Secular e cosmopolita
é a nossa Ordem, perdendo-se nos anais dos tempos sua origem. E, como as demais
Escolas de Iniciação, tem suas peculiaridades, que devem ser observadas e
refletidas durante nossa ousada e solitária vereda nos caminhos da iniciação
maçônica.
Antes de abordá-las,
em detalhes, permitam-me uma breve definição: A palavra “iniciação” se define
como o ato ou a ação de iniciar; de iniciar uma ação; de sair do estado de
inércia; de iniciar-se nos Mistérios de uma determinada doutrina.
Não é por casualidade
que é chegado o momento em nossas vidas, que deparamos com perguntas sobre a
origem do homem, seu destino e quais os objetivos a serem alcançados neste
plano físico.
Quando despertamos a
atenção para estes questionamentos, quando não mais encontramos contentamento
na “fé cega”, naquilo que nos tentam fazer acreditar como verdade, é neste
incômodo momento de busca dessas respostas que, por causalidade, somos levados
aos Portais de uma Escola de Iniciação.
Ao longo da história
da humanidade, um sem número de Ordens de Mistérios surgiu na face da Terra,
sempre com o objetivo de acolher e preparar, aqueles que, por mérito cármico,
alcançaram em sua trajetória evolucional, grau de consciência para sorver
os seus excelsos ensinamentos.
Essas Ordens, e aqui
falo das verdadeiras Ordens de Iniciação, estão ligadas à Grande Fraternidade
Branca, ao Governo Espiritual do Mundo. Cada uma tem, em sua época, seu campo
de atuação, seus objetivos, conforme os desígnios do GADU.
O postulante à
iniciação “baterá as portas”, intuitivamente, da Escola relativa ao seu grau de
consciência, pois tudo está medido, contado e pesado nos planos da Divindade.
Nossa Ordem, no
aspecto exotérico, tem sua atuação no campo sócio-político. As campanhas
filantrópicas, ações emergenciais de ajuda aos flagelados, etc.
As Ações Sociais e de
Filantropia das Potências/Obediências Maçônicas são o mais fiel retrato disso,
preocupadas com as áreas da política, dos direitos humanos e do meio ambiente,
e em dar apoio participativo aos bons projetos e, principalmente, em fiscalizar
a atuação dos nossos políticos.
O trabalho filantrópico
é fantástico e muito necessário, alivia a dor, a fome e a sede daqueles nossos
irmãozinhos desafortunados. Isso, não deixa de ser um resgate cármico do
passado. A fiscalização dos nossos políticos é o nosso papel de cidadão e a
Democracia Participativa, nos organizará para a excelência do exercício da
cidadania.
No aspecto esotérico,
também, temos como objetivo a transformação do mundo, mas, agora, não mais
atuando de fora para dentro, e, sim, de dentro para fora, pois para transformar
o mundo, mister se faz nos transformarmos. E, é justamente dentro deste
aspecto, o esotérico, que eu gostaria de, apenas, lembrar, já que não é
novidade, o papel importante que o iniciado tem dentro da doutrina que ousa
seguir.
Palavras de um Mestre a um postulante à iniciação: “Se
souberes das responsabilidades do caminho, talvez, jamais ousarias segui-lo.”
A milenar egrégora
maçônica, alimentada e manutenida por nossas vibrações mentais, é um
poderosíssimo vórtice energético, quando evocada conscientemente em nossas reuniões,
atuando através dos nossos centros de força – os chacras, despertando
valores atentes e nos condicionando à percepção, cada vez maior, dos seus
Arcanos. Se apenas este singelo parágrafo for entendido, hermeneuticamente, nem
se faz necessário a leitura e a compreensão do restante deste texto.
Como dissemos
anteriormente, tudo está medido, contado e pesado. Em nossos rituais, mais do
que instruções relativas ao grau, ocultam-se verdadeiras “chaves do
conhecimento iniciático”, que se forem bem utilizadas, permitir-nos-ão abrir os
nossos “portais internos”.
