PORQUE SOMOS AS FERRAMENTAS PARA A GRANDE OBRA!


Secular e cosmopolita é a nossa Ordem, perdendo-se nos anais dos tempos sua origem. E, como as demais Escolas de Iniciação, tem suas peculiaridades, que devem ser observadas e refletidas durante nossa ousada e solitária vereda nos caminhos da iniciação maçônica.
Antes de abordá-las, em detalhes, permitam-me uma breve definição: A palavra “iniciação” se define como o ato ou a ação de iniciar; de iniciar uma ação; de sair do estado de inércia; de iniciar-se nos Mistérios de uma determinada doutrina.
Não é por casualidade que é chegado o momento em nossas vidas, que deparamos com perguntas sobre a origem do homem, seu destino e quais os objetivos a serem alcançados neste plano físico.
Quando despertamos a atenção para estes questionamentos, quando não mais encontramos contentamento na “fé cega”, naquilo que nos tentam fazer acreditar como verdade, é neste incômodo momento de busca dessas respostas que, por causalidade, somos levados aos Portais de uma Escola de Iniciação.
Ao longo da história da humanidade, um sem número de Ordens de Mistérios surgiu na face da Terra, sempre com o objetivo de acolher e preparar, aqueles que, por mérito cármico, alcançaram em sua trajetória evolucional, grau de consciência para sorver os seus excelsos ensinamentos.
Essas Ordens, e aqui falo das verdadeiras Ordens de Iniciação, estão ligadas à Grande Fraternidade Branca, ao Governo Espiritual do Mundo. Cada uma tem, em sua época, seu campo de atuação, seus objetivos, conforme os desígnios do GADU.
O postulante à iniciação “baterá as portas”, intuitivamente, da Escola relativa ao seu grau de consciência, pois tudo está medido, contado e pesado nos planos da Divindade.
Nossa Ordem, no aspecto exotérico, tem sua atuação no campo sócio-político. As campanhas filantrópicas, ações emergenciais de ajuda aos flagelados, etc.
As Ações Sociais e de Filantropia das Potências/Obediências Maçônicas são o mais fiel retrato disso, preocupadas com as áreas da política, dos direitos humanos e do meio ambiente, e em dar apoio participativo aos bons projetos e, principalmente, em fiscalizar a atuação dos nossos políticos.
O trabalho filantrópico é fantástico e muito necessário, alivia a dor, a fome e a sede daqueles nossos irmãozinhos desafortunados. Isso, não deixa de ser um resgate cármico do passado. A fiscalização dos nossos políticos é o nosso papel de cidadão e a Democracia Participativa, nos organizará para a excelência do exercício da cidadania.
No aspecto esotérico, também, temos como objetivo a transformação do mundo, mas, agora, não mais atuando de fora para dentro, e, sim, de dentro para fora, pois para transformar o mundo, mister se faz nos transformarmos. E, é justamente dentro deste aspecto, o esotérico, que eu gostaria de, apenas, lembrar, já que não é novidade, o papel importante que o iniciado tem dentro da doutrina que ousa seguir.
Palavras de um Mestre a um postulante à iniciação: “Se souberes das responsabilidades do caminho, talvez, jamais ousarias segui-lo.”

