Mesmo após algum tempo
de Maçonaria, muitos não têm conhecimento mínimo e necessário para distinguir
os sistemas Grande Oriente e Grande Loja. Dessa forma, como sempre primamos
pelo nivelamento do conhecimento maçônico, acreditamos ser de suma importância
explicitar essa distinção, sendo este o objetivo deste trabalho.
É interessante
lembramos de que a expressão “GRANDE ORIENTE” era o nome dado ao lugar em que
se realizava as convenções das Grandes Lojas de um país. Para alguns, GRANDE
ORIENTE é também sinônimo de Grande Loja, pois, ambos os sistemas são um corpo
maçônico superior, ou seja, uma Potência Independente na qual congrega todas as
Lojas da Obediência a que se encontram filiadas.
Embora no Brasil o
Grande Oriente tenha sido a única organização maçônica superior durante mais de
100 anos, hoje também convivemos com as Grandes Lojas, criadas desde 1927.
Dessa forma, vale dizer que, no Brasil o Grande Oriente é a denominação
maçônica primogênita, datada de 1822.
Por tanto, no âmbito
internacional, a Grande Loja Unida da Inglaterra é quem detém a primazia de ser
a Organização Maçônica mais antiga, fundada em 1717, a qual estará comemorando
300 anos em junho de 2017. Todavia, vale dizer que, a expressão Grande Oriente
surgiu por acaso, na França, por volta de 1773, uma vez que no dia marcado para
a Instalação da Grande Loja Nacional de França, os participantes resolveram que
aquela instituição se chamaria Grande Oriente de França, do qual o nosso Grande
Oriente pegou emprestado esse nome.
Desta forma, podemos
dizer que, também foi por acaso que o Grande Oriente se transformou em uma
espécie de Governo Maçônico Superior, cuja abrangência alcança todo território
de um país, bem como poderá possuir um ou mais Ritos.
Quando falamos de
Grande Oriente, se faz necessário citar, mesmo que “em-passant”, o Grande
Oriente do Brasil, a maior Potência Maçônica da América Latina, fundada em 17
de Junho de 1822.
Nesse sentido, vale lembrar que, o seu primeiro Grão-Mestre
foi José Bonifácio de Andrade e Silva, substituído por D. Pedro I, em 04 de
Outubro do mesmo ano.
Contudo, 21 dias após sua assunção, ou seja, no dia 25 do
mesmo mês, o Imperador suspendeu os trabalhos do Grande Oriente do Brasil, o
qual só retornou, com toda força e vigor, em novembro de 1831, após sua
abdicação, em favor de D. Pedro II.
O Grande Oriente do Brasil além de abranger
todo território brasileiro, possui em atividade cerca de sete Ritos, como já
dissemos, sendo que o REAA possui o maior número de Lojas Simbólicas e o maior
número de Obreiros.
Portanto,
quantitativamente, o Rito Escocês Antigo e Aceito é o mais importante Rito
praticado em nosso território. Destacamos ainda que, o Grande Oriente do Brasil
é uma Federação formada pelos Grandes Orientes dos Estados, do Distrito Federal
e das Lojas Maçônicas Simbólicas, bem como dos Triângulos. Em resumo, um Grande
Oriente é uma Organização Maçônica Superior denominada de Potência Maçônica
Simbólica, dotada de Soberania no território ou país em que está inserido, ao
qual as Instituições Maçônicas acima mencionadas estão subordinadas.
Por sua vez, a
denominação Grande Loja nos remete à Idade Média, precisamente para a Alemanha,
ainda no período da Maçonaria Operativa, onde através das Lojas dos Talhadores
de Pedra teve início a sua criação, e foram se formando por vários pontos
daquele território.
Como as Lojas de então
eram muito dispersas, constatou-se a necessidade de aproximá-las e
organizá-las, criando assim, um Poder Central ou Loja Principal, evoluindo daí
para Grande Loja. Esta tinha, entre outras atribuições, o dever de julgar as
divergências entre os Talhadores de Pedra. Lembramos que, até esse momento, a
Maçonaria era considerada operativa.
Há de se destacar que,
diferentemente dos dias de hoje, as Grandes Lojas abrangiam um ou mais
territórios ou países, pois, ainda não tinha sido sistematizadas, o que só
ocorreria em 1717, com a fundação das Grandes Lojas Unidas da Inglaterra.
Atualmente,
restringindo-se apenas no que tange ao Brasil, a abrangência das Grandes Lojas,
quanto ao território, está circunscrito em um estado. Como exemplo, podemos
citar que o Brasil possui uma Grande Loja Maçônica em cada Estado da Federação
com autonomia absoluta e que, uma vez reunidas, são denominadas de Confederação
Maçônica Simbólica Brasileira (CMSB).
Ressaltamos ainda que,
as Grandes Lojas foram, lá na sua origem, os principais centros de maçons
livres, os quais exaltavam as obras de arquiteturas daquela época. Além disso,
organizavam e coordenavam suas várias relações institucionais.
Apesar da longa
caminhada e intensa atividade, somente a partir de 1717, com a criação da
Grande Loja Unida da Inglaterra é que ela se transformou, efetivamente, em um
Corpo Superior, independente e soberano em relação às Lojas Simbólicas.
Concluindo, ressaltamos que, não importa a qual dos dois sistemas façamos
parte, pois, o que de fato faz a diferença é a nossa dedicação.
Assim, em tudo o que façamos
que possamos empenhar-nos em fazer o melhor, dedicando com amor nossos esforços
em prol do que acreditamos.
AILDO VIRGINIO
CAROLINO Grão-Mestre Adjunto do GOB-RJ e Presidente do CEO