A sociedade como um
todo vive sob mecanismos de sustentação, os quais são capazes de manter a
continuidade da convivência social, sem o que, induvidosamente, a vida em grupo
se tornaria insuportável e até mesmo impossível.
Nas últimas décadas o
homem se desenvolveu e se multiplicou sob a face da terra, chegando ao ponto
atual depois que a ciência se desenvolveu, de se adaptar às novas regras
estabelecidas. Basta lembrar que somente no último século foi que a população
mundial conseguiu dobrar o seu total várias vezes.
Daí porque, cada
instituição, no particular, para que pudesse existir e garantir aos seus
participantes o mínimo necessário daquilo que se propôs, buscou estabelecer
regras que pudessem assegurar a todos a inviolabilidade, os segredos internos,
a privacidade, o bem estar, os benefícios e tudo o mais de sua especificidade.
No caso específico da
Maçonaria, tais regras não foram relegadas, muito pelo contrário, foram
implementadas em um arcabouço de normas e princípios que lhe são próprios, os
quais servem para a orientação do maçom. Essas disposições se apresentam na
forma escrita em seus mais diversos diplomas legais, mas, também, na forma
consuetudinária e que são seguidas e transmitidas de geração a geração.
Diante dessa rápida
amostragem, e, focado nos fatos que vem acontecendo nos dias atuais no meio
maçônico, notadamente com a questão defendida por muitos a respeito da abertura
das lojas; por alguns não maçons – os “goteiras”, sobre a revelação dos
segredos da Instituição através dos meios de comunicação de massa; e, por
ultimo, com a revelação a profanos dos assuntos sigilosos tratados nas reuniões
fechadas, forçoso é reconhecer que algo está errado e é preciso por um basta
nessa situação.
Com efeito, embora
todos os fatos mereçam muita atenção por parte dos maçons, nos ocuparemos neste
momento da abordagem desse último tema, qual seja, o do perjúrio, ora praticado
por alguns. Todos sabem que aquilo que se discute dentro de uma loja maçônica
não pode ser revelado lá fora, nem mesmo aos irmãos que não participaram da
reunião, exceto se o Venerável Mestre assim o deliberar. Ora, se assim o é,
toda a vez que alguém descumpre essa regra comete perjúrio. E o que é perjúrio?
Perjúrio é jurar
falso, quebrar o juramento feito. Então, quem jura dentro da loja não revelar
os segredos maçônicos e assim não cumpre, rigorosamente está cometendo esse
deslize e, no dizer de uma daquelas regras mencionadas, deve cumprir o ritual
de quem está à ordem, naturalmente dentro do seu grau… “por não ter sido capaz
de guardar um segredo que lhe foi confiado”. A Maçonaria sempre foi respeitada
pela qualidade, postura moral e ética dos seus membros, pelos segredos
milenarmente mantidos.
Seguramente, toda a
vez que um assunto interno é revelado ao profano, ou, repita-se, aos irmãos que
não participaram da reunião, o desgaste da instituição é evidente, sem se falar
do desconforto do irmão que foi citado em determinado episódio.
Não é aceitável que um
assunto trazido em loja por um irmão seja motivo de especulação profana,
levando-o a ser alvo de comentários nas ruas e até mesmo de ser atingido moral
e fisicamente. Os efeitos nefastos de um perjúrio vão além do que possamos
imaginar, e isso não se pode tolerar.
Quem não tem condições
de viver em uma sociedade séria como a Maçonaria, dela deve se licenciar
(afastar mesmo), sob pena de, com suas faltas, ter seu comportamento levado à
apreciação do Egrégio Tribunal de Justiça Maçônico, a quem compete deliberar
sobre a matéria.
Concluindo, ao
perjúrio advirão efeitos e consequências indesejáveis, todavia, a fala do
momento não tem o condão de ser inquisitiva, muito menos, um caráter de
estimular censura ou punição a qualquer irmão, até mesmo, porque desconhecemos
quem assim procede, mas, tão somente, como um alerta a todos nós contra fatos
de tamanha gravidade.
Que o G.’.A.’.D.’.U.’.
ajude-nos.
Ir.’. Adilson
Miranda de Oliveira
LOJA MAÇÔNICA OBREIROS DO AREÓPAGO Nº 33
IBICARAÍ-BAHIA
LOJA MAÇÔNICA OBREIROS DO AREÓPAGO Nº 33
IBICARAÍ-BAHIA