz: “Reconhece-se a Loja pelo Venerável
que a dirige”. Ou, ainda: “Reconhece-se o verdadeiro Venerável pela
transformação moral e pelos esforços que emprega para domar as inclinações
deturpadas ou más de sua Oficina”.
Ir.'. Gabriel Campos de Oliveira