Para sermos “justos e
perfeitos” necessitamos de ensinamentos que aperfeiçoem a cada dia o nosso
caráter e aprimorem gradativamente a nossa PERCEPÇÃO. Nada na vida poderá ser
iniciado, trabalhado, cultivado ou concluído, sem que primeiro nós tenhamos a
PERCEPÇÃO, da clareza e da exatidão daquilo a que nos propomos realizar.
Veja o que disse o mestre SALOMÃO, durante a construção do templo de Jerusalém. Ele tomou em suas mãos duas pedras; uma delas, ainda bruta, não preparada, e a outra, uma pedra polida na forma cúbica. Disse:
“O homem deve ser como a pedra
polida (o cubo) que surge como uma pedra bruta, irregular, multi-angulada,
instável, e que ao ser lapidada revela toda a beleza contida que existe em
todas as coisas da natureza. O ser, enquanto não for também lapidado não será
aceito no Castelo da Perfeição.”
Disse mais:
“O homem é como uma pedra
bruta, cheio de irregularidades, asperezas, imperfeições. Assim como o
talhador lapida e transforma a pedra bruta tornando-a polida, assim também a
pessoa deve lapidar-se, tirar de si inúmeras arestas irregulares deixando
apenas aquelas arestas necessárias a lhe dar uma forma regular e perfeita.
Polir a pedra bruta, desbastar todas as arestas imprecisas, para poder ser
simbolizado por uma forma geométrica regular em seus múltiplos aspectos, a
pedra cúbica.”
Estas palavras que foram ditas
há várias centenas de milhares de anos e que evoluíram, principalmente na
idade média (fim do império romano) através dos pedreiros, dos escultores,
dos mestres construtores, artistas, homens iluminados, e, finalmente ,
passando por todos aqueles que se iniciaram na maçonaria, vieram trazer nos
dias de hoje, o conteúdo simbólico e espiritual relativo aos aspectos
internos do ser humano, tanto de ordem moral quanto espiritual, contribuindo
para que haja a edificação do nosso caráter e o esclarecimento do saber em
nossa PERCEPÇÃO.
Vejo através das respostas a
estas indagações que toda a complexidade da nossa vida resume-se em uma
simples palavra: PERCEPÇÃO!
E, portanto, cabe a cada um de nós, descobrir a sutil diferença entre a pedra não trabalhada e a pedra cúbica, polida. Necessitamos descobrir esta diferença para que possamos nos aprimorar a cada dia, cultivar a fraternidade, estar em liberdade e sermos tolerantes em busca da igualdade. Vejo também que a grande lição que podemos tirar através dos instrumentos recebidos em nossa iniciação maçônica: o MAÇO, o CINZEL e a RÉGUA DE 24 POLEGADAS é que se os levarmos cravados no peito seja onde estivermos e, se realmente os utilizarmos no nosso dia-a-dia, alcançaremos o nível mais elevado da pedra cúbica: a luz, a harmonia, o bem, a união do espírito divino e da matéria, a união do positivo e do negativo, o silêncio, a união dos quatro elementos, o entendimento, a conversão de valores, a estrela de Davi, as palavras de Salomão, o grande segredo da alquimia, o racional, o dia, o sol do meio-dia: o abandono do nosso ego em prol do amor. Como disse "o mais elevado" a Albert Einstein: Não jogo dados! Mas, cada um dos lados de meu dado tem uma eterna significância:
Esse será o nosso objetivo, daqui
para frente, seguir as sábias palavras de Salomão, usar das nossas
ferramentas e ter a capacidade de enxergar, PERCEBER CLARAMENTE, aquilo que
necessitamos mudar, em nós mesmos, para que nosso meio seja também alterado.
Esse é o verdadeiro sentido simbólico do “desbastar da pedra bruta”.
WILDON LOPES DA SILVA A.'.M.'., ARLS Mounth Moriah 3327 - São Paulo/SP, Brasil |
AS FERRAMENTAS DO GRAU DE APRENDIZ
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