”Oh! Quão bom e suave
é que os Irmãos habitem em união”.
Existe uma historinha
que volta e meia estamos ouvindo no meio maçônico, mas que nunca é demais
repetir:
Conta-se que em uma
pequena cidade da Inglaterra, havia um pastor que conhecia praticamente todos
os cidadãos da localidade.
Nos cultos dominicais,
era comum que algumas pessoas ocupassem sempre os mesmos lugares na igreja.
Assim, num determinado banco, sempre estava um senhor muito respeitado e
querido no lugar.
Num determinado dia, o
pastor notou que aquele banco estava vazio. Achou estranho. Porém, não se
preocupou muito porque era comum alguém faltar ao culto esporadicamente por um
motivo ou outro.
Na semana seguinte,
novamente o banco estava vazio, levando o pastor a especular-se sobre o fato.
Na terceira semana o
banco continuou vazio.
Terminado o culto, o
pastor dirigiu-se à residência daquele Irmão para indagar-lhe o motivo de suas
ausências. O cidadão arguiu que há muitos anos frequentava aquela igreja e que
já estava achando os cultos muito enfadonhos e repetitivos. Disse que já sabia
de cor e salteado tudo o que o pastor falava.
Foi então que o pastor
foi até a lareira, retirou de lá uma brasa e colocou-a em cima da pedra que
servia de parapeito da janela. Dentro de pouco tempo, essa brasa começou a se
apagar.
Passados alguns
instantes de silêncio entre aqueles dois homens, o cidadão faltoso disse:
Pastor compreendi a sua mensagem!
E voltou a frequentar
o culto como sempre o fez. Moral da história: Uma brasa sozinha perde o seu
calor muito rapidamente.
Meus Irmãos! A pequena
história que contamos acima vem bem a calhar com o que acontece nas Lojas
Maçônicas de forma geral. Muitos Irmãos deixam de frequentar a sua Loja
alegando motivos muitas vezes inconsistentes.
Muitas vezes, quando
comparecem, acham que a reunião está chata e demorada.
A Maçonaria, como já
depreendemos, visa à mudança do homem em seu interior. O seu objetivo é que o
homem evolua interiormente, e em fazendo isso, estará contribuindo para a
evolução não só dos maçons de forma particular, como de toda a sociedade.
O comportamento do
homem normalmente reflete o seu interior. Alguns podem até conseguir disfarçar
por algum tempo, mas nunca o conseguirão por todo o tempo.
O homem que deseja
sinceramente evoluir em seu íntimo deve fazê-lo mudando inicialmente a sua
maneira de pensar. Deverá direcionar seus pensamentos para atitudes nobres.
Quando nos propomos a realizar alguma coisa ou participar de qualquer evento,
sociedade ou o que for, devemos inicialmente perguntar-nos se realmente é
aquilo que queremos.
Após a decisão tomada,
devemos dar o melhor de nós na realização daquilo a que nós nos propusemos. Em
outras palavras: devemos colocar AMOR naquilo que fazemos.
A Maçonaria é uma
sociedade iniciática, isto é, os seus membros devem passar por uma cerimônia de
iniciação, quando o neófito morre para o mundo profano, ou seja, o mundo dos
erros e dos vícios e renasce em um mundo diferente. Um mundo dedicado ao
trabalho e à virtude.
Mas será que a
iniciação consiste somente naquela cerimônia do primeiro dia? Com certeza, a
resposta é NÃO. A iniciação envolve todo um processo no qual o iniciado vai
galgando degrau por degrau durante toda sua vida maçônica.
O verdadeiro maçom é
aquele que busca extrair dos postulados da Ordem, os ensinamentos de que carece
para sua evolução. Infelizmente, muitos maçons esperam que após a sua
iniciação, lhes sejam abertas as cabeças e lá colocados vários tonéis de
conhecimentos.
Muitos maçons têm a
ilusão de que com a iniciação, lhes seja revelada uma fórmula mágica que
propicie uma mudança radical em sua vida. E isso, evidentemente, é só uma
ilusão. A verdade é que os fatos não acontecem dessa forma.
