A porta do Templo é um
símbolo de acesso ao interior, onde está oculta a verdade e outros tesouros.
Quando solicitamos a
entrada no Templo interior, somos questionados “Quem é o temerário que ousa
interromper as nossas meditações”, e o nosso guia interior responde que é um
candidato que não é escravo das paixões e desejos e que não é de maus costumes,
pois, no Templo da verdade e da sabedoria, não entra quem é preconceituoso e
possui péssimos costumes.
Caso não tenhamos o
desejo sincero de buscar a verdade, poderemos ser impedidos pela espada do
guardião, que impede a entrada de curiosos temerários, invasores profanos e dos
mercadores do santuário.
Fazemos uma oração
para solicitar o auxílio nos momentos de perigo, durante o trajeto na senda.
Sabemos que o vício nos arrasta para o mal e que devemos ter disposição na alma
para a prática do bem.
As coisas boas da
vida, a doçura, podem se transformar de uma hora para outra em amargor, em
decepções, e temos que estar preparados para isso, Cristo passou por dores e
momentos insuportáveis, os momentos difíceis nos deixam vulneráveis.
Ao curioso que pensa
somente em adquirir poderes, estabilidade financeira com riquezas e auxílios
mútuos, e se esquecem do desenvolvimento espiritual, sentem a desilusão,
porque, os espera um cálice de amargura, que ao ser apresentado a Cristo, este
exclamou: “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice”.
O verdadeiro
postulante, consegue absorver a mudança das doçuras da vida em amargor, e tem
fé que o amargor se transforme novamente em doçura pelo conhecimento da
verdade.
Temos que percorrer um
caminho difícil e tortuoso, os obstáculos e a instabilidade do tempo (ar), com
chuvas e trovoadas, e nessa viagem, começamos o trajeto na realidade exterior
(ocidente), e passamos pela noite escura do norte utilizando apenas a visão
intelectual, caminhamos com dificuldade, até podermos chegar ao lugar de luz
(oriente), após conseguirmos a iluminação da consciência, não poderemos ficar
parados neste local, não podemos guardar a luz, temos que levá-la aos que ainda
se encontram no mundo material sem luz (ocidente).
Temos que ter ciência
que representamos o símbolo da sociedade, aonde a inteligência de um pequeno
grupo conduz as massas ignorantes que não podem se governar.
O processo de busca da
luz é contínuo, quando estivermos mais esclarecidos poderemos percorrer um
caminho mais plano, ainda poderemos ouvir o som dos combates da vida, tinir de
espadas, mas, ao final deste caminho, o nosso guia nos leva a uma fonte de água
para purificarmos a alma. Novamente temos a demonstração da solidariedade
humana.
Então, seguimos por um
caminho livre de obstáculos, podemos ouvir o crepitar das chamas durante este
trajeto e sentimos o calor do fogo, que, além de purificador é o símbolo da
descida do Espírito sobre a matéria.
Estaremos aptos a nos
submeter à terrível prova do batismo do heroísmo, do mártir, oferecemos o nosso
fluido vital (sangue). Então, poderemos receber o selo da fé e da caridade em
nosso peito. Devemos procurar auxiliar e socorrer os necessitados, os
miseráveis e deserdados da fortuna, não podemos ser vaidosos e fazer doações
com orgulho, humilhando a quem recebe as nossas dádivas, sentimos a angústia em
nosso coração diante da impossibilidade de socorrer os miseráveis e
necessitados.
Com a prática da
caridade, juramos fidelidade ao dever, e retiramos a venda material que nos
cobria os olhos, podemos finalmente ver a luz. Somos consagrados e nos tornamos
justos e perfeitos. Nascemos de novo, cumprimos o que disse o Divino Mestre
Jesus: “O REINO DE DEUS ESTÁ DENTRO DE VÓS”
Pedro Neves .’. M.’.
I.’. 33.’. MRA
Membro Efetivo da
Cadeira 001 – Patrono: Arlindo dos Santos
da Academia Maçônica
de Letras do Brasil – Arcádia Belo Horizonte
Preceptor da Suprema
Ordem Civil e Militar dos Cavaleiros Templários