A Maçonaria cultiva a paciência porque, sendo irmã gêmea da
tolerância, é uma virtude que consiste na capacidade constante em suportar as
adversidades, as dores, os infortúnios, com resignação subordinada à fortaleza
da alma.
Diz-se que o tempo, a paciência e a perseverança nos
conferem a integridade e habilitam a realizar todas as coisas.
A paciência significa equilíbrio e o controle do dualismo,
o freio para o instinto, o fruto da meditação, o caminho da sabedoria.
A paciência conduz à perseverança, e esta à conquista do
alvo planejado.
O maçom, para alcançar o conhecimento, buscar o progresso
interior e exterior deve plantar a sua conduta dentro da Loja com exemplar
paciência.
Os impacientes e os que, na Maçonaria, apenas procuram
interesses espúrios ou tolas vaidades não conseguem realizar esse objetivo.
As precipitações, o afoitamento, a pressa são meios
conturbadores.
A paciência é o caminho mais curto para alcançar-se a paz.
Perdoar àqueles que conosco caminham para colocarem nossa paciência à prova é a
caridade mais meritória.
La Fontaine ensina que “A paciência e o tempo dão mais
resultado que a força e a raiva”.
Como sabem os Irmãos, o culto à paciência, na Maçonaria,
ainda que alguns entendam diferentemente o seu significado, tem cunho
religioso.
Joseph Anderson, um dos organizadores da Maçonaria
Especulativa, era pastor protestante e muito do que nos é ensinado veio para a
Ordem com a finalidade de mesmo não sendo um dogma, não deixa de ser um
aprendizado espiritual.
Margaret Thatcher uma vez disse: “Eu sou extremamente
paciente contando que consiga o que queira no final”. Este é um péssimo
exemplo.
Quando tudo está indo do jeito que queremos, é fácil
demonstrar paciência.
O verdadeiro teste de paciência aparece quando um de nossos
Irmãos age de forma inadequada, o mesmo quando na vida profana, nossos diretos
são violados; quando alguém, por atos ou palavras, procura nos irritar; quando
somos ridicularizados por nossas crenças.
A Bíblia, no entanto, fala de paciência como um fruto do
Espírito (Gálatas 5:22). Apesar de a maioria das pessoas considerarem paciência
como uma espera passiva ou tolerância gentil, a maioria das palavras gregas
traduzidas como “paciência” no Novo Testamento são palavras ativas e saudáveis.
Considere, por exemplo, Hebreus 12:1.
É claro que paciência não acontece da noite para o dia na
nossa vida.
Para o desenvolvimento da paciência é preciso que a mesma
seja exercitada diariamente.
Nossa paciência se desenvolve e fortalece ainda mais quando
procuramos a íntima ligação com o nosso mundo interior que é o GADU, nosso
Deus.
O Rei Salomão ensina: “Descansa no SENHOR, e espera nele:
não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do
homem que executa astutos intentos” (Salmo 37:7).
Jó foi exemplo de paciência e perseverança (Tiago 5:11).
Tenhamos em mente que este ensinamento religioso e também Maçônico é para nos
lembrar que seu propósito é para o nosso crescimento moral.
Agora, da próxima vez que for posta à prova a sua
paciência, por ter sido magoado por um Irmão desavisado ou mesmo no mundo
profano, não haja com impaciência, a qual acaba levando a mais estresse, raiva
e frustração.
Saiba ser um verdadeiro Maçom, procurando compreender os
prós e os contras de cada situação.
Autor: Ir∴ Nivaldo Vieira de
Melo
ARLS Thêmis & Ágora nº 20 – Or∴ de Rolim de Moura