Tornar feliz a
humanidade.
Exemplo dos maçons gauchos, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, em perseverar no bem, na justiça, no Amor e na Caridade.
"Aqui e no mundo, maçons ou não, lutemos pela Ética, Justiça e Respeito!"
Exemplo dos maçons gauchos, sob a égide do Grande Arquiteto do Universo, em perseverar no bem, na justiça, no Amor e na Caridade.
"Aqui e no mundo, maçons ou não, lutemos pela Ética, Justiça e Respeito!"
#Balaústre nº 67
Aos 18 dias do mês de
setembro de 1835 E.’. V.’. e 5835 V.’. L.’., reunidos em sua sede, sito à Rua
da Igreja, nº 67, em lugar Claríssimo, Forte e Terrível aos tiranos, situado
abaixo da abóbada celeste do Zenith, aos 30º sul e 5º de latitude da América
Brasileira, ao Vale de Porto Alegre, Província de São Pedro do Rio Grande,
dependências do Gabinete de Leituras, onde, neste momento, funciona a Loj.’.
Maç.’. Philantropia e Liberdade, com o fim de, especificamente, traçarem as
metas finais para o início do movimento revolucionário, com que seus
integrantes pretendem resgatar os brios, os direitos e a dignidade do povo
Riograndense, se reuniram IIr.’. da LOJA.
A sessão foi aberta
pelo Ven .’. Mestre, Ir.’. Bento Gonçalves da Silva. Registre-se, a bem da
verdade, ainda as presenças de nossos IIr.’. José Mariano de Mattos, nosso ex -
Ven .’. , Ir.’. José Gomes de Vasconcellos Jardim, Ir.’. Pedro Boticário, Ir.’.
Vicente da Fontoura, Ir.’. Paulino da Fontoura, Ir.’. Antônio de Souza Neto e deste
Ir.’. Domingos José de Almeida, que serviu como Secretário, lavrando o presente
Balaústre.
Logo de início, o Ven
.’. Mestre, depois de tecer breves considerações sobre os motivos da presente
reunião, de caráter extraordinário, informou que o nosso movimento
revolucionário estava prestes a ser desencadeado. A data escolhida, é dia vinte
de setembro do corrente, isto é, depois de amanhã. Nesta data, todos nós, em
nome do nosso Rio Grande do Sul, nos levantaremos em luta contra o imperialismo
que reina no País.
Na ocasião, ficou
acertada a tomada da Capital da Província pelas tropas dos IIr.’. Vasconcellos
Jardim e Onofre Pires, que deverão se deslocar desde a localidade de Pedras
Brancas, quando avisados. Tanto o Ir.’. Vasconcellos Jardim como o Ir.’. Onofre
Pires, ao serem informados, responderam que estariam a postos, aguardando o
momento para agirem. Também se fez ouvir o nobre Ir.’. Vicente da Fontoura, o
qual sugeriu que tomássemos o máximo cuidado, pois que, certamente, Braga, o
Presidente da Província, seria avisado do nosso movimento.
O Tronco de
Beneficência fez a sua circulação e rendeu a medalha cunhada de 421$000,
contados pelo Ir.’. Tes.’. Pedro Boticário. Por proposição do Ir.’. José
Mariano Mattos, o Tronco de Beneficência foi destinado à compra de uma Carta da
Alforria de um escravo de meia idade,no valor de 350$000, proposta aceita por
unanimidade.
Foi depois realizada
uma poderosa Cadeia de União, pela justiça e grandeza da causa, pois em nome do
povo Riograndense, lutaríamos pela Liberdade, Igualdade e Humanidade, pedindo a
força e proteção do G.’. A.’. D.’. U.’. para todos os IIr.’. e aos seus
companheiros, que iriam participar das contendas. Já eram altas horas da
madrugada quando os trabalhos foram encerrados, afirmando o Ven.’. Mestre que
todos deveriam confiar nas LL .’. do G.’. A.’. D.’. U.’. e depois, como ninguém
mais quisesse fazer uso da palavra, foram encerrados nossos trabalhos, do que
eu, Ir.’. Domingos José de Almeida, como Secretário, tracei o presente
Balaústre, a fim de que nossa História, através dos tempos, possa registrar que
um grupo de maçons, homens “livres e de bons costumes”, empenhou-se com o risco
da sua própria vida, para restabelecer o reconhecimento dos direitos desta
abençoada terra, berço de grandes homens, localizada no extremo sul de nossa
querida Pátria.
Oriente de Porto
Alegre, aos dezoito dias do mês de setembro de 1835 da E.’. V.’., 18º dia do
sexto mês, Tirsi, da V.’. L.’. do ano de 5835.
Ir .’. Domingos José
de Almeida
Secretário
OBSERVAÇÕES MINHAS: (como
bom gaucho...)
Realmente,
como previa aquela ata da Loja “Philantropia e Liberdade”, uma grande
Revolução, (conhecida depois como “Farroupilha”), eclodiria 2 dias depois da
reunião da Loja , em 20 de Setembro de 1835. O Ven:. Mestre da Loja, Ir:. Bento
Gonçalves da Silva, foi o líder inconteste do movimento, de caráter federalista
e republicano que durou 10 longos anos, deixando todos os combatentes em
“farrapos”. Foi um verdadeiro drama no qual figuras históricas de primeira grandeza
foram protagonistas, como por exemplo o Ir.’. italiano Giuseppe Garibaldi e o
Ir.’. Duque de Caxias (este do lado do Império).
No
período da Regência os gaúchos estavam divididos, irreconciliáveis,
Conservadores (chimangos) de um lado e Liberais (maragatos) de outro lado;
estes, com um maior apoio nas camadas populares – daí, também, derivou o nome
da Revolução “ Farrapos” - que foi feita, principalmente por motivos
econômicos, contra a pesada taxação que caía sobre o charque e o couro do Rio
Grande do Sul.
Bento
Gonçalves, Presidente da Província, havia sido chamado à Corte. Denunciado como
rebelde e acusado de promover a separação da Província do Rio Grande do resto
do Brasil, defendeu-se com brilhantismo e voltou em triunfo ao Rio Grande, mas
ainda assim, ele foi destituído pelos Conservadores, o que foi a causa imediata
da Revolução.
A
Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, foi uma das páginas mais
fabulosas da História do Brasil, cheia de acontecimentos maçônicos, que merecem
ser contados.
Terminou
após 10 (dez) anos de luta intensa, um verdadeiro fratricídio, e pasmem... ao
final, na hora da rendição dos gaúchos, atuou em nome do Império Central do
Brasil, o nosso Irmão Duque de Caxias: 2 maçons assinaram a paz Duque de Caxias
de um lado e Bento Gonçalves do outro lado. Não foi rendição incondicional!!...
algumas condições foram negociadas, por exemplo: na bandeira do Rio Grande do
Sul - até hoje!! – está lá escrito: ”República do Piratini – Liberdade,
Igualdade e Humanidade – 1835”.
Ir.’.
Artur O. T. Costa
Piracicaba
/ SP