A ANALOGIA ORGÂNICA DO TEMPLO MAÇOM



Diz o ditado que “Uma imagem vale mais do que mil palavras”.

Os arquétipos escondem analogias em forma de mensagens ocultas que se revelam individualmente e gradativamente ao observador, dentro do nível de percepção e profundidade adotado por cada um.

Desperta no subconsciente a linguagem universal do pensamento sem palavras. Os antigos alquimistas visando criar um método para conduzir o estudioso ao alcance da verdade contida nos arquétipos, dividiram em três partes a chamada filosofia universal. São elas:

1) a experiência ou mística, onde se trava o primeiro contato com o objeto de estudo, analisá-lo cometidamente pelos órgãos sensoriais, buscando seus ângulos e formatos.

2) a gnose ou conhecimento em profundidade, nesta fase, tal como o oceano para refletir o céu, sem distorções, deve-se ter tranqüilidade e paz de espírito, além de uma postura racional, deve-se ter também aguçada a intuição e procurar pela inspiração divina, tentando aproximar-se do intuito do G.A.D.U. ao projetar a natureza das coisas.

3) por fim chega-se a magia ou a realização prática obtida com o resultado positivo das etapas anteriores.

Ora, a filosofia universal se opera cotidianamente, de forma simples quase imperceptível, exemplificando: quando ganhamos um moderno aparelho, nos interessamos pela sua substância, formatos e cores, para posteriormente ler seu manual com calma, refletir e conhecer seu funcionamento, e por fim colocá-lo em prática, que é a finalidade da sua criação.

Pois, refletindo sobre o templo como um todo, tive a impressão de ser análogo ao nosso organismo, tal como um ser deitado, apreciando o céu em sua infinita amplidão.

Onde as colunas do norte e do sul representam seus braços, coluna do norte com a força do braço direito e a do sul com a beleza e suavidade do braço esquerdo.

Os irmãos tesoureiro e chanceler representam os ombros que sustentam os braços.

As cadeiras dos mestres guardam semelhança com o tronco e com as costelas que protegem os órgãos internos.

Os irmãos primeiro e segundo vigilantes são como os órgãos internos: pâncreas e rins, que trabalham para manter todo organismo vivo, purificando o sangue ou o fluído vital, sem o qual o organismo falece.

O altar dos Juramentos onde guarda o Livro da Lei ocupa o lugar do coração, fazendo circular este fluído por toda parte.

A circulação em loja representa o sentido em que se movimenta esse fluído, tal como veia e artérias que conduzem o sangue venoso e o sangue arterial ao redor do coração.

O oriente é a cabeça do corpo, de onde emanam a sabedoria, a coordenação, a supervisão, o gerenciamento do organismo. 

A passagem para o oriente é como uma boca e o altar dos perfumes está no lugar do nariz.

Os irmãos secretário e orador são os ouvidos esquerdo e direito, que ouvem os trabalhos internos e os atos e decretos do Sereníssimo Grão Mestre e do Venerável Mestre.

O Venerável Mestre e o Mestre de Honra são os olhos que observam e fiscalizam todo o conjunto, nossa janela da alma, que juntamente com o Delta o “olho que tudo vê” nos orienta em nossos deveres maçons.

As colunas B e J são como as pernas erguidas. E pela porta do templo, toda vez que se encerram os trabalhos na loja, é dela que saímos como se nascêssemos renovados para o mundo profano.

Tal como nascer novamente, descrito nas escrituras como condição necessária ao ingresso nos mistérios divinos.

Devemos por fim entender que ao estudar ensinamentos sagrados percebemos que a Sabedoria Divina não está interessada em melhorar a condição material do indivíduo, nem rodeá-lo de opulência.

Sua finalidade não é tornar os homens ricos materialmente, mas em consciência e realizações internas.

Por isso, devemos eliminar o egoísmo, pois com ele não poderemos ganhar nenhum conhecimento positivo de valor, que seja em benefício do nosso aperfeiçoamento e dos nossos semelhantes.


Bruno Calmon C. Sampaio. AP:. M:. ARLS Deus, Justiça e Fraternidade, n° 39. Oriente de Itaberaba – BA

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