Os ensinamentos ali contidos, oriundos de grandes
Escolas da Antiguidade, têm o nome de “Ciência Iniciática das Idades”, que,
através dos tempos, chegam-nos trazidos pelos Avatares cíclicos, portadores dos
conhecimentos futuros, em prol da evolução da espécie humana, adotando, em cada
época, um rótulo, como Gnose; Gupta-Vidya; Teosofia; Eubiose; Brahma-Vidya;
Caibalion e tantos outros.
Além de nossos rituais, também, encontramos essas “chaves”,
arquetipicamente, na ornamentação do nosso Templo, esperando-nos para
decifrá-las e empregá-las, assim como se apresenta a Édipo, a Esfinge de Tebas:
“Decifra-me ou te devoro”.
Tal Esfinge somos nós próprios e a frase de Sócrates poderá melhor nos fazer
entender: “Homem, conheça-te a ti mesmo
e conhecerás o Universo e os Deuses”.
A guisa de as
Catedrais da Idade Média, que são consideradas, verdadeiros “Livros de Pedra”,
nosso Templo, também, é um grande livro aberto à nossa percepção, desde que
saibamos nos enveredar nas entrelinhas dos excelsos ensinamentos da doutrina de
nossa Ordem.
Ao iniciado cabe
seguir, sempre, em frente. E, assim, a cada passo galgado, abrir-se-á, em sua
retaguarda, um abismo, certificando-o de que retornar representará uma queda
evolucional.
Palavras do Mestre JHS: “O
Mestre aponta o caminho, o discípulo segue sozinho, até encontrar novamente o
Mestre, mas agora, dentro de si mesmo.” Cabe, também, ter
consciência de si mesmo, estudar, colocar esses ensinamentos em prática, no
teatro da vida, e repassá-los quando a oportunidade lhe aparecer, buscando,
sempre, atingir à compreensão daquele que, sedento de Luz, lhe pedir auxílio.
Por uma questão de equilíbrio e polaridade, nossa caminhada
deve ser exotérica e esotérica, aliviando o carma do passado e adquirindo
consciência para o futuro. Uma atuação exotérica, horizontal, no plano material
e outra esotérica, vertical, no plano espiritual. Formando a Cruz, o
iniciado se posiciona em seu eixo, como a Rosa na Cruz, o Cristo na Cruz. E,
então, por analogia, poderíamos citar as palavras do Mestre Joshua Ben Pandira,
o Jesus bíblico: “Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não por Mim.”
Seria este Caminho, e
não outro o da iniciação? A Verdade é a qualidade “Ver”, a capacidade de
contemplar e decifrar os Mistérios através dos arquétipos.
O iniciado se transforma por esforços próprios. A centelha
Divina, que habita em nós e, também, em todas as criaturas, tem que se
transformar em Luz. O despertar do fogo serpentino de Kundaliniirá, gradual e
ascendentemente, perpassando nossos canais etéreos ao longo da nossa coluna
vertebral, (com suas 33 vértebras, os mesmos 33 Graus do REAA, como, também, a
idade do Cristo), acendendo os 7 candelabros místicos,mayavicamente, citados no livro Apocalipse, que nada
mais são do que os nossos centros de força, ou chacras para os orientais, até
chegar ao topo da cabeça (coronal), mostrando-se, ao olhar clarividente, uma
auréola de Luz dourada, a própria Iluminação.
Nós Iniciados Maçons,
fomos, intuitivamente, escolhidos por nossos padrinhos para participarmos da
Grande Obra do Eterno na face da Terra. Pautando nossas ações nos
ensinamentos da doutrina maçônica, fomos transformados em verdadeiras
ferramentas, as quais o Grande Construtor se utilizará em sua construção, e
para tanto, precisamos estar aferidos, afiados, ajustados e calibrados,
conforme os ditames do Grande Mestre,
O Senhor dos Mundos,
para que “exo e esotericamente” possamos executar a parte que nos cabe dentro
do plano traçado em sua Sacrossanta Prancheta.
Fiquemos por aqui!
Autor: Francisco
Feitosa, 33º
MI da ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG
MI da ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG