Quem quer que pretenda
entrar na Ordem Maçônica deverá preencher alguns requisitos, dentre os quais o
de possuir instruções suficientes que lhe possibilite compreender e aplicar os
ensinamentos da Instituição. Não se exige que possua riqueza ou nível superior
de escolaridade. Assim é que nela ingressam homens das mais variadas condições
sociais, e todos o fazem na mesma condição, simplesmente como Aprendizes.
Para podermos
compreender o significado da pedra bruta e da pedra cúbica ou polida, devemos
primeiramente ter em mente uma visualização panorâmica de uma construção
rústica, como, por exemplo, as pirâmides do Egito, o Coliseu em Roma, onde a
pedra usada na construção simboliza o Maçom.
Este deve trabalhar no
aperfeiçoamento de si mesmo, combatendo os vícios e glorificando o direito e a
virtude, em benefício da sociedade, o que simbolicamente denominamos a
construção do Templo.
A filosofia da
designação “Pedra Bruta” simboliza o início do aperfeiçoamento moral, que deve
buscar todo o ser humano-maçom. Sintetiza, para o Maçom, um objetivo a ser
buscado, qual seja, de que através do seu burilar moral, transformara também,
simbolicamente aquela pedra bruta numa “Pedra Polida”. Esta conquista
representa a passagem do Grau de Aprendiz para o Grau de Companheiro.
Representa ainda, uma contribuição que a Maçonaria confere para um efetivo
burilar universal a partir do próprio iniciado.
O trabalho atribuído
ao Aprendiz para vencer esse primeiro degrau na sua evolução de existência
templária é executado na Col.’. J.’., sob a orientação do Irmão 2 Vig.’.. Sua
tarefa básica consiste, portanto, “em desbastar e esquadrejar a pedra bruta”.
Num sentido mais
amplo, a filosofia da pedra bruta é embasada no paralelismo verificado do homem
da era paleolítica com o neófito recém- chegado à Maçonaria.
Ou seja, o homem
que habitava as cavernas tinha uma capacidade intelectual quase nula, na medida
em que eram criaturas sem instrução, por conseguinte, rudes e impolidas,
assemelhando-se ao sentimento de despreparo do neófito ao tomar conhecimento do
complexo da instrução ministrada pela Maçonaria, daí porque o proclama com mero
aprendiz.
Assim, conforme
explicado, o neófito aprendiz deverá ser induzido a trabalhar simbolicamente no
desbastar da pedra bruta, pedra essa de formas toscas e imperfeitas,
objetivando a sua lapidação. Portanto, o transformar de uma pedra bruta informe
e irregular numa pedra lapidada significa simbolicamente uma etapa da evolução
do homem-maçom na sua carreira templária, caracterizando a lapidação de seu
ego, conforme já indicado.
Da mesma forma quando
no início fiz uma referência à construção das pirâmides do Egito, assim é o
aprendiz. A pedra bruta nada mais é que o Aprendiz, em que cada pedra toda
deformada, de várias assimetrias, uma diferente da outra, com medidas e pesos
diversos, vão sendo colocadas uma a uma, lado a lado e em cima da outra, de
formas geometricamente alinhadas, formando um encaixe perfeito, que aos poucos
e através de ardilosos trabalhos, irão recebendo forma, uma aparência de
monumento, mesmo que aparentemente abstrato ou intrínseco no começo, é que
percebemos o nascimento de um Maçom, onde o tornará Mestre-Maçom.
O atingir daquele
objetivo representa que o aprendiz terá vencido a si mesmo, desfraldando a
bandeira da sua evolução interior. Terá descoberto seus defeitos, suas
fraquezas, seus deslizes e suas vaidades, que o fará pensar tão somente em
construir o poder do seu próprio caráter virtuoso, que outra coisa não é senão
a base fundamental do templo moral de sua vida, consubstanciado pelo seu
ajustamento à índole dos símbolos maçônicos e, sobretudo, aos mandamentos
divinos.
Ressalte-se que o
trabalhar na pedra bruta é um caminhar ininterrupto na busca do ideal de uma
moralização plena do indivíduo. Deve-se entender como um processo de
aprendizado contínuo porque, embora a simbologia maçônica estabeleça o trabalho
na pedra bruta apenas no grau inicial de aprendiz para efeito de evolução do
maçom na vida templária, o ser humano, em sua essência, não é desprovido de
sentimentos como a inveja, o egoísmo, a luxúria, a cobiça, a intolerância,
etc., que corroboram para dificultar a consecução de um estágio moral supremo.
Aqueles poucos que atingem em vida esse estágio, prestam elevados serviços à
Humanidade.
A “Pedra Bruta”
simboliza, portanto, que o Aprendiz-Maçom deve ser induzido a trabalhar no seu
desbaste, porque possui formas imperfeitas, objetivando a sua lapidação.
O transformar, então,
de uma pedra informe numa pedra esculpida representa que o Homem-Maçom adquiriu
força de caráter voltado para um ideal elevado, ferramenta fundamental para
desempenhar uma liberdade bem dirigida aos interesses da Humanidade e de sua
Pátria, pois eliminou os traços de egoísmo e ambição, que se verdadeiramente
postos em prática contribuirão para uma contínua transformação do Mundo para
melhor.
Assim que forem
ocorrendo estas transparências de aperfeiçoamento, extinção de seus vícios
adquiridos no decorrer de sua vida, o Aprendiz vai tomando formas mais justas,
perfeitas para atingir o seu ego, tornando-o mais puro, sublime e harmonioso.
Dessa forma mais
trabalhada, essa pedra passa a ter outro nome, onde ela depois de passado por
todos os obstáculos, todos os procedimentos de preparação, é que ela forma a
“Pedra Polida” ou cúbica. É a etapa final da construção. A pirâmide está
construída. Mas não para por aí.
Agora vem os
acabamentos, as manutenções do dia-a-dia, as faxinas diárias. É nessa etapa que
o Mestre-Maçom deverá provar através de seu conhecimento, colocar em prática
toda a sua sabedoria para transformar-se cada vez em um ser melhor, para si
mesmo e para com os que estão ao seu redor.
Assim é a minha
percepção desde que fui iniciado na Maçonaria. Posso dizer que não tinha
controle de pequenos atos que o profano possui ao entrar na maçonaria, são
vícios vitais, adquiridos desde o nosso nascimento até os dias atuais, como
espinhos que fere sem sentir dor, como o egoísmo, a inveja, mesmo que passavam
despercebidos, mas que hoje eu tenho controle de repelir do meu ego.
O meu objetivo, é
trabalhar insistentemente todo dia, corrigindo as irregularidades, e arestas
inúteis, desbastando todas as saliências, deixando a pedra mais lisa, polindo-a
dia-a-dia, para tornar-me um mestre maçom no mais puro e verdadeiro sentido.
Este trabalho deve ser
feito por si mesmo, obter um aperfeiçoamento, sentir as misteriosas harmonias
das esferas superiores unirem-se a estas harmonias e compreender que elas não
podem ter sido formadas nem por acaso nem sem uma finalidade.
É preciso que o
iniciado se coloque por ele mesmo num estado físico e moral que permita estas
revelações que resultam de uma iluminação última que se merece.
Oriente de São
Paulo-SP
Marcio de Oliveira Cadurim,
A.´.M.´.
Bilbiografia
DYER, Colin. O
Simbolismo na Maçonaria. São Paulo: Madras, 2013.
PEDRA CÚBICA. In:
WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2012.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pedra_c%C3%BAbica&oldid=28935822>.
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PEREIRA, Carlos
Alberto. Desbastando a pedra bruta. Disponível em: <http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/46-pedra-bruta.html>.
Acesso em: 06 out. 2014.