Devemos reconhecer que
existem falhas por parte das Lojas. E elas não são poucas.
Por outro lado, notamos
que existe uma grande apatia de parcela significativa de maçons em procurar
conhecer a Maçonaria profundamente. E a forma de fazê-lo é só através da leitura,
do estudo persistente.
Observa-se uma
situação peculiar nessa questão: quem já está dentro há mais tempo, não possui
os conhecimentos necessários a uma boa orientação aos neófitos e estes por sua
vez, não sendo bem orientados, tendem a seguir o comportamento dos mais velhos.
É aquela velha máxima que diz que “o homem é um produto do meio”. O verdadeiro
maçom é aquele que busca conhecer a Ordem a que pertence sem esperar que os
outros o façam por ele.
Por outro lado,
devemos compreender que se queremos ser verdadeiramente maçons, não podemos
ficar somente observando as falhas dos outros.
Se ao ingressamos na
Ordem e deparamos com um ambiente que não corresponde à expectativa que
tínhamos, certamente que o caminho mais correto não é o de abandoná-la, ou pior
ainda, continuar fazendo parte da mesma, porém de forma indiferente.
O procedimento corre
todo verdadeiro maçom é procurar se evoluir e tentar, através de seus
conhecimentos, buscar iluminar aqueles menos interessados. Se cada um de nós
procurar agir dessa maneira, com certeza estaremos construindo uma Maçonaria
muito melhor, formando melhores maçons e por consequência, contribuindo para a
melhoria da sociedade como um todo.
É fácil reconhecer um
maçom desinteressado: ele está sempre reclamando que a sessão está demorando e
que precisa ir embora por um motivo ou outro; ele sempre encontra razões em não
colaborar com os afazeres da Loja.
Assim, um dos
preceitos básicos que devemos observar é o da tolerância. Sem a tolerância não
haverá companheirismo. Para haver tolerância e companheirismo, é necessário
muita humildade e respeito. Talvez resida aí o primeiro passo que devemos dar
para a nossa mudança interior, da qual falamos linhas acima.
Tolerância não
significa conivência. Devemos sim, ser tolerantes com as falhas dos Irmãos, com
todos os seus defeitos e fraquezas, jamais com a preguiça e a indolência.
Falamos também acima,
que devemos colocar AMOR em toda empresa de que participarmos. Então,quando
participamos de uma sessão maçônica, devemos fazê-lo com a maior boa vontade
possível. Ao nos dirigirmos para a Loja a fim de assistirmos os trabalhos,
devemos procurar ter pensamentos nobres e sublimes.
Só assim estaremos
contribuindo para a formação de uma corrente positiva dentro do templo, e por
consequência, auferindo os benefícios que dela advém. Essa corrente de
pensamento positivo é a chamada EGRÉGORA MAÇÔNICA.
Os Irmãos certamente já
experimentaram a sensação de paz que existe em determinados locais,
principalmente em templos religiosos ou outros lugares onde não exista a
presença de energias negativas. É justamente esse ambiente de paz e serenidade
que devemos procurar proporcionar em nossas reuniões.
Conforme prevê a nossa
Constituição, “a Maçonaria pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e
social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever”.
A Maçonaria propaga e
defende a VERDADE como simples verdade. Assim, se o maçom busca sua mudança
interior, o primeiro preceito que ele deve procurar desenvolver é o da verdade.
Verdade sobre si mesmo e para consigo mesmo. Será se o motivo alegado para
faltar a uma sessão é o verdadeiro? Será se estamos doando de nós tudo o que
podemos em benefício de nossa Loja, em benefício do grupo ao qual pertencemos, ou
seja em benefício de nós mesmos? Vale à pena meditar sobre isso.
Se cada um de nós
fizer a sua parte, com certeza, os resultados nos surpreenderão a todos. Alguém
já disse que “o todo é muito maior do que a simples soma das partes”.
JOSÉ ALVES FRAGA