A milenar egrégora maçônica, alimentada e manutenida por nossas vibrações mentais, é um poderosíssimo vórtice energético, quando evocada conscientemente em nossas reuniões, atuando através dos nossos centros de força – os chacras, despertando valores atentes e nos condicionando à percepção, cada vez maior, dos seus Arcanos. Se apenas este singelo parágrafo for entendido, hermeneuticamente, nem se faz necessário a leitura e a compreensão do restante deste texto.
Como dissemos anteriormente, tudo está medido, contado e pesado. Em nossos rituais, mais do que instruções relativas ao grau, ocultam-se verdadeiras “chaves do conhecimento iniciático”, que se forem bem utilizadas, permitir-nos-ão abrir os nossos “portais internos”. 
Os ensinamentos ali contidos, oriundos de grandes Escolas da Antiguidade, têm o nome de “Ciência Iniciática das Idades”, que, através dos tempos, chegam-nos trazidos pelos Avatares cíclicos, portadores dos conhecimentos futuros, em prol da evolução da espécie humana, adotando, em cada época, um rótulo, como Gnose; Gupta-Vidya; Teosofia; Eubiose; Brahma-Vidya; Caibalion e tantos outros.
Além de nossos rituais, também, encontramos essas “chaves”, arquetipicamente, na ornamentação do nosso Templo, esperando-nos para decifrá-las e empregá-las, assim como se apresenta a Édipo, a Esfinge de Tebas: “Decifra-me ou te devoro”. Tal Esfinge somos nós próprios e a frase de Sócrates poderá melhor nos fazer entender: “Homem, conheça-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.

A guisa de as Catedrais da Idade Média, que são consideradas, verdadeiros “Livros de Pedra”, nosso Templo, também, é um grande livro aberto à nossa percepção, desde que saibamos nos enveredar nas entrelinhas dos excelsos ensinamentos da doutrina de nossa Ordem.
Ao iniciado cabe seguir, sempre, em frente. E, assim, a cada passo galgado, abrir-se-á, em sua retaguarda, um abismo, certificando-o de que retornar representará uma queda evolucional.
Palavras do Mestre JHS: “O Mestre aponta o caminho, o discípulo segue sozinho, até encontrar novamente o Mestre, mas agora, dentro de si mesmo.” Cabe, também, ter consciência de si mesmo, estudar, colocar esses ensinamentos em prática, no teatro da vida, e repassá-los quando a oportunidade lhe aparecer, buscando, sempre, atingir à compreensão daquele que, sedento de Luz, lhe pedir auxílio.

Por uma questão de equilíbrio e polaridade, nossa caminhada deve ser exotérica e esotérica, aliviando o carma do passado e adquirindo consciência para o futuro. Uma atuação exotérica, horizontal, no plano material e outra esotérica, vertical, no plano espiritual. Formando a Cruz, o iniciado se posiciona em seu eixo, como a Rosa na Cruz, o Cristo na Cruz. E, então, por analogia, poderíamos citar as palavras do Mestre Joshua Ben Pandira, o Jesus bíblico: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai se não por Mim.

Seria este Caminho, e não outro o da iniciação? A Verdade é a qualidade “Ver”, a capacidade de contemplar e decifrar os Mistérios através dos arquétipos.
O iniciado se transforma por esforços próprios. A centelha Divina, que habita em nós e, também, em todas as criaturas, tem que se transformar em Luz. O despertar do fogo serpentino de Kundaliniirá, gradual e ascendentemente, perpassando nossos canais etéreos ao longo da nossa coluna vertebral, (com suas 33 vértebras, os mesmos 33 Graus do REAA, como, também, a idade do Cristo), acendendo os 7 candelabros místicos,mayavicamente, citados no livro Apocalipse, que nada mais são do que os nossos centros de força, ou chacras para os orientais, até chegar ao topo da cabeça (coronal), mostrando-se, ao olhar clarividente, uma auréola de Luz dourada, a própria Iluminação.

Nós Iniciados Maçons, fomos, intuitivamente, escolhidos por nossos padrinhos para participarmos da Grande Obra do Eterno na face da Terra. Pautando nossas ações nos ensinamentos da doutrina maçônica, fomos transformados em verdadeiras ferramentas, as quais o Grande Construtor se utilizará em sua construção, e para tanto, precisamos estar aferidos, afiados, ajustados e calibrados, conforme os ditames do Grande Mestre,
O Senhor dos Mundos, para que “exo e esotericamente” possamos executar a parte que nos cabe dentro do plano traçado em sua Sacrossanta Prancheta.
Fiquemos por aqui!
Autor: Francisco Feitosa, 33º
MI da ARLS Rui Barbosa nº 46 – GLMMG


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