A resposta está na
ponta da língua da maioria dos IIr∴. Mas quando perguntamos por
que querem abrir uma nova loja é que a conversa fica sem nexo. Muitos
responderão que a abertura de uma nova loja está ligada à dissidência de outra
loja já constituída.
Mas o que acontece?
Essa dissidência se dá por conta de “divergências” de opiniões? Então, eu não
concordo com algo e resolvo que eu serei o melhor exemplo fundando a minha
própria loja? E o princípio da tolerância, do respeito à pluralidade dos
pontos de vistas que encontramos diariamente em nossas sessões? Aí não servem
mais como referência?
Já outros dirão que é
puro ego. Somente para se tornar aquilo que demoraria anos, ou até décadas
para acontecer naturalmente, esperando a maturação, o conhecimento necessário
para se tornar um V∴M∴ em sua oficina. Neste aspecto, há
de lembrar, que as constituições das obediências maçônicas exigem que um dos MM∴ seja um M∴I∴, o que descartaria
esta hipótese para quem almeja o principal cargo da oficina. Entretanto, nada o
impede que nessa nova formação, comece ocupando cargos nas luzes.
Bom, se “cargos” não
deveriam ser o motivo principal para dissidências que levam a aberturas de
novas oficinas, o que mais poderia ser? Quando o número mínimo de MM∴ resolve sair ao mesmo
tempo para a abertura de uma nova oficina, o que acontece com esta oficina?
São diversas as
oficinas que muitas das vezes aguardam ansiosamente a chegada de IIr∴ para poderem abrir
seus trabalhos em número mínimo, conforme orienta a constituição
maçônica. Imagine agora, saindo mais da metade de seu quadro? Seria um ato
digno de um verdadeiro maçom? Algumas oficinas ainda sobrevivem na base de
“convide” IIr∴ de outras oficinas para terem o
número mínimo exigido para uma abertura de sessão. Outras fecham suas portas.
Batem Colunas.
Com a escassez de
templos e o número elevado de novas oficinas, não é de se admirar que ao sair
de seu quadro, você ainda irá utilizar o mesmo templo que o da sua antiga oficina.
Em um breve parecer,
abrir novas oficinas não é lá um grande negócio. Perder parte do quadro de seus
IIr∴, pode também não ser saudável para que se tenha uma vida
longa como loja regular em sua potência e, quando falo em regular, digo, se
manter financeiramente com as suas obrigações perante a sua potência. Sem
dizer, é claro, do aluguel do templo, do condomínio, da luz, enfim, despesas
que deverão ser rateados por um número menor de IIr∴ ativos.
O que acontece então
com essas oficinas que ficam com seus números reduzidos?
A maioria acaba
devendo para a sua potência, já que preferem pagar as despesas fixas da
oficina. O que prejudica a oficina nessa decisão? Em nada, a potência irá
parcelar essa dívida, mais cedo ou mais tarde. E o maçom? Bom, aí, já é um
pouco diferente. Deixando de pagar o pecúlio, sua família não recebe o seu
seguro.
Agora imagine, 20 anos
ativo em uma oficina, seus IIr∴ por “divergência”, resolvem sair e
abrir a sua própria oficina e, você, fica sem seus direitos. É óbvio que
ninguém está aqui pelo incentivo do pecúlio, mas para algumas famílias, como
pude presenciar, trouxe um pouco de tranquilidade até poderem se organizar com
a partida do Ir∴.
A pior parte, e aí
começo a entender, mas não concordar, a técnica da “iniciação em massa”. As
taxas de iniciação variam muito entre as oficinas. Cada uma estipula o valor
que acha “adequado” para aceitar um novo candidato. Aí chegamos a um ponto
delicadíssimo.
Sustentar a oficina
com iniciações, ou até mesmo, com o intuito de pagar dívidas com a
potência, é a degradação dos pilares da maçonaria. As entrevistas são
fracas, há um baixo nível de critério para indicações.
Quem dera, a taxa de
iniciação fosse usada com fins hospitaleiros.
Mas então, por que
ainda se abrem tantas oficinas no Brasil? Fortalece a imagem da potência
dizer que tem algumas centenas de oficinas? Mesmo que a maioria esteja em
situação de “bater colunas”?
Como fortalecer as
colunas de uma oficina? Com regras justas, claras e não tendo uma potência que
contribua em demasia para abertura de novas oficinas, que acabam prejudicando
outras existentes, ficaria mais fácil preservar suas oficinas em saúde
financeira e na composição de quadro.
A maioria dos templos
está ocupado quase que diariamente, funcionando com diversas oficinas com
números reduzidos em seus quadros. Nossa sugestão é que o processo de pedido de
quit's deva obedecer a um critério de “aviso prévio”, para que a loja possa se
organizar com a previsão de saída do IIr∴, com exceção de casos específicos
apresentados aos dirigentes.
Enquanto no endereço
de seu templo houver oficinas com o quadro inferior a 50% da ocupação, não se
deve conceder a abertura de uma nova oficina neste mesmo endereço, aplicando-se
a regra a todos os endereços que tiverem uma oficina desta potência.
Ou seja, fortalece as
CCol∴ de sua oficina e em contrapartida, se tem um melhor
controle para uma correta avaliação de novas indicações.
Autor: Ewerton
Moraes Sarmento
Fonte: Estação Hospitaleiro