Muitos ritos fazem
explícita referência às ordens arquitetônicas que compõem a arquitetura
clássica, desenvolvidas pelos gregos e romanos.
São cinco ordens,
sendo três de origem grega e duas de origem romana. As de origem grega possuem
maior destaque no Rito Escocês, evidenciado pelas “colunetas” representativas
de cada Ordem, estando essas relacionadas às três principais divisões do templo
maçônico: Oriente, Coluna do Norte e Coluna do Sul.
As Ordens gregas são as
mais antigas e originais, sendo que as duas ordens romanas são apenas
derivações das mesmas.
Como todo bom
“construtor”, o maçom deve saber distingui-las, relacioná-las com o Templo e
conhecer seus significados: Leia mais...
A
Ordem Jônica é conhecida como a Ordem de Atenas, e por isso é
representativa da Sabedoria. Seu lugar é no Oriente, junto ao Venerável Mestre.
A característica principal da coluna é vista no capitel, que possui duas
volutas.
A Ordem Dórica é a
ordem arquitetônica mais rústica das três gregas. Prioriza-se a robustez em
detrimento da beleza e é comumente vista nos templos dedicados a deuses
masculinos. Por isso está relacionada com a Força, representada no templo pela
Coluna do Norte, governada pelo Primeiro Vigilante. Suas colunas são sem base e
com capitéis simples e lisos, sem ornamentos.
A Ordem Coríntia é a
mais bela de todas as ordens arquitetônicas, e procura reproduzir a delicadeza
feminina virginal. Daí estar relacionada com a Coluna do Sul, que é a coluna da
Beleza. Os capitéis têm formato de folhas de acanto.
Já a Ordem Toscana é
derivada da Dórica, e a Ordem Compósita é derivada da Jônica e Coríntia. Ambas
são romanas.
Vale ressaltar que
alguns templos costumam ser ornamentados com pequenas estátuas de três deuses
gregos, ilustrando de forma ainda mais evidente o que já está representado
pelas colunetas:
Atena: deusa da
Sabedoria, colocada próxima ao trono do Venerável Mestre, geralmente usando um
chapéu (que denota sabedoria, por isso também usado pelo VM).
Heracles: (mais
conhecido pelo nome romano “Hércules”), semideus da Força, colocado próximo à
posição do 1º Vigilante, costuma ser apresentado com um porrete na mão.
Afrodite: deusa
da Beleza, colocada próxima à posição do 2º Vigilante, comumente representada
por uma pequena réplica da famosa estátua “Venus de Milus”.
Sem entrar no mérito
das Colunetas no REAA que, ao que tudo indica, também surgiram no Brasil apenas
após 1927, provavelmente copiadas dos rituais ingleses, compreendamos o uso
dessas nos trabalhos em Loja: a coluneta Jônica (Sabedoria) fica sempre de pé,
mostrando que a sabedoria deve reinar sempre, 24 horas por dia, seja no
trabalho ou no descanso.
Já as colunetas Dórica
e Coríntia se revezam: a Dórica (Força) é erguida durante os trabalhos (do
meio-dia à meia-noite), quando a força é necessária para a execução dos
trabalhos; enquanto que a Coríntia (Beleza) está levantada durante o descanso,
considerado antes da Loja devidamente aberta e após ser devidamente fechada (da
meia-noite ao meio-dia).
Em um único templo do
REAA no Brasil você pode ver colunas egípcias, colunetas gregas, réplicas de
estátuas romanas, delta com letras em hebraico e um Livro da Lei cristão.
Salada de frutas ou viagem no tempo? Tudo depende de como queira ver.
Por Ir.’. Kennyo Smail