O QUE VINDES FAZER AQUI?


 

“A verdadeira sabedoria de um homem não está em suas palavras, está na coerência entre o que ele fala e o que ele faz”!(Fredjoger)

 

Em algum momento da nossa senda maçônica, somos chamados a responder o “Trolhamento”. Trata-se de uma formalidade a que geralmente os aprendizes são submetidos, para aferir certo grau de conhecimento do Primeiro Grau.

Após a conquista da plenitude dos direitos maçônicos, com o mestrado, não é difícil constatar que, muitos mestres esquecem não apenas as palavras que decorou no seu Trolhamento, mas o sentido das mesmas.

Talvez este fato explique, em parte, porque o número de inativados na Ordem é maior do que o de iniciados.

Por questão de objetividade, vamos refletir apenas sobre uma das contundentes frases interrogatórias do Trolhamento: “ O que vindes fazer aqui”?

- Primeira resposta: “Vencer minhas paixões”. Entre outras coisas, significa não se deixar dominar pelos impulsos irracionais inerentes da fraqueza humana. Controlar seus instintos, refletir se o seu estilo de vida condiz com o código da moral maçônica, equilibrar as vaidades, falar menos e saber ouvir.

- Segunda resposta: “Submeter minha vontade”. É escolher a virtude ao invés do vício. Talvez não seja um mal, por exemplo, tomar uma cerveja antes da reunião, mas, ao escolher não fazer isso, estarei submetendo minha vontade, para aproveitar melhor o ensinamento que certamente terei ao adentrar o Templo. Além disso, estarei provando a mim mesmo que tenho domínio das minhas vontades.

A vontade só tem sentido se aliada à inteligência. Se não for assim, seremos seres irracionais, movidos pelos instintos. Quando estamos assistindo uma partida de futebol e temos vontade de ir ao sanitário, mas aguardamos, porque a inteligência nos diz “espere o intervalo e você poderá se aliviar e não perderá nenhum lance do jogo”. Quando temos vontade de acender um cigarro e não o fazemos porque nossa inteligência diz “diminua a quantidade de cigarros por dia e você viverá mais”. Nesses dois casos estamos submetendo nossa vontade com o uso da razão.

- Terceira resposta: “Fazer novos progressos na Maçonaria”. Progredir significa avançar, crescer. Que tipo de crescimento nós buscamos aqui? O material ou o espiritual? O que me motiva a sair de casa realmente é o que vou aprender para a vida na Sessão Maçônica? Ou a Sala dos Passos Perdidos é mais interessante para mim?

- Quarta resposta: “estreitando os laços de fraternidade que nos unem como verdadeiros irmãos”. Laços fraternos estreitos e unidos são aqueles nascidos a partir do cultivo da verdadeira amizade. Antes de falar “estou de pé e à ordem”, reflita, pois, as palavras podem comover, mas a prática exemplar é o que frutifica.

A reflexão sobre o que viemos aqui fazer é pessoal. A Maçonaria nos ensina a viver com vistas à coerência. Mais importante do que os outros pensam sobre você é o que você pensa de si próprio. Mesmo sabendo que é impossível atingir a perfeição, ainda assim devemos buscá-la. 

 

Ir Wellington Lopes de Albuquerque MM

Obreiro da ARLS Princesa do Sertão Nº 8 - Oriente de Palmeira dos Índios-AL.

 

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